A Europa está convencida, (ou melhor parte dela, mas suponho que ainda a maioria) que “condescendências” ajudam a resolver o problema. Não ajudam. Do 'outro lado', os islamistas limitam-se a fazer notar ao seu campo que estão a ganhar a guerra (que mantêm com todo o mundo com particular destaque em relação aos próprios muçulmanos) apontando para mais uma cedência nossa.
O exemplo mais notório encontra-se nas infindáveis negociações que a lado nenhum conduzem, e que só servem para que os islamistas e o seu campo percebam que temos medo e que estaremos infinitamente dispostos a negociar dando-lhes margem de manobra para avançarem – se não militarmente (por enquanto), pelo menos estrategicamente.
Os islamistas vão sedimentando as suas posições, vão preparando o terreno para a desestabilização, por dentro, do Ocidente, em particular da Europa, até que a coisa esteja bem madura.
Como arma de arremesso, os islamistas usam o que muito bem entendem, de acordo com a táctica do momento, alavancando-se nos mais diversos pretextos: a Palestina, o ataque ao Islão, “a nossa sede por petróleo” , o ataque à sua civilização, em último caso invocando a nossa mania de superioridade que mais não é que a sua própria paranóia de inferioridade. Essa paranóia é claramente cultivada pelos próprios islamistas.
As caricaturas deram jeito. Se não fossem as caricaturas seria outra coisa qualquer.
A Europa está convencida que “poupando” as susceptibilidades muçulmanas apazigua a coisa, mas com a paranóia de não ferir susceptibilidades e de evitar a “reacção das outra parte” não percebe que dá aos islamistas mais uma vitória - “os gajos são fracos” rosnam eles entre dentes (digo “rosnam” porque estou a caricaturar e se eles não gostarem é problema deles).
Em boa verdade, assiste-se a três guerras: entre is islamistas (onde os radicais dominam claramente, ou, pelo menos constringem claramente), entre os islamistas e o ocidente, e entre duas facções do ocidente (uma guerra de punhos de renda, como é da praxe, mas uma guerra) mais exactamente entre os 'condescendentes aos islamistas' e os 'duros perante os islamistas'. Daí os blogues serem importantes.
Não defendo que se puxem de imediato das armas, mas defendo que não tenhamos receio de dizer “sim, somos claramente mais evoluídos que vocês, e se vocês têm, por isso, um complexo de inferioridade é um problema vosso (resolvam-no entre vós porque o problema é vosso). Não abdicamos das nossas conquistas (separação de poderes, liberdade de imprensa, etc.) e não estaremos dispostos a aturar quem tente morar connosco apesar de dizer que nos odeia. E quanto mais tarde for, pior é.
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