22/05/2008

Intendência

Estou a publicar regularmente no Fiel Inimigo.

.

Os EM

Conheço dois tipos de estúpidos: os que nascem estúpidos e os estúpidos militantes (EM).

Naturalmente estúpido é aquele a quem a natureza ou os genes dos antepassados, pregou uma partida.

A generalidade dos naturalmente estúpidos que conheço são esforçados e conseguem quase sempre atingir um qualquer patamar, forçando-se numa luta corpo a corpo com o aprender. Essas pessoas merecem-me toda a consideração e encaro o meu esforço a favor deles como uma obrigação.

Os EM são uma outra espécie, aparentada às carraças.

Como os cães, os EM reagem a estímulos condicionados. Por exemplo, a frase “obriguemos o capital a pagar impostos” provoca-lhes um orgasmo. Entregam-se a infinita conversa sobre os malefícios do capital e acedem aos mais grunhentes orgasmos passando ao lado do facto de se tratar de um puro acto masturbatório. No mundo real, aquele em que, entre outros, os estúpidos naturais procuram levar por diante a sua vidinha, as reacções são as do homem que de vez em quando, petisca um prato de caracóis.

Quando um qualquer iluminado aplica impostos às empresas, o resultado é sempre e apenas um: todo e qualquer cidadão irá pagar, chapa batida, directamente da carteira, a verba que irá ser triturada em parte incerta.

No caso de uma empresa multinacional se a coisa se complica e o volume de vendas baixa em resultado do aumento de custos de produção, a empresa procura melhores ares deslocalizando-se.

A palavra deslocalização provoca rosnadelas em virtude de ser capaz de gerar azias aos EM. Por um lado potencia a qualidade dos orgasmos, por outro anula-os ao perceberem que algo correu ao arrepio das suas certezas.

Como suores, afloram os “argumentos” segundo os quais os preços de produção em nada interessam porque “produto nacional” tem outro substrato (como os “produtos naturais”). Habituados a frequentar lojas de luxo, os EM ignoram que as lojas de produtos chineses estão cheias de gente que não sente qualquer arrepio pelo que compra. São pessoas que, não tendo qualquer problema em misturar-se com os naturalmente estúpidos, vão tentando de igual forma levar a bom termo a sua vidinha.

Ás empresas que apenas trabalham para o mercado nacional, há duas preocupações. A primeira, a de perceber se o dito imposto (ou norma imposta que tenha custos) é mesmo para cumprir.

Quando qualquer norma imposta (ou imposto) a uma empresa não é globalmente cumprida, a coisa turva-se, levando a melhor quem consegue passar ao lado. O EM rejubila, apontando ao bicho homem as imperfeições da praxe, mas é insensível à quantidade enorme de alarvidades legislativas que se não adaptam ao mundo real. Não é de estranhar essa insensibilidade porque brota habitualmente de cabeças orgasticamente iluminadas.

Se a coisa não é para cumprir as empresas que tentam manter a legalidade fecham, levantando nuvens de despedimentos, e com elas novas perplexidades em matéria de orgasmo.

Se a coisa é para cumprir, fazem-se contas e repercute-se a despesa extra sobre o produto final que será pago, adivinhe-se por quem.

Mas tributar o lucro das empresas, tributar o lucro dos capitalistas, (do “grande capital” como os EM gostam de referir) é sempre conversa da praxe a favor, evidentemente, dos “desfavorecidos”, daqueles em que “nunca ninguém pensa”.

.

1968

Atenção, que cada um das partes (1ª e 2ª parte de um mesmo programa) tem cerca de 50 min de duração.



.

2-2=4

A esquerda estúpida caracteriza-se por achar normal que 2-2=4.

Vejamos Marcos Perestrello, insigne deputado do PS.




A gasolina não é cara, é barata, porque noutros países é mais cara. Está muito cara, não porque a tributação seja alta, mas porque as petrolíferas estão a levar coiro e cabelo.

Mas Perestrello tem uma solução: aplicar mais impostos às petrolíferas. Dessa forma, a gasolina que já é mais barata do que deveria ser, vai ficar ainda mais barata.

Há por aí umas coisas eStran_has que estão imbuídas desta lógica.

As "energias alternativas" não são viáveis. Para não dar muito nas vistas anuncia-se, sistematicamente, que há já uma apreciável capacidade instalada de 1.100MW, e que esta capacidade dá para alimentar isto e mais aquilo.

Dá para alimentar...

Daria. Daria, não fosse dar-se o caso de custar 10x mais que as convencionais mesmo sem ter em conta que tem apenas um rendimento médio de uns 25% (com muito boa vontade). Na verdade, o rendimento do sistema tende a baixar quando mais é preciso: no pico do verão e do inverno.

Mas é fundamental que assim seja, de outra forma seria desnecessária a aplicação de impostos sobre as fontes convencionais de energia, impostos aliás, que “viabilizam” a utilização das “renováveis”.

E quanto mais impostos se aplicarem, mais “viáveis” serão as “renováveis”. Aliás, Perestrello foi eleito pelas “renováveis” para defender os seus melhores interesses contra a ganância da população que teima em reclamar que paga a gasolina demasiado cara.


Actualização:

Um leitor deixou em comentário este link, que também pode ser consultado em PDF.

No EcoTretas, há uma tabela esclarecedora sobre o custo dos vários tipos de fontes de energia.

.

Voos secretos

Ouvi hoje numa rádio qualquer que Ana Gomes apoia uma intervenção militar em Myanmar para forçar a entrada de ajuda humanitária.

Será mesmo verdade? A ser, por voos legais ou secretos?

....

Cá está:
É tempo de a comunidade internacional - através da ONU, das ONGS humanitárias e dos media internacionais - entrar de roldão na Birmânia.
Entrar de roldão: uma nova estratégia multilateralista de paz.

Bem diz Fernando Martins no Cachimbo de Magritte:
Sempre me pareceu haver qualquer coisa do presidente George W. Bush na deputada Ana Gomes!
.

Do socialismo

Cá está. Estes dois, socialistas dos 4 costados, são ainda mais iguais que os outros. Que giro.

Será que eu poderia ficar isento de pagamento de impostos se perguntasse aos outros portugueses se se importariam? Talvez até se pudesse fazer um referendo.

O nosso 1º não tem vergonha na cara.

[Via Blasfémias]

.

Lockdown

Valerá a pena ler este artigo sobre "educação moderna".

Não tarda muito seremos mais broncos que a generalidade dos chineses, mas quereremos ainda ganhar como nababos. Cá pr'a mim teremos azar.

.

Distraidos

Relembrando a histeria da esquerda face ao Katrina, não posso deixar de notar o seu silêncio perante as autoridades de Myanmar.

- Não avisaram (não deixaram avisar) as populações da aproximação do problema
- Negaram as consequências
- Negaram inicialmente ajuda
- Negaram a entrada de apoio humanitário (pessoal)
- Aplicam autocolantes com nomes de generais locais à pouca ajuda que é distribuida
- Canalizam uma boa parte da ajuda para a estrutura de poder

Supõe-se que, no caso de Bush, a esquerda tenha entrado em parafuso por não se verificar qualquer dos itens acima.

.

Icebergs de idiotas

O “aquecimento global”, particularmente em função do fantasmagórico CO2, tem estado na moda e vive nele todo o tipo de fauna.

Há cientistas que estão convencidos que pode (no sentido real – pode ou não) haver alguma razão para preocupação, há cientistas (pseudo) que deturpam dados conscientemente, há eco-fascistas que se entretêm a espalhar o pânico vivendo preferencialmente à custa dele e, finalmente, jornalistas de “causas” que executam a “meritória” tarefa de serem correias de transmissão do eco-fascismo.

Ciclicamente surgem relatos em que as calotes polares estão a arder, perdão, a derreter. Pelo fim do verão, em cada hemisfério, surgem “gritos de alarme”, “derradeiros gritos de alarme”, anúncios de “febre planetária”, “afogamento de ursos”, “submersão de zonas costeiras”, etc.

Este ano não fugiu à regra e foi recentemente anunciado, em toda a comunicação social que, em termos de ária de gelo, se estavam a separar icebergs da calote polar sul a níveis “sem precedentes”.

Steve McIntyre entretêm-se a desmanchar parvoíces e volta a demonstrar que os idiotas do clima não fazem mais que procurar um dado, entre centenas de outros que os contradizem, para verborrar o fim do mundo.

Qualquer criatura percebe que quando se abordam problemas do planeta se têm que estudar dados de todo o planeta, quer em médias quer em totais, mas sempre de todo o planeta. Pode sempre encontrar-se um caso que se pretenda seja fundamentador de uma teoria qualquer, mas apenas um vigarista deveria ser capaz de o usar para convencer.

A verdade é que, desde 1979, ano do primeiro registo, houve mais icebergs (superfície total) em 1982, 1989, 1979, 1981, 1996 e 1986. 2008 aparece a seguir.

Descansem pois todos os ursos. Não morrerão afogados ainda desta vez.

....

Actualização:

Esta, é muito interessante...

e esta também.

.

À sombra do aquecimento

É muito interessante ver a forma 'integrada' como os dados do projecto ecofascista demonimado "aquecimento global" são cozinhados.

Um dos exemplos é dissecado por Anthony Watts.

....

Há pontos de recolha de temperaturas espalhados por todo o globo. No caso presente, o ponto foi deslocado de uma zona em campo aberto para uma zona arborizada.

A deslocação foi feita sem que devida nota disso fosse dada às respectivas bases de dados.

Evidentemente que tal transferência parece fazer com que as temperatura lidas desçam, mas os ideólogos do aquecimento sabem isso e tratam de introduzir os algorítmos que garantam que as temperaturas máximas não de distingam da média dos restantes postos e das médias anteriores do referido ponto de recolha.

Os "especialistas" asseguram o "ajuste" da temperatura máxima, mas não das mínimas.

Bom, dir-se-á: mas se há um ajuste geral de temperaturas, também as mínima serão ajustadas.

Pois. Sim e não. As temperaturas mínimas foram, de facto, ajustadas para cima da mesma forma que as máximas, porque na zona arborizada as temperaturas são, em geral, mais baixas que no descampado. Mas durante o inverno isso não acontece porque as árvores perdem a folhagem.

Feito o 'ajustezito' para cima, eis que as temperaturas no inverno sobem artificialmente e aí está uma 'ajudinha' a um dos chavões dos esturricadistas: "os invernos são mais amenos".

.

Ano de farra

µA709


O Circuito Integrado faz este ano 50 anos.

.

Como se enlatam cientistas numa "causa"

Primeiro enjorca-se um assunto. A coisa deve andar à volta de um “malefício” de algo que nos EUA exista em abundância, deve ser difusa e consequentemente de difícil digestão pelo cidadão comum. Este último ‘tique’ permite que se afirme que os americanos são incultos.

Depois indicam-se as fontes do malefício e declara-se que todo e qualquer um que trabalhe para essas entidades é pessoa comprada. Com os devidos retoques a coisa funciona ao contrário: diz-se que é paga pelos morcegos quem não veja qualquer “malefício”.

Depois criam-se financiamentos para quem quiser investigar. A investigação é, “evidentemente” livre e independente, mas polariza-se o canal deixando claro que é este o correcto canal de financiamento porque “o outro serve interesses”.

Depois vão-se estrangulando os financiamentos aos projectos que não se adaptem à “premência”.

...

Qualquer investigador que queira esgravatar na relação entre a quantidade de patas da rã e a velocidade com que caminha depara com o problema da “premência”. Não é premente, fica na gaveta.

O investigador cedo descobre que há que polarizar a investigação em função das “necessidades” do momento e introduz nela novos vectores, adaptando o assunto original às aflições que “estão a dar”.

Remete o projecto e recebe o financiamento.

O investigador está-se, realmente, nas tintas para o zenital assunto e estuda o que tem a estudar, tira as conclusões que tiver que tirar mas publica concluindo que ... sim senhor: as rãs sem patas saltam menos por causa do aquecimento global.

Em pouco tempo “a generalidade da comunidade científica garante que o aquecimento global é provocado pela actividade humana”.

.

Democracia?

A PROCURA DA REVOLUÇÃO

Só temos um problema. O nosso estado, o nosso tesouro, não tem meios financeiros. É o nosso único problema. Se não fosse isso, diria que governar é simples.



.

Espantalho

Um dos mitos da esquerda estúpida é o do aquecimento global. Um dos mais proeminentes heróis da causa é o americano Al Gore que, por pouco, não ganhou a casa branca a George Bush.

De facto se houve, nalguma altura, potencial desequilíbrio planetário, terá sido no dia em que Al Gore arrecadou mais que 50% da votação (população votante). Outro dia, a riscar do mapa, deu-se quando lhe atribuíram ... o prémio Nobel ...

Desde então, Al Gore tem ganho fortunas a vender banha da cobra. A sua pasta é a do “aquecimento global”.

A história do “aquecimento global” terá tido origem quando Margaret Tatcher quis entalar os mineiros. Havendo que apaziguar os verdes, o enchimento de um papão permitiria que a construção de centrais nucleares não levantasse demasiadas ondas. A coisa funcionou suficientemente bem e as centrais avançaram.

Pela queda do divino muro de Berlim, a esquerda desempregada aproveitou o balanço e adoptou o mito como a causa que iria, finalmente, partir a espinha ao venenoso capitalismo.

Com a perca da presidência, Al Gore, desempregado, adoptou a mesma cau$a. De computador debaixo do braço passou a viajar pelo mundo todo exibindo o mais completo chorrilho de asneiras que a “ciência” alguma vez produziu.

A apurada colecção de disparates não tardou a ser adoptada pela esquerda floribélia e amante das “coisas biológicas mas sem químicos”. Em Portugal, como por quase todo o mundo, o filme de propaganda de Al Gore foi visionado em todas as escolas. Os professores de disciplinas ligadas às “ciências”, recorrendo a “manuais escolares” em que se “demonstrava” serem as chaminés fumegantes herança de Satanás, trataram de assegurar que os alunos tirariam as “correctas” conclusões.

Al Gore parece ter sido atacado de uma recaída. Via Educação Cor-de-Rosa, (uma excelente fonte de informação sobre causas rachadas) podem apreciar-se as tiradas do artista.



Nesta apresentação, aparentemente muitíssimo mais à defesa que na anterior, Al Gore contra-ataca ... mal, p’ra variar.

Al Gore começa por alvitrar sobre a calote polar norte porque, segundo ele, estará a desaparecer. Pois está. Todos os verões quase desaparece. Aliás, o último verão desapareceu de tal forma “nunca vista” que até a passagem de Noroeste ficou navegável. As alminhas tontas, entre as quais um insigne comercial das energias alternativas, vieram logo reclamar tratar-se da “prova final”. Nenhum dos palermas se perguntou porque se dava aquele nome ao pedaço de mar “agora” navegável.

A segunda investida do herói da esquerda dá-se contra o Sol. Segundo ele, a malta bushista que, naturalmente, não acredita no aquecimento global, diz que o incremento da temperatura na terra é oriundo do Sol. De facto assim é. É o Sol que aquece (ou não) a Terra. Mas a diferença de temperatura não se dá por variação da ‘força’ do Sol propriamente dito como Al Gore afirma reclamarem os sulfúricos. Dá-se porque o quase desaparecimento regular do vento solar permite que os raios cósmicos penetrem a atmosfera e dêem origem a mais nuvens que, por sua vez, reflectem mais a radiação solar. Já agora, desde 98 que a temperatura média global não sobe e dois importantes factores pré-anunciam que vai descer muito mais: este e este. Lá se vai às urtigas mais uma fulgurante causa “verde”.

E já me esquecia. No pólo Sul há gelo como há muito tempo não havia e o mar não está a subir mas a descer, e parece que este gajo teve azar.

Aos que ficarem em pânico com o que escrevo, procurem consolação nas palavras de António Guterres hoje (ontem) à tarde: o aquecimento global anda aí.

.

Chulos

Esta bela prosa resulta do ensino centrado nos interesses do aluno sem que as suas crenças sejam postas em causa. E esta prosa aponta para este discurso de José Soeiro.



José Soeiro, do Bloco de Esquerda, diz que o 25 de Abril foi feito para nos libertar do passado.

A razão por que foi feito, ou iniciado, não é de momento, para aqui chamada. Mas que havia esperança de que nos libertasse de algo, era verdade.

A primeira esperança do 25 de Abril, residia na libertação da obrigatória linha de pensamento, sob pena de se ficar ao alcance dos rapazes da rua António Maria Cardoso.

Do 25 de Abril podia esperar-se muita coisa, mas uma delas tinha a ver com a possibilidade de se exercer poder sob o próprio destino de cada um. Para os distraídos ou para os que nem assim querem perceber o que escrevo, esperava-se, pelo 25 de Abril, que cada um tivesse oportunidade de conquistar amor-próprio e de estabelecer independência económica que lhe permitisse estar ao razoável abrigo das vicissitudes da vida. Para o conseguir havia que dotar todo e qualquer cidadão da cultura necessária (sentido lato) que lhe permitisse servir a sociedade elevando o seu padrão de vida e, indirectamente, servir-se a si próprio.

Evidentemente que cada um é como cada qual e nem vou perder tempo a explicar que nem toda a gente tem capacidade intrínseca para conseguir elevar-se de forma a permitir-lhe viver sem ajuda alheia e que, neste caso, há que dar a mão ao infortúnio: a mãe natureza sabe bem ser filha da puta sempre que lhe apetece. O que é desnecessário é que filhos da puta queiram viver, como carraças, à custa da vítima.

Mas voltemos ao disparate segundo o qual o 25 de Abril teria sido feito para nos libertar do passado. A aceitar a tese do proponente, o 25 de Abril falhou e a prova está no bem vivo passado, encarnado em José Soeiro.

....

José Soeiro faz-nos perder tempo enquanto debita bruxedos relativos às clemências e inclemências do passado e futuros, numa espécie de catarse em pimbalhada revolucionária.

Logo depois fala da “inversão da relação de forças entre capital e trabalho, a exigência de uma cidadania que era mais que um estatuto legal” ... “desobediência ao poder” ... “direitos civis políticos e sociais inseparáveis”.

Claro que nada fala de deveres. Deveres são coisas caducas, de antes do 25 de Abril. Fala de cidadania e diz que se desenvolve no quadro da desobediência ao poder do cidadão.

“Entre esses direitos, temos os serviços públicos”, tudo ferramentas de combate às injustiças. E continua sem falar de deveres e obrigações do cidadão para com esses serviços públicos.

“A escola tem sido um elemento central da crença no progresso” ... “com a generosidade dos pedagogos”.

Na cabeça de José Soeiro a escola está relacionada com crenças. Uma delas a do progresso. Segundo José Soeiro, o progresso será uma crença, não uma coisa alcançável e pela qual valha a pena trabalhar. Segundo Soeiro, o aluno não tem o dever de aproveitar a escola para que se alcance progresso. O aluno deve apenas acreditar que o progresso será alcançado, ponto final.

“os grandes pensadores progressistas consideraram sempre a escola como um elemento transformador das sociedades.”

Ora cá está o elemento “transformador”. A escola, para José Soeiro, não está ao serviço da sociedade, mas deve ser seu carrasco, sua “transformadora”. Evidentemente que a escola deverá “transformar” sob a batuta dos tais “pensadores progressistas” de que, evidentemente, José Soeiro é exemplo.

“O sentimento dominante em relação à escola de hoje é de incerteza”. Bom, há a certeza que cada dia é uma surpresa. É a escola desafio permanente à autoridade. A escola bagunça total, a escola pantanal.

“Não correspondeu a uma igualização das oportunidade sociais” ... Bom, mais à frente José Soeiro fala da geração dos 500 euros. Aí está, igualmente má para todos.

“A escola massificou-se sem se democratiza completamente” ... Pois, ainda não está completamente democratizada. Logo que José Soeiro consiga distribuir ao primeiro dia de aulas da vida de cada aluno, um canudo de Doutor, a democratização estará completa.

“Não resolvemos o problema do sucesso educativo para todos”. Mas está garantido o insucesso equalitário. Que mais quer José Soeiro?

“Não consegue romper o ciclo vicioso de pobreza porque não garante a todos as mesmas condições de sucesso.” Que tal ficaria se José Soeiro tivesse dito: ‘Não consegue romper o ciclo vicioso de pobreza porque garante a todos o mesmo sucesso - nenhum’.

“A escola exclui incluindo”. Esta fica para o padre Jeremiah Wright. Deve ser coisa de Bush.

“E num certo sentido a inclusão na escola deixou de fazer sentido porque é difícil perceber porque é que precisamos de lá estar”. Adoro esta coisa de “certo sentido”. Poderia ter dito ‘a diarreia ter uma certa textura’. Quanto ao resto, matem-se ao nível da bufa verde.

...

“Temos, isso sim, falta de empregos qualificados “ ... “um modelo produtivo atrasado baseado na mão-de-obra barata”. É natural que avançadas mentalidades em desobdiência sirvam apenas para um sistema produtivo atrasado. Bom, não há empregos qualificados porque há falta de empregos em que se possa exercitar a desobediência ao poder. Mas a culpa é do capital.

“A geração dos 500 euros vive na corda bamba”. Já não é mau. Enquanto houver corda ...

“nenhuns direitos, nenhuma capacidade de projectar um futuro”. Quererá José Soeiro projectar o futuro para o passado? Dir-se-ia incapacidade em projectar o futuro é um desígnio de José Soeiro. Ao fim e ao cabo porque deverá haver projectos de futuro? Para usar como alvo de desfio ao poder?

...
...

O Bloco de Esquerda não passa de uma associação de proxenetas. O bloco de Esquerda pretende apenas garantir a existência de putas para as poder explorar ao seu serviço. Sem incluídos em ignorância, sem burros, sem idiotas, sem alternativos à força, sem diversidades sintetizadas, sem excluídos forçados ou por absoluta “democratização” do ensino, o Bloco de esquerda fica ao livre arbítrio das putas libertadas pelo 25 de Abril.

Há uns quantos palermas que percebendo isso, se aprontam a aprender o discurso das vacas loucas esperando passar de potenciais idiotas a chulos na rua de S. Bento.

.

Os castigadores

De cada vez que um dirigente se afasta por própria iniciativa aparecem sempre uma colecção de almas, predominantemente de esquerda, a reclamar que fulano de tal "fugiu".

...

Cavaco Silva foi empossado primeiro-ministro em 1985 e em minoria. Em 87, após a aprovação de uma moção de censura, houve lugar a novas eleições que o PSD ganhou em maioria absoluta. Em minoria, Cavaco tinha tentado levar em frente a governação mas a oposição tudo encravava. Estou em crer que Ramalho Eanes, então líder do PRD, percebendo da absoluta necessidade de uma maioria absoluta, conduziu o PRD à aprovação da moção se censura que levou o primeiro governo de Cavaco a cair. Foi talvez o primeiro caso (passado recente) em que alguém, consciente da inutilidade do projecto que liderava, resolveu retirar-se e garantir que alguém “pode fazer” sem ter sempre às canelas quem apenas “não quer deixar fazer”.

Em 1991 o PSD volta a ganhar as legislativas, novamente por maioria absoluta, e Cavaco Silva continua primeiro-ministro.

A partir de meio deste terceiro mandato de Cavaco começou a perceber-se que o desgaste provocado por cerca de uma dezena de anos de governação abre fendas na coesão do governo e do PSD. O poder, exercido por muito tempo e sempre debaixo de fogo, provoca corrosão. Paulo Portas tem nesta altura um papel importante. Aos comandos do jornal O Independente, e procurando formatar uma carreira política, entretém-se, a abater figuras importantes da governação e do PSD.

Cheirando às hostes do PSD que o fim de ciclo poderia estar próximo, começam a saltitar, como pipocas, aqui e ali, broncas provocadas por quem aproveita o que lhes parece já não poder durar muito.

Não foram poucas as vozes de esquerda que reclamaram que Cavaco se mantivesse ao leme do periclitante navio até ao fim, como quem castiga quem faz uma maldade. “Fez a cama, deite-se nela” dizia-se. O Presidente da República, Mário Soares, um outro franco-atirador, entretinha-se a “chatear o governo”.

Cavaco decidiu afastar-se e, para garantir claramente que o PSD sairia do governo, teve o cuidado de deixar Fernando Nogueira a liderar o partido.

Em 1995, António Guterres do PS assumiu o comando do novo governo sem maioria absoluta. A governação foi-se fazendo a conta-gotas, sempre negociando tremoço a tremoço.

Em 1999 o PS volta a ganhar as eleições tendo ficado com o mesmo número de deputados que toda a oposição. A governação continuou a fazer-se a conta-gotas, cada vez mais contadas e em gotas cada vez mais pequenas.

Mais atacado que Cavaco Silva, Guterres sofre um desgaste monumental que alastra a todo o governo. Atacado pelo mesmo fenómeno que tinha atacado Cavaco Silva, Guterres apresenta a demissão e afasta-se na sequência de um mau resultado em autárquicas.

“Malandro”, vocifera a esquerda. “Tinha feito a cama agora havia que deitar-se nela”.

À esquerda nunca nada interessa a não ser o mal do governo, como se isso não implicasse o mal de todos. Mas já se sabe que eles acreditam que os amanhãs cantantes brotam sobre terra queimada.

Durão Barroso, novo líder do PSD escolhido em biliões de rocambolescas peripécias (“Durão, por favor, avança”) acaba por assumir, ainda em 2002, o comando em eleições que o PSD acaba por ganhar. Em minoria, Durão aceita a “colaboração” do CDS agora travestido em PP ou, talvez, CDS-PP. Paulo Portas, o figadal “jornalista” inimigo de Cavaco e do PSD está ao leme do PP.

Muitas figuras negam entrar para o governo para não terem que aturar Portas. Ninguém acredita nele e a cada gaveta que Portas abre brota um esqueleto.

Durão acaba por perceber que não tem qualquer hipótese de governar eficientemente e aproveita a oportunidade que se lhe abre em Bruxelas.

Malandro! Fugiu! Volta a esquerda a berrar.

Apanhado de surpresa, o PS vacila. Sampaio acaba por aceitar Santana Lopes como primeiro-ministro.

O governo de Santana Lopes foi um flop e o PS, desta vez com José Sócrates, volta ao poder.

Tudo indica que enquanto Sócrates conseguir manter a coesão no governo o PSD vai chuchando o dedo.

...

Continuo sem perceber que história é esta do “malandro que foge”. Eu diria que seria uma irresponsabilidade manter-se o comando a um governo moribundo.

.

O reactor da Síria

Via No Pasarán



.

Otelo Saraiva de Carvalho



.

Marcos Perestrello em todo o seu esplendor




Estar de acordo com Ana Drago, genericamente que seja, enquadra bem todo o chorrilho de asneiras que Marcos Perestrelo (MP) debita em catadupa.

GIGO é abreviatura de Garbage In Garbage Out e, em informática, denomina o facto de computadores processarem sem reserva dados disparatados produzindo, no processo, resultados evidentemente disparatados.

MP começa por chamar a atenção para o facto haver uma linha muito ténue entre alarmismo e vontade sincera de resolver problemas. Evidentemente que MP expõe a coisa ao contrário querendo que acreditemos que não sabe que a estrada tem dois sentidos.

De seguida introduz o computador onde o lixo é processado: o Observatório para a Segurança nas Escolas.

Diz o insigne deputado que a dita instituição regista centralizadamente todas as ocorrências escolares, querendo que acreditemos que não sabe que o observatório toma apenas conhecimento do que além de registado é comunicado. Se o registo inicial não ocorrer nada chegará ao computador. Mesmo que seja registado, se não for comunicado não existirá. Enfim, o deputado acredita que a terra é uma ervilha.

Mal tendo acabado de se espalhar ao comprido invocando o dito observatório como base de todo um glorioso chorrilho de asneiras, clarifica: “naturalmente os que são participados”.

Não tendo dificuldade em propor uma base de trabalho que sabe à partida estar a milhas da realidade, declara que não é relevante que 185 professores tenham sido agredidos o ano passado. Mais, declara que o que é relevante é “nós termos um instrumento e a capacidade de perceber...”

Logo depois é-nos explicado que com base na dita “informação” se desenvolvem “programas específicos”... Digamos que cada bosta está relacionada ao respectivo animal e à sua alimentação.

15 milhões de euros já foram torrados em “problemas específicos” relativos à violência. Aposto que a coisa não ficará por aqui.

MP tranquiliza-nos com um número excretado pelo famoso computador: “apenas” 6% das escolas são “problemáticas”. Não explica o que é para ele problemático mas, nada tendo sido para ele, até agora, problemático (à excepção das declarações do PGR), calcula-se que a libertação de gás sarin numa escola seria ‘capaz de conter elementos susceptíveis de vir, no futuro, a criar franjas de preocupação’.

E lá volta o registo e lá vem a informação segundo a qual, acerca deste assunto, ninguém naquela mesa ninguém perceberá um boi.

Dá-se então o momento longamente esperado quando o deputado declara “não estou a minimizar o problema”.

O deputado chama a atenção para um pormenor perplexizante: “este incidente é um entre outros” (a história da escola Carolina Michaelis). ...alma daninha a que se atrever a pensar que qualquer um dos referidos incidentes é mais que um entre os restantes. Shame on you.

Chegou o momento em que o deputado declara que há um problema mas que ainda não foi reconhecido (ele diz que há que reconhecer, portanto...). Depois refere que é preciso agir sobre o tal problema ainda não reconhecido. Pois.

O assunto está bordejado de retórica diz Perestrelo. Ficamos a saber que nos últimos anos, os únicos governos que agiram sobre que ainda não foi reconhecido e sobre o qual é ainda preciso agir, foi o Partido Socialista. Muito bem.

O programa Escola Segura, criado no tempo de António Guterres (há quantos anos?) teve agora um reforço de 500 homens. Estes 500 e os que já lá estão devem ter andado, todo este tempo, a tentar reconhecer o problema. Há que não pôr em causa o programa porque deu resultados excelentes.

O cartão do aluno não foi uma medida tomada na sequência da falha clamorosa de todas as anteriores medidas. Foi apenas uma medida destinada a evitar que os catraios andassem com cacau dentro da escola (o cartão tem que ser recarregado em dinheiro e o percurso até à escola...). Nem foi uma medida destinada a tentar evitar o roubo entre alunos nem para evitar o desvio de dinheiro dentro da escola por funcionário e professores ...cala-te boca!

Exposta, em toda a sua magnificência, a bondade do pensamento de Marcos Perestrelo, o deputado chaculha a cabeça como quem tenta fazer com que as ideias fluam ao centro de “lógica” e invectiva os colegas presente a verterem medidas a deverem ser tomadas sobre dois piramidais problemas: a existência de violência e a não existência de violência. Diz que já deu três exemplos mas não especificou se eram referentes à existência ou à não existência de problemas. Dão-se alvíssaras...

Ah grande homem. Bem podia ser moço forcado.

.

Sulfores

Não são estas imagens demasiado parecidas com estas outras? E já repararam que a pretensa execução, pelos israelitas, da criança e do pai, saiu da mesma cassete?

Lembram-se da história? E lembram-se que o "jornalista" em causa ganhou um prémio de uma qualquer agência jornalística anti-sulfores europeia?

.

Ensino apelativo

Via Portugal e Outras Touradas.




.

Ambientadores



Acerca dos ambientadores,
A investigação concluiu que a qualidade do ar no interior das habitações [VCI, Porto] era ainda pior, sendo a poluição interior duas vezes superior relativamente à do ar exterior! Segundo Olga Mayan, os ambientadores e as velas, bem como os produtos de limpeza são alguns dos elementos responsáveis pela degradação do ar no interior das habitações.
.

.

Ingratos

Os fungos reaccionários despontam por todo o lado. Ingratos.




.

Juro





.

Sucata Prius



Que urso compra a sucata Toyota Prius?

.

Oops,


escapou-nos este acontecimento.

Em inglês.
Em português.
.

Agora é que vai


Ainda havia uma palhinha na engrenagem.

Agora é que vai ser socialismo a sério.

--------

Actualização

Parece que entre os 60 agricultores corridos à pedrada havia um agricultor preto.

A ocorrência ter-se-á devido ao 'facto' de ter sido levada a cabo durante a noite. A reacção, fassissta, reclama que a coisa se terá dado em resultado da autorização dada, pelo agricultor preto, à realização de um comício da oposição a Mugabe.

.

Devolver a mim próprio

Noticia a rádio que a Câmara de Alcoutim terá financiado uma série de tratamentos para abandono do tabaco a uma série de funcionários seus.

A coisa teria sido feita em moldes tais que, caso o funcionário voltasse ao vício, teria que devolver o dinheiro.

Se eu fosse fumador sentir-me ia no direito de reclamar igual tratamento nem que fosse por via de abatimento aos impostos que pago. Perante este último cenário, poderia ainda reclamar a mesmíssima quantia como prémio por ter tido juízo.

A história não acaba aqui porque é entrevistado um funcionário da câmara (não gosto do termo colaborador) que acentua a correcção da medida esclarecendo que, em caso de borreganço* do processo, o dinheiro a devolver teria que ser entregue à Casa de Pessoal e que "a coisa assim é que está certa" porque "não teria agora que estar a financiar a câmara".

Oh "bom povo trabalhador". Oh "proletários de todo o mundo". Então não gostais vós de, em resultado da vossa própria falha, devolver o dinheiro ao remetente?

E porque carga de água não sou eu, pelintra de meia tigela, capaz de gostar do termo "colaboradores"?

----

* (com 's' ou com 'ç'?)

.

Democracia? Deus é democrático?


CARTOONS SANGRENTOS

06/04/2008

A esquerda estúpida, a autoridade e o poder

A esquerda estúpida dificilmente convive com a palavra autoridade. Para esta esquerda (e em parte para a restante), autoridade é uma coisa que apenas e sempre se conquista pela luta em defesa de “causas superiores”(de esquerda). Evidentemente que se as causas não forem de esquerda, o indígena bem se pode esfalfar que nunca haverá causa nem autoridade.

Poder é coisa blasfema. Coisa de unilateralista, coisa que cheira a enxofre.

Para a esquerda, a autoridade é uma coisa que “tem que ser permanentemente posta em causa”. Parece tratar-se do velho discurso de desafio ao poder. Parece mas não é.

Se a autoridade for de esquerda, basta o passa-palavra entre irmãos de sangue e a autoridade estará, naturalmente, isenta de ser testada. Se a autoridade não for de esquerda o desafio à idoneidade da autoridade serve apenas como chavão para a condenação daquele que está à partida queimado.

Poder é coisa que a esquerda diz renegar mesmo quando o tem e exerce impiedosamente, e que imputa sistematicamente, como nuvem negra, fascista, não só a quem o exerce às claras mas mesmo a quem, não sendo de esquerda o não pretenda exercer.

Entre iguais, a autoridade pode ser exercida sem recurso a poder desde que seja naturalmente aceite. Se não for naturalmente aceite, a coisa turva-se.

Na escola, por muito que a esquerda estúpida insista, professor e alunos não são iguais e a autoridade não pode frequentemente ser exercida sem recurso a poder.

Claro que a esquerda se está nas tintas para a realidade, porque lhe basta o que vai na cabeça dela. Em último caso, se o bicho homem não se lhe adaptar a culpa é dele, ficando ao alcance de um poder infinito que já dizimou milhões de pessoas.

A esquerda, paulatinamente acompanhada por uma direita envergonhada, tem vindo a retirar ao professor não só poder como mesmo autoridade. Começou por retirar ao professor, directamente ou por via de labirínticas burocracias, o poder que lhe permitia manter as hostes suficientemente sossegadas para que pudessem ouvir, participar disciplinadamente e aprender. Depois inventou a aberração “escola democrática” que coloca professor e aluno ao mesmo nível. Em resultado, o poder, dentro da sala de aula e, por arrastamento, em toda a escola, caiu à rua.

O poder caiu à rua e a esquerda rejubilou. Estava para sempre afastada a ferramenta opressiva da besta fascista.

O problema é que quando o poder cai à rua pode ser apanhado por qualquer um. Pode demorar mais ou menos tempo, mas acabará por ser apanhado e exercido por alguém.

De mãos atadas em novelos ideológicos cujos nós foram sendo convenientemente desenhados por sindicatos a preceito, os professores, mesmo nos poucos casos em que a aceitação da democracia na sala de aula foi rejeitada, foram incapazes de levantar um dedo.

Caído à rua, o poder não ficou órfão. Inicialmente, indiferentes aos ideais da esquerda estúpida, os alunos foram abocanhando, cada um para seu lado, o bocadinho que achavam que tinham direito. Posteriormente foram-se formando gangs, alguns de rebentos militantes em causas da esquerda estúpida.

O Ministério da “Educação” não se alarmou. Tratava-se apenas de criativas formas de interacção enquadradas informalmente. O solipsismo é meta estável e, portanto, as tribos são coisas giras, informais.

Os chefes tribais, de pendor evidentemente caudilhista, estabelecem-se e controlam o território. A escola está por conta deles. Em miríades de pequenos grupos substancialmente guerreiros (também entre eles) controlam as salas de aula, por vezes a 2 ou 3 por turma. Pouco a pouco vão conquistando território a outros grupos e “interactivando” com estruturas de idêntico pendor fora da escola, vão estendendo os tentáculos a outras escolas.

Estamos portanto perante um cenário em que dentro da escola há nichos de poder de todos os tipos e para todos os gostos, nenhum deles exercido por quem de direito: o professor.

Perante a hecatombe, eis como o sistema se prepara para se subalternizar face aos novos e radiosos poderes:




A nova onda possa por se subalternizar o professor e a escola face a gangs. O que está a dar é conquistar gangs para se poder dar aulas. O gang já nada tem a conquistar, já tem poder e, por arrastamento, autoridade. O caudilho do gang manda, escudado pelo resto da tribo ou, se se quiser, por uma "informal" tropa de choque.

Enfim, uma escola fascista como nunca terá passado pela cabeça a Salazar.

Viva a esquerda.

.

Turmas de gangs

Acabei de ver o Prós e Contras de 2ª feira passada.

Se tiver tempo, sou capaz de verter aqui uns clipzitos de algumas passagens, umas acertadas outras hilariantes.

Deste último grupo vem-me à memória a declaração de um psicólogo, segundo a qual cada professor deve negociar com os chefes de gang que houver em cada turma, não só o indispensável sossego como também a possibilidade de chegar aos subordinados do caudilho.

.

1€

Esta manhã, suponho que na Antena 1, um idiota cascava num supermercado por ter movido um processo a uma velhota na sequência dela ter, hipoteticamente, roubado um creme no valor de 1€.

O argumentista reclamava que a velhota era velhota, que o valor do creme era apenas de 1€, que o supermercado teria gasto uma fortuna em advogados e que o Estado teria gasto um batatal de massa em geringônciais manobras de tribunal.

O trambolho argumentou isto tudo mas esqueceu-se de dizer que pensaria ele dever fazer-se perante a percepção generalizada de que o supermercado nunca levantaria processos para roubos inferiores a 1€.

Dever-se-ia retirar do supermercado tudo o que custasse menos de 1€? Dever-se-ia deixar roubar tudo o que custasse menos de 1€?

E porquê 1€? Porque não 5, 10, 100, 1000? Dever-se-ia apenas levantar processos nos casos em que o roubo fosse superior ao somatório de todos os custos judiciais?

De acordo com o pensamento do artista deveria ser esta última a via a seguir, muito embora não se tenha percebido quantos seriam, na cabeça do palermoide, os artigos de supermercado que ultrapassam 1000€ ou se ele defenderia a retirada de todos o artigos de valor inferior.

Enfim, coisas giras, coisas caviar, coisas ao nível de inteligência Neandertal (não desfazendo).

A propósito: qual o preço do kaviar?

.

Aguentem-se à bronca

Anda por aí aos trambolhões a acusação de que a RTP privilegia o governo em detrimento da oposição.

Mas qual governo e qual oposição? Porquê a dicotomia? Que tem o governo a ver com a oposição?

O governo tem uma legitimidade própria e não há organismo alternativo.

A oposição é oposição ao partido que suporta o governo. O partido que suporta o governo tem oposição. Aliás, todos os partidos são oposição uns aos outros.

O governo deve ter tempo informativo de acordo com o que se achar apropriado e ponto final.

A oposição é oposição por não ter legitimidade para ser governo. Não tem legitimidade para ser governo e não tem peso específico para ser colocada ao mesmo nível.

Que a RTP privilegie o PS em detrimento da oposição poderá (ou não) ser coisa que mereça análise, mas, cada macaco no seu galho.

O Bloco de Esquerda tem muitíssimo mais tempo do que merece em função do seu peso eleitoral. Porque carga de água se tem que aturar uma lavagem ao cérebro de meia dúzia de marmelos em pé de igualdade com um partido que é suportado por muito mais gente?

Eu percebo que a coisa não deve apenas ser proporcional. Mas colocar nos pratos da mesma balança o governo e a oposição?

Rebéubéu que o PS se mistura com o governo. Mistura? Se fulano for membro do governo em funções governamentais é governo. Se não for o caso, é partido.

O governo (este ou outro qualquer) tem legitimidade própria e deve fazer chegar a sua mensagem aos portugueses. Os partidos, da oposição ou não, devem ter o mesmo direito, mas equitativo entre partidos, sem misturas, porque o governo é o governo.

Manifestação por autoridade

Miguel Júdice, RDP1, Conselho Superior, 24 de Março de 2008, acerca dos bezerros e das manifestações.

.

Manifestação a 2 taxis

No Abrupto pode ver-se esta piramidal foto (RM):


[clicar a imagem para ver melhor]

Não há duvida: à flamejante causa, as massas aderem a magotes.

Nota: estão todos encasacados por causa do aquecimento global.

.

Mediação em porradaria

De chorar a rir:
"As escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos, anunciou hoje o secretário de Estado da Educação."
--------------------------

Adenda:

Recomendo vivamente uma visita ao blog As Minhas Leituras.

.

O Canivete

Este link, no Insurgente, lembrou-me que talvez até ao 4º ano (8º de hoje) andei sempre com um canivete no bolso.

Porque carga de água, perguntarão alguns. Porque, no campo (província), o canivete era uma ferramenta.

Andava com ele no bolso e não o trazia escondido. Estava colocado no porta chaves e usava-o nas aulas, por exemplo, para afiar lápis.

O canivete foi-se tornando maior à medida que fui crescendo e nem assim houve alarme.

A medida do retrocesso em insegurança é patente no alarme dado sempre que se detecta um aluno com um canivete.

Nos anos 60, um canivete era uma ferramenta e outra coisa não passava pela cabeça de nenhum de nós. Andei à porrada com muitos colegas, mas nunca puxei o canivete. Aliás, nunca um me foi puxado.

Com a "aceitação da diversidade" deixou de ser observada uma regra, não escrita, mas clara para todos: um canivete era uma ferramenta. Deixou de se usar canivete porque passou a aceitar-se que um canivete poderia não ser apenas uma ferramenta.

Os canivetes quase desapareceram, mas os que se usam têm uma utilização mais 'diversa'.

Também se brincava com pistolas de plástico, algumas em antimónio(?) sem que algum mal viesse ao mundo. Brincar com pistolas passou a ser coisa "feia" e as verdadeiras perigo real.

Rio de Mouro, onde passei alguns anos, era um local por onde se podia deambular a qualquer hora do dia ou de noite, sozinho ou com outras crianças, rapazes ou raparigas. Não me refiro à zona urbana propriamente dita. Aliás, a zona urbana era muitíssimo mais pequena. Falo em andar pelas matas da Rinchoa, pelo eucaliptal onde está hoje o acesso à IC-19. Mercês, Rio-de-Mouro velho, Mem Martins, eram locais que corríamos sem que alguma vez tivesse sentido ou me tivessem feito sentir qualquer problema de segurança. O único perigo que me apontavam, à altura, era o de me perder ou de encontrar algum cão perigoso (o que me obrigava a andar com um pau).

Na linha de Sintra, hoje, só de dia e acompanhado poderia andar. Brincar no mato?

.

Como se lhes faz a folha



Parece que anda toda a gente à procura disto ou, se calhar, não procura porque desconhece a sua existência.

.

27/03/2008

Torpor

O vídeo, com declarações patéticas do Professor João Formosinho, (Prós & Contras de Janeiro de 2008) é um excelente exemplo de pantanal em que o ensino, a que se insiste chamar "educação", se encontra.

Não é educação, não é sequer ensino. É um torpor pantanoso.

Poder a todos

Acabei de ver na TV (RTP1) D, Januário Torgal Ferreira debitar esta frase lapidar (citando de memória):
"Todos os partidos têm o direito de exercer o poder, mas alguns nunca o exerceram".
.

Terra de ninguém

A propósito desta cena macaca, transcrevo parte de algo que escrevi há mais ou menos um ano:
Imaginemos que dois alunos, de 14 anos, desatam à porrada. Que é suposto acontecer? É suposto acontecer que qualquer funcionário ou professor que depare na cena se interponha para acabar a bulha.

Que acontece na prática? Todos evitam o risco de se encontrarem perante a necessidade de intervir, evitando zonas onde potenciais problemas possam ocorrer: professores e funcionários afastam-se dos recreios, mantêm-se em locais mais recatados ou em zonas mais sossegadas.

Caso o não consigam, assobiam para o lado.

Porquê? Porque frequentemente só é possível parar a violência usando de alguma, e isso é proibido. Os alunos sabem isso e ...

Como se consegue evitar que um aluno que insiste em pontapear tudo e todos possa ser travado sem lhe torcer um braço ou provocar alguma dor de alguma forma? Chama-se a polícia? Diz-se-lhe, simplesmente, "isso é feio"? Se o aluno for pequeno a coisa é mais fácil por razões óbvias. Mas, sendo maior, como é? Gás mostarda? Aliás, gás mostarda também já circula, aqui e ali, entre alunos.

Como forma de se armarem em gente mais papista que o Papa, há professores e funcionários que acusam colegas de usarem violência em excesso, e há conselhos directivos que encontram um nicho para exercício de poder salazarista ameaçando, mais ou menos veladamente, quem tenha tido a ousadia de fazer o que todos deveriam fazer.

Claro que a porrada se vai generalizando, sabendo-se (quem quiser saber) que até já há preocupantes sinais de tentativa de violação dentro das escolas.
.

Altamente



A escola, a que alguns chamam de "sistema educativo" e a imbecilidade a que chegou.

Tenha-se atenção à voz do bovino que empunha a câmara.

.

Multiplex 10%

A Rádio Europa Lisboa é uma rádio dedicada a tudo quanto é giro, tudo quanto é europeu, tudo quanto é caviar, tudo quanto é anti-sulfuroso.

Tem debates com colecções de cromos que dize coisas de mijar a rir e tem, provavelmente, a melhor música ligeira (um bocado tosca, apesar de tudo).

De qualquer forma, ouvi hoje uma de banzar. Parece que o estado tem uma central de comprar qualquer onde estão inscritas umas quantas empresas. A lista de empresas mantem-se inalterada há anos e algumas delas já deixaram de fornecer ao estado. Deixaram de fornecer, quer dizer, deixaram de fornecer mercadoria própria, fornecendo mercadoria de outros fornecedores não inscritos, pelo módico imposto de 10%.

... ou não será de imposto que estamos a falar?

.

19/03/2008

Arthur C. Clark



Arthur C. Clark (16 December 1917 - 19 March 2008).

.

16/03/2008

O novo logo do PSD



Esta cabeçudo ou flagelo, não faz lembrar outro?

[Publicado no Fiel-Inimigo a 13 de Março de 2008].

.

Culto na escola: também quero



Um tribunal alemão botou sentença no sentido admitir o culto islâmico no interior da escola, desde que em sala apropriada.

Eu sou Pastafarianista e quero também uma sala para mim.

[Publicado no Fiel-Inimigo a 12 de Março de 2008]
.

Abaixo a Polícia

Na manifestação de professores a decorrer por esta altura em Lisboa, um grupo de professores de Ourém empunha um cartaz que diz: Não nos intimidamos com as visitas da Polícia.

Ele há coisas ...

Há quem diga que não gostaram que a polícia os visitasse para saber quantos iriam partir para a manifestação.

Ele há coisas ...

Vejamos se terei percebido: a Polícia terá ido à escola para saber quantos viajariam e os professores da escola de Ourém ter-se-ão sentido intimidados.

Nnnnãh! Se calhar não percebi mesmo. Será que ostentam o cartaz para espalharem aos quatro ventos que a presença da Polícia não é suposto intimidar particularmente quem não tem razões para se sentir intimidado? Muito bem. É isso que, justamente, deve ser ensinado na sala de aula: o primado da legalidade e do poder judicial de que a Polícia é braço executivo. Só pode ser isso.

... mas não deixa de ser esquisito ser assunto a arrastar para uma manifestação. Será que se pretende fazer ver ao poder político que a Polícia é bem-vinda à escola? Talvez seja uma consequência da recente onda de criminalidade... talvez!

De outra forma seria intolerável que os professores admitissem, como possível, que um grupo seu, supostamente representativo, tivesse bramido na praça pública um cartaz pondo em causa a Polícia, justamente a entidade longamente reclamada pelos empunhantes como necessária junto às escolas.

Evidentemente que nunca poderia ser o caso. Com que cara iriam esses professores dizer exactamente o contrário a umas quantas turmas?

Ou poderia dar-se o caso mais impensável de todos: que eles dissessem exactamente isso aos alunos. Sim, se o dissessem na praça pública seria difícil encarar a possibilidade de afirmarem o contrário na sala de aula, ou seria gente sem carácter.

... veja-se bem onde vai a minha cabecinha! Eu a pensar que era capaz de dar um par de estalos a um professor de um filho meu que tivesse a lata de, implicitamente, declarar guerra à polícia. Bem, a verdade é que, se fosse o caso, e em coerência, ele nunca reclamaria pela polícia, sua figadal inimiga.

Mas não posso deixar de pensar que, se fosse o caso, seria um par de estalos bem afinfado. Afinal, se a Polícia o intimidasse, que consideração trivial haveria ele de me merecer?

[Publicado inicialmente no Fiel-Inimigo a 8 de Março de 2008]

.

08/03/2008

O extintor de fogo sulfuroso



[Actualizado (IV)]

De acordo com o inevitável guião e aproveitando o facto dos colombianos terem limpo o sebo a um imbecil produtor de droga e raptor nas horas vagas, Chávez, ferido no seu orgulho pestilento, mandou avançar as tropas venezuelanas para a fronteira colombiana.

Manda avançar e chama a atenção que o presidente colombiano é um fantoche às mãos do sulfuroso Bush.

Aguarda-se a posição da esquerda estúpida. Aposto que vai dizer 'sim, mas que ...'. E 'pois, mas há que compreender'. Ainda 'tenhamos em atenção que ele foi obrigado pelas circunstâncias'. Ou até talvez, 'tenhamos em conta que é uma reação compreensiva face à opressão provocada pela longa noite imperial'.

---

Nota final:
Não se percebe se as tropas venezuelanas irão aproveitar o passeio para exterminar a guerrilha colombiana que se tem acoitado impunemente no seu território ou se se tratará apenas de uma acção para a proteger.

---

Pérolas:

OS REVOLUCIONÁRIOS NÃO CELEBRAM MORTES

e
A MORTE DE UM REVOLUCIONÁRIO


Uribe: não semeies outro Israel na América do Sul

Luís Lavoura diz:
3 Março, 2008 às 10:35 am

“onde um líder terrorista que se movia em liberdade foi abatido pelas tropas colombianas”

O JCD, pelo mesmo critério, deve admitir que a Rússia nada fez de mal ao (alegadamente) mandar abater o antigo agente dos seus serviços secretos que se movia em liberdade em Londres.

De facto, é evidente que um inimigo do Estado russo não pode deixar de ser um “terrorista”, que a Rússia tem toda a legitimidade para abater, onde quer que ele se mova em liberdade.
No Arrastão:
"Se não estamos em guerra com um país não entramos pelo seu território dentro. Parece-me o mínimo, não?"

No Esquerda.net:
Em comunicado, as FARC revelaram que Reyes estava no Equador para tentar organizar um encontro com o próprio presidente Sarkozy para tratar de um novo processo de libertação de reféns.
....

Publicado no Fiel-Inimigo a 3 de Março de 2008.

O indicador direito

A semana passada a minha moleirinha foi atacada por um bug e fui parar ao Hospital de S. José.

Deitado numa maca, sem nada que fazer, reparei num médico segurando uma pasta com a não esquerda enquanto escrevia ao teclado com a mão direita.

Que disparate, pensei. Que má gestão permite que não se instale um suporte que permita aos médicos escreverem com ambas mãos?

O primeiro médico esteve lá uns 15 minutos. Escreveu meia dúzia de linhas usando sempre e apenas o indicador da mão direita.

Veio um segundo médico, sem pasta e escreveu, também, apenas com um dedo da mão direita e durante o mesmo tempo aproximadamente.

Apareceu um terceiro médico e a coisa repetiu-se. Parecia uma greve de zelo.

Cada médico estava poucos minutos com o doente e cerca de 1/4 de hora às voltas com o teclado, como quem mete o dedo no umbigo. Com ou sem dossier na mão esquerda, à excepção de um único, todos teclavam apenas com o indicador da mão direita.

Percebi então que não havia má gestão, bem pelo contrário. Porquê gastar verba numa mesa que, de qualquer forma, seria inútil?

....

Publicado no Fiel-Inimigo a 1 de Março de 2008.

Novo Satã: lâmpadas incandescentes


Lâmpada fluorescente
A Quercus, pela mão de Francisco Ferreira, resolveu marrar com as lâmpadas incandescentes e invectivar o governo no sentido de as exterminar.

Primeiro:
Poupando energia com lâmpadas fluorescentes resulta apenas em passar-se a deixar as luzes todas ligadas.

Segundo:
O problema da poupança de energia é um disparate todos os meses em que se liga o aquecimento. A energia desperdiçada pelas lâmpadas incandescentes é transformada em radiação infra-vermelho que não é mais que calor. Poupa-se de um lado gasta-se de outro.

Terceiro:
As lâmpadas de incandescência emitem um espectro de luz contínuo. O espectro contínuo de luz produz cores reais permitindo uma melhor percepção do meio que nos rodeia, evitando dar trabalho aos neurónios, evitando dores de cabeça e cansaço ocular. As lâmpadas fluorescentes emitem um espectro descontínuo.

Quarto:
As lâmpadas de incandescência quase não cintilam, produzem luz quase continuamente. As lâmpadas fluorescentes produzem luz cintilante, emitindo impulsos de luz à razão de 100 por segundo, aumentando o cansaço cerebral e ocular.

Quinto:
As lâmpadas fluorescentes são substancialmente mais difíceis de digerir pela natureza. Contêm tudo o que as incandescentes contêm e contêm ainda cobre e mercúrio. O 'pó' que recobre internamente o tubo da lâmpada fluorescente contem ainda elementos indesejáveis, os tais que a Quercus lembra e relembra deverem ser objecto de cuidadosa reciclagem.

Sexto:
As lâmpadas fluorescentes emitem quantidades substanciais de radiação electromagnética, a tal que a Quercus deplora nas linhas de alta tensão. Emitem, emitem a curta distância das pessoas e a uma frequência muito mais alta que as linhas de alta tensão. Basta ligar uma telefonia de onda média nas proximidades de uma lâmpada fluorescente e desligar a lâmpada para se perceber o que acontece.

Sétimo:
A Quercus 'esquece-se' de pedir aos portugueses para evitarem comprar lâmpadas incandescentes porque acham que os portugueses são estúpidos. A Quercus prefere ganhar a guerra na secretaria invectivando o governo. A Quercus acha que os portugueses são atrasados mentais e que são incapazes de perceber o momento em que a conta de energia eléctrica é demasiado alta e quer impelir o governo a obrigar os portugueses a gastar menos energia (dizem).

....

Publicado no Fiel-Inimigo a 29 de Fevereiro de 2008.

.

01/03/2008

Armagedão: coisas giras que a esquerda adora



Aquecimento Global é terrorismo climático

Via Mitos Climáticos

----

ULTIMA HORA

Parece que as árvores estão a ficar "obesas".

Via Outra Margem
.

O bólide



Parece que este bólide custa 1700€.

Alguém sabe quanto custa um dos trambolhos, de produção nacional, conhecidos por papa-reformas?

Dando de barato que o Tata é muito mais barato que o para-reformas, que argumentos surgirão para proibir a sua importação:

1 - Para proteger a industria(?) nacional.
2 - Para proteger a indústria europeia.
3 - Porque é construído com mão-de-obra barata.
4 - Porque tem pouca tecnologia amiga do ambiente.
5 - Porque há multinacionais metidas ao barulho.

Caso a lista acima seja aceitável, quais serão admitidas como tendo peso decisório e quais serão recusadas?

Na hipótese da sua importação poder permitir que o provável cliente de papa-reformas venha a poupar dinheiro que poderá então gastar, por exemplo, em saúde, poderá encarar-se a coisa como "economicismo" favorável ao lobi das farmaceuticas?

Nota: a contemplação do meu extracto bancário é, para mim, uma operação transcendente.

.

24/02/2008

Quando as veias nos gelam

A esquerda é caracterizada por uma espécie de mentalidade capitalista feudal, particularmente notada no meio sindical.

Quando a fábrica da Opel, Azambuja, ameaçou fechar, os sindicatos apresaram-se a declarar greve.

Greve. Pois claro. “Greve, em defesa dos postos de trabalho”.

E as indemnizações? E quantos deles perceberam de imediato que seria o momento supremo para afundar o barco de vez e reclamar a indemnização? E, ter-se-á dado o caso de terem sido justamente os mais velhos, com mais anos de casa e mais entrincheiradamente sindicais, a irem por aí?

E os mais novos, que seria deles? E que importava os mais novos aos mais velhos desde que o graveto pingasse para o lado deles?

E a solidariedade? “Parece que temos sarna” gritavam os que ali, como pelas ‘siderurgias’ por esse país fora, iriam, de facto, para o desemprego com meia dúzia de notas no bolso. “Nem conseguimos falar com eles. Fogem de nós”. E que teriam os mais velhos a ver com isso? Direitos conquistados são direitos garantidos e direitos garantidos é graveto no bolso.

M'ai nada!

"A cantiga é uma arma
eu não sabia
tudo depende da bala
e da pontaria
Tudo depende da raiva
e da alegria
a cantiga é uma arma
e eu não sabia...

Há quem cante por interesse
há quem cante por cantar
e há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
p’ra não perder o lugar
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar

O faduncho choradinho
de tavernas e salões
semeia só desalento
misticismo e ilusões
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções"

Publicado no Fiel Inimigo.
.

14/02/2008

Porque é a Europa absolutamente irrelevante?

Robert Gates:
"We must not -- we cannot -- become a two-tiered alliance of those willing to fight and those who are not."

"Such a development, with all its implications for collective security, would effectively destroy the alliance."
[Traduzido por ML, com o meus agradecimentos]
"Não devemos - não podemos - tornar-nos uma aliança de duas posturas, aqueles que querem lutar e aqueles que não querem."

"Essa trajectória, com todas as implicações que teria para a segurança colectiva, destruiria de facto a aliança."
[Publicado, no Fiel-Inimigo]
.

09/02/2008

Rússia: Microsoft perde para Ubuntu

Via Miguel Lomelino
Leonid Reiman, ministro russo com a pasta das telecomunicações, referiu à agência Itar Tass que "até 2009 vão ser implementados pacotes de software livre em todos os computadores dos colégios russos, que substituirão os programas comerciais existentes".
.

07/02/2008

A balda crónica


Segundo a TSF, José Sócrates terá servido de testa-de-ferro, na Câmara da Guarda, a um colega que, sendo fiscal, nunca teria podido assinar projectos. Segundo a mesma estação, o exacto colega em cujos projectos de arquitectura Sócrates teria colocado a sua assinatura, seria posteriormente fiscal da execução da obra.

O cenário descrito acima, a ser verdadeiro, levanta-me-ia dificuldade em encontrar uma palavra, não relacionada com o mundo da pulhice, para o classificar.

José Sócrates pode ter sido movido pelas mais bondosas intenções do mundo. Foi certamente o caso.

Foi certamente pelas mesmas altruístas razões que o Ministério da "Educação" (vulgo Al-Mined*) se decidiu pela imposição, a cada professor, da obrigatoriedade legal de organizar e dar aulas de recuperação a todo e qualquer aluno que, em virtude de excesso de faltas, mesmo que injustificadas, se encontrasse impossibilitado de levar a bom termo aquela que é a sua única incumbência: aprender.

A ideia não podia ser mais filantrópica. Pena é que os alunos propensos a baldarem-se à escola o passem a fazer sistematicamente, escudados na "garantia" legal com que a Ministra de Al-Mined, inefável seguidora do grande timoneiro assinador de projectos, os projectou para o mundo da felicidade final: o da balda crónica.

A verdade é que eu, como outros professores, só posso ser parte de um gang, escumalha avarenta, que insiste em não deixar que outros coloquem a sua assinatura naquilo que escrevem ou já teriam percebido que deveriam fazer acompanhar todo e qualquer avaliação da respectiva resolução, deixando, por preencher, apenas o espaço destinado à assinatura do aluno.

----
* Eduquês

----

PS. Tentem não deitar este Primeiro abaixo. O próximo, na fila, é muito, mas muito pior.

====

Publicado a 1 de Fevereiro de 2008 no Fiel-Inimigo.
.

06/02/2008

Ciência, e "aquecimento global"

Via EcoTretas:

When we've finally gotten serious about global warming, when the impacts are really hitting us and we're in a full worldwide scramble to minimize the damage, we should have war crimes trials for these bastards -- some sort of climate Nuremberg.

Quando finalmente levamos a sério o aquecimento global e, visto que os impactos nos estão a atingir e estar a lutar-se a nível global para minimizar o problema, deveria haver julgamentos marciais para estes bastardos ["negacionistas" do aqueciemnto global] -- algum tipo de Nuremberga para clima.
.

01/02/2008

Escola racista



[Já publicado aqui ao lado]

Vou referir-me a brancos e pretos sem me preocupar com os que acham que referir pretos é "feio", que se lhes deve chamar negros. Não acredito na existência de raças, muito embora perceba que a palavra pode não ser usada em função da classificação científica dos animais.

Na escola em que andei não havia pretos. Não havia, porque (quase) não havia pretos naquilo a que então se chamava metrópole (se a memória me não falha). Recordo-me, aliás, quando um belo dia, na Boa Hora (Lisboa) vi uma preta e fiquei estarrecido. Eu tinha tido um acidente que me tinha provocado um derrame gigantesco na cara e me tinha deixado, por uns 15 dias, literalmente preto. Mas aquilo era demais. A minha mãe explicou-me que os habitantes de África eram assim e para não me preocupar.

À preta que vi atravessando a rua seguiram-se muitas mais pretas e pretos. Era o início da imigração das então colónias.

O tempo acabou por me permitir aprender que os pretos são pessoas cuja pele é substancialmente mais escura em resultado da acção de determinadas células que, sendo exactamente iguais às minhas, se entretêm pintar e escurecer a pele com muito mais intensidade do que as minhas células seriam capazes.

Fiquei ainda a saber que teria, hipoteticamente, mais genes de preto do que imaginava em virtude da assimilação da população escrava. Não era a primeira vez que me perguntava por onde andaria a descendência dos escravos. Julgo não estar longe da verdade se afirmar que nenhum branco, alfacinha de gema, tripeiro, escalabitano, algarvio, alentejano ou minhoto pode afirmar, com segurança, que não tem no seu passado recente descendência de preto (ou preta), pelo menos relativamente ao período iniciado pelos descobrimentos.

...

Passa o tempo e um belo dia vou parar a uma sala de aula onde há uma boa colecção de pretos de idades à volta dos 15. É uma escola “inclusiva”, em que o eduquês oficial discrimina o preto em função do seu bairro de origem e lhe “dá o direito” a aprender apenas metade. Uma escola “inclusiva” onde o branco tem consciência que chamar preto a um preto é racismo, mas ouvir um preto dizer que tem orgulho em ser preto e nojo do branco deve ser encarado como coisa resultante da “diversidade”.

É uma escola esquisita. É uma escola que apoia os que trazem para a sala de aula os mais espectaculares telemóveis e zingarelhos mp3 apesar de um conjunto de papelada permitir determinar serem de “zonas degradadas”. Se calhar são, o que é difícil é fazer perceber aos brancos que o preto que lhe diz na tromba que “só não tem um igual porque é parvo” e que “se fosse preto já saberia como o arranjar” que o roubo deixa de ser coisa censurável.

É uma escola esquisita quando a violência perpetrada pelos intocáveis pretos se eterniza sem se conseguir saber quem são exactamente os pais, sem se saber onde moram exactamente, quem, de facto, toma conta deles.

É uma escola esquisita, que parece acreditar que tem a seu cargo pessoas que é incapaz de controlar, de ensinar, sequer de orientar. Afinal trata-se de gente “diferente”, que deve ser supostamente “integrada”, mas em “diversidade”. Uma escola que é suposto ensinar mas aceitar que não se aprenda e que, ainda por cima, aceite como válido tudo o disparate que o “diverso” debite, deitando mão à inatacável condição de “diferente”. Enfim, um exercício em que aquele que “tem que ser integrado” tem que continuar “diferente” porque ... sim.

... é apenas uma escola racista, no sentido que habitualmente se atribui ao termo, incapaz de perceber que o “diferente” é tão capaz como os outros. Uma escola que mais parece um instrumento de perpetuação do bom selvagem apesar da selva e do modelo de sociedade (?) de onde é oriundo apenas lhe permitir uma subsistência periclitante que o levou a emigrar.

Enfim, uma escola onde tudo isto “faz sentido” mesmo tendo presente que a esmagadora maioria deles não conhece mais terreno (outro país) do que eu conhecia quando encarei a primeira preta: algumas ruas da cidade e a zona da província por onde habitualmente pastava perus.

27/01/2008

Música para hoje



Genesis: Selling England by the Pound

.

Arquivado o inquérito da queixa de José Sócrates contra António Balbino Caldeira


O motivo da "queixa do cidadão José Sócrates e primeiro-ministro enquanto tal", que finalmente posso revelar, foi a minha referência ao "centro governamental de comando e controlo dos media" no post "Rasganço domingueiro" em 7-4-2007 (e à "força de encobrimento e contra-informação do centro de comando e controlo do Gabinete do Primeiro-Ministro" no post "Páscoa da Cidadania", ainda de 7-4-2007) e a questão do MBA curso/grau.

O Ministério Público arquivou e mandou notificar o cidadão José Sócrates e primeiro-ministro para deduzir, se o entendesse, no prazo indicado, acusação particular. José Sócrates não deduziu acusação particular contra mim e o Ministério Público determinou o arquivamento dos autos.
Não consegui determinar os links para os dois referidos artigos.
.

O brilharete

Sempre usei esta máxima chegada não sei de onde:

Sempre que não tiveres nada para dizer, fica calado.

Suponho que seria de aplicar a linha anterior a este post.

.

26/01/2008

Jolly good fellows

Parece que engavetaram em Espanha uma horda de mânfios que se preparariam para promover o multiculturalismo (defendido por Zapatero) por via da utilização de substancias energeticamente instáveis capazes de libertar energia de que resulta uma enorme produção de calor e substanciais alterações de pressão.

Não é claro se os artistas em causa pertencem ao mesmo grupo alter-globalista que ajudou a promover a eleição de Zapatero.

Parece que a secreta espanhola terá recebido informações suficientemente relevantes para lhes permitir "justificar" (que lata) o recolhimento, para introspecção, dos multilateralistas.

Não é também claro se a informação recebida, sabe-se lá de onde, implicará alguma forma de cedência dos poderes políticos espanhóis a alguma unilateralista exigenciazita.

Publicado no Fiel Inimigo a 19 de Janeiro de 2008.

.

24/01/2008

Cada vez mais verdades inconvenientes

EcoTretas:
Cheira-me que isto vai acabar mal, e no fundo tudo aquilo se resume a uma única mentira.
Também me parece.

Via EcoTretas

.

20/01/2008

Bostas

É espantoso como os mesmíssimos gajos que bramam contra a poluição, os OGMs, o CO2, os aditivos na alimentação, etc, conseguem defender o tabaco, mesmo sabendo que, no fumo, a concentração de tudo quanto é trampa é infinitamente superior ao somatório de todos os males contra os quais dizem estar.

... e conseguem, à boleia, achar razoável que os não fumadores engulam as bostas que lhes saem da boca.

.

19/01/2008

Estado de emergência na Sibéria

No Mitos Climáticos:
Ontem, dia 15 de Janeiro de 2008, o governo russo lançou o alerta. O estado de emergência na Sibéria deve-se prolongar até ao dia 21. A descida das temperaturas vai até – 55 ºC, a partir do dia de hoje.

[...]
Ler o resto.

15/01/2008

LHC

Muito frio vai aqui ser produzido.

.

13/01/2008

Fiel Inimigo

Sendo assim, vou começar a trinchar também no Fiel Inimigo.

Lá postarei apenas artigos mais substanciais, deixando ao Range-o-Dente espaço para o resto. No Range-o-Dente colocarei também os meus artigos destinados ao Fiel Inimigo mas com algum tempo de intervalo.

.

A propósito de EN ...

... andei a vasculhar a net por coisas relativas à Enmissora Nacional e encontrei este link que remete para esse tempo: Meia hora de recreio, de Maria Madalena Patacho.

Suponho que o programa terá começado por volta de 1965.

Encontrei ainda este link para Teresa Mota (chapelada).

.

12/01/2008

Pegões em tempo de EN



Ia eu a meio de comentár este post do António quando percebi que valeria a pena deixar aqui, no blog, umas lascas de quando eu era puto ...

...

O Anónio tem razão: é PAR, do inglês RAP. Traduzi borrei a pintura.

"50 mega wats de potência instalada,"

Parece-me ser megas a mais. O site da RDP fala em 300KW e eles gostam de usar os valores de PAR porque são mais sonantes que a potência entregue à antena.

As potências dos emissores de TV andam pelos 5 a 25KW resultando em potências de 20 a 500KW de PAR, dependendo da forma das antenas. As antenas de TV têm mais 'ganho' porque a frequência é mais alta.

Já agora, teria os meus 10 anos quando, levado numa farra de funcionários (então da Emissora Nacional de Radiodifusão), visitei os emissores de Pegões. Desatei a fazer perguntas e um técnico achou por bem afogar-me em respostas. Foi porreiro, houve uma que demorou muito tempo a deglutir: Porque haveria uma resistência soldada a uma ficha num painel cheio delas? O homem bem me explicava que era uma carga ... pois claro.

Mas ainda me lembro das válvulas rectificadoras das pontes trifásicas de alimentação, das gigantescas bobines de filtragem da alimentação e do armário da etapa de saída dos emissores. As válvulas estavam encerradas numa lataria por onde circulava água.

... entretanto deu-se o baile. Foi um sarilho encontrar uma forma de evitar que os amplificadores dos instrumentos musicais deixassem de nos fazer ouvir a emissão de ondas curtas. É justamente este um dos problemas que se faz sentir nos arredores dos emissores em modelação de amplitude: qualquer coisa funciona como rectificador de onda e o resultado é que qualquer torradeira verte música.

... enfim, coisas perdidas na bruma.

Entretanto, voltando aos megawatt, os radares funcionam com este tipo de potências. Os estágios de saída debitam impulsos (bursts) de megawatts que, 'focados' na antena, resultam em ... uuuuffff, muita fruta. Já passei um mau bocado por causa deles, mas, daqui não passo ... :-))

----

Nota final: espero que o logo EN faça o Baldassare saltar que nem uma mola.

.

11/01/2008

... leva 4, leva 5 ...

Dizia eu a 6 de Novembro de 2007:
... leva1, leva2, leva 3 ...

Já se percebeu há muito tempo que não houve cão nem gato que não tenha andado a vender o que não só não existia como nem sequer devia ter sido apontado como provável: o aeroporto da Ota.

Perante a hipotética perspectiva da construção do aeroporto naquele local, todos quanto teriam alguma forma de arrecadar algum tipo de benesse trataram de "avançar". Não deve ter havido cão nem gato político que não tenha "vendido" alguma espécie de "jeitinho" na zona da Ota. A habitual iniciativa pacóvia fez o resto: foi tornando o aeroporto numa certeza.

... com a coisa posta em causa, temem a "reclamação" do "comprador" e tratam de tentar avacalhar todas as perspectivas de alternativa.
Chegou hoje, 11 de Janeiro de 2008, a confirmação:
Sócrates garante que Ota vai ser compensada pelos custos que suportou

O primeiro-ministro afirmou hoje que a Ota, a primeira opção para a localização do aeroporto de Lisboa, vai ser "compensada" pelos custos que teve em investimentos públicos.

[via Blasfémias]

.

09/01/2008

Centrais nucleares

Os ingleses anunciam a construção de várias centrais nucleares. Motivo: diminuir a dependência dos hidrocarbonetos e fazer baixar o preço da energia.

Desempenho das eólicas em Portugal (8 Jan. 2006 - Fonte: REN). A linha verde ao topo corresponde à potência instalada (o que se paga). A linha azul escura corresponde à linha da potência produzida (o que se recebe pelo que se paga). Rendimento do sistema: 10%.

Em Portugal anuncia-se a construção de eólicas. Motivo: diminuir a dependência dos hidrocarbonetos mesmo fazendo subir o preço da energia.

.

06/01/2008

Actualização

Actualizei o artigo Alarvidades

.

Conta-me como foi

Não me consigo lembrar de uma série (portuguesa) de televisão de melhor qualidade que a série Conta-me como foi, da RTP1. Nem me consigo lembrar de outra que lhe chegue aos calcanhares.

Lembra-me coisas de arrepiar. Lembra-se uma frase que, com o passar dos anos foi ficando esquecida mas que voltou à memória "O Sr. não sabe com quem está a falar".

.

Tentáculos

Isto merece uma série televisiva.

Título: O Polvo
Nº episódios: 7123y6567239746234912423912837912342639182374634

====

Nota: ocorreu-me ajeitar o cabeçalho deste post recorrendo a uma foto de Berlusconi, mas desta vez passa. Será que faço mal?

.

Alarvidade

Esta alarvidade fez-me saltar a tampa.

[A alarvidade prossegue também aqui, nos comentários]

===

A alarvidade confirma-se:
"as mesmas elites cujo comportamento alarve não incomoda o Baldassare."

Se calhar cabe-me a mim decidir o que me incomoda... os dirigentes africanos corruptos preocupam-me ainda mais que o rally Dakar, como é óbvio... só que, como não sou neo-colonialista, acho que devem ser os africanos a tirarem essa gente do poder por eleições (onde as há) ou por golpes de estado (como fizeram os europeus para acabar com o nazi-fascismo e com o comunismo militarista).

Quanto ao Dakar, caso não tenha reparado, passa também por território europeu, mais especificamente em edições recentes, por território português.
Penso que eu como europeu, mais especificamente como português, tenho o direito a ser contra este rally. E pelos motivos que eu entender.

"Entretanto, essa mania de querer decidir o que os africanos querem ou não ver passar é uma pura manifestação de racismo."

Eu não quero decidir o que os africanos querem, eu quero decidir o que eu não quero, por um motivo que, enquanto ser humano me toca: já morreram vários inocentes na rota do Dakar, incluindo crianças de 10 e 12 anos. Sejam eles africanos, sejam eles europeus, isto faz-me ser contra o Dakar. Posso?

"O colunialismo decidia o que os africanos queriam. O Baldassare idem."
Eu não decido nada. Eu não quero impor nada aos africanos. Eu quero é que os europeus deixem de permitir que esta prova comece em território europeu, dadas as circunstâncias que já expliquei. E essa vontade é um direito que me assiste, enquanto você não subir ao poder para mo retirar.

Eu recuso o complexo neo-colonialista que diz que não se pode falar nada de África, porque isso é querer impor a nossa vontade. Posso debater os problemas de África, como o posso fazer em relação à Ásia, à América ou às ilhas do Pacífico. Recuso essa lógica ainda mais quando, na realidade, estou a falar da Europa. Repare que o meu texto é um apelo aos europeus, nomeadamente no terceiro parágrafo.

A França já disse não ao Dakar. Este triste evento foi descendo para Barcelona, e depois Lisboa.
Este evento é patrocinado em milhões pelo Estado, quer através do Turismo de Portugal, quer através das Câmaras Municipais (Lisboa já pagou 400 mil euros e Portimão quer reaver os 1.5 milhões que investiu), quer através do patrocínio pela Santa Casa da Misericórdia.

Este é um evento pago por todos nós, e portanto, tenho o direito a não o querer, mesmo que as razões não sejam propriamente os custos, mas a repulsa por tudo o que está envolvido nesta competição que é, a meu ver, o pior espetáculo desportivo do mundo.

E, claro, o Range-o-dente também tem direito a ser a favor do Dakar.
Infelizmente para si, desta vez, os africanos disseram que não (para além das autoridades francesas terem desaconselhado o rally, as autoridades do Mali rejeitaram a passagem do rally... este "desaconselho" com a usual desculpa do terrorismo foi para não se notar quem realmente boicotou o rally: as aultoridades malianas).
.