Esta manhã, na TSF, um jornalista entrevista um emigrante português, Martins Alvino (*), em França.
[Entrevistado] Para mim é quase uma guerra, aqui em França. É uma guerra civil.
[Entrevistador] Isto são bairros problemáticos aqui à volta, mas alguma vez viu alguma coisa assim?
[Entrevistado] Não, nunca vi. Os carros estão em fogo, toda o mundo ouve os bombeiros, é um país que está em guerra.
[Entrevistador] As pessoas do bairro tem medo agora de sair à rua à noite?
[Entrevistado] Agora, pelo menos, têm medo. Obrigatoriamente têm medo porque este grupo de jovens não estão bons da cabeça. São perigosos.
[Entrevistador] Neste bairro também há muitos portugueses. Podemos depreender que eles possam estar envolvidos nestas coisas também?
[Entrevistado] Não. É uma minoria. Não há muitos portugueses que façam isto. Pode ser. Mas que não são eles que causam os problemas. Eu tenho 38 anos. Eu tive uma educação ... o meu pai há 17 anos disse-me: Tá bem, sais das escola mas vais trabalhar. Se tu não trabalhares eu ponho-te fora de casa.
[Entrevistador] Há outro estilo de educação com os portugueses.
[Entrevistado] Há outra educação. Não tem nada a ver.
[Entrevistador] Expectativas optimistas em relação ao envolvimento de portugueses, mas piores em relação ao desfecho de toda a crise.
[Entrevistado] O problema hoje é que como queimaram em Corveille(*) 500 carros, em Grugny(*) vão queimar 600 carros, para serem melhores que os outros.
[Entrevistador] Há uma competição entre estes grupos.
[Entrevistado] É isso mesmo. Não é um problema dos dois que morreram, é um problema do fumo. Vão queimar mais carros que os outros.
[Entrevistador] Ver quem destrói mais ...
[Entrevistado] É isso mesmo.
(*) Não estou certo de que seja exactamente este o nome do entrevistado ou da localidade.
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