30/09/2005

O valor da vida em função da origem da bala

[mais um que veio a pé]

Caiu o Carmo e a trindade quando a polícia Londrina matou um imigrante brasileiro.

Não discuto os pormenores que envolveram a coisa, dou de barato que, no meio da confusão, tenham perdido o controlo e tenham morto um absoluto inocente.

Os multilateralistas de serviço armaram um caldinho de todo o tamanho, pedindo, a torto e a direito, explicações aos ingleses (unilateralistas) acerca da história.

Os responsáveis políticos ingleses lá tiveram que pedir desculpa milhentas vezes, os embaixadores andaram numa fona, foram exigidas (e pagas) indemnizações, etc. Enfim: cobras e lagartos.

Só uma coisa não foi esclarecida: que explicações dá o estado brasileiro e que indemnizações entrega aos familiares das pessoas mortas em circunstâncias idênticas ou por simples fuzilamento, quando a coisa se passa dentro de portas?

Há dois pesos e duas medidas? O cidadão brasileiro só tem direito à vida fora de fronteiras?

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