10/05/2006

Freitas do Amaral, o ingénuo



Já li muita coisa sobre o incidente do “cansaço” de Freitas do Amaral.

Que o título foi escolhido à revelia do conteúdo, é fácil de perceber e acontece todos os dias. A generalidade dos jornalistas são capazes de tudo para se evidenciarem.

Rendidos às maravilhas do marqueting, os jornalistas sabem que toda a publicidade é boa, mesmo que má: fala-se no assunto e fala-se do autor. Eles sabem que se catrafilarem alguém, ficam a jeito de uma promoção porque as entidades para quem trabalham são como os cartéis de droga: nada respeitam e não têm princípios (além do lucro).

Voltando ao ministro, pode dizer-se que, no mínimo, foi tanso. Foi tanso porque não mediu o que dizia tendo em atenção com quem falava.

Ser tanso, nestas circunstâncias, pouco importa: gasta tinta mas é irrelevante.

O que não é irrelevante é ter presente que Freitas do Amaral, no exercício das suas funções, é capaz de seguir a mesma cartilha perante os seus congéneres. Já deu bastas indicações nesse sentido e, neste caso, podemos já não estar a falar só de tinta: podemos estar a falar de sangue.

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