23/12/2007

Arauto



Os recibos verde e o faz de conta que se faz prestação de serviços

... e porque fica o Estado sempre de fora?


Via Mitos Climáticos, de
Alberto Gonçalves, Crendices, ou ...

O FIM DO MUNDO TAL COMO AL GORE O CONHECE

E, discretamente, o aquecimento global, esse Medo do Ano, parou. Se o facto não chegou às manchetes nem por isso deixa de ser um facto: as temperaturas médias de 2007 foram idênticas às de 2006. E as de 2006 às de 2005. E as de 2005 às de 2004. E por aí fora até 2001. É isto, então: aparentemente, as temperaturas terrestres (por complexas que sejam de estabelecer) não aumentam há seis anos. David Whitehouse, astrofísico e ex-editor científico da BBC (não, não é o "céptico" comum), comenta o assunto em artigo na revista "New Statesman" e procura, em vão, uma explicação. A explicação "clássica" liga o aumento das temperaturas ao aumento das emissões de dióxido de carbono. Mas, no período em causa, as emissões de CO2 continuaram a subir (nos dois sentidos) e as temperaturas, repito, não. Na perspectiva científica, é legítimo suspeitar que, afinal, uma coisa não está relacionada com a outra, e que talvez a acção do homem não influencie o clima do modo que se pensava e se obrigava toda a gente a pensar.

O problema é que o conhecimento científico nunca foi exactamente o objectivo desta história. A coisa passou mais por apavorar as massas com visões folclóricas da catástrofe, espatifar fortunas em "investigação" com tese previamente definida, realizar o "Live Earth", dar o Nobel ao sr. Gore, reunir os grandes da Terra (aflitíssimos) nas praias de Bali e aliviar fúrias acerca dos EUA e de Quioto. Feito, feito, feito, feito. Se calhar, é suficiente. Podemos voltar à gripe das aves? Ou, se quiserem um perigo comprovado e realmente assustador, à crendice dos homens.|

Sábado, 22 de Dezembro
Será talvez este o maior logro da história recente, logo depois do logro em que a esquerda alinhou no tempo da cortina de ferro e ainda depois dele. Inclino-me, aliás, a dar razão a quem reclama que a história do aquecimento global não passará de uma espécie de terapêutica ideológica substitutiva que, para não variar, se assume em forma de logro.

O prémio Nobel não terá passado de cereja em bolo-bosta.

Um dia destes ouvi, na RDP, uma entrevista a uma investigadora da Universidade de Aveiro. Logo na primeira pergunta o jornalista abordou a questão em forma de polarização - a desgraça dos ursos afogados. A cientista, sem refutar a paranóia, chamou a atenção de que os pólos estavam a aquecer (o que parece não ser verdade) mas outras zonas estavam a arrefecer. Enfim, respondeu sem tentar desmanchar o logro. Ainda algum tempo há de passar antes de se poder chamar os bois pelos nomes sem se correr o risco de se ser chamado de negacionista.

Não sou católico, mas queira Deus que a temperatura não comece a baixar de imediato. Se ainda por cá andar, terei interesse em ver como se irá defender que a produção maciça de CO2 não possa vir a ser uma ferramenta para evitar o arrefecimento global.

.