15/03/2005

Jornalismo e margem de erro

Lembrei-me agora de uma reportagem clamorosa, sobre a seca, feita por um canal de televisão nacional há talvez uns 15 dias. Mais pormenorizadamente, sobre a seca e o hipotético alívio provocado por umas pingas que tinham caído, algures, no Alentejo.

Perguntava o jornalista ao agricultor (coloco entre aspas o discurso que a minha memória diz ter tido lugar): "A chuva que caiu não fez grande coisa, pois não? Ter-se-há infiltrado no terreno talvez o quê … um metro?"

Responde o Agricultor: "Qual metro? Nem um milímetro."

É mais um exemplo do paupérrimo nível cultural dos jornalistas, ou, pelo menos, o paupérrimo nível cultural sobre os assuntos em que se metem.

O nível de infiltração no terreno, proposto pelo jornalista, era cerca de 1000 (mil) vezes superior ao real.

É caso para se perguntar se o jornalista saberia o que era chuva e terreno.