28/06/2004

A Europa, Zapatero, Mugabe e Bush

A Europa está tão sedenta de molhar a sopa no petróleo iraquiano que se dispõem a eleger o Durão para a comissão - só pode ser essa a razão, aos olhos da forma como os próprios europeus abordam, habitualmente, o assunto. Aznar já não está à vista e daria muito mais nas vistas.

E como está o Zapatero a digerir o supositório? Ele que dizia: Durão nunca, foi muito pró-guerra. O mesmo Zapatero que prometia deixar as tropas se a ONU aprovasse a coisa. Se calhar está a pagar a decisão.

Quando a franceses e alemães, propõem agora dar treino às futuras estruturas militares iraquianas, nos respectivos territórios (francês e alemão) ... para evitarem ser vistos como ... invasores. Auto-invadem-se de tropa estrangeira, portanto. Talvez se possa dizer que o Iraque vai, temporariamente, anexar a França e Alemanha. Suponho bem que os iraquianos não vão na conversa. Naquelas paragens só factura quem arrisca o pelo e franceses e alemães só arriscam o pelo ao sol das praias algarvias.

Voltando ao Barroso, estou para ver como vai ele descalçar a bota dos genocídios africanos deste ano. Será ele o negociador do silêncio multi-lateral?

Pela minha parte, bendita a belinha que fizesse a folha ao Mugabe. "Terra para todos" dizia ele. "Fome para todos" pode dizer-se agora. Pareceria mais justo se fosse "Terra para todos sem fome para todos". Mas isso não seria de esquerda.

Qual vai ser a reacção do Ferro? Vai seguir as pegadas do Durão, que concedia o mais alto crédito ao Vitorino?

Estamos a chegar ao ponto em que já não é preciso que os sinistros de hoje se tornem defuntos para serem as luminárias de amanhã.

A Europa é uma colecção de santidades. Venha Bush.