27/02/2007

Arauto



Ou lançamento do satélite iraniano terá sido um flop, ou, nem sequer tentativa de lançamento teve lugar.

[Transcrevo um par de artigos porque não consegui determinar que link apontará para eles. Corrigi algumas gralhas].

Artigos do Boletim em Órbita.


A fraude iraniana: um lançamento que nunca aconteceu?
Por Rui C. Barbosa. Postado em 27 de Fevereiro de 2007.

As questões relativas ao suposto lançamento espacial iraniano mantêm-se.

Segundo a agência noticiosa France Presse, o lançamento iraniano não foi detectado pela rede mundial do North American Aerospace Defense Command. Comentando um oficial de defesa americano, "Não temos indicação que tal seja verdade" referindo-se ao lançamento espacial do Irão no passado dia 25 de Fevereiro.

É altamente improvável que o lançamento espacial tivesse passado despercebido ao North American Aerospace Defense Command que monitoriza os lançamentos de mísseis a nível mundial.

O artigo seguinte levanta também a possibilidade de ter ocorrido uma falha no lançamento.




Lançamento espacial iraniano: um lançamento falhado?
Por Rui C. Barbosa. Postado em 26 de Fevereiro de 2007.

No passado dia 25 de Fevereiro o mundo Ocidental acordava com a notícia de que o Irão havia levado a cabo um lançamento espacial. Mais precisamente as notícias indicavam que um míssil espacial havia... chegado ao espaço. Esta afirmação seria no mínimo enigmática, pois dizer que um míssil atingiu o espaço não esclarece muito sobre qual o objectivo dessa missão e na sua maior parte quase todos os mísseis balísticos de longo alcance atinge o espaço exterior (cujo limite inferior é definido nos 100 km de altitude) no seu voo.

Porém, e mais recentemente, os responsáveis iranianos indicavam a vontade do Irão em desenvolver um lançador espacial doméstico, o que por outro lado seria um sinal de que possuíam a tecnologia para desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de transportar uma carga nuclear ou convencional até qualquer ponto do globo terrestre. Juntamente com o desenvolvimento do seu programa nuclear, isto seria um sério aviso aos Estados Unidos.

No dia 25 de Fevereiro as informações que se seguiram apontavam para a colocação em órbita de um satélite iraniano. Este seria o segundo satélite iraniano após o lançamento do satélite Sinah-1 por um foguetão russo 11K65M Kosmos-3M. Outras reacções por parte do Irão levaram muitos meios de comunicação internacionais a anunciar o lançamento com sucesso do primeiro satélite iraniano por meios próprios.

À medida que as horas foram passando nesse dia, cada vez se tornava mais complicado detectar o satélite em órbita. Por outro lado, nunca houve um anúncio formal por parte do governo norte-americano sobre um possível perigo relacionado com o desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais. Da mesma forma o Space Track não registava nenhum novo objecto em órbita relacionado com este recente lançamento.

No final do dia Teerão vem anunciar que afinal o seu lançamento espacial havia sido o lançamento de um foguetão-sonda para testar o estágio inferior do seu lançador orbital, tendo transportado uma carga que após atingir os 150 km de altitude teria sido recuperada de pára-quedas.

Esta situação preconiza uma história da 'montanha que pariu um rato'. Ou realmente o lançamento tinha como objectivo somente levar uma carga a 150 km de altitude ou então algo correu mal: 1º 'anúncio' - o Irão tenta colocar em órbita um satélite e após os primeiros minutos de voo tudo parece correr bem, autorizando-se a imprensa controlada pelo estado a divulgar a notícia; 2º 'algo corre mal' - o último estágio do lançador não tem o desempenho esperado, o satélite não atinge a órbita terrestre e reentra na atmosfera destruindo-se; 3º 'novo anúncio' - a imprensa iraniana apressa-se a dizer que afinal o lançamento teria só sido um voo sub-orbital.

A hipótese de uma história para encobrir as declarações originais não pode por agora ser posta de parte. Se por um lado a colocação em órbita de um satélite por parte do Irão e utilizando meios próprios seria uma demonstração de força e um aviso ao Ocidente, por outro o falhanço no lançamento seria uma prova da fraqueza da sua tecnologia ao nível dos mísseis balístico intercontinentais e isso é algo que não se deseja que o inimigo saiba.
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