03/10/2005

O Bloco de esquerda e a moral



No programa Parlamento (RTP2) de 2 de Outubro, Miguel Portas, do Bloco de Esquerda, defendeu que os trabalhadores alemães teriam sido enganados durante as negociações laborais por causa da construção do cabriolet da VW.

Segundo Miguel Portas, os custo de mão de obra dos trabalhadores portugueses teriam sido postos “em cima da mesa” como forma de obrigar os trabalhadores alemães a baixarem os seus proventos, numa altura em que em Portugal já se saberia que o carro nunca seria construído na Auto Europa.

Repare-se a conta em que Miguel Portas tem os sindicatos alemães. Em Portugal sabe-se que o carro não será cá construído, e os sindicalistas alemães andam distraídos. Se calhar não têm por hábito ler os jornais dos territórios onde estão instaladas as fábricas com que são ameaçados ...

Miguel Portas é, de longe, o bloquista mais equilibrado. Mas ...

Quanto a Ilda Figueiredo, do PCP, é um caso perdido.

Já agora, qualquer bom militante anti-globalização deveria congratular-se por não ter acontecido mais esta deslocalização: da Alemanha para Portugal. A não ser que as deslocalizações sejam boas quando se fazem para o nosso país, e más quando abandonam o nosso território. A não ser assim não se percebe porque sempre que uma empresa se deslocaliza para fora de Portugal os ditos bloquistas de indignam invocando questões de moral. A não ser que a morar deles seja a mesma de que acusam George Bush: quando ganhamos está tudo certo, quando perdemos, não está.

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