Parece-me particular mau gosto quando alguém tira partido da liberdade de que dispõe para tentar fazer crer que não a tem.
Que Farenheit 9/11 é um filme de propaganda não parece merecer muita discussão. O real significado do filme para quem não goza de liberdade aparece estampado na última frase do artigo que se segue.
O Público, 16 de Setembro - Cultura
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O filme "Farenheit 9/11" estreado no Irão.
O filme de Michael Moore "Farenheit 9/11" foi ontem estreado no Irão, numa única sala de cinema de Teerão, controlada pelo Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica. O projecto de Micheal Moore contra George W. Bush, que colocou o Irão no eixo do mal, passou a censura iraniana com uma rapidez pouco habitual para uma obra estrangeira, diz a AFP. "Entre todos os filmes de grande público que as pessoas devem ver, as autoridades escolheram 'Farenheit' porque os interesses do regime islâmico coincidem com as do realizador", disse uma espectadora, Sima Gharavi, à agência. Segundo a AFP, alguns espectadores não se deixaram convencer pelo filme que divide gerações. "Muito político", "aborrecido", "manipulador", foram algumas das reacções recolhidas pela agência, que registou uma conversa de uma senhora de meia idade a tentar convencer um pequeno grupo sobre o interesse do filme. Este espectador entusiasmou-se particularmente com a liberdade com que Moore se dirige a um chefe de estado.