19/05/2005

Ana Gomes e o Arroz Malandro


Ana Gomes voltou à carga, desta vez disparando para Condoleezza Rice, referindo-se a ela como Sra Arroz.

Podia ter-se referido a ela como Sra Arroz Doce: Condoleezza significa mais ou menos “com doçura”. Arroz doce, portanto.

A má fé de Ana Gomes volta a estar patente.

Diz Ana Gomes que a visita de Rice foi apara consumo interno americano (norte americano, supõe-se – não parece provável que Ana Gomes se esteja a referir à América do Sul).

Bom, para consumo europeu não seria certamente, porque a Europa nestas matérias nada risca. Tenta riscar se lhe cheirar a proventos económicos, mas só nesse caso e só se daí não puderem vir a ocorrer baixas próprias. Os asiáticos têm mais em que pensar, os africanos têm pouca margem para pensar, etc,. Talvez não seja o caso do Médio Oriente, do Iraque e, evidentemente, dos Estados Unidos da América.

A viagem seria para consumo interno dos EUA, mas Ana Gomes esqueceu-se de referir os encontros com os dirigentes iraquianos. Talvez suponha que façam parte da administração dos EUA ou prefira fazer de conta que não existem.

Ignora em absoluto (agora como antes) o sofrimento do povo iraquiano – para ela o Iraque só existe na medida em que é fonte do martírio dos norte americanos, gáudio de Ana Gomes.

Ana Gomes preocupa-se com razões que “consolem a América” mas, mais uma vez, ignora a necessidade de consolo dos iraquianos. Já agora há que notar que, em matéria de consolo, não será a multilateralista Europa (só a pacifista) a consolar os iraquianos, porque nem sequer apoio moral deu à sua libertação.

A má fé de Ana Gomes vai mais longe. Suponho, aliás, que já não se tratará de má fé, mas pior, muito pior – e não é só malandrice (arrozeira ou de bacalhau com todos).

Ana Gomes sabe certamente que, no Iraque, há um problema de falta de eficácia do exército iraquiano, anda em consolidação e sabe porquê.

Ana Gomes sabe que esse exército está ainda numa fase algo incipiente, e sabe que, nessa fase, assumir um combate directo e arriscado aos terroristas (que ela não nomeia mas a que também não tem a coragem de chamar patriotas) na presença de um exército norte americano bem organizado, corajoso e eficaz (coisa com que certamente não concorda - mas é um problema dela), leva facilmente os soldados iraquianos a uma inércia que, se por um lado não abona muito em favor das teses patrióticas defendidas por muitos (Ana Gomes inclusivé), por outro lhes salva a pele – coisa pouco displicente para eles, como para os europeus pacifistas e multilateralistas. Ana Gomes sabe tudo isto, mas faz de conta que não sabe, preferindo tentar o golpe baixo, envenenando arroz.

Ana Gomes percebe evidentemente que Condoleezza Rice está a pressionar as autoridades iraquianas (e indirectamente o exército iraquiano) no sentido de que assumam o controlo do território que permita a desocupação (coisa que Ana Gomes agora parece não desejar – porque as mortes de americanos lhe vão alimentando o ego).

Talvez devesse aprender o que é frontalidade – George Bush é exemplo suficiente para valorizar Ana Gomes - caso ela seja capaz de o perceber (já se sabe que não é porque … blá, blá, blá).

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