24/03/2005

Desmanche sim, aborto não.

Estou de acordo com o que Pedro Marques Lopes escreve no O Acidental, destacando, em particular, este parágrafo:

É uma questão política curiosa (choca-me chamar-lhe isto, mas é, de facto, uma questão política): se o “sim” ganhar, a extrema esquerda vai capitalizar politicamente esta vitória (o que será, no mínimo, indigno), mas se o “sim” perder, esta rapaziada continuará com a sua arma de arremesso político favorita.

Já agora aproveito para deixar duas notas que ouvi durante a discussão do problema por altura do primeiro referendo.

1.
O pessoal (?) quer poder abortar se tal achar conveniente, mas não quer que se saiba que tomou essa decisão. Foge de tudo o que lhe cheira a consultas que impliquem a possibilidade de se saber que o fizeram ou o decidiram.

Portanto, consultas de planeamento familiar, etc, etc, que não possam garantir o anonimato ...

2.
Uma amiga minha referiu ter ouvido esta conversa entre duas senhoras:
- Então, como vais votar?"
- Não sei. Essa coisa do aborto não me agrada. Desmanche, está bem .... mas aborto ...