29/07/2004

Urânio, chumbo e ai ai, que me dói a mona

Num canal qualquer ouvi um manfio (penso que na qualidade de combatente) contar a estupefacção que invocavam contando um episódio da guerra de libertação do Qwait.

Rezava algo assim:

"Às vezes não percebíamos a indiferença com que os tanques Iraquianos iam direitos a nós, em campo aberto, podendo nós acertar-lhes a uma distância a que as balas deles nunca nos atingiriam.

Os poucos sobreviventes ficavam de mãos atrás da cabeça até que fossem feitos prisioneiros e após o que apontavam para os nossos tanques e diziam qualquer coisa que nós não percebíamos.

Tanto insistiam apontando para os tanques que mandámos vir um intérprete que nos informa que eles estavam simplesmente a pedir para tocarem com o dedo nos nossos tanques.

Tanto pediram que nós deixámos.

Tocado o tanque eles ficavam estupefactos e perguntavam de que era feito o tanque, ao que nós respondíamos que eram feitos de aço e urânio empobrecido.

Perguntámos nós então porquê aquela insistência em tocar os tanques, e eles responderam que os generais deles lhe tinham garantido que não tivessem medo dos nossos tanques porque eram feitos de ... contraplacado."

Voltando à reincidente suspeita, porque será que, na Europa, de cada vez que há problemas bizarros com a saúde dos soldados se canaliza a coisa para o urânio empobrecido, fazendo testes para determinar se sim ou não, e não se canaliza a coisa no sentido de investigar, mais abrangentemente, que diabo de coisa está a provocar problemas?

Até parece que, havendo problemas, algum encobridor insuspeito projecta a coisa no sentido do urânio re-camuflando o problema.

Por mim, se for ao médico tendo um problema, espero que o médico tente perceber o que tenho eu, e não simplesmente se tenho qualquer coisa que desconfio ter, ou que alguém sugere ao médico que averigue. Neste último caso, só sugeriria a um médico de um amigo meu que averiguasse determinada coisa de que esse meu hipotético amigo se queixasse, se eu estivesse a envenena-lo com outra coisa qualquer.

Do ponto de vista da radiação ionizante (capaz de escavacar outros átomos) o urânio empobrecido é incólume (liberta protões - atomos de hidrogénio sem electrões - a alta velocidade, que, normalmente, não viajam mais de meio metro). Do ponto de vista químico é perigoso (como o chumbo, que se despeja pela caça, por esses campos, aos milhares de toneladas), mas, neste modo, para haver problema tem que se encontrar urânio no corpo da vítima … o que nunca tem acontecido …

Evidentemente que ninguém gosta de lamber ou manusear urânio empobrecido, como ninguém deve lamber ou manusear chumbo (que aliás é produto do decaimento do urânio), mas dar-lhe poderes mágicos (ou de macumba) parece demais. As fábricas de electrónica, que manuseiam grandes quantidades de chumbo contido na solda (estanho + chumbo), sugam os vapores da solda derretida e canalizam-nos para filtros onde os átomos de vapor do chumbo é suposto ficarem retidos.

Mas enfim, já se sabe que não vale a pena lutar contra “dados adquiridos”.

16/07/2004

Soldados da ONU são acusados de violarem crianças no Congo

A notícia aparece, mas … nada de alarme. Se calhar trata-se de mais uma calinada Bushista.

Hipotéticas razões para que não haja alarme:

1 - As tropas não são americanas.

2 - As tropas não usam máquinas fotográficas (coisa que alegraria os media).

3 - São, em geral, tropas de origem africana - tudo em família, portanto.

4 - Os pacifistas de circunstância não sabem que em África se pratica sexo à margem do direito internacional – o único de que eles ouviram falar.

Face às 4 hipóteses anteriores, não parece que a inicial (calinada Bushista) tenha pernas para andar, ou já teria caído o Carmo e a Trindade.

Alguém mais vislumbra outro plausível motivo?

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15/07/2004

Cabeça de tijolo

Gostei muito de ouvir o antigo ministro da cultura, em funções no tempo de Guterres, Manuel Maria Carrilho.

Dizia ela: "A democracia é feita de formalidades".

Ele achava tal, só como forma de protelar o anúncio de um candidato à liderança do PS. Ele achava, portanto, que não fazia sentido anunciar candidaturas sem que elas fossem formalmente apresentadas.

Uma formalidade, muito importante, fundamental à democracia.

O facto de o Presidente da República ter escolhido uma das duas hipóteses para que formalmente a constituição apontava, e, de acordo com os poderes que a constituição formalmente lhe atribuí, e ter nomeado novo 1º ministro, parece, surpreendentemente, ao PS, inaceitável, supõe-se que por não ser um dos tijolos constituintes da democracia.

Ou ele ou Ferro Rodrigues merecem levar com um formal tijolo na cabeça.

Este puzzle só se consegue perceber se se considerar que o PS, como cabeça, tem um monte de tijolos.




PS. Já alguém apanhou o desertor Ferro Rodrigues? O eleitorado que votou no partido à frente do qual ele se apresentou em duas eleições seguidas anda à procura dele. Parecem não estar dispostos a aceitar o que umas dúzias de barões vão escolher num qualquer fumarento congresso. O que eles querem é ver o dirigente apresentado e votado há pouco tempo, e não um outro qualquer, gerado à pressão. De outra forma o novo dirigente nunca terá legitimidade.

Se Alguén não perceber, consulte as declarações de Ferro Rodrigues antes da polémica decisão do PR.

12/07/2004

A decisão do Presidente da República

O Presidente da República (PR) só podia tomar uma de duas decisões: ou permitia a formação de novo governo baseado na presente configuração da Assembleia da República (AR), ou dissolvia a AR, convocando eleições. Decidiu-se pela primeira.

Eu, pessoalmente, pendia entre as duas. Se, por um lado, me parecia que a segunda opção poderia resolver mais definitivamente o problema, por outro suspeitava que a primeira teria o mérito de não deixar que este jardim à beira-mar plantado viesse a cair numa guerrilha institucional permanente de cada vez que uma eleição, ou mesmo uma sondagem, não resultasse de feição a quem quer que fosse que se encontrasse no poder em determinado momento. Nessa altura o precedente criado pela dissolução do parlamento iria dar largas à mais desbragada, intempestiva, folclórica e populista reclamação de legitimidade de exercício do poder.

Não posso avaliar o que poderia ter ocorrido se o PR tivesse decidido em sentido contrário, mas a verdade é a decisão foi tomada e é sobre ela que a história se poderá debruçar.

Nessa perspectiva estrebucharei um pouco sobre o efeito secundário mais imediato da dita decisão, a demissão de Ferro Rodrigues (FR).

FR reclamava eleições antecipadas porque a composição da AR já não espelhava a vontade do eleitorado e porque o apontado novo primeiro ministro não se havia apresentado para esse efeito nas últimas legislativas.

Claro que este tipo de argumentação tem uma razoável base de sustentação política (embora pouca formal), muito embora também a argumentação saída da maioria da AR proponente de suporte a um novo governo tivesse sustentação (talvez um pouco mais formal que política).

A verdade é que a proposta de dissolução, podendo ser a mais correcta face ao país real, é a que mais navega ao arrepio da constituição gerada pelos eleitos que o mesmo país real têm vindo a eleger. Isto aplica-se num ponto em especial: as eleições realizadas foram para o Parlamento Europeu e não foram legislativas.

Claro que se pode invocar que se fossem legislativas, o resultado seria o mesmo. Talvez, mas isso é adivinhação.

O problema é que, neste momento, face ao pedido de demissão de FR, quanto mais valor se der à argumentação que ele apresentou em favor de eleições antecipadas, mais valor se obtém a favor da posição contrária.

Contrariamente ao que me parece acharem a maioria dos portugueses, pareceu-me que a retirada de Guterres foi um acto de coragem, de quem percebe que tendo as coisas descarrilado substancialmente, e face ao cansaço dele próprio e à fatiga dos poucos que ainda não tinham debandado das suas fileiras (quando cheira a esturro os ratos fogem), a melhor solução para o país seria passar o poder a um governo de outra cor. Nada que não tivesse já acontecido anteriormente, nomeadamente com Cavaco, que saiu da vida política (pelo menos até ver) deixando o partido suficientemente armadilhado para garantir que as eleição seguinte transferisse o poder a outro partido político. Tanto no caso de Cavaco, como no de Guterres, foi um acto de coragem, de quem percebia ter as rédeas de um poder que se tornava contraproducente aos interesses do país e as larga, cedendo-as a quem mais energia tivesse para as agarrar.

Evidentemente que se tratava de as largar aos inimigos figadais. Mas quando se trata de transitar da oposição ao poder, os partidos têm inflectido bastante as posições que defendiam enquanto oposição para, de alguma forma, convergirem em função da uma política face ao país real e em detrimento de um país inventado para consumo oposicionista, como alavanca para colher chavões facilmente deriváveis dessa virtual realidade.

A dita “fuga” de Guterres, como, pelo mesmo prisma a “fuga” de Cavaco, não foi, para mim, mais que um acto de responsabilidade que se deve respeitar. Aliás, Guterres já contava com 6 anos de governação. Pode dizer-se que Cavaco não interrompeu o seu mandato, mas, Cavaco terá simplesmente sido salvo pelo gongue.

A fuga de FR é absolutamente incompreensível …

FR foge mesmo sem ter o desgaste da governação e desgaste nas suas fileiras (que nem chagaram a existir) … e os eleitos nas eleições para o Parlamento Europeu ainda nem sequer tinham aquecido a cadeira.

FR foge mesmo tendo do seu lado todo um eleitorado que nele teria, segundo argumentava antes de perder a causa junto do PR, votado de fresquinho.

FR foge quando se esperava que se mantivesse fiel aos que nele tinham recentemente votado.

FR demonstra não estar à altura (nem sequer tendo o fardo atenuado de oposição) de defender os seus eleitores.

As consequências são inúmeras ...

Até que se realizem novas eleições (e nem discuto de que tipo pois, para o PS, o facto das últimas europeias não serem legislativas não era problema), nenhum outro dirigente socialista poderá invocar as recentes eleições europeias como prova de legitimidade popular. Se Santana não tinha legitimidade política para ser primeiro ministro por nunca ter sido apresentado como pretendente ao cargo, qualquer outro futuro dirigente socialista ficará em idêntica posição, mesmo que como líder da oposição, tanto mais que se sentará na AR, em lugares de eleição directa (o primeiro ministro não é).

Nunca mais o PS poderá fulanizar este tipo de questões (coisa que, aliás, nunca devia ter feito), porque só o correr de muito tempo apagará o percalçozito. Caso contrário alguém lembrará que o PS é incapaz de reconhecer e manter a mais ténue ligação eleitor ao eleito porque este, no caso do PS, se poderá afastar logo à primeira dificuldade.

Imaginemos FR como primeiro ministro (longe vá o agoiro). Ao primeiro decreto chumbado pelo Tribunal Constitucional, lá se demitiria o sensível dirigente, como pétala de papoila.



A decisão do PR foi a correcta. Talvez o PR tenha decidido desta forma, não por vontade de que não houvesse eleições, mas por saber quão de pouca confiança era Ferro Rodrigues.

Em boa verdade o Partido Socialista devia fazer renunciar ao mandato os seus eleitos ao Parlamento Europeu. Quebrada a ligação do seu líder com o eleitorado, que legitimidade política tem os seus deputados? E que dizer dos deputados socialistas na Assembleia da República? Com que chapéu passarão a fazer oposição? Como justificar que o PSD, pelo afastamento do seu líder, tenha deixado de ter legitimidade suficiente, justificativa a dissolução da Assembleia da República, cujos deputados foram tão directamente eleitos como os do PS? De que direitos monárquicos da idade média pensa gozar o PS, que quer negar ao PSD?

O PR decidiu acertadamente. A direita nem sequer vai precisar procurar limar as suas arestas porque o Partido Socialista deu, voluntariamente, dois tiros em cada um dos próprios pés.

O PS precisa uma desinfecção generalizada porque começa a transparecer um ódio visceral que, cada vez mais, aparenta ter ao povo. Como monárquicos do século XXII, o PS parecer ter dificuldade em reconhecer o eleitorado como digno de qualquer espécie de respeito. Nesta matéria já pouco falta para ultrapassar o Bloco de Esquerda.

O PS e, em especial Ferro Rodrigues, ainda não percebeu que já nem a direita considera que o PR é “dos nossos” ou “dos deles”, e que há coisas resolúveis à canelada telefónica para este ou para aquele “dos nossos”.

Convém que o PS dedique os anos mais próximos a uma desinfestação interna simultânea com a retirada de esqueletos dos armários e seu envio ao ferro velho.

Convém que o PS não seja acometido da tentativa da travessia do deserto por avião. Ir a pé, neste caso, é o mais recomendável, para que possam readquirir alguma relação com a realidade.

Talvez tenha sido a mais difícil e acertada decisão de política interna que um PR jamais tenha tomado desde o 25 de Abril.

A oposição ficou, portanto, absolutamente manietada pela deserção de FR. A não ser que alguém ainda nutra alguma esperança pelo PC …

E esperemos não ser que a direita se espalhe completamente (estão lá todos os ingredientes para a hecatombe)… deixando um país caótico entregue a um caótico e derivante PS.

PS. Quando a Ana Gomes, tem sido tão incompetente como política quanto competente foi, como embaixadora, em Jacarta. Compreende-se as razões que a movem contra Durão Barroso o ao PSD face a espezinhamentos anteriores de que foi vítima, mas é contraproducente que um político paute a sua acção por ódios figado-viscerais, mesmo que contra George Bush.

30/06/2004

As Tias e a Esquerda

Não consigo perceber a esquerda em Portugal.

Com a história do Iraque só se falava do direito internacional (DI), O DI para aqui, o DI para ali, aqui-del-rei que estava a ser atropelado, rebéubéu. Parecem querer convencer-nos que o tal DI existe mesmo, como se não fosse uma colecção de declarações de boas intenções sedimentadas pela coisa que mais importa em política internacional - a existência ou não de precedentes. Evidentemente que há precedentes para tudo, e todos sabem disso, inclusivamente a esquerda.

A constituição diz que nós elegemos uma assembleia (da república) da qual sairá o governo.

Este governo pode ser coligado ou não. Desde que seja feita uma proposta que tenha o apoio de mais de 50% dos deputados (salvo erro que não se abstiverem), o governo 1º ministro pode ser nomeado e formará governo. Não interessa se se propõem coligados ou se se coligam depois. Todas estas variantes já aconteceram.

Alguns partidos fazem questão de apresentar os seus líderes, subentenda-se candidatos a 1º ministro, mas outros pouco o fazer ou não o fazem de todo.

Não interessa se os "boys" candidatos, são ou não candidatos a 1º ministro, porque se coligados à posteriori, mesmo um partido mais pequeno que não possa propor 1º ministro, pode muito bem vir a ficar com uma mão cheia de ministros, mesmo que com uma votação baixa.

O Partido Comunista (perdão CDU) gosta mais de dar força à CDU esbatendo protagonismos pessoais (o que me parece razoável, porque me parece fazer mais sentido votar em ideias que em fulanos).

O BE faz algo híbrido, fazendo de conta que propõem um ou dois gajos, mas depois vão aparecendo outros sentados no hemiciclo, não se sabendo bem de onde vão saindo.

Estes dois podia muito bem sair um dos "fulcrais" ministros, mesmo tendo em atenção o "esbatimento individual". No caso do BE pode dizer-se que, se lhes parece razoável fazer aparecer na assembleia gente que nunca foi eleita, deve parecer-lhes razoável que essas mesmas figuras sejam ministro. Se aparece gente em quem nunca se vota para um lugar de votação directa, porque não hão-de esses mesmos chegar a ministro para onde, de facto, nunca se vota directamente? Muitos ministros no passado nunca foram votados e todos acham normal ...

Resumindo, no que respeita a estes dois últimos partidos, todo está de acordo com a legalidade, muito embora Os Verdes nunca tenham ido a votos como tal ... e os "suplentes" do bloco de esquerda apareçam na assembleia como cogumelos sabe-se lá de onde.

Tudo isto é perfeitamente legal e os ditos CDU e BE não acham nada de politicamente errado nesta coisa.

O Barroso vai-se embora. Levanta-se a lebre com o sucessor.

De acordo com a constituição, terá que ser proposto novo primeiro ministro saído de uma maioria da assembleia. Formalmente tudo correcto.

É evidente que o Presidente da República terá uma última palavra, podendo mandar tudo às urtigas.

Continua tudo perfeitamente destro das normas, da legalidade, etc. As mesmas defendidas pela CDU e BE.

Eis senão quando .. pouca vergonha, porque politicamente incorrecto nomear um hipotético primeiro ministro não apresentado aos eleitores.

Nesta coisa, o PS, conscientemente entalado pelo passado recente, estrebucha o mínimo indispensável. Não se percebe porque vê a CDU e o BE um bicho de 7 cabeças politicamente incorrecto.

Do Santana Lopes não posso dizer grande coisa. Nunca o consegui vislumbrar, nem na TV. De cada vez que ele aparentemente surge no ecrã e alguém me chama disso a atenção, não vejo mais que uma colecção de tias que, mesmo não podendo a televisão "representar" cheiro, se perfumam com gás mostarda acompanhados de sons mais ou menos grotescos.

Que a direita tenha má qualidade, é lá com eles. Eles que se cuidem. Se a esquerda vai pelo mesmo caminho, é melhor que nos cuidemos nós.

Parece-me que, apesar de tudo, a esquerda está a dar demasiada importância aos SMS.

Não tivesse o João Soares entornado declarações (no debate com o Santana Lopes) que o remetiam para um ser acima de toda a suspeita, algo monárquico (que deve herda do pai), talvez os golpes baixos do tal sebastiânico Santana Lopes não tivessem surtido efeito.

Por mim há que pedir responsabilidades aos que, do meu lado dos óculos, borraram fora do penico. Quanto ao tal Santana, as tias que tratem dele.

Se o nosso trabalho não foi feito a tempo, nem sequer a más horas, há que gramar com ele.

Diz a maralha que, ou se f... ou se sai de cima.

O vosso trianchante amigo (?) ...

29/06/2004

A Europa, os americanos e Durão

Ainda não consegui perceber bem qual a prioridade de critérios de escolha de candidatos à presidência da comissão.

Uma das mais inquietantes suspeitas recai sobre a razão porque o Blair terá sido posto de parte - por não fazer parte de um país pertencente ao Euro ...

Não percebo sequer, se este teria, de facto, sido um critério.

Não terá, aparentemente, sido posto de parte por não ser respeitador do direito internacional (o Durão também não foi).

Ter sido posto de parte por questões relacionadas com o vil metal, parece coisa de americanos. Parece ser coisa que os europeus sempre puseram em terceiro plano, coisa que sempre têm orgulhosamente brandindo como sendo a "grande diferença" entre Europa (justa) e América (vilã).

Alguém me pode ajudar?

Há quem diga que a maior desgraça da intervenção americana no Iraque foi ter dividido o ocidente. Ainda não percebi como se oscila tão facilmente entre eleger como maior desgraça as vítimas inocentes iraquianas (vítimas dos americanos, porque dos árabes são abençoadas) ou a divisão do ocidente, em especial da Europa.

Cá por mim preocupar-me-ei mais pelas vítimas iraquianas, especialmente as inocentes (às mãos de quem quer que seja) do que com a divisão da Europa ou do ocidente. Acho aliás que essa divisão é benigna. Separa os vários tipos de águas, sendo que, para mim, o tipo mais importante são as salobras ... aquelas que se anunciam como puras.

E como explicar o apoio da Zapatero a Durão?

28/06/2004

A Europa, Zapatero, Mugabe e Bush

A Europa está tão sedenta de molhar a sopa no petróleo iraquiano que se dispõem a eleger o Durão para a comissão - só pode ser essa a razão, aos olhos da forma como os próprios europeus abordam, habitualmente, o assunto. Aznar já não está à vista e daria muito mais nas vistas.

E como está o Zapatero a digerir o supositório? Ele que dizia: Durão nunca, foi muito pró-guerra. O mesmo Zapatero que prometia deixar as tropas se a ONU aprovasse a coisa. Se calhar está a pagar a decisão.

Quando a franceses e alemães, propõem agora dar treino às futuras estruturas militares iraquianas, nos respectivos territórios (francês e alemão) ... para evitarem ser vistos como ... invasores. Auto-invadem-se de tropa estrangeira, portanto. Talvez se possa dizer que o Iraque vai, temporariamente, anexar a França e Alemanha. Suponho bem que os iraquianos não vão na conversa. Naquelas paragens só factura quem arrisca o pelo e franceses e alemães só arriscam o pelo ao sol das praias algarvias.

Voltando ao Barroso, estou para ver como vai ele descalçar a bota dos genocídios africanos deste ano. Será ele o negociador do silêncio multi-lateral?

Pela minha parte, bendita a belinha que fizesse a folha ao Mugabe. "Terra para todos" dizia ele. "Fome para todos" pode dizer-se agora. Pareceria mais justo se fosse "Terra para todos sem fome para todos". Mas isso não seria de esquerda.

Qual vai ser a reacção do Ferro? Vai seguir as pegadas do Durão, que concedia o mais alto crédito ao Vitorino?

Estamos a chegar ao ponto em que já não é preciso que os sinistros de hoje se tornem defuntos para serem as luminárias de amanhã.

A Europa é uma colecção de santidades. Venha Bush.

28/05/2004

Guetos em Paris

Guetos em Paris, anuncia a CNN.

Fica-se a saber que está cheio de árabes, já com direito a verem surgir, entre eles, uma moçoila que escreveu um livro sobre o inferno desses guetos.

Um desses "infernozitos" envolve violações em massa, em que, 40, 50, ou 60 gajos se regalam (?) numa vítima.

Só não se percebe se o inferno é local ou importado. Quero dizer, se são os franceses que lhes infernizam a vida, se eles próprios uns aos outros. Enfim, deve ser tudo mentira. Nem os socialmente avançadíssimos franceses aborreceriam os árabes, nem os árabes seriam capazes de ser maus uns para os outros.

Claro que já por lá andam uns fundamentalistazitos a tentar arregimentar tropas. Deve ser para combater a presença da CNN.

"Somos 10% da população e somos absolutamente segregados", reclama um deles. "A França exporta retórica de pacífica convivência de comunidades, mas não a pratica" clarifica o mesmo, acrescentando: "Não conseguimos um único representante ou apoiante no parlamento".

Enfim, América profunda ...

A propósito, será que o gajo que realizou Farenheith 9/11 não gostaria de debruçar-se sobre o assunto? Pode ser que venha a concluir que o gueto está construído nas traseiras de um conhecido (pelo menos por ele) rancho do Texas.

A populaça costuma dizer: Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Isso já os franceses perceberam. Deixaram de debitar postas de pescada. Talvez a coisa esteja também relacionada com o que o António Vitorino disse um dia destes: que desde o 11 de Setembro já tinham sido "desmanchados", na Europa, 18 atentados, tentados realizar pelo mesmo empreendedor pessoal que meteu mãos à obra no 9/11, a maioria dos quais nos territórios daqueles que mais abertamente se tinham oposto à guerra no Iraque.

Continuo na minha: no mundo, o perigo, não vem dos belicistas. Vem dos pacifistas de meia-tijela. Dito de outra maneira, o mais perigosos belicistas são os pacifistas de meia-tijela.

26/05/2004

Não combatentes

A Convenção de Genebra prevê direitos especiais para os "não combatentes".

Qualquer pessoa dirá que, não combatentes, são os civis. Parece que não é assim. Não combatentes parecem ser (mais ou menos) os espiões, sabotadores, etc.

Os direitos especiais que a convenção de genebra prevê para "não combatentes" são ... praticamente nenhuns (é essa a especificidade dos direitos dos "não combatentes"). Implicitamente, para os ditos, a convenção inclui a possibilidade de serem submetidos a tortura e a execução.

É claro que há-de haver muita opinião sobre o que é tortura.

Mas, mais uma vez, e de forma idêntica ao caso da ONU, há muita gente que deposita demasiada confiança na Convenção de Genebra.

Aplicada à letra no caso dos espiões, a dita convenção permite a tortura, o que coloca os defensores incondicionais da Convenção na posição de defensores da tortura.

Porque insistem os tais pacifistas (?) na paranóia da lei internacional e não defendem simplesmente uma posição de princípio?

Pacíficos gregos

E o melão de Chipre?

Dir-se-ia que o Sul (Grego e implicitamente pacifista e amigo do internacionalismo proletário) receberia de braços abertos os irmãos pobres do Norte. Dir-se-ia também que a malta do norte, muçulmana e potencial inimiga do capitalismo, rejeitaria a reunificação.

Tudo ao contrário.

Face ao exposto, muito pacifista deverá rever-se ao espelho e convidar os restantes à auto-crítica (não era assim que se dizia há uns tempos?). Evidentemente que os ditos estão isentos da dita auto, se os passarmos a chamar pelo verdadeiro nome: pacifistas-kitch.

Mais um pormenor … há más línguas (viperinas, evidentemente) que adiantam que a malta do sul não aprovou a coisa para evitar uma fuga de turistas para o norte …

Bom, cada um defende o petróleo a que consegue deitar a luva, muito embora só os habitantes das terras do Tio Sam levem, habitualmente, na mona, por causa disso.

Vá-se lá saber porquê …

16/03/2004

Nós cá também temos pretos?


Clique uma das imagens para ver a animação

Entre as mais imbecis ideias que têm surgido na política europeia, eu elegeria, até ao fim de semana em que Zapatero foi eleito 1º ministro de Espanha, a ideia de um comissário em estandardizar as dimensões dos preservativos por forma a que todos tivessem as mesmas dimensões em toda a Europa.

A nova mais imbecil posição no perímetro dos países da Comunidade Europeia, passou a ser a de Zapatero que defende a saída das tropas espanholas do Iraque a não ser que a soberania do país seja assumida pela ONU.

O homem não concorda ou discorda com uma coisa que ainda não aconteceu. Discorda de uma que já aconteceu. Se a coisa não tivesse acontecido, essa medida, que teria se ser a de não envio de tropas, poderia ser acertada ou não, mas seria tomada em função de previsões. Se se fizesse algo poderia ter consequências assim ou assado, no condicional.

Zapatero defende a saída das tropas que já estão no Iraque, ou seja, o desmanchar de algo cujas consequências é suposto já serem conhecidas. Neste caso supor-se-ia que a razão da decisão se destinava a remover consequências nefastas, fosse para quem fosse, nem que se destinasse simplesmente a evitar que pudessem morrer tropas espanholas. Dir-se-ia que se estava perante uma posição de defesa do interesse próprio descorando o interesse (mesmo que eventual) dos Iraquianos. Mas, assumida, perceber-se-ia que Zapatero estaria a defender qualquer coisa de concreto.

Suponhamos que a ONU consegue decidir no sentido de assumir (temporariamente) a soberania do Iraque. Segundo Zapatero as tropas espanholas ficariam no Iraque mesmo que pelas mais diabólicas e inconfessáveis. Zapatero retirará as tropas se a ONU não assumir a soberania, mesmo que não possa negar a bondade na sua continuação em campo.

Suponhamos que Zapatero tem um irmão. O que ele está a decidir tem paralelo no cenário em que, estando a ajudar um irmão para evitar que ele passasse fome, Zapatero, descobrindo que o bilhete de identidade do irmão estaria desactualizado, lhe daria um prazo até que o pusesse em ordem sob pena de lhe retirar a ajuda. Por um problema de secretaria, ou burocrático, ele não ajudaria. Não lhe interessaria, por exemplo, que o irmão estivesse em convalescença de uma intervenção cirúrgica. Interessar-lhe-ia somente saber que estava a ajudar um fora-da-lei.

É provável que Zapatero reflicta a opinião da maioria dos espanhóis. Mas isso não torna correcta a decisão. Torna simplesmente comum o disparate.

Prevejo que Zapatero vai ser o bobo da festa. Sendo hoje óbvio que Alemães e Franceses já não levantam obstáculos às operações militares no Iraque, mesmo simulando, perante a sua opinião pública, o contrário, prevejo o enorme esforço que Schroeder o Chirac, os anteriores "Zapateros" da Europa, terão que despender, em convencer o espanhol a mudar de ideias. Ou alternativamente a apoiar aquilo que os americanos propuseram, e eles recusaram, na ONU.

Enquanto escrevo estas linhas oiço na rádio a notícia de que uma sondagem segundo a qual a maioria dos iraquianos acha viver melhor e ter melhores perspectivas de futuro neste momento que antes da invasão.

Dou pouco valor a sondagens e acho que há chamar os bois pelos nomes quando se ache que a maioria está errada. Mas Zapatero parece achar o contrário, que há que dar toda a razão à opinião da maioria, pelo que prevejo tempos "divertidos" …

A propósito de divertimento, registo a nova opinião de todos aqueles que, até à pouco achavam que os serviços secretos e a tropa "não serviam para nada". Agora todos acham que é imprescindível "repensar a segurança".

Se todos os que, neste momento, estão a "manobrar", fossem demitidos ou, tendo alguma vergonha na cara, se demitissem, a esquerda voltaria a ter que gritar de pé em bancos de cozinha. Não se trata de estar contra a esquerda. Trata-se de estar contra a incompetência e a estupidez grassante na esquerda.

A razão profunda por que tudo isto acontece, está na adesão dos dirigentes da esquerda às estratégias de marketing. Paralelamente ao slogan "seremos felizes se usarmos o champô X", "seremos felizes se estivermos contra a guerra" é um slogan simpático, mesmo que alguém nos esteja já guerreando. A não ser que se ache que, na hora da verdade, o atacante vai distinguir quem é pacifista ou não. Mas parece-me que alguns passageiros dos comboios espanhóis, de esquerda ou não, achariam hoje o contrário.

Evidentemente que sei que a opinião pública, sendo devidamente catalisada, apoiará amanhã o lançamento de armas nucleares como apoia hoje a retirada do Iraque. A minha preocupação reside exactamente aí. Os dirigentes da esquerda europeia tendem a papaguear aquilo que a maioria das suas tropas quer ouvir, portanto os cogumelos surgirão rapidamente. A não ser que seja mais uma outra faceta das estratégias de marketing: mentir até chegar ao poder, para depois "dar a volta". Aliás o anterior camarada de Zapatero fez exactamente isso. Defendeu a saída de Espanha da Nato (apoiando as aspirações da maioria que o veio a eleger) para depois, novamente por maioria, vir defender e ganhar, em referendo, exactamente o contrário.

Acho que a Europa e a maioria do seu povo andou muito tempo a curtir as anedotas do Bush. Perdeu muito tempo até perceber que por detrás do anedótico havia algo que o tempo se encarregaria de provar verdadeiro. Ou então não se percebe bem as medidas de segurança que franceses e alemães estão a implementar e a presença dos seus dirigentes nos funerais de Madrid.

Mas em matéria de anedotas Zapatero conseguiu arrumar a pergunta que Bush fez a Lula: "Vocês lá também têm pretos?"

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31/01/2004

O busilis do Cacáu ou agententem-se, suiços, mais uns tempos.

Aguentem-se, suíços, mais uns tempos.

- Aqui D’el Rei - cacareja alguém. - Os descontos de um batatal de manguelas do Ministério da Justiça ficaram no ministério e não foram entregues.

Não foram entregues! Se calhar não foram …

- Mas entregues a quem? – pergunta a Ministra da Justiça, no momento em que se estava à espera de uma resposta e não de outra pergunta.

Os meus ouvidos, ligados à penca, encapiturraram-se por esturro.

- Alguém terá que ir de cana porque empresários também o foram em idênticas circunstâncias – esguicha um especialista.

- Mas nós só não entregámos o cacau porque não sabíamos a quem. Estávamos à espera que o Tribunal decidisse a quem o deveríamos entregar – adianta ainda a Ministra deixando-me com vontade de me apresentar como voluntário à árdua tarefa de aliviar, do dilema da Ministra.

- Mas qual trafulhice, qual carapuça – abspõe um engrenagem do Ministério - Nós não retivemos o taco. Nós só o guardámos!

- Mas então e a choldra? – volta a esguichar o salpicante especialista. - É preciso aplicar a mesmíssima lei que no passado atirou um empresário para a colónia de férias. As condições eram idênticas, tanto mais também ele também não reteve o cacau. Só o guardou.

Tá bem. Após portentoso esforço percebi que apenas se tratava de saber em qual dos bolsos do estado vai o cacau ficar retido, aliás guardado … até ser perdido, juntamente com o seu rasto.

Assente o nevoeiro, mas não a poeira, fiquei a saber que para que uns 600 gajos que trabalhavam para o Ministério da Justiça pudessem continuar a trabalhar, pressupondo eu que por haver trabalho que o justificasse, lhes foi dada, por via de novo contrato, continuidade por novo período. Se é indeterminado o tipo de novo contracto e se se trata de uma continuação, é porque o anterior também já era indeterminado. Tudo bem, portanto.

Nada disto aliás é confuso, porque se sabe que a teoria e a prática do nosso sistema legal e de justiça são compostas por camadas retalhadas de inúmeros quebra-cabeças constituintes de um outro absolutamente abrangente quebra-cabeças que os meritíssimos qualificam de “o máximo”.

Pensando que a poeira começava a assentar porque, ao fim e ao cabo, se tratava de alarido com base num pedacito de um tresmalhado sub-quebra-cabeças conflituante com outro pedacito de outro resvalante sub-quebra-cabeças, vem a Ministra, já em período de rescaldo, argumentando de forma rematante:

- Então não vêm, insensíveis criaturas de Deus, o mérito que tivemos por evitar o drama que se prefigurava à vida dos 600 trabalhadores e respectivas famílias?

Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Estava eu a pensar que os 600 gajos tinham sido readmitidos por haver trabalho que o justificasse. Que tanta bagunça seria motivada por uma vontade inabalável de ajudar a resolver os imbróglios que uma miríade de apodrecentes processos fazem passar aos respectivos promotores. Mas só tardiamente esta tosca mente se iluminou percebendo que se tratava afinal de dar trabalho aos derradeiros desempregados, mesmo correndo novo risco, o de tornar inútil todo o software de estatística provocando divisões por zero ao calcular a resultante percentagem de desempregados.

Derradeiros, dizia eu, pois claro, senão, perante os restantes desempregados, estar-se-ia a braços com mais um caso de “filhos da mãe e … filhos da mãe” ou de “jobs for the boys”

Acalmadas as almas, naturalmente mais ninguém cacarejou, esguichou ou abspôs.

Óh felicidade das felicidades. Aguentem-se, suíços, mais uns tempos, porque não tardará que o pouco trabalho à disposição acabe por aborrecer os tais 600, que reivindicarão, à Ministra, como animação, o destacamento junto do estado suíço, como catalisadores de eficiência. E nessa altura, aplacai-vos, óh almas daninhas de voltar a duvidar da Ministra. Já pensaram a coragem que vai ser necessária para dirimir mais um dilema sobre o que fazer aos descontos provocados pelo novo contrato? Já se aperceberam que a vão obrigar novamente a rete-los? perdão, guarda-los?

A bem da nação,
Range-o-Dente

17/06/2003

Os abutres no Norte de África

Que dizer do silêncio da esquerda sobre o que se está a passar em África? Será que tem receio que lhe enfiem o supositório Iraque?

Não estava a esquerda preocupada com as vítimas inocentes que os Americanos estavam a provocar no Iraque? Os MILHÕES de vítimas africanas (mortas ou, se ainda vivas, mortas de fome) não são inocentes?

Onde anda o Schroeder? E o Zapatero? E o artista do Fahrenheit 9/11, estará já a filmar nas areias do deserto?

Onde anda a gorda esquerda de figura consonante com as lentas digestões de Michael Moore, e que aplaudia o revés americano na Somália? Também atacada de azias?

Porque não vai o mais alto irmão Dalton para a porta da embaixada dos Estados Unidos reclamar que "eles façam alguma coisa", como aconteceu no caso de Timor. Se calhar porque Timor lhe rendia votos ... não necessariamente por estar preocupado naquela altura com os timorenses, como agora com os africanos.

E onde anda o Dalton mais velho, que, recorrendo à sua perspectiva de historiador, nos poderia ajudar a digerir (enquadrar) com mais suavidade a putrefacção dos famintos africanos?

Entre a visão da águia americana e a do abutre europeu, o diabo escolheria a do abutre. A águia ainda corre o risco de sair ferida, nas refregas em que se meta. Quem vai à guerra dá e leva. A Europa não dá nem leva, só come.

Que rebente de gorda.

04/04/2003

O tijolo e o negro líquido

Os pacíficos governos europeus que sempre acusaram os americanos de guerrear por causa do petróleo, aparecem agora em público a reivindicar o seu quinhão de construção civil do Iraque, esquecendo-se (ou fazendo-o crer) que se trata de construção civil por petróleo. O exacto petróleo que os mesmos pacifistas renegavam há 15 dias não querendo nele sujar as mãos.

A moral?

Vamos dar de barato que os americanos guerreiam para aceder ao vil líquido e que a reconstrução do Iraque é mais uma faceta desse abjecto negócio. Os americanos farão isso MAS sofrem baixas. Os europeus constróem por petróleo mas tudo fazem para parecer não terem a iniciativa de "aceder" a esse "bem", e à sombra das baixas americanas.

Algumas almas reclamam que o pacifismo tem florescido na Europa graças à segurança que os americanos lhe têm proporcionado. E parece que assim vai continuar.

Claro que as Nações Unidas estão no circuito para "moralizar" a operação de reconstrução. Também os traficantes de droga procuram os bancos para lavagem de dinheiro. Se a mesma guerra tivesse sido aprovada pela ONU teria, portanto, o beneplácito da Branca (como o "pó") de Neve.

Esperam-se, portanto, violentas manifestações na Europa, contra os pacifistas governos europeus que cederam à sede imperialista pelo vil petróleo (também os europeus têm sede).

Já se sabe que os americanos atacam também para agradar ao lobi interno dos construtores de armas e que muito longe disso estarão os europeus, claro. Se calhar só estão longe disso quantitativamente, e por imbecilidade política. Se calhar porque não dedicam ao assunto recursos suficientes para competirem quantitativamente e tecnologicamente. Mas nos poucos casos em que o conseguem lá estão, também eles, a vender aviões, tanques ou componentes para armamento. Não é por acaso que uma boa parte das metralhadoras americanas são de fabrico alemão (talvez sejam alemães de Marte e só eu é que não me apercebi disso).

Enfim, dizia o patético e absoluto pacifista Carvalhas "guerra não porque prejudica os mármores". Pois agora, que já foi feita, aproveitemos e vendamos mármores. Não consta que ele proponha que sejam pacifico-filantropicamente oferecidos.

Aguardemos as previstas (por mim) manifestações.