Gostei muito de ouvir o antigo ministro da cultura, em funções no tempo de Guterres, Manuel Maria Carrilho.
Dizia ela: "A democracia é feita de formalidades".
Ele achava tal, só como forma de protelar o anúncio de um candidato à liderança do PS. Ele achava, portanto, que não fazia sentido anunciar candidaturas sem que elas fossem formalmente apresentadas.
Uma formalidade, muito importante, fundamental à democracia.
O facto de o Presidente da República ter escolhido uma das duas hipóteses para que formalmente a constituição apontava, e, de acordo com os poderes que a constituição formalmente lhe atribuí, e ter nomeado novo 1º ministro, parece, surpreendentemente, ao PS, inaceitável, supõe-se que por não ser um dos tijolos constituintes da democracia.
Ou ele ou Ferro Rodrigues merecem levar com um formal tijolo na cabeça.
Este puzzle só se consegue perceber se se considerar que o PS, como cabeça, tem um monte de tijolos.
PS. Já alguém apanhou o desertor Ferro Rodrigues? O eleitorado que votou no partido à frente do qual ele se apresentou em duas eleições seguidas anda à procura dele. Parecem não estar dispostos a aceitar o que umas dúzias de barões vão escolher num qualquer fumarento congresso. O que eles querem é ver o dirigente apresentado e votado há pouco tempo, e não um outro qualquer, gerado à pressão. De outra forma o novo dirigente nunca terá legitimidade.
Se Alguén não perceber, consulte as declarações de Ferro Rodrigues antes da polémica decisão do PR.