22/05/2008

Como se enlatam cientistas numa "causa"

Primeiro enjorca-se um assunto. A coisa deve andar à volta de um “malefício” de algo que nos EUA exista em abundância, deve ser difusa e consequentemente de difícil digestão pelo cidadão comum. Este último ‘tique’ permite que se afirme que os americanos são incultos.

Depois indicam-se as fontes do malefício e declara-se que todo e qualquer um que trabalhe para essas entidades é pessoa comprada. Com os devidos retoques a coisa funciona ao contrário: diz-se que é paga pelos morcegos quem não veja qualquer “malefício”.

Depois criam-se financiamentos para quem quiser investigar. A investigação é, “evidentemente” livre e independente, mas polariza-se o canal deixando claro que é este o correcto canal de financiamento porque “o outro serve interesses”.

Depois vão-se estrangulando os financiamentos aos projectos que não se adaptem à “premência”.

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Qualquer investigador que queira esgravatar na relação entre a quantidade de patas da rã e a velocidade com que caminha depara com o problema da “premência”. Não é premente, fica na gaveta.

O investigador cedo descobre que há que polarizar a investigação em função das “necessidades” do momento e introduz nela novos vectores, adaptando o assunto original às aflições que “estão a dar”.

Remete o projecto e recebe o financiamento.

O investigador está-se, realmente, nas tintas para o zenital assunto e estuda o que tem a estudar, tira as conclusões que tiver que tirar mas publica concluindo que ... sim senhor: as rãs sem patas saltam menos por causa do aquecimento global.

Em pouco tempo “a generalidade da comunidade científica garante que o aquecimento global é provocado pela actividade humana”.

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