Em: Jaquinzinhos
Gostaria de ver reposta a verdade pelo menos nos órgãos de comunicação social em que foi difundida a propaganda. Já para não reclamar que, provado o conteúdo propagandístico da "notícia" inicial, a descoberta de que se tratava de propaganda seria uma excelente razão para uma notícia.
É um excelente exemplo de como a propaganda, a difusão preferencial daquilo que ao público mais agrada ouvir (independentemente se ser ou não verdade) e o aumento de audiências (leia-se apoio ao projecto comercial - facturação) habitam nos órgãos de comunicação social "livres" e/ou "independentes".
Dezenas de dias ocorreram com dezenas de passagens sobre uma "notícia" falsa. Foram vertidas opiniões por dezenas de comentadores de todos os tipos.
E agora, como os órgãos de comunicação social gostam de dizer: quem são os culpados (directos e coniventes - igualmente criminosos)?
17/12/2004
14/12/2004
07/12/2004
Ficando balhelhas ...
Que dizer a isto?
Se nas mesmas condições George Bush tivesse feito o mesmo que Soares e o tivesse declarado, ninguém de esquerda diaria "A falta que hoje nos fazem mais políticos assim". A algazarra anti-bush e anti-americana saltaria até ao afélio de Plutão. Certamente que Soares não se ficaria ...
... bateu uns papos com um jornalista, comprou uns livros (Tintin?)...
Ai ai. Não há pachorra ...
Range-o-Dente
06/12/2004
04/12/2004
Às 3 foi de vez.
Esta não podia passar em branco sem que eu cosesse, em ácido sulfúrico, uma boa dose de bílis.
Pedro Santana Lopes queixa-se de ter perguntado ao Presidente da República, por 3 vezes, se ele estava a pensar demitir o governo, e que o Presidente lhe terá sempre respondido que não.
1º - Isso não é pergunta que se faça ao Presidente.
2º - Feita a pergunta, é motivo suficiente para que o presidente demita o governo.
3º - Qualquer político de meia-tijela é suposto saber que o Presidente não é suposto dizer o que tenciona fazer nesse tipo de matéria.
A única coisa a apontar, nesta matéria, ao Presidente, foi a de ele ter dado hipótese a que pergunta tivesse sido feita mais de uma vez.
Esta não lembra nem a um "…" . Dir-se-á que Pedro Santana Lopes terá sido inspirado por Stº. Ambrósio em duas ocasiões: quanto fez as perguntas e quando as divulgou.
Stº. Ambrósio fez, finalmente, alguma coisa de jeito - Santana Lopes nem por isso.
.
Pedro Santana Lopes queixa-se de ter perguntado ao Presidente da República, por 3 vezes, se ele estava a pensar demitir o governo, e que o Presidente lhe terá sempre respondido que não.
1º - Isso não é pergunta que se faça ao Presidente.
2º - Feita a pergunta, é motivo suficiente para que o presidente demita o governo.
3º - Qualquer político de meia-tijela é suposto saber que o Presidente não é suposto dizer o que tenciona fazer nesse tipo de matéria.
A única coisa a apontar, nesta matéria, ao Presidente, foi a de ele ter dado hipótese a que pergunta tivesse sido feita mais de uma vez.
Esta não lembra nem a um "…" . Dir-se-á que Pedro Santana Lopes terá sido inspirado por Stº. Ambrósio em duas ocasiões: quanto fez as perguntas e quando as divulgou.
Stº. Ambrósio fez, finalmente, alguma coisa de jeito - Santana Lopes nem por isso.
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16/11/2004
As setas
Muito se tem dito sobre o controlo da maioria de comunicação social pelo estado por via da golden share na PT.
Há, de facto, uma via de comando entre o estado e a PT. No entanto parece-me plausível que essa linha de comando possa ser subvertida de forma a tornar-se bidireccional, talvez até mais activa no sentido inverso que no directo (estado-PT).
Lembremo-nos da série Yes, Minister. A competência do secretário sobrepunha-se quase sempre às decisões do ministro.
Os grandes grupos económicos escudam-se eficientemente ao escrutínio da opinião pública, tanto mais que parece ser óbvio não ser suposto que a comunicação social por ali faça estardalhaço, ao contrário do que parece praxe com o estado e o governo.
Enquanto os grandes grupos económicos são comandados por pessoas de grande competência no sentido da defesa dos seus interesses (individuais e do grupo) o estado, e com particular ênfase o governo (este ou outro qualquer) tendem a ser comandados por aqueles que vão sobrando da debanda dos mais competentes. Esta debanda é resultado de serem alvo preferencial de cada vez mais violentos ataques pessoais, insultos, desconsideração, acusação de incompetência, etc, vindos nomeadamente de uma comunicação social incompetente e cada vez mais ao serviço dos interesses dos privados que a controlam.
Face a este estado de coisa é fácil perceber que é mais provável que sejam os interesses privados a comandar, ou condicionar, no sentido inverso, o governo e o estado, do que este, os interesses privados.
A golden share do estado na PT é perigosa porque resulta num canal de acesso privilegiado dos privados ao estado e ao governo por via da subversão da “cadeia de comando”.
Há, de facto, uma via de comando entre o estado e a PT. No entanto parece-me plausível que essa linha de comando possa ser subvertida de forma a tornar-se bidireccional, talvez até mais activa no sentido inverso que no directo (estado-PT).
Lembremo-nos da série Yes, Minister. A competência do secretário sobrepunha-se quase sempre às decisões do ministro.
Os grandes grupos económicos escudam-se eficientemente ao escrutínio da opinião pública, tanto mais que parece ser óbvio não ser suposto que a comunicação social por ali faça estardalhaço, ao contrário do que parece praxe com o estado e o governo.
Enquanto os grandes grupos económicos são comandados por pessoas de grande competência no sentido da defesa dos seus interesses (individuais e do grupo) o estado, e com particular ênfase o governo (este ou outro qualquer) tendem a ser comandados por aqueles que vão sobrando da debanda dos mais competentes. Esta debanda é resultado de serem alvo preferencial de cada vez mais violentos ataques pessoais, insultos, desconsideração, acusação de incompetência, etc, vindos nomeadamente de uma comunicação social incompetente e cada vez mais ao serviço dos interesses dos privados que a controlam.
Face a este estado de coisa é fácil perceber que é mais provável que sejam os interesses privados a comandar, ou condicionar, no sentido inverso, o governo e o estado, do que este, os interesses privados.
A golden share do estado na PT é perigosa porque resulta num canal de acesso privilegiado dos privados ao estado e ao governo por via da subversão da “cadeia de comando”.
02/11/2004
Americanos, passaportes, europeus
Vi hoje (acabou já depois da meia-noite), parcialmente, o debate Prós e Contras, transmitido na RTP1. Não o vi de princípio e não pude ver na totalidade, por razões pessoais, a parte restante.
De qualquer forma aqui ficam algumas notas.
A idade de Mário Soares já se começa a fazer notar, relembrando-nos quão definitiva é uma das muitas impiedosas leis da natureza.
A determinada altura um dos convidados argumenta que determinada classificação atribuída a George Bush (já me não recordo qual) não passava de uma caricatura. Mário soares responde que “está bem, será uma caricatura, mas os meios de comunicação social europeus estão cheios dela”. Depreendi que Mário Soares ache normal que os meios de comunicação social europeus se “encham” de George Bush em versão caricatura e depreendi ainda que ele achava razoável que a conversa nesses meios de comunicação girsse à volta da dita caricatura como se de uma caricatura se não tratasse.
Foi curioso o silêncio resultante da afirmação de um convidado quando disse que, contrariamente à acusação inicial de que a invasão do Iraque pelos norte-americanos se destinava “a deitar as mãos ao petróleo”, o tempo tivesse vindo a mostrar que quem tem estado a deitar as mãos ao líquido têm sido empresas petrolíferas europeias, nomeadamente italianas, espanholas e anglo-holandesas (esta última se bem percebi). Esta afirmação vem confirmar as minhas anteriores expectativas. A Comunidade Europeia está silenciosa porque tem o seu quinhão – neste caso a totalidade das exportações iraquianas. Zapatero retirou as tropas mas não as empresas (abandonou o custo e ficou com o lucro). Os pacifismos europeus estão pacificados, talvez anestesiados pelos vapores voláteis do ouro negro.
Várias desgraças foram anunciadas no que tocava ao desempenho dos Estados Unidos em relação à balança de pagamentos, crescimento económico, desemprego, inovação em tecnologias, etc, e todos os convidados confirmaram que os Estados Unidos têm vindo, face à Europa, a recuar nestes factores. Mas também todos estiveram de acordo que, em relação aos mesmos factores a Comunidade Europeia está ainda muito atrás dos Estados Unidos.
Em relação às ditaduras que castigam os estados árabes, é curioso que a maioria dos convidados tenham estado de acordo que esse factor nefasto possa ser atenuado em direcção a valores democráticos por via de acordos de desenvolvimento, combate à pobreza, etc, mas não sintam como bizarro o facto de ser necessário por um lado ajudar os países de mais ricos recursos no mundo e pelo outro possível alcançá-lo debaixo de regimes autoritários sem se ser acusado de imperialismo ou, no mínimo, de pactuar com ditaduras.
Por fim pareceu-me que alguns candidatos ficaram de olhos esbugalhados quando alguém disse que até Bin Laden tinha chamado à atenção da falta de democracia no mundo Árabe e pareceu-me que esse esbugalhamento se devia ao facto (que me parece óbvio) de que em matéria de democracia Bin Laden, pela prática em que esteve envolvido no Afeganistão, só podia referir-se a uma ditadura ainda mais sanguinária e obscurantista. Lembremo-nos das crianças afegãs que finalmente podem ir à escola. Pareceu-me, por breves momentos, que a referência, pelo convidado, a Bin Laden o colocava ao lado deste, ou colocava este ao lado dele.
Fundamenta-se, frequentemente, a tomada, por George Bush, de decisões disparatadas, pelo facto de só depois de ele ter conquistado a Casa Branca ter tirado passaporte. Esta acusação recorrente, que não ponho em causa, tende a generalizar ao povo americano a perniciosa falta de contacto com outras civilizações. O busilis é que sempre que assisto a este tipo de debate sinto que a Europa discute um mundo que não existe, que os Norte Americanos o conhecem melhor que os europeus (eventualmente até acerca da própria Europa) e pergunto-me para que servirão os passaportes que na Europa são mais tirados e usados.
De qualquer forma aqui ficam algumas notas.
A idade de Mário Soares já se começa a fazer notar, relembrando-nos quão definitiva é uma das muitas impiedosas leis da natureza.
A determinada altura um dos convidados argumenta que determinada classificação atribuída a George Bush (já me não recordo qual) não passava de uma caricatura. Mário soares responde que “está bem, será uma caricatura, mas os meios de comunicação social europeus estão cheios dela”. Depreendi que Mário Soares ache normal que os meios de comunicação social europeus se “encham” de George Bush em versão caricatura e depreendi ainda que ele achava razoável que a conversa nesses meios de comunicação girsse à volta da dita caricatura como se de uma caricatura se não tratasse.
Foi curioso o silêncio resultante da afirmação de um convidado quando disse que, contrariamente à acusação inicial de que a invasão do Iraque pelos norte-americanos se destinava “a deitar as mãos ao petróleo”, o tempo tivesse vindo a mostrar que quem tem estado a deitar as mãos ao líquido têm sido empresas petrolíferas europeias, nomeadamente italianas, espanholas e anglo-holandesas (esta última se bem percebi). Esta afirmação vem confirmar as minhas anteriores expectativas. A Comunidade Europeia está silenciosa porque tem o seu quinhão – neste caso a totalidade das exportações iraquianas. Zapatero retirou as tropas mas não as empresas (abandonou o custo e ficou com o lucro). Os pacifismos europeus estão pacificados, talvez anestesiados pelos vapores voláteis do ouro negro.
Várias desgraças foram anunciadas no que tocava ao desempenho dos Estados Unidos em relação à balança de pagamentos, crescimento económico, desemprego, inovação em tecnologias, etc, e todos os convidados confirmaram que os Estados Unidos têm vindo, face à Europa, a recuar nestes factores. Mas também todos estiveram de acordo que, em relação aos mesmos factores a Comunidade Europeia está ainda muito atrás dos Estados Unidos.
Em relação às ditaduras que castigam os estados árabes, é curioso que a maioria dos convidados tenham estado de acordo que esse factor nefasto possa ser atenuado em direcção a valores democráticos por via de acordos de desenvolvimento, combate à pobreza, etc, mas não sintam como bizarro o facto de ser necessário por um lado ajudar os países de mais ricos recursos no mundo e pelo outro possível alcançá-lo debaixo de regimes autoritários sem se ser acusado de imperialismo ou, no mínimo, de pactuar com ditaduras.
Por fim pareceu-me que alguns candidatos ficaram de olhos esbugalhados quando alguém disse que até Bin Laden tinha chamado à atenção da falta de democracia no mundo Árabe e pareceu-me que esse esbugalhamento se devia ao facto (que me parece óbvio) de que em matéria de democracia Bin Laden, pela prática em que esteve envolvido no Afeganistão, só podia referir-se a uma ditadura ainda mais sanguinária e obscurantista. Lembremo-nos das crianças afegãs que finalmente podem ir à escola. Pareceu-me, por breves momentos, que a referência, pelo convidado, a Bin Laden o colocava ao lado deste, ou colocava este ao lado dele.
Fundamenta-se, frequentemente, a tomada, por George Bush, de decisões disparatadas, pelo facto de só depois de ele ter conquistado a Casa Branca ter tirado passaporte. Esta acusação recorrente, que não ponho em causa, tende a generalizar ao povo americano a perniciosa falta de contacto com outras civilizações. O busilis é que sempre que assisto a este tipo de debate sinto que a Europa discute um mundo que não existe, que os Norte Americanos o conhecem melhor que os europeus (eventualmente até acerca da própria Europa) e pergunto-me para que servirão os passaportes que na Europa são mais tirados e usados.
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Pacifismo(?)
24/10/2004
A independência da dependência
São 22:26H de 24 de Outubro de 2004 e o Telejornal da RTP2 acaba de noticiar uma barafunda na Ucrânia onde terão ocorrido manifestações de protesto e escaramuças de variada índole, porque o governo ucraniano, entre outras coisas, terá fechado uma estação de televisão.
De seguida a jornalista, em voz-off, clarifica que a dita estação de televisão “era a única independente e pró-oposição”. Depreende-se que as restantes estações de televisão sejam dependentes e pró-governo.
Por aquelas paragens e pela RTP, matérias de liberdade de imprensa conseguem conciliar-se de forma que uma estação “pró-governo” seja dependente e outra, “pró-oposição”, seja independente.
A RTP parece não discernir este paradoxo, sendo portanto de admitir que nele navegue.
De seguida a jornalista, em voz-off, clarifica que a dita estação de televisão “era a única independente e pró-oposição”. Depreende-se que as restantes estações de televisão sejam dependentes e pró-governo.
Por aquelas paragens e pela RTP, matérias de liberdade de imprensa conseguem conciliar-se de forma que uma estação “pró-governo” seja dependente e outra, “pró-oposição”, seja independente.
A RTP parece não discernir este paradoxo, sendo portanto de admitir que nele navegue.
23/10/2004
Professores ajudantes
Que Santana Lopes (SL) lance a ideia de colocar professores em horário zero a ajudar juizes, é, obviamente, uma ideia avulsa, porque podia propor que os professores fossem fazer milhentas outras coisas para as quais estão capacitados.
De qualquer forma, percebe-se que parece SL que a profissão de Juiz é uma espécie de pináculo das profissões, talvez até com um pé no esotérico.
Outras coisas são difíceis de perceber.
Porque é que SL não declara, simplesmente, estar aberto a propostas para que esses professores possam fazer algo? Quererá evitar ser encharcado com eventuais disparates a que terá que fazer face?
Porque é que SL não investiga, ou pede para investigar, se na legislação já existente, não há algo que é suposto ser feito por esses professores? Dar-se-á o caso de os professores já deverem estar a fazer algo de alternativo?
Porque é que o Sindicato dos Professores não vem declarar que a proposta de SL não faz sentido porque esses professores, por mote próprio, já encontraram trabalho alternativo dentro dos estabelecimentos de ensino onde (deviam) estar a leccionar, ou nas suas redondezas? Será que a razão de existir do sindicato é a de reclamar um máximo de proveitos com um mínimo de esforço?
Porque é que o Sindicato dos Professores não evitou que o problema se levantasse dinamizando, ele próprio, a alternativa de trabalho? Quererão que os professores em horário zero fiquem sem fazer nada? Será que têm medo de mexer num ninho de vespas?
Porque é que um Juiz, num canal de Televisão, vem declarar que tal ideia é tão bizarra que é até desprestigiante para os professores? Quererá ele, com isso, dizer que os Juizes são má companhia?
Será que temos todos a mania de querer estar no topo da nossa piramidezinha?
Porque estamos todos, sempre, contra todos?
De qualquer forma, percebe-se que parece SL que a profissão de Juiz é uma espécie de pináculo das profissões, talvez até com um pé no esotérico.
Outras coisas são difíceis de perceber.
Porque é que SL não declara, simplesmente, estar aberto a propostas para que esses professores possam fazer algo? Quererá evitar ser encharcado com eventuais disparates a que terá que fazer face?
Porque é que SL não investiga, ou pede para investigar, se na legislação já existente, não há algo que é suposto ser feito por esses professores? Dar-se-á o caso de os professores já deverem estar a fazer algo de alternativo?
Porque é que o Sindicato dos Professores não vem declarar que a proposta de SL não faz sentido porque esses professores, por mote próprio, já encontraram trabalho alternativo dentro dos estabelecimentos de ensino onde (deviam) estar a leccionar, ou nas suas redondezas? Será que a razão de existir do sindicato é a de reclamar um máximo de proveitos com um mínimo de esforço?
Porque é que o Sindicato dos Professores não evitou que o problema se levantasse dinamizando, ele próprio, a alternativa de trabalho? Quererão que os professores em horário zero fiquem sem fazer nada? Será que têm medo de mexer num ninho de vespas?
Porque é que um Juiz, num canal de Televisão, vem declarar que tal ideia é tão bizarra que é até desprestigiante para os professores? Quererá ele, com isso, dizer que os Juizes são má companhia?
Será que temos todos a mania de querer estar no topo da nossa piramidezinha?
Porque estamos todos, sempre, contra todos?
21/10/2004
Zapatero ataca preventivamente
À luz dos mais elementares princípios humanistas, pacifistas, morais, etc, que Zapatero defende, vou comentar esta notícia.
Desarticulada Rede Terrorista Islâmica em Espanha
Por NUNO RIBEIRO, Madrid
O Pùblico - Quarta-feira, 20 de Outubro de 2004
Na madrugada de ontem, em diversas regiões do país, a polícia espanhola desarticulou uma rede terrorista islâmica que tinha como objectivo perpetrar um atentado contra a Audiência Nacional de Madrid. A operação, dirigida pelo juiz Baltasar Garzón e ainda em aberto, saldou-se com nove detidos, um dos quais, o chefe da célula, na Suiça, e levou na tarde de ontem os agentes a diversas prisões de Espanha, onde estão detidos outros membros do grupo.
"Foi uma operação preventiva contra uma célula do radicalismo islâmico que preparava um atentado", disse, ao fim da manhã de ontem, José António Alonso, ministro do Interior de Espanha.
Aaaaaahhhhhhh ……. este termo de “operação preventiva” lembra-me qualquer coisa. Se calhar não lembra, é simplesmente parecido com a palavra “preemptive” usada por George Bush.
António Alonso precisou, ainda, "que o grupo não tinha material para cometer o atentado", mas que já tinha escolhido o alvo: o edifício da Audiência Nacional de Madrid, o tribunal que em Espanha julga e instrui os processos de terrorismo.
Péra lá … então prenderam os rapazes e nem as armas de destruição maciça de que os acusam de pretender usar encontraram? Moveram-lhe caça baseados em quê? No diz-que-disse?
"O grupo já tinha escolhido o meio, um camião carregado com 500 quilogramas da explosivos", revelou Alonso. Aliás, os planos teóricos do ataque estavam muito avançados, incluindo os contactos para a compra de explosivos.
Tudo teoria, portanto. Não encontraram camião, não encontraram explosivos, mas encontraram teorias. Avançadas dizem. No entanto engavetaram-nos … e se calhar ameaçaram-nos com armas … e se calhar eram capazes de disparar se eles defendessem a sua propriedade intelectual (os planos).
O titular do Interior do Governo de Espanha não confirmou que o fornecedor da dinamite fosse a ETA. "As forças de segurança e os juizes conduzem a sua acção por factos não por palpites", comentou.
Bem, percebe-se logo que eles mentem. Se não a dizem logo a verdade mentem. A verdade é outra … os gajos tinham ligações a Al Qaeda, - perdão, - à ETA ... estão mas é a esconder qualquer coisa ... velhos hábitos do tempo de Aznar.
"Manual do martírio"
As prisões dos argelinos e marroquinos que constituam esta célula ocorreram na Andaluzia, nas províncias de Málaga e Almeria, em Valência, em Madrid e em Pamplona, Navarra. Dos oito detidos que há muito residiam em Espanha, alguns dos quais tinham estado presos por delitos comuns, um foi posto em liberdade. Nas buscas, os agentes da Brigada de informação da polícia apreenderam cheques bancários, vários exemplares de um livro peculiar - "manual do martírio" - utilizado pelos terroristas suicidas, agendas telefónicas, computadores portáteis e dois mil euros em dinheiro.
Bem, cada um tem a liberdade de escolher seu próprio martírio. É uma questão cultural. Só George Bush não percebe. Quanto ao resto, e à excepção dos euros, tenho tudo em casa e não ando a tramar nada.
A meio da tarde de ontem, as diligências policiais alargaram-se a diversas prisões espanholas onde estão detidos outros muçulmanos que os investigadores vinculam com esta célula. A investigação sublinha que este grupo nada tem a ver com o que perpetrou em 11 de Março a matança de Atocha, tratando-se de outra célula autónoma, e que se relacionava com outras da Europa, Estados Unidos e Austrália.
Era simplesmente um problema de falta de informação. Os gajos voltaram à carga com os espanhóis porque não sabiam que Zapatero tinha retirado do Iraque. Para que os engavetaram? Os espanhóis já não estão com os restantes algozes americanos e australianos, portanto nada havia a recear. Bastariam lá ter enviado assistentes sociais para explicar que Zapatero já tinha posto as coisa “en su sítiu”. Há que não esquecer que, tudo o que de mal nasce, não nasce sem um motivo, e esse motivo não pode ser Zapatero porque não é unilateral. Bastava terem explicado isso às criaturas que elas percebiam logo.
O chefe do grupo, Mohamed Akra, um argelino que a polícia relaciona com o GIA, foi detido há dois dias na Suiça a requerimento do juiz Garzón. Trata-se de um indivíduo que viveu em Navarra, Valência e Málaga, esteve preso por duas vezes em Espanha por pequenos delitos, e que em Setembro do ano passado residia na Suiça. Geralmente utilizava as identidades falsas de Mohamed Achraf ou Mikael Etinenne Christian.
Mas o Garzón não se chama Baltazar Garzón? Então é isso, é essa a ligação à Bíblia de George Bush. Garzón deve querer repetir a visita do rei mago Baltazar ao menino Jesus. Garzón é um submarino de Bush – há que avisar Zapatero – presto, presto.
"As mesquitas são hoje pontos chave para se detectarem as mentalidades extremistas", sublinhou, ontem, Gregório Gómez, da Plataforma de Associações de imigrantes da Andaluzia. "O Governo deve promover acordos e estreitar as relações com as mesquitas para evitar as tentativas de terrorismo islâmico em Espanha", acentuou Gómez. "O Islão e o terrorismo são incompatíveis", considerou, por seu turno, Mansur Escudero, secretário-geral da Comissão Islâmica de Espanha.
Qual terroristas, qual carapuça. O governo quer estreitar relações com as mesquitas? Pois tivessem estreitado relações com os gajos que prenderam. Assim só vão exacerbar mais os ânimos e criar mais terrorismo. Olha que pouca vergonha. Terrorismo islâmico? Mas onde?
"Nós, os muçulmanos, somos pessoas normais que respeitamos a lei", referiu.
Assim não brinco. “Terrorismo islâmico” e “muçulmanos pessoas normais” quer dizer “terroristas são pessoas normais”. Vão brincar com o raio que os partam. Isto até parece um Bushismo.
Desarticulada Rede Terrorista Islâmica em Espanha
Por NUNO RIBEIRO, Madrid
O Pùblico - Quarta-feira, 20 de Outubro de 2004
Na madrugada de ontem, em diversas regiões do país, a polícia espanhola desarticulou uma rede terrorista islâmica que tinha como objectivo perpetrar um atentado contra a Audiência Nacional de Madrid. A operação, dirigida pelo juiz Baltasar Garzón e ainda em aberto, saldou-se com nove detidos, um dos quais, o chefe da célula, na Suiça, e levou na tarde de ontem os agentes a diversas prisões de Espanha, onde estão detidos outros membros do grupo.
"Foi uma operação preventiva contra uma célula do radicalismo islâmico que preparava um atentado", disse, ao fim da manhã de ontem, José António Alonso, ministro do Interior de Espanha.
Aaaaaahhhhhhh ……. este termo de “operação preventiva” lembra-me qualquer coisa. Se calhar não lembra, é simplesmente parecido com a palavra “preemptive” usada por George Bush.
António Alonso precisou, ainda, "que o grupo não tinha material para cometer o atentado", mas que já tinha escolhido o alvo: o edifício da Audiência Nacional de Madrid, o tribunal que em Espanha julga e instrui os processos de terrorismo.
Péra lá … então prenderam os rapazes e nem as armas de destruição maciça de que os acusam de pretender usar encontraram? Moveram-lhe caça baseados em quê? No diz-que-disse?
"O grupo já tinha escolhido o meio, um camião carregado com 500 quilogramas da explosivos", revelou Alonso. Aliás, os planos teóricos do ataque estavam muito avançados, incluindo os contactos para a compra de explosivos.
Tudo teoria, portanto. Não encontraram camião, não encontraram explosivos, mas encontraram teorias. Avançadas dizem. No entanto engavetaram-nos … e se calhar ameaçaram-nos com armas … e se calhar eram capazes de disparar se eles defendessem a sua propriedade intelectual (os planos).
O titular do Interior do Governo de Espanha não confirmou que o fornecedor da dinamite fosse a ETA. "As forças de segurança e os juizes conduzem a sua acção por factos não por palpites", comentou.
Bem, percebe-se logo que eles mentem. Se não a dizem logo a verdade mentem. A verdade é outra … os gajos tinham ligações a Al Qaeda, - perdão, - à ETA ... estão mas é a esconder qualquer coisa ... velhos hábitos do tempo de Aznar.
"Manual do martírio"
As prisões dos argelinos e marroquinos que constituam esta célula ocorreram na Andaluzia, nas províncias de Málaga e Almeria, em Valência, em Madrid e em Pamplona, Navarra. Dos oito detidos que há muito residiam em Espanha, alguns dos quais tinham estado presos por delitos comuns, um foi posto em liberdade. Nas buscas, os agentes da Brigada de informação da polícia apreenderam cheques bancários, vários exemplares de um livro peculiar - "manual do martírio" - utilizado pelos terroristas suicidas, agendas telefónicas, computadores portáteis e dois mil euros em dinheiro.
Bem, cada um tem a liberdade de escolher seu próprio martírio. É uma questão cultural. Só George Bush não percebe. Quanto ao resto, e à excepção dos euros, tenho tudo em casa e não ando a tramar nada.
A meio da tarde de ontem, as diligências policiais alargaram-se a diversas prisões espanholas onde estão detidos outros muçulmanos que os investigadores vinculam com esta célula. A investigação sublinha que este grupo nada tem a ver com o que perpetrou em 11 de Março a matança de Atocha, tratando-se de outra célula autónoma, e que se relacionava com outras da Europa, Estados Unidos e Austrália.
Era simplesmente um problema de falta de informação. Os gajos voltaram à carga com os espanhóis porque não sabiam que Zapatero tinha retirado do Iraque. Para que os engavetaram? Os espanhóis já não estão com os restantes algozes americanos e australianos, portanto nada havia a recear. Bastariam lá ter enviado assistentes sociais para explicar que Zapatero já tinha posto as coisa “en su sítiu”. Há que não esquecer que, tudo o que de mal nasce, não nasce sem um motivo, e esse motivo não pode ser Zapatero porque não é unilateral. Bastava terem explicado isso às criaturas que elas percebiam logo.
O chefe do grupo, Mohamed Akra, um argelino que a polícia relaciona com o GIA, foi detido há dois dias na Suiça a requerimento do juiz Garzón. Trata-se de um indivíduo que viveu em Navarra, Valência e Málaga, esteve preso por duas vezes em Espanha por pequenos delitos, e que em Setembro do ano passado residia na Suiça. Geralmente utilizava as identidades falsas de Mohamed Achraf ou Mikael Etinenne Christian.
Mas o Garzón não se chama Baltazar Garzón? Então é isso, é essa a ligação à Bíblia de George Bush. Garzón deve querer repetir a visita do rei mago Baltazar ao menino Jesus. Garzón é um submarino de Bush – há que avisar Zapatero – presto, presto.
"As mesquitas são hoje pontos chave para se detectarem as mentalidades extremistas", sublinhou, ontem, Gregório Gómez, da Plataforma de Associações de imigrantes da Andaluzia. "O Governo deve promover acordos e estreitar as relações com as mesquitas para evitar as tentativas de terrorismo islâmico em Espanha", acentuou Gómez. "O Islão e o terrorismo são incompatíveis", considerou, por seu turno, Mansur Escudero, secretário-geral da Comissão Islâmica de Espanha.
Qual terroristas, qual carapuça. O governo quer estreitar relações com as mesquitas? Pois tivessem estreitado relações com os gajos que prenderam. Assim só vão exacerbar mais os ânimos e criar mais terrorismo. Olha que pouca vergonha. Terrorismo islâmico? Mas onde?
"Nós, os muçulmanos, somos pessoas normais que respeitamos a lei", referiu.
Assim não brinco. “Terrorismo islâmico” e “muçulmanos pessoas normais” quer dizer “terroristas são pessoas normais”. Vão brincar com o raio que os partam. Isto até parece um Bushismo.
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Zapatero
25/09/2004
Diplomacia de Fahrenheit
Excerto de uma entrevista a Loureiro dos Santos – A Capital, 24 de Setembro de 2004 – Destaque – Diplomacia e estratégia
- Viu o filme Fahrenheit 9/11?
- Vi.
- E?
- É um acto de propaganda política muito bem feito. Aliás, Michael Moore não o escondeu e disse que fez o filme para tentar que Bush não ganhasse as eleições. Mas há muita manipulação, muita distorção. A montagem que é feita com a cena em que o presidente Bush está numa sala e começam os ataques às torres gémeas é absolutamente terrível. Completamente demolidor. E depois as verdades que não são ditas. Moore apenas conta o que lhe interessa. Por exemplo, dá relevo, e isso é importante, ao facto de logo após o atentado ter sido autorizada a saída de uma série de sauditas e membros da família de Bin Laden, mas não diz que quem o autorizou foi Richard Clarke, na altura o responsável pelo combate ao terrorismo da administração Bush, que depois se desentendeu com o presidente e escreveu o livro Contra Todos os Inimigos, denunciando aspectos da administração Bush. O certo é que foi ele quem, na altura, considerou que seria possível deixá-los sair do que deixá-los ficar, com o argumento que era inevitável uma acção sobre eles. O filme está todo construído de uma forma extremamente manipuladora. Pelo que não diz, e pela forma como o diz.
- Viu o filme Fahrenheit 9/11?
- Vi.
- E?
- É um acto de propaganda política muito bem feito. Aliás, Michael Moore não o escondeu e disse que fez o filme para tentar que Bush não ganhasse as eleições. Mas há muita manipulação, muita distorção. A montagem que é feita com a cena em que o presidente Bush está numa sala e começam os ataques às torres gémeas é absolutamente terrível. Completamente demolidor. E depois as verdades que não são ditas. Moore apenas conta o que lhe interessa. Por exemplo, dá relevo, e isso é importante, ao facto de logo após o atentado ter sido autorizada a saída de uma série de sauditas e membros da família de Bin Laden, mas não diz que quem o autorizou foi Richard Clarke, na altura o responsável pelo combate ao terrorismo da administração Bush, que depois se desentendeu com o presidente e escreveu o livro Contra Todos os Inimigos, denunciando aspectos da administração Bush. O certo é que foi ele quem, na altura, considerou que seria possível deixá-los sair do que deixá-los ficar, com o argumento que era inevitável uma acção sobre eles. O filme está todo construído de uma forma extremamente manipuladora. Pelo que não diz, e pela forma como o diz.
16/09/2004
Autoridades Iranianas escolhem Farenheit 9/11 por convergência de interesses
Parece-me particular mau gosto quando alguém tira partido da liberdade de que dispõe para tentar fazer crer que não a tem.
Que Farenheit 9/11 é um filme de propaganda não parece merecer muita discussão. O real significado do filme para quem não goza de liberdade aparece estampado na última frase do artigo que se segue.
O Público, 16 de Setembro - Cultura
===========================
O filme "Farenheit 9/11" estreado no Irão.
O filme de Michael Moore "Farenheit 9/11" foi ontem estreado no Irão, numa única sala de cinema de Teerão, controlada pelo Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica. O projecto de Micheal Moore contra George W. Bush, que colocou o Irão no eixo do mal, passou a censura iraniana com uma rapidez pouco habitual para uma obra estrangeira, diz a AFP. "Entre todos os filmes de grande público que as pessoas devem ver, as autoridades escolheram 'Farenheit' porque os interesses do regime islâmico coincidem com as do realizador", disse uma espectadora, Sima Gharavi, à agência. Segundo a AFP, alguns espectadores não se deixaram convencer pelo filme que divide gerações. "Muito político", "aborrecido", "manipulador", foram algumas das reacções recolhidas pela agência, que registou uma conversa de uma senhora de meia idade a tentar convencer um pequeno grupo sobre o interesse do filme. Este espectador entusiasmou-se particularmente com a liberdade com que Moore se dirige a um chefe de estado.
Que Farenheit 9/11 é um filme de propaganda não parece merecer muita discussão. O real significado do filme para quem não goza de liberdade aparece estampado na última frase do artigo que se segue.
O Público, 16 de Setembro - Cultura
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O filme "Farenheit 9/11" estreado no Irão.
O filme de Michael Moore "Farenheit 9/11" foi ontem estreado no Irão, numa única sala de cinema de Teerão, controlada pelo Ministério da Cultura e da Orientação Islâmica. O projecto de Micheal Moore contra George W. Bush, que colocou o Irão no eixo do mal, passou a censura iraniana com uma rapidez pouco habitual para uma obra estrangeira, diz a AFP. "Entre todos os filmes de grande público que as pessoas devem ver, as autoridades escolheram 'Farenheit' porque os interesses do regime islâmico coincidem com as do realizador", disse uma espectadora, Sima Gharavi, à agência. Segundo a AFP, alguns espectadores não se deixaram convencer pelo filme que divide gerações. "Muito político", "aborrecido", "manipulador", foram algumas das reacções recolhidas pela agência, que registou uma conversa de uma senhora de meia idade a tentar convencer um pequeno grupo sobre o interesse do filme. Este espectador entusiasmou-se particularmente com a liberdade com que Moore se dirige a um chefe de estado.
07/09/2004
Div-pro
Há duas semanas, fui ver um espectáculo do Vitorino à Fábrica de Pólvora em Barcarena. Por essa ocasião exercitei algumas outras dentadas em relação ao espectáculo propriamente dito.
Fiquei-me, nessa altura, por aí, por me não ter conseguido lembrar de um termo então invocado. Entretanto, o termo voltou à memória: Div-pro.
Div-pro – invocou o Vitorino no intervalo de duas músicas. 3 segundos se silêncio e suspense - isto está a precisar de Div-pro.
Mais 3 segundos e esclareceu Div-pro, divulgação e propaganda. E prosseguiu: esse barco [o dito do aborto] devia ter entrado. Entrava e depois logo se via. Estamos a precisar de Div-pro, para ver se as coisas andam para a frente.
Divulgação e propaganda. Segundo o Vitorino estamos a precisar de ambas.
Até ter ouvido a reluzente prosa, digo que, em separado, divulgação aconselha atenção crítica e propaganda remete para a mais absoluta rejeição da sinistra coisa. Ambas juntas, quando invocadas, revelam uma acrescentada sinistra falta de escrúpulos.
Ficamos a saber que, para Vitorino, divulgação e propaganda andam bem juntas …
Não parecendo, em princípio, que alguém com alguma espécie de consciência cívica defenda o uso de propaganda, penso ter lido nas estrelinhas que existe uma propaganda benigna, saudável, recomendada e recomendável. Talvez assim se torne logo que acompanhada por divulgação. Ambas devem constituir algo parecido com as manifestações pacifistas e os escudos humanos altamente divulgados há pouco mais de um ano mas que, daí para cá, e contrariamente ao que seria de esperar, desapareceram, muito embora ocasiões para se exercitarem não tenham parado de ter lugar.
Divulgação e propaganda. Deve ser algo de pacífico. Certamente mais pacífico que as obras cinematográficas da Riefenstahl que alguns partilhantes do mesmo ramo de pensamento que o Vitorino facilmente consideram de propaganda. Curioso.
A Riefenstahl sempre recusou liminarmente a classificação da sua obra como propaganda. Mais o Vitorino não tem dúvidas e vai direito ao assunto – aceitemos e exercitemos propaganda. Não se percebe, portanto, porque Riefenstahl se abespinhava tão vivamente de cada vez que alguém lhe punha o carimbo de executora de propaganda Nazi. A decalage de épocas nunca lhe terá permitido ter tomado conhecimento da doce e simbiótica nuance Div-pro?
Pena é que o Vitorino não tenha, de viva vós, exemplificado a coisa Div-pro. Aposto que ele avançaria (há que andar para a frente – com um diabo) Fahrenheit 9/11.
E ainda há quem se espante com os telúricos e gargalhantes ruídos que Salazar faz na cova. Serão barulhos Div-pro?
Tão brilhante, progressista (“para a frente”, não se esqueçam) e intelectual tirada, ajudará a perceber porque George Bush (ou outro ainda pior) se arrisca aos próximos 4 anos de Casa Branca? Se tal vier a acontecer, as suas gargalhadas vão certamente ouvir-se mais que as de Salazar.
Será que o Vitorino também defenderá alguma espécie de variante benigna para a defesa do uso de amas nucleares? Ou talvez a esquerda deva procurar explicações para o rumo que o mundo tem levado e que invoca de tenebroso no seu (dela) aparentemente intrínseco niilismo. A não ser que, no caso da esquerda, se trate de niilismo benigno, saudável, recomendado e recomendável, a ser aos quatro cantos do mundo levado, como boa nova, num voador tapete Div-pro.
Com amigos destes …
Vitorino. Continue a fazer o que faz bem. Componha e cante. Quando fala sem cantar …
Fiquei-me, nessa altura, por aí, por me não ter conseguido lembrar de um termo então invocado. Entretanto, o termo voltou à memória: Div-pro.
Div-pro – invocou o Vitorino no intervalo de duas músicas. 3 segundos se silêncio e suspense - isto está a precisar de Div-pro.
Mais 3 segundos e esclareceu Div-pro, divulgação e propaganda. E prosseguiu: esse barco [o dito do aborto] devia ter entrado. Entrava e depois logo se via. Estamos a precisar de Div-pro, para ver se as coisas andam para a frente.
Divulgação e propaganda. Segundo o Vitorino estamos a precisar de ambas.
Até ter ouvido a reluzente prosa, digo que, em separado, divulgação aconselha atenção crítica e propaganda remete para a mais absoluta rejeição da sinistra coisa. Ambas juntas, quando invocadas, revelam uma acrescentada sinistra falta de escrúpulos.
Ficamos a saber que, para Vitorino, divulgação e propaganda andam bem juntas …
Não parecendo, em princípio, que alguém com alguma espécie de consciência cívica defenda o uso de propaganda, penso ter lido nas estrelinhas que existe uma propaganda benigna, saudável, recomendada e recomendável. Talvez assim se torne logo que acompanhada por divulgação. Ambas devem constituir algo parecido com as manifestações pacifistas e os escudos humanos altamente divulgados há pouco mais de um ano mas que, daí para cá, e contrariamente ao que seria de esperar, desapareceram, muito embora ocasiões para se exercitarem não tenham parado de ter lugar.
Divulgação e propaganda. Deve ser algo de pacífico. Certamente mais pacífico que as obras cinematográficas da Riefenstahl que alguns partilhantes do mesmo ramo de pensamento que o Vitorino facilmente consideram de propaganda. Curioso.
A Riefenstahl sempre recusou liminarmente a classificação da sua obra como propaganda. Mais o Vitorino não tem dúvidas e vai direito ao assunto – aceitemos e exercitemos propaganda. Não se percebe, portanto, porque Riefenstahl se abespinhava tão vivamente de cada vez que alguém lhe punha o carimbo de executora de propaganda Nazi. A decalage de épocas nunca lhe terá permitido ter tomado conhecimento da doce e simbiótica nuance Div-pro?
Pena é que o Vitorino não tenha, de viva vós, exemplificado a coisa Div-pro. Aposto que ele avançaria (há que andar para a frente – com um diabo) Fahrenheit 9/11.
E ainda há quem se espante com os telúricos e gargalhantes ruídos que Salazar faz na cova. Serão barulhos Div-pro?
Tão brilhante, progressista (“para a frente”, não se esqueçam) e intelectual tirada, ajudará a perceber porque George Bush (ou outro ainda pior) se arrisca aos próximos 4 anos de Casa Branca? Se tal vier a acontecer, as suas gargalhadas vão certamente ouvir-se mais que as de Salazar.
Será que o Vitorino também defenderá alguma espécie de variante benigna para a defesa do uso de amas nucleares? Ou talvez a esquerda deva procurar explicações para o rumo que o mundo tem levado e que invoca de tenebroso no seu (dela) aparentemente intrínseco niilismo. A não ser que, no caso da esquerda, se trate de niilismo benigno, saudável, recomendado e recomendável, a ser aos quatro cantos do mundo levado, como boa nova, num voador tapete Div-pro.
Com amigos destes …
Vitorino. Continue a fazer o que faz bem. Componha e cante. Quando fala sem cantar …
02/09/2004
Tiro de couraçado - barco do aborto ao fundo
Cá pelo burgo, suspeito que a oposição nem saberá aproveitar o disparate do Paulo Portas de colocar uma corveta ao largo da Figueira a tomar conta de um minúsculo barquinho. Nem se lembraram ainda de lhe perguntar quanto custará e se não teria nada mais maneirinho.
Até podiam perguntar: e se fossem 20 barquinhos, pediria ajuda à Nato?
Até podiam perguntar: e se fossem 20 barquinhos, pediria ajuda à Nato?
01/09/2004
O impossível equilíbrio pacifista
Os ataque terrorista (ou como lhe quiseres chamar) à escola, na Ossétia Norte, veio pôr novamente os pacifistas, especialmente os franceses, em palpos de aranha.
Protestaram violentamente contra Bush por causa do ataque ao Iraque. Não se manifestam, nem por sombras pela mesma medida, contra a execução de reféns, nomeadamente franceses.
Compreende-se porquê - aos executores é indiferente que haja ou não manifestações. A ser assim, significa que não é a questão de princípio que lhes interessa, mas a de poderem, ou não, ‘chatear’ norte-americanos - a única coisa que sabem fazer.
A equação torna-se impossível quando eles protestam contra aqueles para quem o protesto faz algum tipo de moça mas não protestarem contra quem o protestado Bush ataca, mesmo quanto os “agredidos” executam pessoas (claramente civis, de qualquer nacionalidade, por mais proletas que sejam – caso dos nepaleses). A questão da quantidade é suplantada pela qualidade, tanto mais que a quantidade de reféns apanhados só não é superior porque não conseguem.
Onde anda Zapatero? Neste momento deve estar a procurar maneira de encarar os franceses nos olhos. Esta ameaça de execução é perpetrada por aqueles a quem Zapatero cedeu. A Espanha vai desaparecer da cena internacional por muito tempo.
A posição imperial dos norte-americanos vai-se fortalecendo com estas europeias e caricatas cenas. Velha Europa - obsoleta Europa.
E onde anda o pacifismo trans-fronteiriço? Onde estão os movimentos pacifistas internacionais? Não seria suposto aparecerem em apoio dos reféns? Onde estão os muitíssimo badalados milhões de pacifistas ingleses? Não protestam contra a execução dos jornalistas franceses? Ou será que já não o podem fazer porque o não fizeram antes de norte-americanos serem executados?
Na minha opinião os movimentos pacifistas e a esquerda moderna só existem num eixo - contra os norte-americanos. Não têm posição a favor ou contra mais nada, nem lhes interessa, de facto, o que se passa. Havendo norte-americanos no planeta é tudo o que querem saber – bota abaixo.
Entretanto os norte-americanos estão retirando da Europa, deixando-a "sozinha", coisa que, embora possa parecer surpreender e preocupar os pacifistas dirigentes europeus por perceberem que vão ter que os substituir (ouvem-se as gargalhadas de Donald Rumsfeld), não surpreende, de facto, porque eles sabem que os Estados Unidos estão, simplesmente, a fazer o que tem que ser feito, e a fazer, com pouca, ajuda aquilo em que toda Europa os devia ajudar. A ama-seca já não toma conta dos catraios e a criançada já está tentando tapar o buraco declarando que o dispositivo de segurança da Europa tem que avançar (teoricamente). Os americanos podem comportar-se como potência imperial, mas estão fartos de cachopada.
Protestaram violentamente contra Bush por causa do ataque ao Iraque. Não se manifestam, nem por sombras pela mesma medida, contra a execução de reféns, nomeadamente franceses.
Compreende-se porquê - aos executores é indiferente que haja ou não manifestações. A ser assim, significa que não é a questão de princípio que lhes interessa, mas a de poderem, ou não, ‘chatear’ norte-americanos - a única coisa que sabem fazer.
A equação torna-se impossível quando eles protestam contra aqueles para quem o protesto faz algum tipo de moça mas não protestarem contra quem o protestado Bush ataca, mesmo quanto os “agredidos” executam pessoas (claramente civis, de qualquer nacionalidade, por mais proletas que sejam – caso dos nepaleses). A questão da quantidade é suplantada pela qualidade, tanto mais que a quantidade de reféns apanhados só não é superior porque não conseguem.
Onde anda Zapatero? Neste momento deve estar a procurar maneira de encarar os franceses nos olhos. Esta ameaça de execução é perpetrada por aqueles a quem Zapatero cedeu. A Espanha vai desaparecer da cena internacional por muito tempo.
A posição imperial dos norte-americanos vai-se fortalecendo com estas europeias e caricatas cenas. Velha Europa - obsoleta Europa.
E onde anda o pacifismo trans-fronteiriço? Onde estão os movimentos pacifistas internacionais? Não seria suposto aparecerem em apoio dos reféns? Onde estão os muitíssimo badalados milhões de pacifistas ingleses? Não protestam contra a execução dos jornalistas franceses? Ou será que já não o podem fazer porque o não fizeram antes de norte-americanos serem executados?
Na minha opinião os movimentos pacifistas e a esquerda moderna só existem num eixo - contra os norte-americanos. Não têm posição a favor ou contra mais nada, nem lhes interessa, de facto, o que se passa. Havendo norte-americanos no planeta é tudo o que querem saber – bota abaixo.
Entretanto os norte-americanos estão retirando da Europa, deixando-a "sozinha", coisa que, embora possa parecer surpreender e preocupar os pacifistas dirigentes europeus por perceberem que vão ter que os substituir (ouvem-se as gargalhadas de Donald Rumsfeld), não surpreende, de facto, porque eles sabem que os Estados Unidos estão, simplesmente, a fazer o que tem que ser feito, e a fazer, com pouca, ajuda aquilo em que toda Europa os devia ajudar. A ama-seca já não toma conta dos catraios e a criançada já está tentando tapar o buraco declarando que o dispositivo de segurança da Europa tem que avançar (teoricamente). Os americanos podem comportar-se como potência imperial, mas estão fartos de cachopada.
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Maomé,
Pacifismo(?),
Zapatero
20/08/2004
Patriotismo comercial
O nosso bem-amado ministro Paulo Portas acaba de dar corpo ao conceito de "Patriotismo Comercial".
Viva o Patriotismo Comerciaaaaaaal (que, a propósito, em que consiste?).
Sinto-me tão 100% satisfeito pelo nascimento de um (progressista, certamente) novo conceito, que proponho o meu próprio: Patriotismo Sexual.
Mas não deixo ninguém em suspenso pela respectiva consubstanciação. O desígnio do dito alcança-se tatuando a bandeira portuguesa nos nossos patrióticos mangalhos. Estou nessa, compatriota Paulo Portas.
E de cada vez que as coisas dêem para o torto ... exibamos a nossa bandeira bem "desembrulhada" aos quatro pontos cardeais (só aos pontos).
Nota importante - é obrigatório que a bandeira não seja exibida amarrotada, ficando à consideração de cada qual o processo a que deitem mão para o conseguir.
... é verdade ... e em relação às mulheres, que fazemos? ... ou melhor, que terão elas que inventar e fazer (a elas próprias claro)? Avencem, patrióticas criaturas. Proponham e exerçam. Se precisarem de ajuda, este vosso servo ...
Beijinhos e abraços (conforme aplicável),
.
Viva o Patriotismo Comerciaaaaaaal (que, a propósito, em que consiste?).
Sinto-me tão 100% satisfeito pelo nascimento de um (progressista, certamente) novo conceito, que proponho o meu próprio: Patriotismo Sexual.
Mas não deixo ninguém em suspenso pela respectiva consubstanciação. O desígnio do dito alcança-se tatuando a bandeira portuguesa nos nossos patrióticos mangalhos. Estou nessa, compatriota Paulo Portas.
E de cada vez que as coisas dêem para o torto ... exibamos a nossa bandeira bem "desembrulhada" aos quatro pontos cardeais (só aos pontos).
Nota importante - é obrigatório que a bandeira não seja exibida amarrotada, ficando à consideração de cada qual o processo a que deitem mão para o conseguir.
... é verdade ... e em relação às mulheres, que fazemos? ... ou melhor, que terão elas que inventar e fazer (a elas próprias claro)? Avencem, patrióticas criaturas. Proponham e exerçam. Se precisarem de ajuda, este vosso servo ...
Beijinhos e abraços (conforme aplicável),
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04/08/2004
Flutuante crude
Dizia Arquimedes que uma coisa flutuava na água, ou não, em função de ter, ou não, uma densidade inferior à da água.
Por ser algo que muito apreciamos (ou devíamos apreciar) a água serviu como padrão para várias unidades. Uma delas foi a unidade de peso.
Um quilo não é mais que o peso de um volume de água com 10x10x10cm (o mesmo que 1dm3 e o mesmo que 1 litro).
Fazendo contas pode concluir-se que 1m3 de água pesa 1000Kg (1Ton) porque 1 m3 tem 1000 dm3 que pesam 1Kg cada.
Diz o jornal O Público na sua edição de 4 de Agosto,
http://jornal.publico.pt/publico/2004/08/04/LocalPorto/LP05CX01.html
na secção Loca Porto.
"Nada menos de trinta toneladas de crude (o equivalente a seis metros cúbicos) foram já retiradas da marina de Leça durante as operações de limpeza que se seguiram ao violento derrame de sábado passado."
Todos sabemos que o crude flutua na água. De outra forma nunca o crude derramado pelos petroleiros ficaria a flutuar.
Isso significa simplesmente que 1m3 de crude pesa menos do que 1m3 de água.
Diz O Público que 30t de crude equivaliam a 6m3.
Para o crude poder flutuar (e disso basta ver as imagens para ver que assim é), ou teria 30t e mais de 30m3, ou 6m3 e menos de 6t.
Daí se conclui que a notícia refere um tipo de crude especial que, apesar de ter uma densidade muito superior (5t/m3 - 5 vezes mais denso do que a água), consegue flutuar.
Se calhar qualquer coisa está errada. Que a um jornalista sejam dadas indicações erradas, não admira. O que é de estranhar é que coisa tão simples (matéria do ensino básico) passe despercebida e seja publicada.
A não ser que este crude, de tão espantosas características, flutue por inspiração divina.
Por ser algo que muito apreciamos (ou devíamos apreciar) a água serviu como padrão para várias unidades. Uma delas foi a unidade de peso.
Um quilo não é mais que o peso de um volume de água com 10x10x10cm (o mesmo que 1dm3 e o mesmo que 1 litro).
Fazendo contas pode concluir-se que 1m3 de água pesa 1000Kg (1Ton) porque 1 m3 tem 1000 dm3 que pesam 1Kg cada.
Diz o jornal O Público na sua edição de 4 de Agosto,
http://jornal.publico.pt/publico/2004/08/04/LocalPorto/LP05CX01.html
na secção Loca Porto.
"Nada menos de trinta toneladas de crude (o equivalente a seis metros cúbicos) foram já retiradas da marina de Leça durante as operações de limpeza que se seguiram ao violento derrame de sábado passado."
Todos sabemos que o crude flutua na água. De outra forma nunca o crude derramado pelos petroleiros ficaria a flutuar.
Isso significa simplesmente que 1m3 de crude pesa menos do que 1m3 de água.
Diz O Público que 30t de crude equivaliam a 6m3.
Para o crude poder flutuar (e disso basta ver as imagens para ver que assim é), ou teria 30t e mais de 30m3, ou 6m3 e menos de 6t.
Daí se conclui que a notícia refere um tipo de crude especial que, apesar de ter uma densidade muito superior (5t/m3 - 5 vezes mais denso do que a água), consegue flutuar.
Se calhar qualquer coisa está errada. Que a um jornalista sejam dadas indicações erradas, não admira. O que é de estranhar é que coisa tão simples (matéria do ensino básico) passe despercebida e seja publicada.
A não ser que este crude, de tão espantosas características, flutue por inspiração divina.
29/07/2004
Urânio, chumbo e ai ai, que me dói a mona
Num canal qualquer ouvi um manfio (penso que na qualidade de combatente) contar a estupefacção que invocavam contando um episódio da guerra de libertação do Qwait.
Rezava algo assim:
"Às vezes não percebíamos a indiferença com que os tanques Iraquianos iam direitos a nós, em campo aberto, podendo nós acertar-lhes a uma distância a que as balas deles nunca nos atingiriam.
Os poucos sobreviventes ficavam de mãos atrás da cabeça até que fossem feitos prisioneiros e após o que apontavam para os nossos tanques e diziam qualquer coisa que nós não percebíamos.
Tanto insistiam apontando para os tanques que mandámos vir um intérprete que nos informa que eles estavam simplesmente a pedir para tocarem com o dedo nos nossos tanques.
Tanto pediram que nós deixámos.
Tocado o tanque eles ficavam estupefactos e perguntavam de que era feito o tanque, ao que nós respondíamos que eram feitos de aço e urânio empobrecido.
Perguntámos nós então porquê aquela insistência em tocar os tanques, e eles responderam que os generais deles lhe tinham garantido que não tivessem medo dos nossos tanques porque eram feitos de ... contraplacado."
Voltando à reincidente suspeita, porque será que, na Europa, de cada vez que há problemas bizarros com a saúde dos soldados se canaliza a coisa para o urânio empobrecido, fazendo testes para determinar se sim ou não, e não se canaliza a coisa no sentido de investigar, mais abrangentemente, que diabo de coisa está a provocar problemas?
Até parece que, havendo problemas, algum encobridor insuspeito projecta a coisa no sentido do urânio re-camuflando o problema.
Por mim, se for ao médico tendo um problema, espero que o médico tente perceber o que tenho eu, e não simplesmente se tenho qualquer coisa que desconfio ter, ou que alguém sugere ao médico que averigue. Neste último caso, só sugeriria a um médico de um amigo meu que averiguasse determinada coisa de que esse meu hipotético amigo se queixasse, se eu estivesse a envenena-lo com outra coisa qualquer.
Do ponto de vista da radiação ionizante (capaz de escavacar outros átomos) o urânio empobrecido é incólume (liberta protões - atomos de hidrogénio sem electrões - a alta velocidade, que, normalmente, não viajam mais de meio metro). Do ponto de vista químico é perigoso (como o chumbo, que se despeja pela caça, por esses campos, aos milhares de toneladas), mas, neste modo, para haver problema tem que se encontrar urânio no corpo da vítima … o que nunca tem acontecido …
Evidentemente que ninguém gosta de lamber ou manusear urânio empobrecido, como ninguém deve lamber ou manusear chumbo (que aliás é produto do decaimento do urânio), mas dar-lhe poderes mágicos (ou de macumba) parece demais. As fábricas de electrónica, que manuseiam grandes quantidades de chumbo contido na solda (estanho + chumbo), sugam os vapores da solda derretida e canalizam-nos para filtros onde os átomos de vapor do chumbo é suposto ficarem retidos.
Mas enfim, já se sabe que não vale a pena lutar contra “dados adquiridos”.
Rezava algo assim:
"Às vezes não percebíamos a indiferença com que os tanques Iraquianos iam direitos a nós, em campo aberto, podendo nós acertar-lhes a uma distância a que as balas deles nunca nos atingiriam.
Os poucos sobreviventes ficavam de mãos atrás da cabeça até que fossem feitos prisioneiros e após o que apontavam para os nossos tanques e diziam qualquer coisa que nós não percebíamos.
Tanto insistiam apontando para os tanques que mandámos vir um intérprete que nos informa que eles estavam simplesmente a pedir para tocarem com o dedo nos nossos tanques.
Tanto pediram que nós deixámos.
Tocado o tanque eles ficavam estupefactos e perguntavam de que era feito o tanque, ao que nós respondíamos que eram feitos de aço e urânio empobrecido.
Perguntámos nós então porquê aquela insistência em tocar os tanques, e eles responderam que os generais deles lhe tinham garantido que não tivessem medo dos nossos tanques porque eram feitos de ... contraplacado."
Voltando à reincidente suspeita, porque será que, na Europa, de cada vez que há problemas bizarros com a saúde dos soldados se canaliza a coisa para o urânio empobrecido, fazendo testes para determinar se sim ou não, e não se canaliza a coisa no sentido de investigar, mais abrangentemente, que diabo de coisa está a provocar problemas?
Até parece que, havendo problemas, algum encobridor insuspeito projecta a coisa no sentido do urânio re-camuflando o problema.
Por mim, se for ao médico tendo um problema, espero que o médico tente perceber o que tenho eu, e não simplesmente se tenho qualquer coisa que desconfio ter, ou que alguém sugere ao médico que averigue. Neste último caso, só sugeriria a um médico de um amigo meu que averiguasse determinada coisa de que esse meu hipotético amigo se queixasse, se eu estivesse a envenena-lo com outra coisa qualquer.
Do ponto de vista da radiação ionizante (capaz de escavacar outros átomos) o urânio empobrecido é incólume (liberta protões - atomos de hidrogénio sem electrões - a alta velocidade, que, normalmente, não viajam mais de meio metro). Do ponto de vista químico é perigoso (como o chumbo, que se despeja pela caça, por esses campos, aos milhares de toneladas), mas, neste modo, para haver problema tem que se encontrar urânio no corpo da vítima … o que nunca tem acontecido …
Evidentemente que ninguém gosta de lamber ou manusear urânio empobrecido, como ninguém deve lamber ou manusear chumbo (que aliás é produto do decaimento do urânio), mas dar-lhe poderes mágicos (ou de macumba) parece demais. As fábricas de electrónica, que manuseiam grandes quantidades de chumbo contido na solda (estanho + chumbo), sugam os vapores da solda derretida e canalizam-nos para filtros onde os átomos de vapor do chumbo é suposto ficarem retidos.
Mas enfim, já se sabe que não vale a pena lutar contra “dados adquiridos”.
16/07/2004
Soldados da ONU são acusados de violarem crianças no Congo
A notícia aparece, mas … nada de alarme. Se calhar trata-se de mais uma calinada Bushista.
Hipotéticas razões para que não haja alarme:
1 - As tropas não são americanas.
2 - As tropas não usam máquinas fotográficas (coisa que alegraria os media).
3 - São, em geral, tropas de origem africana - tudo em família, portanto.
4 - Os pacifistas de circunstância não sabem que em África se pratica sexo à margem do direito internacional – o único de que eles ouviram falar.
Face às 4 hipóteses anteriores, não parece que a inicial (calinada Bushista) tenha pernas para andar, ou já teria caído o Carmo e a Trindade.
Alguém mais vislumbra outro plausível motivo?
.
Hipotéticas razões para que não haja alarme:
1 - As tropas não são americanas.
2 - As tropas não usam máquinas fotográficas (coisa que alegraria os media).
3 - São, em geral, tropas de origem africana - tudo em família, portanto.
4 - Os pacifistas de circunstância não sabem que em África se pratica sexo à margem do direito internacional – o único de que eles ouviram falar.
Face às 4 hipóteses anteriores, não parece que a inicial (calinada Bushista) tenha pernas para andar, ou já teria caído o Carmo e a Trindade.
Alguém mais vislumbra outro plausível motivo?
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15/07/2004
Cabeça de tijolo
Gostei muito de ouvir o antigo ministro da cultura, em funções no tempo de Guterres, Manuel Maria Carrilho.
Dizia ela: "A democracia é feita de formalidades".
Ele achava tal, só como forma de protelar o anúncio de um candidato à liderança do PS. Ele achava, portanto, que não fazia sentido anunciar candidaturas sem que elas fossem formalmente apresentadas.
Uma formalidade, muito importante, fundamental à democracia.
O facto de o Presidente da República ter escolhido uma das duas hipóteses para que formalmente a constituição apontava, e, de acordo com os poderes que a constituição formalmente lhe atribuí, e ter nomeado novo 1º ministro, parece, surpreendentemente, ao PS, inaceitável, supõe-se que por não ser um dos tijolos constituintes da democracia.
Ou ele ou Ferro Rodrigues merecem levar com um formal tijolo na cabeça.
Este puzzle só se consegue perceber se se considerar que o PS, como cabeça, tem um monte de tijolos.
PS. Já alguém apanhou o desertor Ferro Rodrigues? O eleitorado que votou no partido à frente do qual ele se apresentou em duas eleições seguidas anda à procura dele. Parecem não estar dispostos a aceitar o que umas dúzias de barões vão escolher num qualquer fumarento congresso. O que eles querem é ver o dirigente apresentado e votado há pouco tempo, e não um outro qualquer, gerado à pressão. De outra forma o novo dirigente nunca terá legitimidade.
Se Alguén não perceber, consulte as declarações de Ferro Rodrigues antes da polémica decisão do PR.
Dizia ela: "A democracia é feita de formalidades".
Ele achava tal, só como forma de protelar o anúncio de um candidato à liderança do PS. Ele achava, portanto, que não fazia sentido anunciar candidaturas sem que elas fossem formalmente apresentadas.
Uma formalidade, muito importante, fundamental à democracia.
O facto de o Presidente da República ter escolhido uma das duas hipóteses para que formalmente a constituição apontava, e, de acordo com os poderes que a constituição formalmente lhe atribuí, e ter nomeado novo 1º ministro, parece, surpreendentemente, ao PS, inaceitável, supõe-se que por não ser um dos tijolos constituintes da democracia.
Ou ele ou Ferro Rodrigues merecem levar com um formal tijolo na cabeça.
Este puzzle só se consegue perceber se se considerar que o PS, como cabeça, tem um monte de tijolos.
PS. Já alguém apanhou o desertor Ferro Rodrigues? O eleitorado que votou no partido à frente do qual ele se apresentou em duas eleições seguidas anda à procura dele. Parecem não estar dispostos a aceitar o que umas dúzias de barões vão escolher num qualquer fumarento congresso. O que eles querem é ver o dirigente apresentado e votado há pouco tempo, e não um outro qualquer, gerado à pressão. De outra forma o novo dirigente nunca terá legitimidade.
Se Alguén não perceber, consulte as declarações de Ferro Rodrigues antes da polémica decisão do PR.
12/07/2004
A decisão do Presidente da República
O Presidente da República (PR) só podia tomar uma de duas decisões: ou permitia a formação de novo governo baseado na presente configuração da Assembleia da República (AR), ou dissolvia a AR, convocando eleições. Decidiu-se pela primeira.
Eu, pessoalmente, pendia entre as duas. Se, por um lado, me parecia que a segunda opção poderia resolver mais definitivamente o problema, por outro suspeitava que a primeira teria o mérito de não deixar que este jardim à beira-mar plantado viesse a cair numa guerrilha institucional permanente de cada vez que uma eleição, ou mesmo uma sondagem, não resultasse de feição a quem quer que fosse que se encontrasse no poder em determinado momento. Nessa altura o precedente criado pela dissolução do parlamento iria dar largas à mais desbragada, intempestiva, folclórica e populista reclamação de legitimidade de exercício do poder.
Não posso avaliar o que poderia ter ocorrido se o PR tivesse decidido em sentido contrário, mas a verdade é a decisão foi tomada e é sobre ela que a história se poderá debruçar.
Nessa perspectiva estrebucharei um pouco sobre o efeito secundário mais imediato da dita decisão, a demissão de Ferro Rodrigues (FR).
FR reclamava eleições antecipadas porque a composição da AR já não espelhava a vontade do eleitorado e porque o apontado novo primeiro ministro não se havia apresentado para esse efeito nas últimas legislativas.
Claro que este tipo de argumentação tem uma razoável base de sustentação política (embora pouca formal), muito embora também a argumentação saída da maioria da AR proponente de suporte a um novo governo tivesse sustentação (talvez um pouco mais formal que política).
A verdade é que a proposta de dissolução, podendo ser a mais correcta face ao país real, é a que mais navega ao arrepio da constituição gerada pelos eleitos que o mesmo país real têm vindo a eleger. Isto aplica-se num ponto em especial: as eleições realizadas foram para o Parlamento Europeu e não foram legislativas.
Claro que se pode invocar que se fossem legislativas, o resultado seria o mesmo. Talvez, mas isso é adivinhação.
O problema é que, neste momento, face ao pedido de demissão de FR, quanto mais valor se der à argumentação que ele apresentou em favor de eleições antecipadas, mais valor se obtém a favor da posição contrária.
Contrariamente ao que me parece acharem a maioria dos portugueses, pareceu-me que a retirada de Guterres foi um acto de coragem, de quem percebe que tendo as coisas descarrilado substancialmente, e face ao cansaço dele próprio e à fatiga dos poucos que ainda não tinham debandado das suas fileiras (quando cheira a esturro os ratos fogem), a melhor solução para o país seria passar o poder a um governo de outra cor. Nada que não tivesse já acontecido anteriormente, nomeadamente com Cavaco, que saiu da vida política (pelo menos até ver) deixando o partido suficientemente armadilhado para garantir que as eleição seguinte transferisse o poder a outro partido político. Tanto no caso de Cavaco, como no de Guterres, foi um acto de coragem, de quem percebia ter as rédeas de um poder que se tornava contraproducente aos interesses do país e as larga, cedendo-as a quem mais energia tivesse para as agarrar.
Evidentemente que se tratava de as largar aos inimigos figadais. Mas quando se trata de transitar da oposição ao poder, os partidos têm inflectido bastante as posições que defendiam enquanto oposição para, de alguma forma, convergirem em função da uma política face ao país real e em detrimento de um país inventado para consumo oposicionista, como alavanca para colher chavões facilmente deriváveis dessa virtual realidade.
A dita “fuga” de Guterres, como, pelo mesmo prisma a “fuga” de Cavaco, não foi, para mim, mais que um acto de responsabilidade que se deve respeitar. Aliás, Guterres já contava com 6 anos de governação. Pode dizer-se que Cavaco não interrompeu o seu mandato, mas, Cavaco terá simplesmente sido salvo pelo gongue.
A fuga de FR é absolutamente incompreensível …
FR foge mesmo sem ter o desgaste da governação e desgaste nas suas fileiras (que nem chagaram a existir) … e os eleitos nas eleições para o Parlamento Europeu ainda nem sequer tinham aquecido a cadeira.
FR foge mesmo tendo do seu lado todo um eleitorado que nele teria, segundo argumentava antes de perder a causa junto do PR, votado de fresquinho.
FR foge quando se esperava que se mantivesse fiel aos que nele tinham recentemente votado.
FR demonstra não estar à altura (nem sequer tendo o fardo atenuado de oposição) de defender os seus eleitores.
As consequências são inúmeras ...
Até que se realizem novas eleições (e nem discuto de que tipo pois, para o PS, o facto das últimas europeias não serem legislativas não era problema), nenhum outro dirigente socialista poderá invocar as recentes eleições europeias como prova de legitimidade popular. Se Santana não tinha legitimidade política para ser primeiro ministro por nunca ter sido apresentado como pretendente ao cargo, qualquer outro futuro dirigente socialista ficará em idêntica posição, mesmo que como líder da oposição, tanto mais que se sentará na AR, em lugares de eleição directa (o primeiro ministro não é).
Nunca mais o PS poderá fulanizar este tipo de questões (coisa que, aliás, nunca devia ter feito), porque só o correr de muito tempo apagará o percalçozito. Caso contrário alguém lembrará que o PS é incapaz de reconhecer e manter a mais ténue ligação eleitor ao eleito porque este, no caso do PS, se poderá afastar logo à primeira dificuldade.
Imaginemos FR como primeiro ministro (longe vá o agoiro). Ao primeiro decreto chumbado pelo Tribunal Constitucional, lá se demitiria o sensível dirigente, como pétala de papoila.
…
A decisão do PR foi a correcta. Talvez o PR tenha decidido desta forma, não por vontade de que não houvesse eleições, mas por saber quão de pouca confiança era Ferro Rodrigues.
Em boa verdade o Partido Socialista devia fazer renunciar ao mandato os seus eleitos ao Parlamento Europeu. Quebrada a ligação do seu líder com o eleitorado, que legitimidade política tem os seus deputados? E que dizer dos deputados socialistas na Assembleia da República? Com que chapéu passarão a fazer oposição? Como justificar que o PSD, pelo afastamento do seu líder, tenha deixado de ter legitimidade suficiente, justificativa a dissolução da Assembleia da República, cujos deputados foram tão directamente eleitos como os do PS? De que direitos monárquicos da idade média pensa gozar o PS, que quer negar ao PSD?
O PR decidiu acertadamente. A direita nem sequer vai precisar procurar limar as suas arestas porque o Partido Socialista deu, voluntariamente, dois tiros em cada um dos próprios pés.
O PS precisa uma desinfecção generalizada porque começa a transparecer um ódio visceral que, cada vez mais, aparenta ter ao povo. Como monárquicos do século XXII, o PS parecer ter dificuldade em reconhecer o eleitorado como digno de qualquer espécie de respeito. Nesta matéria já pouco falta para ultrapassar o Bloco de Esquerda.
O PS e, em especial Ferro Rodrigues, ainda não percebeu que já nem a direita considera que o PR é “dos nossos” ou “dos deles”, e que há coisas resolúveis à canelada telefónica para este ou para aquele “dos nossos”.
Convém que o PS dedique os anos mais próximos a uma desinfestação interna simultânea com a retirada de esqueletos dos armários e seu envio ao ferro velho.
Convém que o PS não seja acometido da tentativa da travessia do deserto por avião. Ir a pé, neste caso, é o mais recomendável, para que possam readquirir alguma relação com a realidade.
Talvez tenha sido a mais difícil e acertada decisão de política interna que um PR jamais tenha tomado desde o 25 de Abril.
A oposição ficou, portanto, absolutamente manietada pela deserção de FR. A não ser que alguém ainda nutra alguma esperança pelo PC …
E esperemos não ser que a direita se espalhe completamente (estão lá todos os ingredientes para a hecatombe)… deixando um país caótico entregue a um caótico e derivante PS.
PS. Quando a Ana Gomes, tem sido tão incompetente como política quanto competente foi, como embaixadora, em Jacarta. Compreende-se as razões que a movem contra Durão Barroso o ao PSD face a espezinhamentos anteriores de que foi vítima, mas é contraproducente que um político paute a sua acção por ódios figado-viscerais, mesmo que contra George Bush.
Eu, pessoalmente, pendia entre as duas. Se, por um lado, me parecia que a segunda opção poderia resolver mais definitivamente o problema, por outro suspeitava que a primeira teria o mérito de não deixar que este jardim à beira-mar plantado viesse a cair numa guerrilha institucional permanente de cada vez que uma eleição, ou mesmo uma sondagem, não resultasse de feição a quem quer que fosse que se encontrasse no poder em determinado momento. Nessa altura o precedente criado pela dissolução do parlamento iria dar largas à mais desbragada, intempestiva, folclórica e populista reclamação de legitimidade de exercício do poder.
Não posso avaliar o que poderia ter ocorrido se o PR tivesse decidido em sentido contrário, mas a verdade é a decisão foi tomada e é sobre ela que a história se poderá debruçar.
Nessa perspectiva estrebucharei um pouco sobre o efeito secundário mais imediato da dita decisão, a demissão de Ferro Rodrigues (FR).
FR reclamava eleições antecipadas porque a composição da AR já não espelhava a vontade do eleitorado e porque o apontado novo primeiro ministro não se havia apresentado para esse efeito nas últimas legislativas.
Claro que este tipo de argumentação tem uma razoável base de sustentação política (embora pouca formal), muito embora também a argumentação saída da maioria da AR proponente de suporte a um novo governo tivesse sustentação (talvez um pouco mais formal que política).
A verdade é que a proposta de dissolução, podendo ser a mais correcta face ao país real, é a que mais navega ao arrepio da constituição gerada pelos eleitos que o mesmo país real têm vindo a eleger. Isto aplica-se num ponto em especial: as eleições realizadas foram para o Parlamento Europeu e não foram legislativas.
Claro que se pode invocar que se fossem legislativas, o resultado seria o mesmo. Talvez, mas isso é adivinhação.
O problema é que, neste momento, face ao pedido de demissão de FR, quanto mais valor se der à argumentação que ele apresentou em favor de eleições antecipadas, mais valor se obtém a favor da posição contrária.
Contrariamente ao que me parece acharem a maioria dos portugueses, pareceu-me que a retirada de Guterres foi um acto de coragem, de quem percebe que tendo as coisas descarrilado substancialmente, e face ao cansaço dele próprio e à fatiga dos poucos que ainda não tinham debandado das suas fileiras (quando cheira a esturro os ratos fogem), a melhor solução para o país seria passar o poder a um governo de outra cor. Nada que não tivesse já acontecido anteriormente, nomeadamente com Cavaco, que saiu da vida política (pelo menos até ver) deixando o partido suficientemente armadilhado para garantir que as eleição seguinte transferisse o poder a outro partido político. Tanto no caso de Cavaco, como no de Guterres, foi um acto de coragem, de quem percebia ter as rédeas de um poder que se tornava contraproducente aos interesses do país e as larga, cedendo-as a quem mais energia tivesse para as agarrar.
Evidentemente que se tratava de as largar aos inimigos figadais. Mas quando se trata de transitar da oposição ao poder, os partidos têm inflectido bastante as posições que defendiam enquanto oposição para, de alguma forma, convergirem em função da uma política face ao país real e em detrimento de um país inventado para consumo oposicionista, como alavanca para colher chavões facilmente deriváveis dessa virtual realidade.
A dita “fuga” de Guterres, como, pelo mesmo prisma a “fuga” de Cavaco, não foi, para mim, mais que um acto de responsabilidade que se deve respeitar. Aliás, Guterres já contava com 6 anos de governação. Pode dizer-se que Cavaco não interrompeu o seu mandato, mas, Cavaco terá simplesmente sido salvo pelo gongue.
A fuga de FR é absolutamente incompreensível …
FR foge mesmo sem ter o desgaste da governação e desgaste nas suas fileiras (que nem chagaram a existir) … e os eleitos nas eleições para o Parlamento Europeu ainda nem sequer tinham aquecido a cadeira.
FR foge mesmo tendo do seu lado todo um eleitorado que nele teria, segundo argumentava antes de perder a causa junto do PR, votado de fresquinho.
FR foge quando se esperava que se mantivesse fiel aos que nele tinham recentemente votado.
FR demonstra não estar à altura (nem sequer tendo o fardo atenuado de oposição) de defender os seus eleitores.
As consequências são inúmeras ...
Até que se realizem novas eleições (e nem discuto de que tipo pois, para o PS, o facto das últimas europeias não serem legislativas não era problema), nenhum outro dirigente socialista poderá invocar as recentes eleições europeias como prova de legitimidade popular. Se Santana não tinha legitimidade política para ser primeiro ministro por nunca ter sido apresentado como pretendente ao cargo, qualquer outro futuro dirigente socialista ficará em idêntica posição, mesmo que como líder da oposição, tanto mais que se sentará na AR, em lugares de eleição directa (o primeiro ministro não é).
Nunca mais o PS poderá fulanizar este tipo de questões (coisa que, aliás, nunca devia ter feito), porque só o correr de muito tempo apagará o percalçozito. Caso contrário alguém lembrará que o PS é incapaz de reconhecer e manter a mais ténue ligação eleitor ao eleito porque este, no caso do PS, se poderá afastar logo à primeira dificuldade.
Imaginemos FR como primeiro ministro (longe vá o agoiro). Ao primeiro decreto chumbado pelo Tribunal Constitucional, lá se demitiria o sensível dirigente, como pétala de papoila.
…
A decisão do PR foi a correcta. Talvez o PR tenha decidido desta forma, não por vontade de que não houvesse eleições, mas por saber quão de pouca confiança era Ferro Rodrigues.
Em boa verdade o Partido Socialista devia fazer renunciar ao mandato os seus eleitos ao Parlamento Europeu. Quebrada a ligação do seu líder com o eleitorado, que legitimidade política tem os seus deputados? E que dizer dos deputados socialistas na Assembleia da República? Com que chapéu passarão a fazer oposição? Como justificar que o PSD, pelo afastamento do seu líder, tenha deixado de ter legitimidade suficiente, justificativa a dissolução da Assembleia da República, cujos deputados foram tão directamente eleitos como os do PS? De que direitos monárquicos da idade média pensa gozar o PS, que quer negar ao PSD?
O PR decidiu acertadamente. A direita nem sequer vai precisar procurar limar as suas arestas porque o Partido Socialista deu, voluntariamente, dois tiros em cada um dos próprios pés.
O PS precisa uma desinfecção generalizada porque começa a transparecer um ódio visceral que, cada vez mais, aparenta ter ao povo. Como monárquicos do século XXII, o PS parecer ter dificuldade em reconhecer o eleitorado como digno de qualquer espécie de respeito. Nesta matéria já pouco falta para ultrapassar o Bloco de Esquerda.
O PS e, em especial Ferro Rodrigues, ainda não percebeu que já nem a direita considera que o PR é “dos nossos” ou “dos deles”, e que há coisas resolúveis à canelada telefónica para este ou para aquele “dos nossos”.
Convém que o PS dedique os anos mais próximos a uma desinfestação interna simultânea com a retirada de esqueletos dos armários e seu envio ao ferro velho.
Convém que o PS não seja acometido da tentativa da travessia do deserto por avião. Ir a pé, neste caso, é o mais recomendável, para que possam readquirir alguma relação com a realidade.
Talvez tenha sido a mais difícil e acertada decisão de política interna que um PR jamais tenha tomado desde o 25 de Abril.
A oposição ficou, portanto, absolutamente manietada pela deserção de FR. A não ser que alguém ainda nutra alguma esperança pelo PC …
E esperemos não ser que a direita se espalhe completamente (estão lá todos os ingredientes para a hecatombe)… deixando um país caótico entregue a um caótico e derivante PS.
PS. Quando a Ana Gomes, tem sido tão incompetente como política quanto competente foi, como embaixadora, em Jacarta. Compreende-se as razões que a movem contra Durão Barroso o ao PSD face a espezinhamentos anteriores de que foi vítima, mas é contraproducente que um político paute a sua acção por ódios figado-viscerais, mesmo que contra George Bush.
30/06/2004
As Tias e a Esquerda
Não consigo perceber a esquerda em Portugal.
Com a história do Iraque só se falava do direito internacional (DI), O DI para aqui, o DI para ali, aqui-del-rei que estava a ser atropelado, rebéubéu. Parecem querer convencer-nos que o tal DI existe mesmo, como se não fosse uma colecção de declarações de boas intenções sedimentadas pela coisa que mais importa em política internacional - a existência ou não de precedentes. Evidentemente que há precedentes para tudo, e todos sabem disso, inclusivamente a esquerda.
A constituição diz que nós elegemos uma assembleia (da república) da qual sairá o governo.
Este governo pode ser coligado ou não. Desde que seja feita uma proposta que tenha o apoio de mais de 50% dos deputados (salvo erro que não se abstiverem), o governo 1º ministro pode ser nomeado e formará governo. Não interessa se se propõem coligados ou se se coligam depois. Todas estas variantes já aconteceram.
Alguns partidos fazem questão de apresentar os seus líderes, subentenda-se candidatos a 1º ministro, mas outros pouco o fazer ou não o fazem de todo.
Não interessa se os "boys" candidatos, são ou não candidatos a 1º ministro, porque se coligados à posteriori, mesmo um partido mais pequeno que não possa propor 1º ministro, pode muito bem vir a ficar com uma mão cheia de ministros, mesmo que com uma votação baixa.
O Partido Comunista (perdão CDU) gosta mais de dar força à CDU esbatendo protagonismos pessoais (o que me parece razoável, porque me parece fazer mais sentido votar em ideias que em fulanos).
O BE faz algo híbrido, fazendo de conta que propõem um ou dois gajos, mas depois vão aparecendo outros sentados no hemiciclo, não se sabendo bem de onde vão saindo.
Estes dois podia muito bem sair um dos "fulcrais" ministros, mesmo tendo em atenção o "esbatimento individual". No caso do BE pode dizer-se que, se lhes parece razoável fazer aparecer na assembleia gente que nunca foi eleita, deve parecer-lhes razoável que essas mesmas figuras sejam ministro. Se aparece gente em quem nunca se vota para um lugar de votação directa, porque não hão-de esses mesmos chegar a ministro para onde, de facto, nunca se vota directamente? Muitos ministros no passado nunca foram votados e todos acham normal ...
Resumindo, no que respeita a estes dois últimos partidos, todo está de acordo com a legalidade, muito embora Os Verdes nunca tenham ido a votos como tal ... e os "suplentes" do bloco de esquerda apareçam na assembleia como cogumelos sabe-se lá de onde.
Tudo isto é perfeitamente legal e os ditos CDU e BE não acham nada de politicamente errado nesta coisa.
O Barroso vai-se embora. Levanta-se a lebre com o sucessor.
De acordo com a constituição, terá que ser proposto novo primeiro ministro saído de uma maioria da assembleia. Formalmente tudo correcto.
É evidente que o Presidente da República terá uma última palavra, podendo mandar tudo às urtigas.
Continua tudo perfeitamente destro das normas, da legalidade, etc. As mesmas defendidas pela CDU e BE.
Eis senão quando .. pouca vergonha, porque politicamente incorrecto nomear um hipotético primeiro ministro não apresentado aos eleitores.
Nesta coisa, o PS, conscientemente entalado pelo passado recente, estrebucha o mínimo indispensável. Não se percebe porque vê a CDU e o BE um bicho de 7 cabeças politicamente incorrecto.
Do Santana Lopes não posso dizer grande coisa. Nunca o consegui vislumbrar, nem na TV. De cada vez que ele aparentemente surge no ecrã e alguém me chama disso a atenção, não vejo mais que uma colecção de tias que, mesmo não podendo a televisão "representar" cheiro, se perfumam com gás mostarda acompanhados de sons mais ou menos grotescos.
Que a direita tenha má qualidade, é lá com eles. Eles que se cuidem. Se a esquerda vai pelo mesmo caminho, é melhor que nos cuidemos nós.
Parece-me que, apesar de tudo, a esquerda está a dar demasiada importância aos SMS.
Não tivesse o João Soares entornado declarações (no debate com o Santana Lopes) que o remetiam para um ser acima de toda a suspeita, algo monárquico (que deve herda do pai), talvez os golpes baixos do tal sebastiânico Santana Lopes não tivessem surtido efeito.
Por mim há que pedir responsabilidades aos que, do meu lado dos óculos, borraram fora do penico. Quanto ao tal Santana, as tias que tratem dele.
Se o nosso trabalho não foi feito a tempo, nem sequer a más horas, há que gramar com ele.
Diz a maralha que, ou se f... ou se sai de cima.
O vosso trianchante amigo (?) ...
Com a história do Iraque só se falava do direito internacional (DI), O DI para aqui, o DI para ali, aqui-del-rei que estava a ser atropelado, rebéubéu. Parecem querer convencer-nos que o tal DI existe mesmo, como se não fosse uma colecção de declarações de boas intenções sedimentadas pela coisa que mais importa em política internacional - a existência ou não de precedentes. Evidentemente que há precedentes para tudo, e todos sabem disso, inclusivamente a esquerda.
A constituição diz que nós elegemos uma assembleia (da república) da qual sairá o governo.
Este governo pode ser coligado ou não. Desde que seja feita uma proposta que tenha o apoio de mais de 50% dos deputados (salvo erro que não se abstiverem), o governo 1º ministro pode ser nomeado e formará governo. Não interessa se se propõem coligados ou se se coligam depois. Todas estas variantes já aconteceram.
Alguns partidos fazem questão de apresentar os seus líderes, subentenda-se candidatos a 1º ministro, mas outros pouco o fazer ou não o fazem de todo.
Não interessa se os "boys" candidatos, são ou não candidatos a 1º ministro, porque se coligados à posteriori, mesmo um partido mais pequeno que não possa propor 1º ministro, pode muito bem vir a ficar com uma mão cheia de ministros, mesmo que com uma votação baixa.
O Partido Comunista (perdão CDU) gosta mais de dar força à CDU esbatendo protagonismos pessoais (o que me parece razoável, porque me parece fazer mais sentido votar em ideias que em fulanos).
O BE faz algo híbrido, fazendo de conta que propõem um ou dois gajos, mas depois vão aparecendo outros sentados no hemiciclo, não se sabendo bem de onde vão saindo.
Estes dois podia muito bem sair um dos "fulcrais" ministros, mesmo tendo em atenção o "esbatimento individual". No caso do BE pode dizer-se que, se lhes parece razoável fazer aparecer na assembleia gente que nunca foi eleita, deve parecer-lhes razoável que essas mesmas figuras sejam ministro. Se aparece gente em quem nunca se vota para um lugar de votação directa, porque não hão-de esses mesmos chegar a ministro para onde, de facto, nunca se vota directamente? Muitos ministros no passado nunca foram votados e todos acham normal ...
Resumindo, no que respeita a estes dois últimos partidos, todo está de acordo com a legalidade, muito embora Os Verdes nunca tenham ido a votos como tal ... e os "suplentes" do bloco de esquerda apareçam na assembleia como cogumelos sabe-se lá de onde.
Tudo isto é perfeitamente legal e os ditos CDU e BE não acham nada de politicamente errado nesta coisa.
O Barroso vai-se embora. Levanta-se a lebre com o sucessor.
De acordo com a constituição, terá que ser proposto novo primeiro ministro saído de uma maioria da assembleia. Formalmente tudo correcto.
É evidente que o Presidente da República terá uma última palavra, podendo mandar tudo às urtigas.
Continua tudo perfeitamente destro das normas, da legalidade, etc. As mesmas defendidas pela CDU e BE.
Eis senão quando .. pouca vergonha, porque politicamente incorrecto nomear um hipotético primeiro ministro não apresentado aos eleitores.
Nesta coisa, o PS, conscientemente entalado pelo passado recente, estrebucha o mínimo indispensável. Não se percebe porque vê a CDU e o BE um bicho de 7 cabeças politicamente incorrecto.
Do Santana Lopes não posso dizer grande coisa. Nunca o consegui vislumbrar, nem na TV. De cada vez que ele aparentemente surge no ecrã e alguém me chama disso a atenção, não vejo mais que uma colecção de tias que, mesmo não podendo a televisão "representar" cheiro, se perfumam com gás mostarda acompanhados de sons mais ou menos grotescos.
Que a direita tenha má qualidade, é lá com eles. Eles que se cuidem. Se a esquerda vai pelo mesmo caminho, é melhor que nos cuidemos nós.
Parece-me que, apesar de tudo, a esquerda está a dar demasiada importância aos SMS.
Não tivesse o João Soares entornado declarações (no debate com o Santana Lopes) que o remetiam para um ser acima de toda a suspeita, algo monárquico (que deve herda do pai), talvez os golpes baixos do tal sebastiânico Santana Lopes não tivessem surtido efeito.
Por mim há que pedir responsabilidades aos que, do meu lado dos óculos, borraram fora do penico. Quanto ao tal Santana, as tias que tratem dele.
Se o nosso trabalho não foi feito a tempo, nem sequer a más horas, há que gramar com ele.
Diz a maralha que, ou se f... ou se sai de cima.
O vosso trianchante amigo (?) ...
29/06/2004
A Europa, os americanos e Durão
Ainda não consegui perceber bem qual a prioridade de critérios de escolha de candidatos à presidência da comissão.
Uma das mais inquietantes suspeitas recai sobre a razão porque o Blair terá sido posto de parte - por não fazer parte de um país pertencente ao Euro ...
Não percebo sequer, se este teria, de facto, sido um critério.
Não terá, aparentemente, sido posto de parte por não ser respeitador do direito internacional (o Durão também não foi).
Ter sido posto de parte por questões relacionadas com o vil metal, parece coisa de americanos. Parece ser coisa que os europeus sempre puseram em terceiro plano, coisa que sempre têm orgulhosamente brandindo como sendo a "grande diferença" entre Europa (justa) e América (vilã).
Alguém me pode ajudar?
Há quem diga que a maior desgraça da intervenção americana no Iraque foi ter dividido o ocidente. Ainda não percebi como se oscila tão facilmente entre eleger como maior desgraça as vítimas inocentes iraquianas (vítimas dos americanos, porque dos árabes são abençoadas) ou a divisão do ocidente, em especial da Europa.
Cá por mim preocupar-me-ei mais pelas vítimas iraquianas, especialmente as inocentes (às mãos de quem quer que seja) do que com a divisão da Europa ou do ocidente. Acho aliás que essa divisão é benigna. Separa os vários tipos de águas, sendo que, para mim, o tipo mais importante são as salobras ... aquelas que se anunciam como puras.
E como explicar o apoio da Zapatero a Durão?
Uma das mais inquietantes suspeitas recai sobre a razão porque o Blair terá sido posto de parte - por não fazer parte de um país pertencente ao Euro ...
Não percebo sequer, se este teria, de facto, sido um critério.
Não terá, aparentemente, sido posto de parte por não ser respeitador do direito internacional (o Durão também não foi).
Ter sido posto de parte por questões relacionadas com o vil metal, parece coisa de americanos. Parece ser coisa que os europeus sempre puseram em terceiro plano, coisa que sempre têm orgulhosamente brandindo como sendo a "grande diferença" entre Europa (justa) e América (vilã).
Alguém me pode ajudar?
Há quem diga que a maior desgraça da intervenção americana no Iraque foi ter dividido o ocidente. Ainda não percebi como se oscila tão facilmente entre eleger como maior desgraça as vítimas inocentes iraquianas (vítimas dos americanos, porque dos árabes são abençoadas) ou a divisão do ocidente, em especial da Europa.
Cá por mim preocupar-me-ei mais pelas vítimas iraquianas, especialmente as inocentes (às mãos de quem quer que seja) do que com a divisão da Europa ou do ocidente. Acho aliás que essa divisão é benigna. Separa os vários tipos de águas, sendo que, para mim, o tipo mais importante são as salobras ... aquelas que se anunciam como puras.
E como explicar o apoio da Zapatero a Durão?
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28/06/2004
A Europa, Zapatero, Mugabe e Bush
A Europa está tão sedenta de molhar a sopa no petróleo iraquiano que se dispõem a eleger o Durão para a comissão - só pode ser essa a razão, aos olhos da forma como os próprios europeus abordam, habitualmente, o assunto. Aznar já não está à vista e daria muito mais nas vistas.
E como está o Zapatero a digerir o supositório? Ele que dizia: Durão nunca, foi muito pró-guerra. O mesmo Zapatero que prometia deixar as tropas se a ONU aprovasse a coisa. Se calhar está a pagar a decisão.
Quando a franceses e alemães, propõem agora dar treino às futuras estruturas militares iraquianas, nos respectivos territórios (francês e alemão) ... para evitarem ser vistos como ... invasores. Auto-invadem-se de tropa estrangeira, portanto. Talvez se possa dizer que o Iraque vai, temporariamente, anexar a França e Alemanha. Suponho bem que os iraquianos não vão na conversa. Naquelas paragens só factura quem arrisca o pelo e franceses e alemães só arriscam o pelo ao sol das praias algarvias.
Voltando ao Barroso, estou para ver como vai ele descalçar a bota dos genocídios africanos deste ano. Será ele o negociador do silêncio multi-lateral?
Pela minha parte, bendita a belinha que fizesse a folha ao Mugabe. "Terra para todos" dizia ele. "Fome para todos" pode dizer-se agora. Pareceria mais justo se fosse "Terra para todos sem fome para todos". Mas isso não seria de esquerda.
Qual vai ser a reacção do Ferro? Vai seguir as pegadas do Durão, que concedia o mais alto crédito ao Vitorino?
Estamos a chegar ao ponto em que já não é preciso que os sinistros de hoje se tornem defuntos para serem as luminárias de amanhã.
A Europa é uma colecção de santidades. Venha Bush.
E como está o Zapatero a digerir o supositório? Ele que dizia: Durão nunca, foi muito pró-guerra. O mesmo Zapatero que prometia deixar as tropas se a ONU aprovasse a coisa. Se calhar está a pagar a decisão.
Quando a franceses e alemães, propõem agora dar treino às futuras estruturas militares iraquianas, nos respectivos territórios (francês e alemão) ... para evitarem ser vistos como ... invasores. Auto-invadem-se de tropa estrangeira, portanto. Talvez se possa dizer que o Iraque vai, temporariamente, anexar a França e Alemanha. Suponho bem que os iraquianos não vão na conversa. Naquelas paragens só factura quem arrisca o pelo e franceses e alemães só arriscam o pelo ao sol das praias algarvias.
Voltando ao Barroso, estou para ver como vai ele descalçar a bota dos genocídios africanos deste ano. Será ele o negociador do silêncio multi-lateral?
Pela minha parte, bendita a belinha que fizesse a folha ao Mugabe. "Terra para todos" dizia ele. "Fome para todos" pode dizer-se agora. Pareceria mais justo se fosse "Terra para todos sem fome para todos". Mas isso não seria de esquerda.
Qual vai ser a reacção do Ferro? Vai seguir as pegadas do Durão, que concedia o mais alto crédito ao Vitorino?
Estamos a chegar ao ponto em que já não é preciso que os sinistros de hoje se tornem defuntos para serem as luminárias de amanhã.
A Europa é uma colecção de santidades. Venha Bush.
28/05/2004
Guetos em Paris
Guetos em Paris, anuncia a CNN.
Fica-se a saber que está cheio de árabes, já com direito a verem surgir, entre eles, uma moçoila que escreveu um livro sobre o inferno desses guetos.
Um desses "infernozitos" envolve violações em massa, em que, 40, 50, ou 60 gajos se regalam (?) numa vítima.
Só não se percebe se o inferno é local ou importado. Quero dizer, se são os franceses que lhes infernizam a vida, se eles próprios uns aos outros. Enfim, deve ser tudo mentira. Nem os socialmente avançadíssimos franceses aborreceriam os árabes, nem os árabes seriam capazes de ser maus uns para os outros.
Claro que já por lá andam uns fundamentalistazitos a tentar arregimentar tropas. Deve ser para combater a presença da CNN.
"Somos 10% da população e somos absolutamente segregados", reclama um deles. "A França exporta retórica de pacífica convivência de comunidades, mas não a pratica" clarifica o mesmo, acrescentando: "Não conseguimos um único representante ou apoiante no parlamento".
Enfim, América profunda ...
A propósito, será que o gajo que realizou Farenheith 9/11 não gostaria de debruçar-se sobre o assunto? Pode ser que venha a concluir que o gueto está construído nas traseiras de um conhecido (pelo menos por ele) rancho do Texas.
A populaça costuma dizer: Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Isso já os franceses perceberam. Deixaram de debitar postas de pescada. Talvez a coisa esteja também relacionada com o que o António Vitorino disse um dia destes: que desde o 11 de Setembro já tinham sido "desmanchados", na Europa, 18 atentados, tentados realizar pelo mesmo empreendedor pessoal que meteu mãos à obra no 9/11, a maioria dos quais nos territórios daqueles que mais abertamente se tinham oposto à guerra no Iraque.
Continuo na minha: no mundo, o perigo, não vem dos belicistas. Vem dos pacifistas de meia-tijela. Dito de outra maneira, o mais perigosos belicistas são os pacifistas de meia-tijela.
Fica-se a saber que está cheio de árabes, já com direito a verem surgir, entre eles, uma moçoila que escreveu um livro sobre o inferno desses guetos.
Um desses "infernozitos" envolve violações em massa, em que, 40, 50, ou 60 gajos se regalam (?) numa vítima.
Só não se percebe se o inferno é local ou importado. Quero dizer, se são os franceses que lhes infernizam a vida, se eles próprios uns aos outros. Enfim, deve ser tudo mentira. Nem os socialmente avançadíssimos franceses aborreceriam os árabes, nem os árabes seriam capazes de ser maus uns para os outros.
Claro que já por lá andam uns fundamentalistazitos a tentar arregimentar tropas. Deve ser para combater a presença da CNN.
"Somos 10% da população e somos absolutamente segregados", reclama um deles. "A França exporta retórica de pacífica convivência de comunidades, mas não a pratica" clarifica o mesmo, acrescentando: "Não conseguimos um único representante ou apoiante no parlamento".
Enfim, América profunda ...
A propósito, será que o gajo que realizou Farenheith 9/11 não gostaria de debruçar-se sobre o assunto? Pode ser que venha a concluir que o gueto está construído nas traseiras de um conhecido (pelo menos por ele) rancho do Texas.
A populaça costuma dizer: Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Isso já os franceses perceberam. Deixaram de debitar postas de pescada. Talvez a coisa esteja também relacionada com o que o António Vitorino disse um dia destes: que desde o 11 de Setembro já tinham sido "desmanchados", na Europa, 18 atentados, tentados realizar pelo mesmo empreendedor pessoal que meteu mãos à obra no 9/11, a maioria dos quais nos territórios daqueles que mais abertamente se tinham oposto à guerra no Iraque.
Continuo na minha: no mundo, o perigo, não vem dos belicistas. Vem dos pacifistas de meia-tijela. Dito de outra maneira, o mais perigosos belicistas são os pacifistas de meia-tijela.
26/05/2004
Não combatentes
A Convenção de Genebra prevê direitos especiais para os "não combatentes".
Qualquer pessoa dirá que, não combatentes, são os civis. Parece que não é assim. Não combatentes parecem ser (mais ou menos) os espiões, sabotadores, etc.
Os direitos especiais que a convenção de genebra prevê para "não combatentes" são ... praticamente nenhuns (é essa a especificidade dos direitos dos "não combatentes"). Implicitamente, para os ditos, a convenção inclui a possibilidade de serem submetidos a tortura e a execução.
É claro que há-de haver muita opinião sobre o que é tortura.
Mas, mais uma vez, e de forma idêntica ao caso da ONU, há muita gente que deposita demasiada confiança na Convenção de Genebra.
Aplicada à letra no caso dos espiões, a dita convenção permite a tortura, o que coloca os defensores incondicionais da Convenção na posição de defensores da tortura.
Porque insistem os tais pacifistas (?) na paranóia da lei internacional e não defendem simplesmente uma posição de princípio?
Qualquer pessoa dirá que, não combatentes, são os civis. Parece que não é assim. Não combatentes parecem ser (mais ou menos) os espiões, sabotadores, etc.
Os direitos especiais que a convenção de genebra prevê para "não combatentes" são ... praticamente nenhuns (é essa a especificidade dos direitos dos "não combatentes"). Implicitamente, para os ditos, a convenção inclui a possibilidade de serem submetidos a tortura e a execução.
É claro que há-de haver muita opinião sobre o que é tortura.
Mas, mais uma vez, e de forma idêntica ao caso da ONU, há muita gente que deposita demasiada confiança na Convenção de Genebra.
Aplicada à letra no caso dos espiões, a dita convenção permite a tortura, o que coloca os defensores incondicionais da Convenção na posição de defensores da tortura.
Porque insistem os tais pacifistas (?) na paranóia da lei internacional e não defendem simplesmente uma posição de princípio?
Pacíficos gregos
E o melão de Chipre?
Dir-se-ia que o Sul (Grego e implicitamente pacifista e amigo do internacionalismo proletário) receberia de braços abertos os irmãos pobres do Norte. Dir-se-ia também que a malta do norte, muçulmana e potencial inimiga do capitalismo, rejeitaria a reunificação.
Tudo ao contrário.
Face ao exposto, muito pacifista deverá rever-se ao espelho e convidar os restantes à auto-crítica (não era assim que se dizia há uns tempos?). Evidentemente que os ditos estão isentos da dita auto, se os passarmos a chamar pelo verdadeiro nome: pacifistas-kitch.
Mais um pormenor … há más línguas (viperinas, evidentemente) que adiantam que a malta do sul não aprovou a coisa para evitar uma fuga de turistas para o norte …
Bom, cada um defende o petróleo a que consegue deitar a luva, muito embora só os habitantes das terras do Tio Sam levem, habitualmente, na mona, por causa disso.
Vá-se lá saber porquê …
Dir-se-ia que o Sul (Grego e implicitamente pacifista e amigo do internacionalismo proletário) receberia de braços abertos os irmãos pobres do Norte. Dir-se-ia também que a malta do norte, muçulmana e potencial inimiga do capitalismo, rejeitaria a reunificação.
Tudo ao contrário.
Face ao exposto, muito pacifista deverá rever-se ao espelho e convidar os restantes à auto-crítica (não era assim que se dizia há uns tempos?). Evidentemente que os ditos estão isentos da dita auto, se os passarmos a chamar pelo verdadeiro nome: pacifistas-kitch.
Mais um pormenor … há más línguas (viperinas, evidentemente) que adiantam que a malta do sul não aprovou a coisa para evitar uma fuga de turistas para o norte …
Bom, cada um defende o petróleo a que consegue deitar a luva, muito embora só os habitantes das terras do Tio Sam levem, habitualmente, na mona, por causa disso.
Vá-se lá saber porquê …
16/03/2004
Nós cá também temos pretos?
Clique uma das imagens para ver a animação
Entre as mais imbecis ideias que têm surgido na política europeia, eu elegeria, até ao fim de semana em que Zapatero foi eleito 1º ministro de Espanha, a ideia de um comissário em estandardizar as dimensões dos preservativos por forma a que todos tivessem as mesmas dimensões em toda a Europa.
A nova mais imbecil posição no perímetro dos países da Comunidade Europeia, passou a ser a de Zapatero que defende a saída das tropas espanholas do Iraque a não ser que a soberania do país seja assumida pela ONU.
O homem não concorda ou discorda com uma coisa que ainda não aconteceu. Discorda de uma que já aconteceu. Se a coisa não tivesse acontecido, essa medida, que teria se ser a de não envio de tropas, poderia ser acertada ou não, mas seria tomada em função de previsões. Se se fizesse algo poderia ter consequências assim ou assado, no condicional.
Zapatero defende a saída das tropas que já estão no Iraque, ou seja, o desmanchar de algo cujas consequências é suposto já serem conhecidas. Neste caso supor-se-ia que a razão da decisão se destinava a remover consequências nefastas, fosse para quem fosse, nem que se destinasse simplesmente a evitar que pudessem morrer tropas espanholas. Dir-se-ia que se estava perante uma posição de defesa do interesse próprio descorando o interesse (mesmo que eventual) dos Iraquianos. Mas, assumida, perceber-se-ia que Zapatero estaria a defender qualquer coisa de concreto.
Suponhamos que a ONU consegue decidir no sentido de assumir (temporariamente) a soberania do Iraque. Segundo Zapatero as tropas espanholas ficariam no Iraque mesmo que pelas mais diabólicas e inconfessáveis. Zapatero retirará as tropas se a ONU não assumir a soberania, mesmo que não possa negar a bondade na sua continuação em campo.
Suponhamos que Zapatero tem um irmão. O que ele está a decidir tem paralelo no cenário em que, estando a ajudar um irmão para evitar que ele passasse fome, Zapatero, descobrindo que o bilhete de identidade do irmão estaria desactualizado, lhe daria um prazo até que o pusesse em ordem sob pena de lhe retirar a ajuda. Por um problema de secretaria, ou burocrático, ele não ajudaria. Não lhe interessaria, por exemplo, que o irmão estivesse em convalescença de uma intervenção cirúrgica. Interessar-lhe-ia somente saber que estava a ajudar um fora-da-lei.
É provável que Zapatero reflicta a opinião da maioria dos espanhóis. Mas isso não torna correcta a decisão. Torna simplesmente comum o disparate.
Prevejo que Zapatero vai ser o bobo da festa. Sendo hoje óbvio que Alemães e Franceses já não levantam obstáculos às operações militares no Iraque, mesmo simulando, perante a sua opinião pública, o contrário, prevejo o enorme esforço que Schroeder o Chirac, os anteriores "Zapateros" da Europa, terão que despender, em convencer o espanhol a mudar de ideias. Ou alternativamente a apoiar aquilo que os americanos propuseram, e eles recusaram, na ONU.
Enquanto escrevo estas linhas oiço na rádio a notícia de que uma sondagem segundo a qual a maioria dos iraquianos acha viver melhor e ter melhores perspectivas de futuro neste momento que antes da invasão.
Dou pouco valor a sondagens e acho que há chamar os bois pelos nomes quando se ache que a maioria está errada. Mas Zapatero parece achar o contrário, que há que dar toda a razão à opinião da maioria, pelo que prevejo tempos "divertidos" …
A propósito de divertimento, registo a nova opinião de todos aqueles que, até à pouco achavam que os serviços secretos e a tropa "não serviam para nada". Agora todos acham que é imprescindível "repensar a segurança".
Se todos os que, neste momento, estão a "manobrar", fossem demitidos ou, tendo alguma vergonha na cara, se demitissem, a esquerda voltaria a ter que gritar de pé em bancos de cozinha. Não se trata de estar contra a esquerda. Trata-se de estar contra a incompetência e a estupidez grassante na esquerda.
A razão profunda por que tudo isto acontece, está na adesão dos dirigentes da esquerda às estratégias de marketing. Paralelamente ao slogan "seremos felizes se usarmos o champô X", "seremos felizes se estivermos contra a guerra" é um slogan simpático, mesmo que alguém nos esteja já guerreando. A não ser que se ache que, na hora da verdade, o atacante vai distinguir quem é pacifista ou não. Mas parece-me que alguns passageiros dos comboios espanhóis, de esquerda ou não, achariam hoje o contrário.
Evidentemente que sei que a opinião pública, sendo devidamente catalisada, apoiará amanhã o lançamento de armas nucleares como apoia hoje a retirada do Iraque. A minha preocupação reside exactamente aí. Os dirigentes da esquerda europeia tendem a papaguear aquilo que a maioria das suas tropas quer ouvir, portanto os cogumelos surgirão rapidamente. A não ser que seja mais uma outra faceta das estratégias de marketing: mentir até chegar ao poder, para depois "dar a volta". Aliás o anterior camarada de Zapatero fez exactamente isso. Defendeu a saída de Espanha da Nato (apoiando as aspirações da maioria que o veio a eleger) para depois, novamente por maioria, vir defender e ganhar, em referendo, exactamente o contrário.
Acho que a Europa e a maioria do seu povo andou muito tempo a curtir as anedotas do Bush. Perdeu muito tempo até perceber que por detrás do anedótico havia algo que o tempo se encarregaria de provar verdadeiro. Ou então não se percebe bem as medidas de segurança que franceses e alemães estão a implementar e a presença dos seus dirigentes nos funerais de Madrid.
Mas em matéria de anedotas Zapatero conseguiu arrumar a pergunta que Bush fez a Lula: "Vocês lá também têm pretos?"
.
31/01/2004
O busilis do Cacáu ou agententem-se, suiços, mais uns tempos.
Aguentem-se, suíços, mais uns tempos.
- Aqui D’el Rei - cacareja alguém. - Os descontos de um batatal de manguelas do Ministério da Justiça ficaram no ministério e não foram entregues.
Não foram entregues! Se calhar não foram …
- Mas entregues a quem? – pergunta a Ministra da Justiça, no momento em que se estava à espera de uma resposta e não de outra pergunta.
Os meus ouvidos, ligados à penca, encapiturraram-se por esturro.
- Alguém terá que ir de cana porque empresários também o foram em idênticas circunstâncias – esguicha um especialista.
- Mas nós só não entregámos o cacau porque não sabíamos a quem. Estávamos à espera que o Tribunal decidisse a quem o deveríamos entregar – adianta ainda a Ministra deixando-me com vontade de me apresentar como voluntário à árdua tarefa de aliviar, do dilema da Ministra.
- Mas qual trafulhice, qual carapuça – abspõe um engrenagem do Ministério - Nós não retivemos o taco. Nós só o guardámos!
- Mas então e a choldra? – volta a esguichar o salpicante especialista. - É preciso aplicar a mesmíssima lei que no passado atirou um empresário para a colónia de férias. As condições eram idênticas, tanto mais também ele também não reteve o cacau. Só o guardou.
Tá bem. Após portentoso esforço percebi que apenas se tratava de saber em qual dos bolsos do estado vai o cacau ficar retido, aliás guardado … até ser perdido, juntamente com o seu rasto.
Assente o nevoeiro, mas não a poeira, fiquei a saber que para que uns 600 gajos que trabalhavam para o Ministério da Justiça pudessem continuar a trabalhar, pressupondo eu que por haver trabalho que o justificasse, lhes foi dada, por via de novo contrato, continuidade por novo período. Se é indeterminado o tipo de novo contracto e se se trata de uma continuação, é porque o anterior também já era indeterminado. Tudo bem, portanto.
Nada disto aliás é confuso, porque se sabe que a teoria e a prática do nosso sistema legal e de justiça são compostas por camadas retalhadas de inúmeros quebra-cabeças constituintes de um outro absolutamente abrangente quebra-cabeças que os meritíssimos qualificam de “o máximo”.
Pensando que a poeira começava a assentar porque, ao fim e ao cabo, se tratava de alarido com base num pedacito de um tresmalhado sub-quebra-cabeças conflituante com outro pedacito de outro resvalante sub-quebra-cabeças, vem a Ministra, já em período de rescaldo, argumentando de forma rematante:
- Então não vêm, insensíveis criaturas de Deus, o mérito que tivemos por evitar o drama que se prefigurava à vida dos 600 trabalhadores e respectivas famílias?
Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Estava eu a pensar que os 600 gajos tinham sido readmitidos por haver trabalho que o justificasse. Que tanta bagunça seria motivada por uma vontade inabalável de ajudar a resolver os imbróglios que uma miríade de apodrecentes processos fazem passar aos respectivos promotores. Mas só tardiamente esta tosca mente se iluminou percebendo que se tratava afinal de dar trabalho aos derradeiros desempregados, mesmo correndo novo risco, o de tornar inútil todo o software de estatística provocando divisões por zero ao calcular a resultante percentagem de desempregados.
Derradeiros, dizia eu, pois claro, senão, perante os restantes desempregados, estar-se-ia a braços com mais um caso de “filhos da mãe e … filhos da mãe” ou de “jobs for the boys”
Acalmadas as almas, naturalmente mais ninguém cacarejou, esguichou ou abspôs.
Óh felicidade das felicidades. Aguentem-se, suíços, mais uns tempos, porque não tardará que o pouco trabalho à disposição acabe por aborrecer os tais 600, que reivindicarão, à Ministra, como animação, o destacamento junto do estado suíço, como catalisadores de eficiência. E nessa altura, aplacai-vos, óh almas daninhas de voltar a duvidar da Ministra. Já pensaram a coragem que vai ser necessária para dirimir mais um dilema sobre o que fazer aos descontos provocados pelo novo contrato? Já se aperceberam que a vão obrigar novamente a rete-los? perdão, guarda-los?
A bem da nação,
Range-o-Dente
- Aqui D’el Rei - cacareja alguém. - Os descontos de um batatal de manguelas do Ministério da Justiça ficaram no ministério e não foram entregues.
Não foram entregues! Se calhar não foram …
- Mas entregues a quem? – pergunta a Ministra da Justiça, no momento em que se estava à espera de uma resposta e não de outra pergunta.
Os meus ouvidos, ligados à penca, encapiturraram-se por esturro.
- Alguém terá que ir de cana porque empresários também o foram em idênticas circunstâncias – esguicha um especialista.
- Mas nós só não entregámos o cacau porque não sabíamos a quem. Estávamos à espera que o Tribunal decidisse a quem o deveríamos entregar – adianta ainda a Ministra deixando-me com vontade de me apresentar como voluntário à árdua tarefa de aliviar, do dilema da Ministra.
- Mas qual trafulhice, qual carapuça – abspõe um engrenagem do Ministério - Nós não retivemos o taco. Nós só o guardámos!
- Mas então e a choldra? – volta a esguichar o salpicante especialista. - É preciso aplicar a mesmíssima lei que no passado atirou um empresário para a colónia de férias. As condições eram idênticas, tanto mais também ele também não reteve o cacau. Só o guardou.
Tá bem. Após portentoso esforço percebi que apenas se tratava de saber em qual dos bolsos do estado vai o cacau ficar retido, aliás guardado … até ser perdido, juntamente com o seu rasto.
Assente o nevoeiro, mas não a poeira, fiquei a saber que para que uns 600 gajos que trabalhavam para o Ministério da Justiça pudessem continuar a trabalhar, pressupondo eu que por haver trabalho que o justificasse, lhes foi dada, por via de novo contrato, continuidade por novo período. Se é indeterminado o tipo de novo contracto e se se trata de uma continuação, é porque o anterior também já era indeterminado. Tudo bem, portanto.
Nada disto aliás é confuso, porque se sabe que a teoria e a prática do nosso sistema legal e de justiça são compostas por camadas retalhadas de inúmeros quebra-cabeças constituintes de um outro absolutamente abrangente quebra-cabeças que os meritíssimos qualificam de “o máximo”.
Pensando que a poeira começava a assentar porque, ao fim e ao cabo, se tratava de alarido com base num pedacito de um tresmalhado sub-quebra-cabeças conflituante com outro pedacito de outro resvalante sub-quebra-cabeças, vem a Ministra, já em período de rescaldo, argumentando de forma rematante:
- Então não vêm, insensíveis criaturas de Deus, o mérito que tivemos por evitar o drama que se prefigurava à vida dos 600 trabalhadores e respectivas famílias?
Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Estava eu a pensar que os 600 gajos tinham sido readmitidos por haver trabalho que o justificasse. Que tanta bagunça seria motivada por uma vontade inabalável de ajudar a resolver os imbróglios que uma miríade de apodrecentes processos fazem passar aos respectivos promotores. Mas só tardiamente esta tosca mente se iluminou percebendo que se tratava afinal de dar trabalho aos derradeiros desempregados, mesmo correndo novo risco, o de tornar inútil todo o software de estatística provocando divisões por zero ao calcular a resultante percentagem de desempregados.
Derradeiros, dizia eu, pois claro, senão, perante os restantes desempregados, estar-se-ia a braços com mais um caso de “filhos da mãe e … filhos da mãe” ou de “jobs for the boys”
Acalmadas as almas, naturalmente mais ninguém cacarejou, esguichou ou abspôs.
Óh felicidade das felicidades. Aguentem-se, suíços, mais uns tempos, porque não tardará que o pouco trabalho à disposição acabe por aborrecer os tais 600, que reivindicarão, à Ministra, como animação, o destacamento junto do estado suíço, como catalisadores de eficiência. E nessa altura, aplacai-vos, óh almas daninhas de voltar a duvidar da Ministra. Já pensaram a coragem que vai ser necessária para dirimir mais um dilema sobre o que fazer aos descontos provocados pelo novo contrato? Já se aperceberam que a vão obrigar novamente a rete-los? perdão, guarda-los?
A bem da nação,
Range-o-Dente
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