23/10/2004

Professores ajudantes

Que Santana Lopes (SL) lance a ideia de colocar professores em horário zero a ajudar juizes, é, obviamente, uma ideia avulsa, porque podia propor que os professores fossem fazer milhentas outras coisas para as quais estão capacitados.

De qualquer forma, percebe-se que parece SL que a profissão de Juiz é uma espécie de pináculo das profissões, talvez até com um pé no esotérico.

Outras coisas são difíceis de perceber.

Porque é que SL não declara, simplesmente, estar aberto a propostas para que esses professores possam fazer algo? Quererá evitar ser encharcado com eventuais disparates a que terá que fazer face?

Porque é que SL não investiga, ou pede para investigar, se na legislação já existente, não há algo que é suposto ser feito por esses professores? Dar-se-á o caso de os professores já deverem estar a fazer algo de alternativo?

Porque é que o Sindicato dos Professores não vem declarar que a proposta de SL não faz sentido porque esses professores, por mote próprio, já encontraram trabalho alternativo dentro dos estabelecimentos de ensino onde (deviam) estar a leccionar, ou nas suas redondezas? Será que a razão de existir do sindicato é a de reclamar um máximo de proveitos com um mínimo de esforço?

Porque é que o Sindicato dos Professores não evitou que o problema se levantasse dinamizando, ele próprio, a alternativa de trabalho? Quererão que os professores em horário zero fiquem sem fazer nada? Será que têm medo de mexer num ninho de vespas?

Porque é que um Juiz, num canal de Televisão, vem declarar que tal ideia é tão bizarra que é até desprestigiante para os professores? Quererá ele, com isso, dizer que os Juizes são má companhia?

Será que temos todos a mania de querer estar no topo da nossa piramidezinha?

Porque estamos todos, sempre, contra todos?