30/04/2007

Violência nas Escolas

[Mais uma escapadela à Net para aqui colocar uma achega que me chegou por e-mail. Desconheço a fonte.]

Especialistas reunidos em Espanha

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar
Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
Os participantes no encontro "Família e Escola: um espaço de convivência", dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

"As crianças não encontram em casa a figura de autoridade", que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

"As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa", sublinhou.

Para Savater, os pais continuam "a não querer assumir qualquer autoridade", preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos "seja alegre" e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, "são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os", acusa.

"O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar", sublinha.

Há professores que são "vítimas nas mãos dos alunos".

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que "ao pagar uma escola" deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão "psicologicamente esgotados" e que se transformam "em autênticas vítimas nas mãos dos alunos".

A liberdade, afirma, "exige uma componente de disciplina" que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

"A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara", afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, "uma oportunidade e um privilégio".

"Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina", frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que "têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos".

"Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia", afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que "mais vale dar uma palmada, no momento certo" do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.
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28/04/2007

Incêndios provocados por radiações de telemóvel

Estou com falta de tempo, mas não posso deixar de aqui vir para declarar que as 'notícias' veiculas pela comunicação social, pela SIC em particular, sobre "incêndios provocados pelas radiações de telemóvel" não passam de uma absoluta imbecilidade.

É apenas 'jornalismo' pela sua mais ignorante faceta.

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25/04/2007

25



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P

P... de alergia.

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24/04/2007

Formatos de Imagem

Esta imagem ilustra bem o assunto.

Atenção que pelo menos em PAL e NTSC, digitalizados em 720x576 e 720x540 respectivamente, os resultantes pixeis são rectangulares. Isto faz confusão a muita gente, mas é assim.

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19/04/2007

A escola que temos

A ESCOLA QUE TEMOS (Vasco Graça Moura)
A escola que temos não exige a muitos jovens qualquer aproveitamento útil ou qualquer respeito da disciplina. Passa o tempo a pôr-lhes pó de talco e a mudar-lhes as fraldas até aos 17 anos.

Entretanto mostra-lhes com toda a solicitude que eles não precisam de aprender nada, enquanto a televisão e outros entretenimentos tratam de submetê-los a um processo contínuo de imbecilização.

Se, na adolescência, se habituam a drogar-se, a roubar, a agredir ou a cometer outros crimes, o sistema trata-os com a benignidade que a brandura dos nossos costumes considera adequadas à sua idade e lava-lhes ternurentamente o rabinho com água de colónia.

Ficam cientes de que podem fazer tudo o que lhes der na real gana na mais gloriosa das impunidades. Não são enquadrados por autoridade de nenhuma espécie na família, nem na escola, nem na sociedade, e assim atingem a maioridade.

Deixou de haver serviço militar obrigatório, o que também concorre para que cheguem à idade adulta sem qualquer espécie de aprendizagem disciplinada ou de noção cívica.

Vão para a universidade mal sabendo ler e escrever e muitas vezes sem sequer conhecerem as quatro operações. Saem dela sem proveito palpável.

Entretanto, habituam-se a passar a noite em discotecas e noutros proficientes locais de aquisição interdisciplinar do conhecimento, até às cinco ou seis da manhã.

Como não aprenderam nada digno desse nome e não têm referências identitárias, nem capacidade de elaboração intelectual, nem competência profissional, a sua contribuição visível para o progresso do país consiste no suculento gáudio de colocarem Portugal no fim de todas as tabelas.

Capricham em mostrar que o "bom selvagem" afinal existe e é português.

A sua capacidade mais desenvolvida orienta-se para coisas como o /Rock in Rio/ ou o futebol. Estas são as modalidades de participação colectiva ao seu alcance e não requerem grande esforço (do qual, aliás, estão dispensados com proficiência desde a instrução primária).

Contam com o extremoso apoio dos pais, absolutamente incapazes de se co-responsabilizarem por uma educação decente, mas sempre prontos a gritar aqui-d'el-rei! contra a escola, o Estado, as empresas, o gato do vizinho, seja o que for, em nome dos intangíveis rebentos.

Mas o futuro é risonho e é por tudo o que antecede que podemos compreender o insubstituível papel de duas figuras como José Mourinho e Luiz Felipe Scolari.

Mourinho tem uma imagem de autoridade friamente exercida, de disciplina, de rigor, de exigência, de experiência, de racionalidade, de sentido do risco. Este conjunto de atributos faz ganhar jogos de futebol e forma um bloco duro e cristalino a enredomar a figura do treinador do Chelsea e o seu perfil de /condottiere/ implacável, rápido e vitorioso. Aos portugueses não interessa a dureza do seu trabalho, mas o facto de "ser uma máquina" capaz de apostar e ganhar, como se jogasse à roleta russa.

Scolari tem uma imagem de autoridade, mas temperada pela emoção, de eficácia, mas temperada pelo nacional-porreirismo, de experiência, mas temperada pela capacidade de improviso, de exigência, mas temperada pela compreensão afável, de sentido do risco, mas temperado por um realismo muito terra-a-terra.

Ora, depois de uns séculos de vida ligada à terra e de mais uns séculos de vida ligada ao mar, chegou a fase de as novas gerações portuguesas viverem ligadas ao ar, não por via da aviação, claro está, mas porque é no ar mais poluído que trazem e utilizam a cabeça e é dele que colhem a identidade, a comprazer-se entre a irresponsabilidade e o espectáculo.

E por isso mesmo, Mourinho e Scolari são os novos heróis emblemáticos da nacionalidade, os condutores de homens que arrostam com os grandes e terríficos perigos e praticam ou organizam as grandes façanhas do peito ilustre lusitano. São eles quem faz aquilo que se gosta de ver feito, desde que não se tenha de fazê-lo pessoalmente porque dá muito trabalho. Pensam pelo país, resolvem pelo país, actuam pelo país, ganham pelo país.

Daí as explosões de regozijo, as multidões em delírio, as vivências mais profundas, insubordinadas e estridentes, as caras lambuzadas de tinta verde e vermelha dos jovens portugueses. Afinal foi só para o Carnaval que a escola os preparou. Mas não para o dia seguinte."

Vasco Graça Moura
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11/04/2007

Global Warming - Doomsday Called Off

Mais um documentário sobre o disparate do aquecimento global antropogénico.

Pode ser visto aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui, (5 partes) [via].

[Actualização II]

Fundamental ler este artigo e ainda este outro de (via Mitos Climáticos), acerca do “Hockey Stick”. Mais um barretanço do IPCC.

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09/04/2007

Aquece, arrefece, aquece, arrefece

Veja-se este vídeo para que se perceba a amplitude em que os gelos são fundidos e recriados no Polo Norte.

Perceba-se quão estúpidas são as imagens, normalmente transmitidas nas TVs, em que uns pedaços de gelos são mostrados a derrocar.

De cada vez que os gelos recuam, aí está uma prova de aquecimento global antropogénico. Quando os gelos avançam, a coisa é ignorada.

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05/04/2007

Intendência

Vou de frosques, por um par de dias.

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Aquecimento global em Marte



Depois de Plutão, é a vez de Marte mostrar estar também envolvido num processo de aquecimento global.

Deve ser por estes gajos andaram lá a acelerar.

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04/04/2007

Intendência

Atenção que, quando alguém deixa um comentário, eu não recebo, como era suposto, um aviso nesse sentido.

Parece que se mantém, há meses, um bug no Blogger.

Queiram ter a gentileza, se for caso para isso, de me dar indicação por aqui: range.o.dente@gmail.com.

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Bebedeiras em cascata

Em sequência a vários assuntos levantados pelo Baldassare, volto à carga.

Volto a afirmar que a escola, na sua faceta mais visceral, se resume a um triângulo: Matéria, professor, aluno (deixo a discussão sobre a ordem apropriada para quem gosta de discutir o sexo dos anjos).

O professor ensina a matéria, o aluno aprende a matéria. A matéria é o elo de ligação.

Os alunos mais novos (pelo menos até ao 9º ano) não podem ter voto quando se trata de escolher o que querem ou não aprender. A partir daí e até determinado ponto, poderão apenas escolher o ramo a que queiram mais dedicar-se (por sua exclusiva responsabilidade).

Já agora, contrariamente ao que algumas luminárias do Ministério da Educação(?) pensam, a educação deve, fundamentalmente, ser dada pela família. À escola cabe primordialmente ensinar e, só depois de o conseguir fazer eficaz e eficientemente pode pensar noutros voos (não quer dizer que não tenham lugar uns laivos de educação, mas a coisa fundamental é ensinar matéria – coisas relativas ao mundo em que vivemos, como mortais que somos). Aliás, o Ministério deveria chamar-se Ministério do Ensino.

Já se sabe que as famílias são uma manta de retalhos que, a existirem com alguma solidez, se reúnem à volta do maior caixote de lixo da história, a televisão, snifando gases putrefactos. Ou se reúnem ou se isolam, cada um por sua conta, frente a TVs ou ainda a computadores onde a Internet, manancial fonte de copy+paste e chats imbecis, domina a educação caseira.

Entre os alunos instalou-se um clima em que é rejeitado (pelo grupo, de comportamento cada vez mais acarneirado), todo o aluno que não “curte”, na totalidade (pois claro) a estupidez reinante.

Paralelamente à instalação deste clima, as tais luminárias do ministério foram criando um novelo de absurdos, capitaneado pelas Ciências da Educação.

Esse novelo foi começando simplesmente por se tornar um estorvo ao ensino (aquela coisa que na escola se espera que aconteça), para, paulatinamente, ir tentando desmanchar o tal triângulo das tripas. Ir tentando, quer dizer, escaqueirando.

Á medida que das luminárias foram vertendo paradigmas (héhé), a escola foi começando a conseguir ensinar cada vez menos.

O aluno não aprende? Porque o método não é correcto.

O aluno não aprende? Porque não lhe foram feitas as perguntas correctas.

O aluno não aprende? Porque lhe faltam os equipamentos adequados.

O aluno não aprende? Porque há muita indisciplina, perdão, porque os alunos são problemáticos, perdão, são originários se bairros problemáticos. (Parece que 95% do país é composto por bairros problemáticos)

O aluno não aprende? Porque as aulas não são “apelativas”.

O aluno não aprende? Porque “a matéria sugerida não é a que lhes interessa”.

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Qualquer mortal percebe que, implicitamente, está em jogo a autoridade e o poder do professor.

Já sei que o Baldassare não gosta da palavra ‘poder’, mas isso é um problema dele. Não há autoridade sem poder, a não ser na cabeça(?) das tais luminárias – não só mas também, já se percebeu. À guisa de sugestão sugiro que o Baldassare, antes de dormir, repita 50 vezes a frase “autoridade e poder são duas faces do mesmo todo”, e medite o seu significado. Se mesmo assim não for lá, problema dele. Esta coisa de aprender quase nunca acontece sem suor.

Voltando às aulas, a escola tem-se transformado numa espécie de prolongamento do jardim de infância, uma coisa destinada a fazer passar o tempo sem se dar por isso. Uma alternativa à ida à revista, onde o aluno, coisas passiva, assiste e gosta ou não.

O novelo de absurdos criado à volta do triângulo, acabou por absorvê-lo, tendo-se entrado no reino do disparate total. Pretende-se que os alunos aprendam, sem esforço, coisas que lhes são sugeridas como mera hipótese de diversão.

Há pessoas que supõem que alunos desta idade têm “crenças” que o professor não deve contrariar: a aula certificadora do bom selvagem.

Como é de esperar, o resultado é patente. Cada vez se aprende menos, sobre o que quer que seja. A estatística não ajuda, a culpa é da estatística, escaqueira-se a estatística. O aluno continua a não aprender, naturalmente porque a matéria é inadequada. Curiosamente nunca é substituída, apenas removida.

A fasquia que, em cada momento, cada aluno tem pela frente vai sistematicamente baixando e, mesmo assim, a estatística não melhora.

As luminárias ficam perplexas (palavra que eles adoram), mas insistem em negar a realidade. As intenções deles são as melhores, logo, o mundo está errado.

As luminárias, munidas de uma verborreia do politicamente correcto, levam a arte ao zénite do nada.

Os alunos continuam sem aprender, entretanto em segunda geração: os papás respectivos despejam os rebentos na escola como se esta os substituísse.

Já sei que o Baldassare acha que eu defendo coisas do tempo da outra senhora (coisas de Velho do Restelo – percebendo-se que, de Velho do Restelo, o Baldassare nada percebe). Sugiro que ele leia este artigo, do Pacheco Pereira, em que ele explica a origem do politicamente correcto. [Não consegui link para o original do Abrupto, converti o artigo em PDF].

A cambada continua a sair da escola cedo demais e, mesmo quando lá fica mais uns tempos, a aprender pouco.

Os programas vão sendo dizimados de matéria e os canudos lá vão sendo distribuídos, como se isso tivesse alguma importância no mundo real: aquele em que as pessoas decidem, frente a uma prateleira de supermercado, por determinado produto em função da relação preço qualidade.

O Ministério continua a supor que o copy+paste é suficiente.

A malta não aprende o suficiente para se aguentar face a americanos, japoneses, ingleses, franceses, alemães e agora, blasfémia, indianos e chineses. Não bastava já estes dois ganharem menos que a malta e, ainda por cima, parecem trabalhar melhor que nós. Porque será? Será que nas escolas chinesas se ensina pelas mesmas bitolas que aqui?

O Velho do Restelo avisou: vejam lá onde se vão meter.

Descobrimos o caminho de água para a Índia, mas os proveitos foram esbanjados em sumptuosidade. Quem ganhou?

Pouco depois o ouro do Brasil. As riquezas eram trocadas por quinquilharia mais ou menos vistosa no Mar da Palha – nem chegava a terra. Quem ganhou?

Nas colónias de África nem tanto. Não f...... nem saímos de cima.

Na Comunidade, uma parte significativa do cacau foi refundida em BMWs. Os alemães agradeceram. De outra parte fizeram-se infra-estruturas que agora nos vemos à rasca para manter. Do que sobrou fizemos formação, mas esquecemo-nos, mais uma vez, de chamar à atenção dos alunos que a parte que lhes competia era a parte em que era suposto aprenderem (e, se calhar, a história vai repetir-se brevemente).

Milhares e milhares de gajos fizeram formação em quantidades industriais. Tudo servia. Qualquer gajo se inscrevia em cursos de cabeleireiro após ter terminado um de informática. Tiravam-se cursos em chouriço. Resultados?

Os centros de formação que pretendiam manter padrões mais elevados aplicavam o chumbo sem tibiezas, mas logo apareciam umas luminárias chamando a atenção que a estatística (os ‘ratios’ como eles gostam) estavam demasiado baixos e, portanto, havia que alinhar na balda generalizada - ou os subsídios seriam capazes de escassear.

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Já com o lodo pelo pescoço, aparece uma ministra que não sabe muito bem para que lado se há-de virar. Globalmente tem feito um trabalho razoável, mas ainda está para se ver o que pretende ela parir em relação à matéria e à disciplina.

A história da TLEBS não abona em favor dela. A história da disciplina também não se percebe muito bem. Um leitor habitual deste blog chamou a atenção para que possa ser provável que ela retroceda o caminho que tem vindo a ser seguido (desautorização do professor) apenas por lhe parecer uma coisa inevitável (dai mais poder ao professor e mais responsabilidade à família) mas ele chama a atenção de que isso pode ser uma decisão a contra-gosto.

A disciplina é um valor fundamental de qualquer sociedade que se preze. Disciplina em tudo. Horas de chegada, de estudo, de ir para a cama (dormir o suficiente), etc.

Exercitando a imbecilidade generalizada, curte-se o canudo do 12º com uma viagem a Espanha onde se apanham bebedeiras em cascata, ao som de música chunga. Só se acorda quando o Sol se põe, vai-se para a cama mal ele desponta. Fornica-se muito também.

Conhecer, de facto, o local para onde se vai? Só se for as reives lá do sítio. Que outra coisa poderia ser?

... e por aqui, provavelmente, me fico. Já teclei mais do que suponha ser necessário para explicar o óbvio.

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03/04/2007

Alienígenas em Saturno?



Estrutura Hexagonal em Saturno, Polo Norte.

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