02/05/2005

Kumba Ialá esperneia …



Kumba Ialá resolveu reclamar que a medida do governo português de avisar os seus (portugueses) cidadãos no sentido de evitarem deslocar-se à Guiné nos próximos tempos é uma ingerência de Portugal nos assuntos internos da Guiné.

Faz lembrar os recorrentes abespinhanços das autoridades das ex-colónias, de cada vez que, nos anos 70, um jornal português publicava algo de que não gostavam. Reclamavam então essas novas “autoridades” que o governo português controlasse os jornais portugueses …

Voltando ao assunto inicial, espera-se que o governo português governe os seus cidadãos como o devia fazer o governo gineense (isto, sim, é uma ingerência, mas estou-me nas tintas). Faz parte da esfera das decisões de cada governo, avaliando os riscos, aconselhar, ou não, deslocações dos seus cidadãos a territórios estrangeiros. Que a Guiné está, outra vez, à beira da guerra interna, é mais que óbvio.

A reclamação de Kumba Ialá (como aliás esta outra) não tem outro efeito que o de transformar uma decisão do estrito foro interno de Portugal numa ingerência auto-importada.

Reafirmando que nenhum gineense merece os dirigentes que tem tido, relembro Vinícius: “a burrice não tem transplante”.

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