24/05/2005

Nova forma de escravatura?



Quando falo com alguém que trabalha para o estado a recibos verdes ou a contracto, vou ouvido, frequentemente, algo preocupante:
1.
“Os gajos do quadro não fazem nada. Nós, os recibos verdes, é que temos que fazer o trabalho todo sozinhos. “

2.
“Nós fazemos o trabalho todo. Os gajos do quadro só jogam ao computador ou curtem os chats. E se nós reclamamos os gajos põem em causa a nossa renovação do contracto.”

3.
“Nem os gajos que entraram recentemente para o quadro se lembram pelo que passaram quando também estavam a contracto. Assim que se apanharam no quadro desataram a fazer como os que já lá estavam.”

4.
“Trabalhamos horas e mais horas para fazer o nosso e o trabalho dos gajos do quadro, que, ainda por cima, entram e saem quando querem e lhes apetece. Não têm consideração nenhuma por nós.”
Será que se está a formar uma forma bizarra de sociedade por classes dentro dos serviços estatais? Será que o mesmo se passa nas empresas privadas?

Qual a relação numérica (real) entre funcionários do quadro e contratados, na função pública?

Qual o desempenho dos funcionários do quadro em relação ao dos funcionários contratados?

Qual a posição dos sindicatos nesta matéria? Será que estão a defender a classe dominante (ou escravizante)? Será que defendem o fim dos contractos a prazo como forma de aumentar a sua base de suporte e dinamizar novas contratações (temporárias (?)) para que o trabalho possa aparecer feito?

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Eles mentem, eles perdem

Andou por aí uma máxima que rezava assim:


"Eles mentem, eles perdem"

Olhando quem tem ganho e quem tem perdido, percebe-se quem tem mentido.


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Bizarria …

Por volta das 8 da noite de 22 de Maio, algo de bizarro se passou na área onde moro. Os meus vizinhos guincharam como se um porco estivesse a ser morto …

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Algo melhora, enfim

Tentando contrariar o que todos sentimos, que tudo vai mal, sinto que algo melhorou em Portugal nos últimos tempos.

1.
Parece-me ter-se reduzido substancialmente a subserviência dos meios e do poder político à comunicação social.

Tudo terá começado com José Sócrates remetendo os jornalistas presentes à tomada de posse do governo para um comunicado distribuído em simultâneo às respectivas redacções.

Posteriormente o mesmo Sócrates tornou claro que diz o que tem a dizer e não lhe compete comentar o que os jornalistas entendem que ele deve comentar.

2.
Marques Mendes parece ter percebido que, independentemente de estar na oposição, continua a ser português e nesse sentido deve zelar pelo interesse de todos, evitando a velha política de bota abaixo típica das nossas oposições (todas, não interessa em que circunstância).

Também as lideranças do CDS e PCP parecem ter melhorado de qualidade, mais tangencialmente no último caso que, de qualquer forma, continua muito abaixo da linha de água.

A única excepção continua a ser o Bloco de Esquerda, que continua tão catastrófico como anteriormente (o que, de qualquer forma é pouco relevante).

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Universidades todas iguais, todas más



Escreve José A. Ferreira Machado no DN de 23 de Maio de 2005:
Poucas instituições têm sido tão devastadas pela demagogia igualitária como as de ensino superior. "Gestão democrática", "excelência para todos" ou "acesso generalizado ao mestrado" são bandeiras sempre desfraldadas em qualquer discussão sobre os problemas do ensino superior.

A demagogia igualitária assenta em três pressupostos o de que os estudantes são todos iguais; o de que os professores são todos iguais; e o de que as instituições são todas iguais. Sendo os estudantes todos iguais, há que assegurar que todos se licenciam, concluem mestrados e, porque não, doutoramentos, independentemente de aptidões ou preferências. Como os professores são todos iguais, devem ser promovidos por antiguidade e auferir idênticas remunerações, independentemente da qualidade pedagógica ou científica e da área de conhecimento. Sendo as instituições iguais ou, não o sendo ainda, tendo igual potencial para o vir a ser, devem ser todas financiadas pela mesma bitola, independentemente da qualidade, procura dos seus serviços ou adequação dos cursos que oferecem.

Assim se perdem os melhores professores e investigadores para o estrangeiro ou para as empresas, se penalizam as melhores escolas, se debilitam as mais expostas à concorrência internacional e, enfim, se impedem os melhores estudantes de acederem a um genuíno ensino de qualidade e ajustado às necessidades da economia. Em síntese, assim perde Portugal as suas elites.

2. Vêm estas reflexões a propósito de recentes declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre o financiamento do 2.º ciclo do ensino superior (mestrados), que surgirá com a implementação do acordo de Bolonha. Aparentemente, as propinas dos novos mestrados não serão definidas livremente pelas instituições (como acontece com os já existentes) mas, antes, fixadas centralmente pelo ministério em montantes sensivelmente idênticos aos das actuais propinas das licenciaturas. A ideia declarada é, através de um controlo de preços a um nível baixo, generalizar a frequência dos mestrados, abrindo-os a novos públicos, nomeadamente aos estudantes-trabalhadores adultos que se desejem qualificar.

Este modo de conceber o ensino superior constitui a manifestação mais recente da ideologia igualitária. Conduzirá ao desperdício da oportunidade aberta pelo processo de Bolonha de acentuar a diversidade no ensino, de criar algumas (necessariamente poucas) instituições de nível internacional e de adaptar o sistema de ensino às reais necessidades do País. No processo, transformará todo o ensino superior num gigantesco sistema de formação profissional.

O culto da massificação patenteado é um bom exemplo da abordagem "se uma aspirina faz bem, cinco fazem melhor" como qualquer país precisa de licenciados, mestres e doutores, então quantos mais existirem melhor. Mas, na realidade, não existe qualquer relação de causa-efeito comprovada entre o número de mestres (ou, mesmo, despesa com o ensino superior) e uma maior produtividade ou riqueza. Os gastos relativos de Portugal com o ensino superior são da ordem de grandeza dos da Alemanha, Reino Unido ou Japão, que, obviamente, apresentam superiores níveis de prosperidade.

3. Qual deve ser o papel do ensino superior? Antes de tudo, preparar os estudantes para a vida profissional. Não no sentido estreito de um programa de formação mas antes ensiná-los a explorar e a adaptarem-se. Deve identificar talentos e dar-lhes uma formação simultaneamente teórica e aplicada que responda às necessidades da economia.

É por possibilitar o correcto ajustamento entre as necessidades da economia (e oportunidades de emprego), as escolhas dos estudantes e a oferta de cursos pelas escolas, que a questão das propinas é fulcral.

As instituições de ensino superior devem poder fixar livremente as propinas de todos os cursos que oferecem (quer licenciatura quer mestrado). Para garantir um acesso independente do rendimento familiar, o Estado deve promover a criação de uma sistema de empréstimos aos estudantes, que começarão a ser pagos uma vez concluídos os estudos. A obrigação de reembolso do empréstimo levará a uma maior aplicação nos estudos (e à edução do insucesso escolar) mas, acima de tudo, reduzirá os incentivos à escolha de especialidades que conduzam ao desemprego. Os estudantes serão, muito naturalmente, levados a procurar, e as escolas a oferecer, as especialidades mais ajustadas às necessidades da economia.

Um sistema que descentralize o financiamento e a decisão criará ainda incentivos para que as instituições se especializem em diferentes nichos de tipo qualidade-preço dos serviços que oferecem. Por exemplo, alguma instituições poderão escolher oferecer um ensino profissionalizante, de massas e a baixo preço, enquanto outras poderão escolher ser uma boutique, oferecendo um ensino generalista, caro e para pequenos números.

4. Pretender aplicar regras idênticas e centralmente definidas conduz a um ensino nacionalizado e uniforme. Tal será prestar um mau serviço aos estudantes e ao País. Tendo as instituições, tal como os estudantes, ambições e capacidades distintas, o nivelamento só pode acontecer na mediocridade.

É tempo de recuperar a máxima maoísta "que mil escolas floresçam e que mil flores desabrochem". Para o conseguir, e aqui o velho Mao Tsé-Tung dará uma volta no túmulo, basta deixar que, também no ensino superior, o sistema de preços funcione.
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20/05/2005

Mancha solar gigante


Uma mancha solar gigante emerge entre 10 e 14 de Janeiro de 2005. Créditos: SOHO.

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Robots procurarão depósitos de água lunares


Sumário – (29 de Abril de 2005) Antes de haver novas pegadas humanas na Lua, robots terão já feito à superfície o trabalho de busca de fontes de água gelada que poderão ser usadas como combustível, como fontes de ar ou utilizadas no crescimento de plantas.

O primeiro a ser lançado será o Lunar Reconnaissance Orbiter (Orbitador de Reconhecimento Lunar), agendado para 2008.

Transportará 6 instrumentos diferentes e mapeará a superfície lunar em grande pormenor.

A partir dessa altura uma nova missão será lançada por ano, até que o homem chegue [de novo] à Lua, espera-se que até 2020.

Desenvolvimento (em inglês).

19/05/2005

Ana Gomes e o Arroz Malandro


Ana Gomes voltou à carga, desta vez disparando para Condoleezza Rice, referindo-se a ela como Sra Arroz.

Podia ter-se referido a ela como Sra Arroz Doce: Condoleezza significa mais ou menos “com doçura”. Arroz doce, portanto.

A má fé de Ana Gomes volta a estar patente.

Diz Ana Gomes que a visita de Rice foi apara consumo interno americano (norte americano, supõe-se – não parece provável que Ana Gomes se esteja a referir à América do Sul).

Bom, para consumo europeu não seria certamente, porque a Europa nestas matérias nada risca. Tenta riscar se lhe cheirar a proventos económicos, mas só nesse caso e só se daí não puderem vir a ocorrer baixas próprias. Os asiáticos têm mais em que pensar, os africanos têm pouca margem para pensar, etc,. Talvez não seja o caso do Médio Oriente, do Iraque e, evidentemente, dos Estados Unidos da América.

A viagem seria para consumo interno dos EUA, mas Ana Gomes esqueceu-se de referir os encontros com os dirigentes iraquianos. Talvez suponha que façam parte da administração dos EUA ou prefira fazer de conta que não existem.

Ignora em absoluto (agora como antes) o sofrimento do povo iraquiano – para ela o Iraque só existe na medida em que é fonte do martírio dos norte americanos, gáudio de Ana Gomes.

Ana Gomes preocupa-se com razões que “consolem a América” mas, mais uma vez, ignora a necessidade de consolo dos iraquianos. Já agora há que notar que, em matéria de consolo, não será a multilateralista Europa (só a pacifista) a consolar os iraquianos, porque nem sequer apoio moral deu à sua libertação.

A má fé de Ana Gomes vai mais longe. Suponho, aliás, que já não se tratará de má fé, mas pior, muito pior – e não é só malandrice (arrozeira ou de bacalhau com todos).

Ana Gomes sabe certamente que, no Iraque, há um problema de falta de eficácia do exército iraquiano, anda em consolidação e sabe porquê.

Ana Gomes sabe que esse exército está ainda numa fase algo incipiente, e sabe que, nessa fase, assumir um combate directo e arriscado aos terroristas (que ela não nomeia mas a que também não tem a coragem de chamar patriotas) na presença de um exército norte americano bem organizado, corajoso e eficaz (coisa com que certamente não concorda - mas é um problema dela), leva facilmente os soldados iraquianos a uma inércia que, se por um lado não abona muito em favor das teses patrióticas defendidas por muitos (Ana Gomes inclusivé), por outro lhes salva a pele – coisa pouco displicente para eles, como para os europeus pacifistas e multilateralistas. Ana Gomes sabe tudo isto, mas faz de conta que não sabe, preferindo tentar o golpe baixo, envenenando arroz.

Ana Gomes percebe evidentemente que Condoleezza Rice está a pressionar as autoridades iraquianas (e indirectamente o exército iraquiano) no sentido de que assumam o controlo do território que permita a desocupação (coisa que Ana Gomes agora parece não desejar – porque as mortes de americanos lhe vão alimentando o ego).

Talvez devesse aprender o que é frontalidade – George Bush é exemplo suficiente para valorizar Ana Gomes - caso ela seja capaz de o perceber (já se sabe que não é porque … blá, blá, blá).

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Adriano Moreira - Os custos da vitória


Adriano Moreira é um dos comentadores de assuntos internacionais que mais respeito.

Crítico contundente da administração Bush, vai deixando, de cada vez que aborda a questão da guerra no Iraque, pistas no sentido da crítica paralela à política europeia, nomeadamente no que respeita ao “multilateralismo”.

No DN de 17 de Maio de 2005, uma frase de Adriano Moreira é particularmente clara:
Não é razoável imaginar que ao eventual unilateralismo de intervenções discutíveis se pode responder com um multilateralismo de abstenções.
Caso o referido artigo deixe de estar acessível no site do DN, pode ainda ser lido aqui.

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Pedimos desculpa por esta interrupção …

Pedindo desculpa aos leitores, aqui retomo, mesmo que menos intensamente, a publicação de artigos.

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05/05/2005

Eclético - bom Blogue

Pena é ter muita coisa em inglês (pessoalmente aguento-me), mas sei que traduzir dá muito trabalho.

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04/05/2005

Alguém sabe de Ana Gomes?


Há que tempos que Ana Gomes nada escreve no Causa Nostra. Estou a ficar preocupado.

Faltando-me essa fonte de inspiração, e enquanto vou lambendo as feridas provocadas por tão vincada ausência, relembro estes meus artigos anteriores (sobre artigos da senhora, pois claro):

O cano roto
O Hilariante planeta dos gambuzinos de Ana Gomes
A decisão do Presidente da República (tangencialmente)

Supunha que eram mais ... devo ter perdido algo. Anda o blog a comer artigos, andará à solta o monstro das bolachas ou terá havido um contra-ataque de gambozinos?

Inquietação:
Não seria do máximo interesse (académico, evidentemente) se o Avatares de um Desejo se debruçasse sobre a inextricável lógica dos artigos de Ana Gomes e a inquietante expressão de Mona Lisa.

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03/05/2005

Absolutamente Errado


Transcrição de um artigo do blog Jaquinzinhos - mais uma cavalidade jornalística

Título do Público:

"PIB dos EUA ao nível mais baixo dos últimos dois anos."

O joranlista confundiu PIB com 'crescimento do PIB'. O crescimento do PIB no 1º trimestre de 2005 (anualizado) foi de 3,1%. Desde o primeiro trimestre de 2003 que o PIB crescia sempre acima deste valor. A confusão do jornalista é absoluta. O título correcto seria:

"PIB dos EUA ao nível mais alto dos últimos dois anos."

O jornalista escreve também que esta evolução é decepcionante. Crescer a 3,1% ao ano é decepcionante. Portugal não cresce a este ritmo desde 1999. Vou gostar de ler o que este homem vai escrever sobre a evolução da economia portuguesa nos próximos anos.

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O Jornalista confundiu PIB com crescimento do PIB, e vai, provavelmente, continuar a confundir. Já agora lembro este outro jornalista, que atacado de confusões idênticas declarou posteriormente, ainda por cima, que, como a vasta maioria dos portugueses, era avesso a matemáticas ... (estamos, evidentemente, a falar de matemática"s" da 4ª classe - 'rocket science').

Entretanto, é claro que abundantes especialistas de esquerda hão-de ligar a hecatombe do dito crescimento à guerra do Iraque. Outros, do mesmo lado, mais avisados, dirão que, afinal, o sucesso do dito crescimento será consequência da guerra do Iraque - à custa dos iraquianos (pois claro).

Como a história dos 100.000 mortos ...

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Viver morto

E quando estou a tentar explicar aos alunos algo mais complexo e eles disparam: “mas stôr, para que é que isso serve tudo se a única coisa que a gente vai fazer é assim tipo coisas mais simples?”

Dá-me vontade de lhes responder: olhem, matem-se … há lá coisa mais fácil que viver morto!

Estou convencido de que não vi este filme antes, porque não era nascido. O que me espanta é conseguirmos ter ainda electricidade nas tomadas ...

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02/05/2005

Kumba Ialá esperneia …



Kumba Ialá resolveu reclamar que a medida do governo português de avisar os seus (portugueses) cidadãos no sentido de evitarem deslocar-se à Guiné nos próximos tempos é uma ingerência de Portugal nos assuntos internos da Guiné.

Faz lembrar os recorrentes abespinhanços das autoridades das ex-colónias, de cada vez que, nos anos 70, um jornal português publicava algo de que não gostavam. Reclamavam então essas novas “autoridades” que o governo português controlasse os jornais portugueses …

Voltando ao assunto inicial, espera-se que o governo português governe os seus cidadãos como o devia fazer o governo gineense (isto, sim, é uma ingerência, mas estou-me nas tintas). Faz parte da esfera das decisões de cada governo, avaliando os riscos, aconselhar, ou não, deslocações dos seus cidadãos a territórios estrangeiros. Que a Guiné está, outra vez, à beira da guerra interna, é mais que óbvio.

A reclamação de Kumba Ialá (como aliás esta outra) não tem outro efeito que o de transformar uma decisão do estrito foro interno de Portugal numa ingerência auto-importada.

Reafirmando que nenhum gineense merece os dirigentes que tem tido, relembro Vinícius: “a burrice não tem transplante”.

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Jorge Sampaio e a fuga ao fisco



O Presidente da República Jorge Sampaio, declarou um dia destes que só por via de um impiedoso combate à fraude fiscal seria possível esperar um abaixamento geral de impostos.

Lamento, mas parece-me difícil acreditar que tal possa vir a acontecer.

Nunca, até agora, e apesar de múltiplos anúncios de haver avanços no combate à fraude, houve o mais pequeno abaixamento de impostos.

Lembro, por exemplo, a história dos jeeps: foi declarado que os jeeps iam (e foram) passados a ser tributados como os restantes ligeiros (por razões que não vêm ao caso mas que achei correctas), e a essa subida não correspondeu a mínima descida dos restantes veículos, deixando perceber que se tratava, simplesmente, de uma medida para agravamento de impostos e não de equilíbrio tributário.

Suponho que ninguém acreditará nem por um segundo, que tal possa vir a acontecer mesmo que o combate à fuga seja coroado de sucesso, porque se percebe que não é essa a intenção. Para tornar sólida a subjacente promessa bastaria, aliás, quantificar: a ‘x’ de recuperação de impostos “extraviados” corresponderá ‘y’ de abaixamento generalizado.

Nem Jorge Sampaio nem nenhum governante foi, até agora, por aí.

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Já se cá sabia – Saddam e Kim Il-Sung, herois da esquerda (?) II

No espaço reservado a comentários, Votem nas Putas (aparentemente) responde ao meu comentário ao seu artigo: Já se cá sabia.
Comentário ao comentário de Range-o-Dente:

O que determinada esquerda pensa, não sei. O que eu penso é que, quando se querem derrubar ditaduras se deve assumir essa louvável actuação com frontalidade. Do mesmo modo que a intenção de consolidar posições geoestratégicas não deve ser camuflada com desculpas de combate ao terrorismo ou quaisquer outras. O que esta esquerda exige é que não se inventem pretextos para prosseguir políticas encapotadas.
Comentário ao comentário ...

Sendo assim, o caminho correcto - que a esquerda não tomou - seria o de declarar que apoiava o ataque no sentido de obter o desmantelamento da ditadura mas que não ia na historia das ADMs. Essa declaração de apoio nunca foi feita, bem pelo contrário (de lembrar que a esquerda sempre declarou que não se instalavam democracias pela força – ainda na véspera das eleições iraquianas sempre previstas como de altíssimos níveis de abstenção).

Votem nas Putas declara agora como “louvável” essa actuação. Pode, sem dificuldade concluir-se, que do ponto de vista do referido blog, George Bush fez, afinal, algo de louvável - declaração sem dúvida surpreendente.

Ainda sobre a consolidação da ocupação de posições camuflada de combate ao terrorismo, trata-se de um ponto de vista absolutamente niilista. Como é possível combater o que quer que seja, com sucesso, sem consolidação de posições? O que se pretenderia alternativamente? Que os norte americanos atacassem e seguidamente retirassem das posições geo-estratégicas entretanto alcançadas deixando o terrorismo reocupar o terreno para que depois a esquerda dissesse que as operações se tinham saldado num fracasso?

Verterei mais tarde alguns caracteres sobre a história das ADMs, e explicarei porque me parece que as consequências da sua inexistência constituem um erro estratégico de maior monta para a esquerda e para Europa que para os Estados Unidos da América.

O que exigido à esquerda é que não se contradiga em cada duas palavras.

Adenda (3 de Maio)

Votem nas Putas escreve:
“O que esta esquerda exige é que não se inventem pretextos para prosseguir políticas encapotadas.”
Para ser coerente com o conteúdo, deveria escrever:
O que esta esquerda exige é que não se inventem pretextos para prosseguir políticas correctas.
Nessa altura eu estaria de acordo.

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Há luz verde para o desdobramento do radar da Marsis



Algo de muito interessante se passa aqui. Logo que tenha tempo farei a tradução do artigo.

É uma missão da ESA, Agência Espacial Europeia.

Já agora, os europeus dão muito pouca importância ao projecto espacial europeu. Nem sequer proporcional ao que os americanos dão em relação ao seu programa e tendo em atenção as respectivas magnitudes.

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