Nos confins dos Estados Unidos da América, uma sumidade aberrou:
"Aprender pouco interessa, o que interessa é aprender a aprender".
É espantoso como um disparate desta dimensão consegue fazer carreira: o Ministério da Educação está cheio de gente que adora a máxima. Dizem, entre outro desatinos, que “a malta nova, de facto, sabe pouco. Mas sabe outras coisas” … Pode dizer-se, em abono da verdade, que já o diz com pouca convicção, mas não desiste. O prejuízo causado é de tal monta que é mais fácil negá-lo. Nada de novo.
Suponho que a cidade de Boston tem algo a ver com esta ‘corrente de pensamento’ que tem vindo a gerar seguidores por todo o lado.
Ninguém aprende coisa alguma se nada souber. Não basta saber onde fica a livraria para se ficar feliz na sapiência de se saber onde fica o estabelecimento.
Saber, é ter a capacidade de relacionar o que se conhece. Para se conhecer é preciso aprender.
A hecatômbica máxima é tão estúpida quanto esta outra:
Aprender a aprender, pouco interessa. O que interessa é aprender a aprender a aprender.
Ou esta ainda:
Aprender a aprender a aprender, pouco interessa. O que interessa é aprender a aprender a aprender a aprender.
Eis-nos na espiral. Nenhuma das máximas anteriores é mais estúpida do que a outra. São todas uma idiotice pegada. Só o ponto inicial faz sentido. O resto é bebedeira.
Aprendamos e deixemo-nos de disparates. Se aprendermos, aprendemos a aprender. Mas só pela primeira ficamos com a segunda. Adquire-se o ponto que interessa e a espiral é dominada.
Na instrução primária? Tabuada. Cantada e tudo. Não tenhamos medo que os putos confundam a coisa com o hino da mocidade portuguesa.
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