[...].
Dirão que são detalhes mas estes são os detalhes que infernizam a vida das pessoas cujos filhos frequentam as escolas públicas. Esta escola quotidianamente autista vê-se pouco. O dia-a-dia não faz notícias mas devia fazer pois é nessa rotina que acontecem os maiores problemas. Por exemplo, alguém sabe o que foi feito da TLEBS? Oficialmente a última vez que se falou sobre esta terminologia linguística foi numa portaria datada de 18 de Abril em que se anunciava que a TLEBS entrava em revisão científica. Até quando? E até quando a ministra vai continuar em silêncio sobre este assunto que afectou milhares de estudantes e professores?
Mas podemos continuar na lista das dúvidas. Por exemplo, podemos tentar entender esse concurso de charadas que é o programa de História e Geografia dos 5º e 6 anos ou interrogarmo-nos sobre o conteúdo de disciplinas como Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. A carga horária destas disciplinas é cada vez maior. A primeira delas, Área de Projecto, é uma fraude. A segunda, Estudo Acompanhado, pelo menos permite que, às vezes, os TPC’s sejam feitos na escola. Para o fim deixo a Formação Cívica. Esta disciplina proporcionou um dos momentos mais insólitos do presente ano lectivo e político. Esse momento aconteceu quando o ministro da Administração Interna, Rui Pereira (e repito que foi o ministro da Administração Interna e não da Educação) explicou que a disciplina de Formação Cívica era muito importante para a "a mudança de mentalidades e a construção de um Portugal melhor". Cabe perguntar quem disse ao ministro da Administração Interna que as famílias devem mudar as suas mentalidades em função do proselitismo do MAI?
Domesticamente a minha experiência da dita Formação Cívica começa pelo preenchimento de fichas e mais fichas sobre o agregado familiar. Escreve-se o mesmo que no acto da matrícula mas é um clássico. Cumprido este ritual entra-se na maravilhosa idade de ouro da unificação europeia ou esmiuça-se o comportamento da turma com vista à almejada “mudança de mentalidades”. Com tudo isto as mentalidades vão andando. A escola é que vai de mal a pior.
28/09/2007
As mentalidades e as minhocas
Escreve Helena Matos no Blasfémias: