27/03/2008

Torpor

O vídeo, com declarações patéticas do Professor João Formosinho, (Prós & Contras de Janeiro de 2008) é um excelente exemplo de pantanal em que o ensino, a que se insiste chamar "educação", se encontra.

Não é educação, não é sequer ensino. É um torpor pantanoso.

Poder a todos

Acabei de ver na TV (RTP1) D, Januário Torgal Ferreira debitar esta frase lapidar (citando de memória):
"Todos os partidos têm o direito de exercer o poder, mas alguns nunca o exerceram".
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Terra de ninguém

A propósito desta cena macaca, transcrevo parte de algo que escrevi há mais ou menos um ano:
Imaginemos que dois alunos, de 14 anos, desatam à porrada. Que é suposto acontecer? É suposto acontecer que qualquer funcionário ou professor que depare na cena se interponha para acabar a bulha.

Que acontece na prática? Todos evitam o risco de se encontrarem perante a necessidade de intervir, evitando zonas onde potenciais problemas possam ocorrer: professores e funcionários afastam-se dos recreios, mantêm-se em locais mais recatados ou em zonas mais sossegadas.

Caso o não consigam, assobiam para o lado.

Porquê? Porque frequentemente só é possível parar a violência usando de alguma, e isso é proibido. Os alunos sabem isso e ...

Como se consegue evitar que um aluno que insiste em pontapear tudo e todos possa ser travado sem lhe torcer um braço ou provocar alguma dor de alguma forma? Chama-se a polícia? Diz-se-lhe, simplesmente, "isso é feio"? Se o aluno for pequeno a coisa é mais fácil por razões óbvias. Mas, sendo maior, como é? Gás mostarda? Aliás, gás mostarda também já circula, aqui e ali, entre alunos.

Como forma de se armarem em gente mais papista que o Papa, há professores e funcionários que acusam colegas de usarem violência em excesso, e há conselhos directivos que encontram um nicho para exercício de poder salazarista ameaçando, mais ou menos veladamente, quem tenha tido a ousadia de fazer o que todos deveriam fazer.

Claro que a porrada se vai generalizando, sabendo-se (quem quiser saber) que até já há preocupantes sinais de tentativa de violação dentro das escolas.
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Altamente



A escola, a que alguns chamam de "sistema educativo" e a imbecilidade a que chegou.

Tenha-se atenção à voz do bovino que empunha a câmara.

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Multiplex 10%

A Rádio Europa Lisboa é uma rádio dedicada a tudo quanto é giro, tudo quanto é europeu, tudo quanto é caviar, tudo quanto é anti-sulfuroso.

Tem debates com colecções de cromos que dize coisas de mijar a rir e tem, provavelmente, a melhor música ligeira (um bocado tosca, apesar de tudo).

De qualquer forma, ouvi hoje uma de banzar. Parece que o estado tem uma central de comprar qualquer onde estão inscritas umas quantas empresas. A lista de empresas mantem-se inalterada há anos e algumas delas já deixaram de fornecer ao estado. Deixaram de fornecer, quer dizer, deixaram de fornecer mercadoria própria, fornecendo mercadoria de outros fornecedores não inscritos, pelo módico imposto de 10%.

... ou não será de imposto que estamos a falar?

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19/03/2008

Arthur C. Clark



Arthur C. Clark (16 December 1917 - 19 March 2008).

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16/03/2008

O novo logo do PSD



Esta cabeçudo ou flagelo, não faz lembrar outro?

[Publicado no Fiel-Inimigo a 13 de Março de 2008].

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Culto na escola: também quero



Um tribunal alemão botou sentença no sentido admitir o culto islâmico no interior da escola, desde que em sala apropriada.

Eu sou Pastafarianista e quero também uma sala para mim.

[Publicado no Fiel-Inimigo a 12 de Março de 2008]
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Abaixo a Polícia

Na manifestação de professores a decorrer por esta altura em Lisboa, um grupo de professores de Ourém empunha um cartaz que diz: Não nos intimidamos com as visitas da Polícia.

Ele há coisas ...

Há quem diga que não gostaram que a polícia os visitasse para saber quantos iriam partir para a manifestação.

Ele há coisas ...

Vejamos se terei percebido: a Polícia terá ido à escola para saber quantos viajariam e os professores da escola de Ourém ter-se-ão sentido intimidados.

Nnnnãh! Se calhar não percebi mesmo. Será que ostentam o cartaz para espalharem aos quatro ventos que a presença da Polícia não é suposto intimidar particularmente quem não tem razões para se sentir intimidado? Muito bem. É isso que, justamente, deve ser ensinado na sala de aula: o primado da legalidade e do poder judicial de que a Polícia é braço executivo. Só pode ser isso.

... mas não deixa de ser esquisito ser assunto a arrastar para uma manifestação. Será que se pretende fazer ver ao poder político que a Polícia é bem-vinda à escola? Talvez seja uma consequência da recente onda de criminalidade... talvez!

De outra forma seria intolerável que os professores admitissem, como possível, que um grupo seu, supostamente representativo, tivesse bramido na praça pública um cartaz pondo em causa a Polícia, justamente a entidade longamente reclamada pelos empunhantes como necessária junto às escolas.

Evidentemente que nunca poderia ser o caso. Com que cara iriam esses professores dizer exactamente o contrário a umas quantas turmas?

Ou poderia dar-se o caso mais impensável de todos: que eles dissessem exactamente isso aos alunos. Sim, se o dissessem na praça pública seria difícil encarar a possibilidade de afirmarem o contrário na sala de aula, ou seria gente sem carácter.

... veja-se bem onde vai a minha cabecinha! Eu a pensar que era capaz de dar um par de estalos a um professor de um filho meu que tivesse a lata de, implicitamente, declarar guerra à polícia. Bem, a verdade é que, se fosse o caso, e em coerência, ele nunca reclamaria pela polícia, sua figadal inimiga.

Mas não posso deixar de pensar que, se fosse o caso, seria um par de estalos bem afinfado. Afinal, se a Polícia o intimidasse, que consideração trivial haveria ele de me merecer?

[Publicado inicialmente no Fiel-Inimigo a 8 de Março de 2008]

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08/03/2008

O extintor de fogo sulfuroso



[Actualizado (IV)]

De acordo com o inevitável guião e aproveitando o facto dos colombianos terem limpo o sebo a um imbecil produtor de droga e raptor nas horas vagas, Chávez, ferido no seu orgulho pestilento, mandou avançar as tropas venezuelanas para a fronteira colombiana.

Manda avançar e chama a atenção que o presidente colombiano é um fantoche às mãos do sulfuroso Bush.

Aguarda-se a posição da esquerda estúpida. Aposto que vai dizer 'sim, mas que ...'. E 'pois, mas há que compreender'. Ainda 'tenhamos em atenção que ele foi obrigado pelas circunstâncias'. Ou até talvez, 'tenhamos em conta que é uma reação compreensiva face à opressão provocada pela longa noite imperial'.

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Nota final:
Não se percebe se as tropas venezuelanas irão aproveitar o passeio para exterminar a guerrilha colombiana que se tem acoitado impunemente no seu território ou se se tratará apenas de uma acção para a proteger.

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Pérolas:

OS REVOLUCIONÁRIOS NÃO CELEBRAM MORTES

e
A MORTE DE UM REVOLUCIONÁRIO


Uribe: não semeies outro Israel na América do Sul

Luís Lavoura diz:
3 Março, 2008 às 10:35 am

“onde um líder terrorista que se movia em liberdade foi abatido pelas tropas colombianas”

O JCD, pelo mesmo critério, deve admitir que a Rússia nada fez de mal ao (alegadamente) mandar abater o antigo agente dos seus serviços secretos que se movia em liberdade em Londres.

De facto, é evidente que um inimigo do Estado russo não pode deixar de ser um “terrorista”, que a Rússia tem toda a legitimidade para abater, onde quer que ele se mova em liberdade.
No Arrastão:
"Se não estamos em guerra com um país não entramos pelo seu território dentro. Parece-me o mínimo, não?"

No Esquerda.net:
Em comunicado, as FARC revelaram que Reyes estava no Equador para tentar organizar um encontro com o próprio presidente Sarkozy para tratar de um novo processo de libertação de reféns.
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Publicado no Fiel-Inimigo a 3 de Março de 2008.

O indicador direito

A semana passada a minha moleirinha foi atacada por um bug e fui parar ao Hospital de S. José.

Deitado numa maca, sem nada que fazer, reparei num médico segurando uma pasta com a não esquerda enquanto escrevia ao teclado com a mão direita.

Que disparate, pensei. Que má gestão permite que não se instale um suporte que permita aos médicos escreverem com ambas mãos?

O primeiro médico esteve lá uns 15 minutos. Escreveu meia dúzia de linhas usando sempre e apenas o indicador da mão direita.

Veio um segundo médico, sem pasta e escreveu, também, apenas com um dedo da mão direita e durante o mesmo tempo aproximadamente.

Apareceu um terceiro médico e a coisa repetiu-se. Parecia uma greve de zelo.

Cada médico estava poucos minutos com o doente e cerca de 1/4 de hora às voltas com o teclado, como quem mete o dedo no umbigo. Com ou sem dossier na mão esquerda, à excepção de um único, todos teclavam apenas com o indicador da mão direita.

Percebi então que não havia má gestão, bem pelo contrário. Porquê gastar verba numa mesa que, de qualquer forma, seria inútil?

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Publicado no Fiel-Inimigo a 1 de Março de 2008.

Novo Satã: lâmpadas incandescentes


Lâmpada fluorescente
A Quercus, pela mão de Francisco Ferreira, resolveu marrar com as lâmpadas incandescentes e invectivar o governo no sentido de as exterminar.

Primeiro:
Poupando energia com lâmpadas fluorescentes resulta apenas em passar-se a deixar as luzes todas ligadas.

Segundo:
O problema da poupança de energia é um disparate todos os meses em que se liga o aquecimento. A energia desperdiçada pelas lâmpadas incandescentes é transformada em radiação infra-vermelho que não é mais que calor. Poupa-se de um lado gasta-se de outro.

Terceiro:
As lâmpadas de incandescência emitem um espectro de luz contínuo. O espectro contínuo de luz produz cores reais permitindo uma melhor percepção do meio que nos rodeia, evitando dar trabalho aos neurónios, evitando dores de cabeça e cansaço ocular. As lâmpadas fluorescentes emitem um espectro descontínuo.

Quarto:
As lâmpadas de incandescência quase não cintilam, produzem luz quase continuamente. As lâmpadas fluorescentes produzem luz cintilante, emitindo impulsos de luz à razão de 100 por segundo, aumentando o cansaço cerebral e ocular.

Quinto:
As lâmpadas fluorescentes são substancialmente mais difíceis de digerir pela natureza. Contêm tudo o que as incandescentes contêm e contêm ainda cobre e mercúrio. O 'pó' que recobre internamente o tubo da lâmpada fluorescente contem ainda elementos indesejáveis, os tais que a Quercus lembra e relembra deverem ser objecto de cuidadosa reciclagem.

Sexto:
As lâmpadas fluorescentes emitem quantidades substanciais de radiação electromagnética, a tal que a Quercus deplora nas linhas de alta tensão. Emitem, emitem a curta distância das pessoas e a uma frequência muito mais alta que as linhas de alta tensão. Basta ligar uma telefonia de onda média nas proximidades de uma lâmpada fluorescente e desligar a lâmpada para se perceber o que acontece.

Sétimo:
A Quercus 'esquece-se' de pedir aos portugueses para evitarem comprar lâmpadas incandescentes porque acham que os portugueses são estúpidos. A Quercus prefere ganhar a guerra na secretaria invectivando o governo. A Quercus acha que os portugueses são atrasados mentais e que são incapazes de perceber o momento em que a conta de energia eléctrica é demasiado alta e quer impelir o governo a obrigar os portugueses a gastar menos energia (dizem).

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Publicado no Fiel-Inimigo a 29 de Fevereiro de 2008.

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01/03/2008

Armagedão: coisas giras que a esquerda adora



Aquecimento Global é terrorismo climático

Via Mitos Climáticos

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ULTIMA HORA

Parece que as árvores estão a ficar "obesas".

Via Outra Margem
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O bólide



Parece que este bólide custa 1700€.

Alguém sabe quanto custa um dos trambolhos, de produção nacional, conhecidos por papa-reformas?

Dando de barato que o Tata é muito mais barato que o para-reformas, que argumentos surgirão para proibir a sua importação:

1 - Para proteger a industria(?) nacional.
2 - Para proteger a indústria europeia.
3 - Porque é construído com mão-de-obra barata.
4 - Porque tem pouca tecnologia amiga do ambiente.
5 - Porque há multinacionais metidas ao barulho.

Caso a lista acima seja aceitável, quais serão admitidas como tendo peso decisório e quais serão recusadas?

Na hipótese da sua importação poder permitir que o provável cliente de papa-reformas venha a poupar dinheiro que poderá então gastar, por exemplo, em saúde, poderá encarar-se a coisa como "economicismo" favorável ao lobi das farmaceuticas?

Nota: a contemplação do meu extracto bancário é, para mim, uma operação transcendente.

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24/02/2008

Quando as veias nos gelam

A esquerda é caracterizada por uma espécie de mentalidade capitalista feudal, particularmente notada no meio sindical.

Quando a fábrica da Opel, Azambuja, ameaçou fechar, os sindicatos apresaram-se a declarar greve.

Greve. Pois claro. “Greve, em defesa dos postos de trabalho”.

E as indemnizações? E quantos deles perceberam de imediato que seria o momento supremo para afundar o barco de vez e reclamar a indemnização? E, ter-se-á dado o caso de terem sido justamente os mais velhos, com mais anos de casa e mais entrincheiradamente sindicais, a irem por aí?

E os mais novos, que seria deles? E que importava os mais novos aos mais velhos desde que o graveto pingasse para o lado deles?

E a solidariedade? “Parece que temos sarna” gritavam os que ali, como pelas ‘siderurgias’ por esse país fora, iriam, de facto, para o desemprego com meia dúzia de notas no bolso. “Nem conseguimos falar com eles. Fogem de nós”. E que teriam os mais velhos a ver com isso? Direitos conquistados são direitos garantidos e direitos garantidos é graveto no bolso.

M'ai nada!

"A cantiga é uma arma
eu não sabia
tudo depende da bala
e da pontaria
Tudo depende da raiva
e da alegria
a cantiga é uma arma
e eu não sabia...

Há quem cante por interesse
há quem cante por cantar
e há quem faça profissão
de combater a cantar
e há quem cante de pantufas
p’ra não perder o lugar
a cantiga só é arma
quando a luta acompanhar

O faduncho choradinho
de tavernas e salões
semeia só desalento
misticismo e ilusões
canto mole em letra dura
nunca fez revoluções"

Publicado no Fiel Inimigo.
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14/02/2008

Porque é a Europa absolutamente irrelevante?

Robert Gates:
"We must not -- we cannot -- become a two-tiered alliance of those willing to fight and those who are not."

"Such a development, with all its implications for collective security, would effectively destroy the alliance."
[Traduzido por ML, com o meus agradecimentos]
"Não devemos - não podemos - tornar-nos uma aliança de duas posturas, aqueles que querem lutar e aqueles que não querem."

"Essa trajectória, com todas as implicações que teria para a segurança colectiva, destruiria de facto a aliança."
[Publicado, no Fiel-Inimigo]
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09/02/2008

Rússia: Microsoft perde para Ubuntu

Via Miguel Lomelino
Leonid Reiman, ministro russo com a pasta das telecomunicações, referiu à agência Itar Tass que "até 2009 vão ser implementados pacotes de software livre em todos os computadores dos colégios russos, que substituirão os programas comerciais existentes".
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07/02/2008

A balda crónica


Segundo a TSF, José Sócrates terá servido de testa-de-ferro, na Câmara da Guarda, a um colega que, sendo fiscal, nunca teria podido assinar projectos. Segundo a mesma estação, o exacto colega em cujos projectos de arquitectura Sócrates teria colocado a sua assinatura, seria posteriormente fiscal da execução da obra.

O cenário descrito acima, a ser verdadeiro, levanta-me-ia dificuldade em encontrar uma palavra, não relacionada com o mundo da pulhice, para o classificar.

José Sócrates pode ter sido movido pelas mais bondosas intenções do mundo. Foi certamente o caso.

Foi certamente pelas mesmas altruístas razões que o Ministério da "Educação" (vulgo Al-Mined*) se decidiu pela imposição, a cada professor, da obrigatoriedade legal de organizar e dar aulas de recuperação a todo e qualquer aluno que, em virtude de excesso de faltas, mesmo que injustificadas, se encontrasse impossibilitado de levar a bom termo aquela que é a sua única incumbência: aprender.

A ideia não podia ser mais filantrópica. Pena é que os alunos propensos a baldarem-se à escola o passem a fazer sistematicamente, escudados na "garantia" legal com que a Ministra de Al-Mined, inefável seguidora do grande timoneiro assinador de projectos, os projectou para o mundo da felicidade final: o da balda crónica.

A verdade é que eu, como outros professores, só posso ser parte de um gang, escumalha avarenta, que insiste em não deixar que outros coloquem a sua assinatura naquilo que escrevem ou já teriam percebido que deveriam fazer acompanhar todo e qualquer avaliação da respectiva resolução, deixando, por preencher, apenas o espaço destinado à assinatura do aluno.

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* Eduquês

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PS. Tentem não deitar este Primeiro abaixo. O próximo, na fila, é muito, mas muito pior.

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Publicado a 1 de Fevereiro de 2008 no Fiel-Inimigo.
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06/02/2008

Ciência, e "aquecimento global"

Via EcoTretas:

When we've finally gotten serious about global warming, when the impacts are really hitting us and we're in a full worldwide scramble to minimize the damage, we should have war crimes trials for these bastards -- some sort of climate Nuremberg.

Quando finalmente levamos a sério o aquecimento global e, visto que os impactos nos estão a atingir e estar a lutar-se a nível global para minimizar o problema, deveria haver julgamentos marciais para estes bastardos ["negacionistas" do aqueciemnto global] -- algum tipo de Nuremberga para clima.
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01/02/2008

Escola racista



[Já publicado aqui ao lado]

Vou referir-me a brancos e pretos sem me preocupar com os que acham que referir pretos é "feio", que se lhes deve chamar negros. Não acredito na existência de raças, muito embora perceba que a palavra pode não ser usada em função da classificação científica dos animais.

Na escola em que andei não havia pretos. Não havia, porque (quase) não havia pretos naquilo a que então se chamava metrópole (se a memória me não falha). Recordo-me, aliás, quando um belo dia, na Boa Hora (Lisboa) vi uma preta e fiquei estarrecido. Eu tinha tido um acidente que me tinha provocado um derrame gigantesco na cara e me tinha deixado, por uns 15 dias, literalmente preto. Mas aquilo era demais. A minha mãe explicou-me que os habitantes de África eram assim e para não me preocupar.

À preta que vi atravessando a rua seguiram-se muitas mais pretas e pretos. Era o início da imigração das então colónias.

O tempo acabou por me permitir aprender que os pretos são pessoas cuja pele é substancialmente mais escura em resultado da acção de determinadas células que, sendo exactamente iguais às minhas, se entretêm pintar e escurecer a pele com muito mais intensidade do que as minhas células seriam capazes.

Fiquei ainda a saber que teria, hipoteticamente, mais genes de preto do que imaginava em virtude da assimilação da população escrava. Não era a primeira vez que me perguntava por onde andaria a descendência dos escravos. Julgo não estar longe da verdade se afirmar que nenhum branco, alfacinha de gema, tripeiro, escalabitano, algarvio, alentejano ou minhoto pode afirmar, com segurança, que não tem no seu passado recente descendência de preto (ou preta), pelo menos relativamente ao período iniciado pelos descobrimentos.

...

Passa o tempo e um belo dia vou parar a uma sala de aula onde há uma boa colecção de pretos de idades à volta dos 15. É uma escola “inclusiva”, em que o eduquês oficial discrimina o preto em função do seu bairro de origem e lhe “dá o direito” a aprender apenas metade. Uma escola “inclusiva” onde o branco tem consciência que chamar preto a um preto é racismo, mas ouvir um preto dizer que tem orgulho em ser preto e nojo do branco deve ser encarado como coisa resultante da “diversidade”.

É uma escola esquisita. É uma escola que apoia os que trazem para a sala de aula os mais espectaculares telemóveis e zingarelhos mp3 apesar de um conjunto de papelada permitir determinar serem de “zonas degradadas”. Se calhar são, o que é difícil é fazer perceber aos brancos que o preto que lhe diz na tromba que “só não tem um igual porque é parvo” e que “se fosse preto já saberia como o arranjar” que o roubo deixa de ser coisa censurável.

É uma escola esquisita quando a violência perpetrada pelos intocáveis pretos se eterniza sem se conseguir saber quem são exactamente os pais, sem se saber onde moram exactamente, quem, de facto, toma conta deles.

É uma escola esquisita, que parece acreditar que tem a seu cargo pessoas que é incapaz de controlar, de ensinar, sequer de orientar. Afinal trata-se de gente “diferente”, que deve ser supostamente “integrada”, mas em “diversidade”. Uma escola que é suposto ensinar mas aceitar que não se aprenda e que, ainda por cima, aceite como válido tudo o disparate que o “diverso” debite, deitando mão à inatacável condição de “diferente”. Enfim, um exercício em que aquele que “tem que ser integrado” tem que continuar “diferente” porque ... sim.

... é apenas uma escola racista, no sentido que habitualmente se atribui ao termo, incapaz de perceber que o “diferente” é tão capaz como os outros. Uma escola que mais parece um instrumento de perpetuação do bom selvagem apesar da selva e do modelo de sociedade (?) de onde é oriundo apenas lhe permitir uma subsistência periclitante que o levou a emigrar.

Enfim, uma escola onde tudo isto “faz sentido” mesmo tendo presente que a esmagadora maioria deles não conhece mais terreno (outro país) do que eu conhecia quando encarei a primeira preta: algumas ruas da cidade e a zona da província por onde habitualmente pastava perus.

27/01/2008

Música para hoje



Genesis: Selling England by the Pound

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Arquivado o inquérito da queixa de José Sócrates contra António Balbino Caldeira


O motivo da "queixa do cidadão José Sócrates e primeiro-ministro enquanto tal", que finalmente posso revelar, foi a minha referência ao "centro governamental de comando e controlo dos media" no post "Rasganço domingueiro" em 7-4-2007 (e à "força de encobrimento e contra-informação do centro de comando e controlo do Gabinete do Primeiro-Ministro" no post "Páscoa da Cidadania", ainda de 7-4-2007) e a questão do MBA curso/grau.

O Ministério Público arquivou e mandou notificar o cidadão José Sócrates e primeiro-ministro para deduzir, se o entendesse, no prazo indicado, acusação particular. José Sócrates não deduziu acusação particular contra mim e o Ministério Público determinou o arquivamento dos autos.
Não consegui determinar os links para os dois referidos artigos.
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O brilharete

Sempre usei esta máxima chegada não sei de onde:

Sempre que não tiveres nada para dizer, fica calado.

Suponho que seria de aplicar a linha anterior a este post.

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26/01/2008

Jolly good fellows

Parece que engavetaram em Espanha uma horda de mânfios que se preparariam para promover o multiculturalismo (defendido por Zapatero) por via da utilização de substancias energeticamente instáveis capazes de libertar energia de que resulta uma enorme produção de calor e substanciais alterações de pressão.

Não é claro se os artistas em causa pertencem ao mesmo grupo alter-globalista que ajudou a promover a eleição de Zapatero.

Parece que a secreta espanhola terá recebido informações suficientemente relevantes para lhes permitir "justificar" (que lata) o recolhimento, para introspecção, dos multilateralistas.

Não é também claro se a informação recebida, sabe-se lá de onde, implicará alguma forma de cedência dos poderes políticos espanhóis a alguma unilateralista exigenciazita.

Publicado no Fiel Inimigo a 19 de Janeiro de 2008.

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24/01/2008

Cada vez mais verdades inconvenientes

EcoTretas:
Cheira-me que isto vai acabar mal, e no fundo tudo aquilo se resume a uma única mentira.
Também me parece.

Via EcoTretas

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20/01/2008

Bostas

É espantoso como os mesmíssimos gajos que bramam contra a poluição, os OGMs, o CO2, os aditivos na alimentação, etc, conseguem defender o tabaco, mesmo sabendo que, no fumo, a concentração de tudo quanto é trampa é infinitamente superior ao somatório de todos os males contra os quais dizem estar.

... e conseguem, à boleia, achar razoável que os não fumadores engulam as bostas que lhes saem da boca.

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19/01/2008

Estado de emergência na Sibéria

No Mitos Climáticos:
Ontem, dia 15 de Janeiro de 2008, o governo russo lançou o alerta. O estado de emergência na Sibéria deve-se prolongar até ao dia 21. A descida das temperaturas vai até – 55 ºC, a partir do dia de hoje.

[...]
Ler o resto.

15/01/2008

LHC

Muito frio vai aqui ser produzido.

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13/01/2008

Fiel Inimigo

Sendo assim, vou começar a trinchar também no Fiel Inimigo.

Lá postarei apenas artigos mais substanciais, deixando ao Range-o-Dente espaço para o resto. No Range-o-Dente colocarei também os meus artigos destinados ao Fiel Inimigo mas com algum tempo de intervalo.

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A propósito de EN ...

... andei a vasculhar a net por coisas relativas à Enmissora Nacional e encontrei este link que remete para esse tempo: Meia hora de recreio, de Maria Madalena Patacho.

Suponho que o programa terá começado por volta de 1965.

Encontrei ainda este link para Teresa Mota (chapelada).

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12/01/2008

Pegões em tempo de EN



Ia eu a meio de comentár este post do António quando percebi que valeria a pena deixar aqui, no blog, umas lascas de quando eu era puto ...

...

O Anónio tem razão: é PAR, do inglês RAP. Traduzi borrei a pintura.

"50 mega wats de potência instalada,"

Parece-me ser megas a mais. O site da RDP fala em 300KW e eles gostam de usar os valores de PAR porque são mais sonantes que a potência entregue à antena.

As potências dos emissores de TV andam pelos 5 a 25KW resultando em potências de 20 a 500KW de PAR, dependendo da forma das antenas. As antenas de TV têm mais 'ganho' porque a frequência é mais alta.

Já agora, teria os meus 10 anos quando, levado numa farra de funcionários (então da Emissora Nacional de Radiodifusão), visitei os emissores de Pegões. Desatei a fazer perguntas e um técnico achou por bem afogar-me em respostas. Foi porreiro, houve uma que demorou muito tempo a deglutir: Porque haveria uma resistência soldada a uma ficha num painel cheio delas? O homem bem me explicava que era uma carga ... pois claro.

Mas ainda me lembro das válvulas rectificadoras das pontes trifásicas de alimentação, das gigantescas bobines de filtragem da alimentação e do armário da etapa de saída dos emissores. As válvulas estavam encerradas numa lataria por onde circulava água.

... entretanto deu-se o baile. Foi um sarilho encontrar uma forma de evitar que os amplificadores dos instrumentos musicais deixassem de nos fazer ouvir a emissão de ondas curtas. É justamente este um dos problemas que se faz sentir nos arredores dos emissores em modelação de amplitude: qualquer coisa funciona como rectificador de onda e o resultado é que qualquer torradeira verte música.

... enfim, coisas perdidas na bruma.

Entretanto, voltando aos megawatt, os radares funcionam com este tipo de potências. Os estágios de saída debitam impulsos (bursts) de megawatts que, 'focados' na antena, resultam em ... uuuuffff, muita fruta. Já passei um mau bocado por causa deles, mas, daqui não passo ... :-))

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Nota final: espero que o logo EN faça o Baldassare saltar que nem uma mola.

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11/01/2008

... leva 4, leva 5 ...

Dizia eu a 6 de Novembro de 2007:
... leva1, leva2, leva 3 ...

Já se percebeu há muito tempo que não houve cão nem gato que não tenha andado a vender o que não só não existia como nem sequer devia ter sido apontado como provável: o aeroporto da Ota.

Perante a hipotética perspectiva da construção do aeroporto naquele local, todos quanto teriam alguma forma de arrecadar algum tipo de benesse trataram de "avançar". Não deve ter havido cão nem gato político que não tenha "vendido" alguma espécie de "jeitinho" na zona da Ota. A habitual iniciativa pacóvia fez o resto: foi tornando o aeroporto numa certeza.

... com a coisa posta em causa, temem a "reclamação" do "comprador" e tratam de tentar avacalhar todas as perspectivas de alternativa.
Chegou hoje, 11 de Janeiro de 2008, a confirmação:
Sócrates garante que Ota vai ser compensada pelos custos que suportou

O primeiro-ministro afirmou hoje que a Ota, a primeira opção para a localização do aeroporto de Lisboa, vai ser "compensada" pelos custos que teve em investimentos públicos.

[via Blasfémias]

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09/01/2008

Centrais nucleares

Os ingleses anunciam a construção de várias centrais nucleares. Motivo: diminuir a dependência dos hidrocarbonetos e fazer baixar o preço da energia.

Desempenho das eólicas em Portugal (8 Jan. 2006 - Fonte: REN). A linha verde ao topo corresponde à potência instalada (o que se paga). A linha azul escura corresponde à linha da potência produzida (o que se recebe pelo que se paga). Rendimento do sistema: 10%.

Em Portugal anuncia-se a construção de eólicas. Motivo: diminuir a dependência dos hidrocarbonetos mesmo fazendo subir o preço da energia.

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06/01/2008

Actualização

Actualizei o artigo Alarvidades

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Conta-me como foi

Não me consigo lembrar de uma série (portuguesa) de televisão de melhor qualidade que a série Conta-me como foi, da RTP1. Nem me consigo lembrar de outra que lhe chegue aos calcanhares.

Lembra-me coisas de arrepiar. Lembra-se uma frase que, com o passar dos anos foi ficando esquecida mas que voltou à memória "O Sr. não sabe com quem está a falar".

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Tentáculos

Isto merece uma série televisiva.

Título: O Polvo
Nº episódios: 7123y6567239746234912423912837912342639182374634

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Nota: ocorreu-me ajeitar o cabeçalho deste post recorrendo a uma foto de Berlusconi, mas desta vez passa. Será que faço mal?

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Alarvidade

Esta alarvidade fez-me saltar a tampa.

[A alarvidade prossegue também aqui, nos comentários]

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A alarvidade confirma-se:
"as mesmas elites cujo comportamento alarve não incomoda o Baldassare."

Se calhar cabe-me a mim decidir o que me incomoda... os dirigentes africanos corruptos preocupam-me ainda mais que o rally Dakar, como é óbvio... só que, como não sou neo-colonialista, acho que devem ser os africanos a tirarem essa gente do poder por eleições (onde as há) ou por golpes de estado (como fizeram os europeus para acabar com o nazi-fascismo e com o comunismo militarista).

Quanto ao Dakar, caso não tenha reparado, passa também por território europeu, mais especificamente em edições recentes, por território português.
Penso que eu como europeu, mais especificamente como português, tenho o direito a ser contra este rally. E pelos motivos que eu entender.

"Entretanto, essa mania de querer decidir o que os africanos querem ou não ver passar é uma pura manifestação de racismo."

Eu não quero decidir o que os africanos querem, eu quero decidir o que eu não quero, por um motivo que, enquanto ser humano me toca: já morreram vários inocentes na rota do Dakar, incluindo crianças de 10 e 12 anos. Sejam eles africanos, sejam eles europeus, isto faz-me ser contra o Dakar. Posso?

"O colunialismo decidia o que os africanos queriam. O Baldassare idem."
Eu não decido nada. Eu não quero impor nada aos africanos. Eu quero é que os europeus deixem de permitir que esta prova comece em território europeu, dadas as circunstâncias que já expliquei. E essa vontade é um direito que me assiste, enquanto você não subir ao poder para mo retirar.

Eu recuso o complexo neo-colonialista que diz que não se pode falar nada de África, porque isso é querer impor a nossa vontade. Posso debater os problemas de África, como o posso fazer em relação à Ásia, à América ou às ilhas do Pacífico. Recuso essa lógica ainda mais quando, na realidade, estou a falar da Europa. Repare que o meu texto é um apelo aos europeus, nomeadamente no terceiro parágrafo.

A França já disse não ao Dakar. Este triste evento foi descendo para Barcelona, e depois Lisboa.
Este evento é patrocinado em milhões pelo Estado, quer através do Turismo de Portugal, quer através das Câmaras Municipais (Lisboa já pagou 400 mil euros e Portimão quer reaver os 1.5 milhões que investiu), quer através do patrocínio pela Santa Casa da Misericórdia.

Este é um evento pago por todos nós, e portanto, tenho o direito a não o querer, mesmo que as razões não sejam propriamente os custos, mas a repulsa por tudo o que está envolvido nesta competição que é, a meu ver, o pior espetáculo desportivo do mundo.

E, claro, o Range-o-dente também tem direito a ser a favor do Dakar.
Infelizmente para si, desta vez, os africanos disseram que não (para além das autoridades francesas terem desaconselhado o rally, as autoridades do Mali rejeitaram a passagem do rally... este "desaconselho" com a usual desculpa do terrorismo foi para não se notar quem realmente boicotou o rally: as aultoridades malianas).
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Rali Paris, Cidade do Cabo



Quando eu era puto, o rali a que agora se chama Lisboa - Dakar, chamava-se Paris - Cidade do Cabo.

Nessa altura, atravessava toda a África sem que problemas de segurança se levantassem.

O tempo foi passando e o encurtamento do rali parece espelhar o que se tem passado em África.

Hoje restará partir de Belém, até Carcavelos (1ª etapa), atravessar o Tejo em batelões rumo a Cova do Vapor e (2ª etapa) acelerar pelas areias que restam até Fonte da Telha.

Coisas.

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05/01/2008

O gelo e os pardais



A caramelada da RTP pariu ontem mais um exercício de jornalismo de causas.

Assunto: aquecimento global.
A notícia:

Parte 1: Nevões consideráveis têm fustigado a Europa provocando temperaturas baixíssimas.

Parte 2: As alterações climáticas fizeram aparecer um bando de pardais sobre Lisboa.
A dissecação:

Não era mais possível ignorar que há neve a cair por todos os lados, embora se continue a ignorar que o gelo do Árctico está de boa saúde. Há portanto que conceder, mas sem ceder: não se fala aqui em alterações climáticas.

Para evitar que alguma alma daninha seja acometida da perplexidade de não perceber como pode o aquecimento global provocar neves de rara intensidade, há que encontrar algo que reponha a coisa no seu lugar. A pardalada que andou a curtir sobre Lisboa veio mesmo a calhar e, como seria inevitável, foi resultante das alterações climáticas (leia-se aquecimento global).

A ordem por que os dois casos foram exibidos não foi inocente. O que fica mais na memória é a última coisa dita e, neste caso, convinha mais à causa a passeata da pardalada provocada pelas alterações do que os milhares de quilómetros quadrados cobertos a meio metro de neve.

Os (as) "jornalistas" envolvidas na operação de propaganda marcaram assim o ponto, dando o sinal que lhes potencia umas passeatas às curtições a locais exóticos como Kiotto, Porto Alegre ou Bali.

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Das tripas das carraças

Este artigo de Paulo Tunhas parece explicar porque se pensa com as tripas.

Excertos:
"O poder do princípio da omnipotência do pensamento é de tal modo originário que sobrevive ainda fragmentariamente no coração da própria ciência, através da nossa confiança no poder do espírito humano que lida com as leis da realidade." - Freud

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Este tipo de atitude, [racismo altruísta] sob as vestes de uma louvável abertura ao outro, e de um saudável anti-racismo, representa, de facto, a mais sofisticada forma de racismo – uma espécie de racismo altruísta, se assim se pode dizer. Um racismo que discrimina o outro em função da sua radical singularidade, sendo a singularidade considerada em si, sem qualquer espécie de cláusulas, como um valor positivo. Essa singularidade é o avesso da nossa própria identidade culpada, e, no seu excesso, tão imaginária quanto esta. De facto, o outro é apresentado como estruturalmente passivo e radicalmente inocente, movendo-se apenas por reacção, e pecando, se é que se pode utilizar a palavra, por angélica ausência de responsabilidade. O que significa: um menor, uma criança. A partir deste momento, o diálogo torna-se impossível, porque este exige que se suponha actividade e responsabilidade ao parceiro de conversa, bem como uma vontade comum de chegar a acordo.

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Um manual de Cultura Islâmica produzido em 2003 pelo Ministério da Educação palestiniano (e financiado pela União Europeia) detalha entusiasticamente os vários tipos de jihad, explica os bons motivos para executar quem abandone o Islão – uma “rebelião contra a verdade e a lógica” – e combate a invasão intelectual ocidental dos países islâmicos . Os sermões de sexta-feira na televisão palestiniana vão – ou, pelo menos, iam, ao tempo do pouco saudoso Arafat - no mesmo sentido. E mesmo uma televisão árabe que (de acordo com a lenda) começou com um perfil mais ou menos liberal, como a Al-Jazira, rapidamente adoptou uma posição pró-terrorista.
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Dissecando, dissecando, dissecando, ...



Em pleno século XXI tropeçam-se em peças que parecem saídas do mundo das carraças. Veja-se esta.

"Uma concepção do acto educativo que não se queira limitar a uma educação do tipo «externo-cleido-mastoideu», uma educação que pretenda ser arma de combate efectivo contra a exclusão social, contra a simples privação de desenvolvimento, cultural, afectivo e psicomotor, tem que responsabilizar o Estado por uma intervenção precoce.

Tudo muito giro. Uma educação que nada ensine, ou, dito de outra forma, que ensine apenas aquilo que todos sejam capazes de aprender sem esforço: nada.

Por isso defendemos a expansão da oferta educativa a montante, colocando sobre o Estado o ónus de garantir que todas as crianças tenham acesso à Educação para a Infância a partir dos 4 anos de idade. Seja em contexto familiar, quando as famílias explicitamente fizerem essa opção, seja em contexto de instituição educativa do Estado. "

É excelente garantir uma educação de nada para todos. Afinal, a “igualdade” é um direito constitucional que é preciso preservar. Como? Evitando que uns possam aprender mais que os outros. Como se consegue isso? Ensinando técnicas de “[...] combate efectivo contra a exclusão social, contra a simples privação de desenvolvimento, cultural, afectivo e psicomotor [...]”. Há que enviar os entendidos nesta matéria às madraças paquistanesas para lá fazerem um doutoramento.

"Sobre gestão e administração escolar o Bloco defende três princípios fundamentais para a organização da administração escolar:
• princípio da colegialidade,
• princípio da democracia e representatividade de todos os membros das comunidades educativas "

Há que meter ao barulho tanta gente quanto possível de forma a potenciar a possibilidade de conseguir uma maioria que, não percebendo rigorosamente nada daquilo em que está metida, seja capaz de transformar a coisa de forma a que a dita passe a estar ao alcance do que a douta “colegialidade” é capaz de entender.

"A recente discussão pública em torno da existência de escolas a funcionar com um reduzio número de alunos não pode escamotear a existência, por outro lado, de estabelecimentos de ensino que funcionam com turmas muito acima do que é pedagogicamente recomendável. "

Claro. Mas a utopia por que todos devemos dar o pescoço será alcançada no momento em que haja:
a) 1 professor por 10 alunos ?
b) 1 professor por aluno?
c) 10 professores por aluno?
d) 100 professores por aluno?
Nota importante: 10 professores por aluno já ultrapassa, e larga escala, as possibilidades da máxima família que o bloco tolera (mas não defende) - 1 casal com 1 filho. A ser assim, será finalmente possível decretar a extinção da família. Poderá, portanto, esquecer-se a posição d).

"A redução do número de alunos por turma é, assim, uma forma de aproximar o professor da realidade de cada estudante e do seu meio sócio-cultural, podendo dispor de mais condições para assegurar a desejável articulação das escolas com a população escolar."

Finalmente o professor alcançará a felicidade suprema perante a possibilidade de conhecer a realidade ou, melhor dito, de aprender com os doutos alunos. No balanço, adapta-se a escola à população escolar em vez de fazer o contrário: há que adquirir “competências” em ignorância, estupidez e burrice.

"É imperativa a certificação dos manuais a serem lançados no mercado"

Oh, evidentemente. E ninguém melhor que o Bloco para desempenhar a distinta tarefa.

Enfim, a escola segundo a perspectiva da carraça. Abocanham o animal e multiplicam-se, multiplicam-se e, a cada sinal de fraqueza do bicho, decreta-se que se enterrem mais as mandíbulas. Quando finalmente o bicho soçobrar, vai-se ao armário dos esqueletos buscar a enciclopédia onde se explica que a ideia é demasiado bondosa para a qualidade do animal.

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04/01/2008

Nevões na Europa

Ou não publicam ou noticiam de raspão. Deste modo os media alimentam a crendice do aquecimento global. Mas, neste início de 2008, apareceram já grandes nevões na Europa do Norte e do Sul. Espanha, Itália, Grécia, Roménia, Bulgária e Turquia não escaparam.
[Ler a totalidade, em Mitos Climáticos]

Trivialidade

Então já é trivial?

Foi notícia, hoje, na TV, que a segunda fase da operação «Noite Branca» (da PJ do Porto) foi cancelada à última hora porque se veio a descobrir que os alvos dela (e até jornalistas!) tinham sido avisados devido a uma fuga-de-informação.

O curioso é que isso, que devia ser motivo de escândalo e de "caixa alta" (pelo menos na blogosfera), parece ser já tão corriqueiro que dificilmente se encontra quem se lhe refira!

(C. Medina Ribeiro)
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02/01/2008

Das interpretações

O Sheriff da ASAE foi agarrado com a beiça na beata, em plena hora de aplicação da nova lei que é suposto defender.

Apertado, declara que não, que num Casino não é proibido fumar.

Apertado sobre a mesma matéria, o Director Geral de Saúde (DGS) afirma que (citando de memória) "há um problema de interpretação da lei" ...

O caramelo da ASAE parece achar-se acima de qualquer suspeita: nada de novo, uns são mais iguais que os outros.

O caramelo da DGS não sabe se é legal ou não, deixando a suspeita de que a lei dá para todos os gostos. Entretanto vai dizendo que uma sala de jogo é um local onde há muito stress e, portanto, um local onde será muito difícil que não se fume (pensava eu que também havia stress nas maternidades e hospitais em geral).

...

É impressão minha, ou estamos na presença de um factorial de palermice?

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A tecnologia está muito evoluida



Ofereceram-me um relógio de mesa de cabeceira que se sincroniza, automaticamente, neste emissor. Funciona, e tudo.

:-)

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01/01/2008

Finalmente ????



"E não podemos dispensar a exigência para com os alunos", acabou de dizer o Presidente da República, Cavaco Silva.

Será que leu o que aqui escrevi?

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Arauto



No Aspirina B:
O estado a que isto chegou

Garoto sem disciplina

Justiça cega
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Cabo de S. Vicente



Cabo de S. Vicente, a uns milhões de quilómetros daqui. [Clicar imagem para ver melhor.]

Entretanto, sigamos este calhau.

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31/12/2007

As tropelias da GNR

Há uns tempos um amigo meu, na altura autarca, disse-me: meu caro, esta coisa do poder corrompe.

Percebi que não estava a falar de corrupção nos moldes em que falamos dela normalmente, mas de corrupção a que eu talvez chamasse corrosão.

...

Estive uns dias na zona de Braga e pude observar a forma de actuar de uma brigada de trânsito da GNR.

A coisa passava-se, inevitavelmente, à volta de uma operação de detecção de velocidade entre Cerdeirinhas e Braga. Havia um carro estacionado algures e um outro mais à frente que interceptava os condutores que o primeiro detectava em falta.

Talvez por não terem documentos, talvez por demonstrarem excesso de álcool, a verdade é que, de vez em quando, um carro identificado GNR-BT se deslocava do local de intercepção até Braga (aparentemente). E é aqui é que bate o ponto.

Do local onde me encontrava podia ver uma parte sinuosa do percurso, cheia de traços contínuos e onde a proibição de se circular a mais de 50 era bem patente. Mas tudo isso a GNR ignorava.

Fosse curva aberta ou fechada, tivesse ou não traços contínuos (duplos), houvesse ou não trânsito em sentido contrário, o carro a GNR ultrapassava sem sequer ligar as lamparinas azuis.

Sempre que lhe era impossível ultrapassar porque zonas do percurso tinham pirolitos verticais instalados sobre o duplo traço contínuo, a GNR encostava o carro ao carro que lhe seguisse à frente mantendo-se, sistematicamente, a bem menos de 2 metros de distância e mostrando-se, ao condutor que lhe seguia à frente, quer pelo retrovisor da esquerda quer pelo da direita. Frequentemente parecia ter intenção de ultrapassar pela berma ou dar a ‘pista’ ao condutor que o precedia para o fazer. Reafirmo, sem nunca assinalar a marcha com pirilampos azuis ou sirene.

Logo que conseguia ultrapassar, triturando molhadas de normas de gente civilizada, pulverizava todas as normas de limitação de velocidade: prego a fundo.

Eu não sei que exemplo pretende dar a GNR-BT, mas de gente civilizada não seria.

Foi assim uma tarde inteira (pelo menos). A verdade é que, não fosse tratar-se de um carro identificado, eu diria: ali vai um belo punhado de assassinos.

Para o ano, se lá voltar, levarei comigo uma câmara de vídeo.

Aliás, não seria má ideia que os carros da GNR fossem obrigados a ter instalado um circuito de gravação vídeo onde se pudesse perceber a forma como os militares conduzem.

Câmaras de vídeo não são coisa de gente civilizada... mas é justamente o caso.

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E se o funcionário fosse para o ...

Pode parecer que ando mal humorado, mas não é o caso. Vai apenas havendo cada vez mais perus com piolho.

[Insurgente]

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30/12/2007

O sucessor

Anuncia-se agora que Benazir Buttho tem "sucessor"! E há mais: é um sucessor a prazo. Enquanto o dito não sair do aviário, outro peru o substituirá.

Mas não reclamava ela por democracia e que era general o mau da fita?

Não defendia ela que o "verdadeiro muçulmano" nunca atentaria contra uma mulher? Quereria ela definir um muçulmano, exactamente à medida que lhe daria jeito?

... à medida do que lhe daria jeito ... pois: os aviários servem para isso.

Continuo sem perceber da qualidade da aderência do ocidente à "democracia" reclamada pelos Buttho.

Entretanto, não se esqueçam ser o general o mau da fita.

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Algém me explica ...

... a razão de ser da orgia delambida pelos órgãos de comunicação social à volta da nomeação de um caramelo qualquer para capitanear um banco qualquer?

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A estupidez segue o seu caminho ...

... ou a família como balde de merda em que crianças dormem (?):




[Clicar para ver melhor]

Via Abrupto.

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24/12/2007

Login?

Não sei se conseguirei vir aqui durante os próximos dias.

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23/12/2007

Arauto



Os recibos verde e o faz de conta que se faz prestação de serviços

... e porque fica o Estado sempre de fora?


Via Mitos Climáticos, de
Alberto Gonçalves, Crendices, ou ...

O FIM DO MUNDO TAL COMO AL GORE O CONHECE

E, discretamente, o aquecimento global, esse Medo do Ano, parou. Se o facto não chegou às manchetes nem por isso deixa de ser um facto: as temperaturas médias de 2007 foram idênticas às de 2006. E as de 2006 às de 2005. E as de 2005 às de 2004. E por aí fora até 2001. É isto, então: aparentemente, as temperaturas terrestres (por complexas que sejam de estabelecer) não aumentam há seis anos. David Whitehouse, astrofísico e ex-editor científico da BBC (não, não é o "céptico" comum), comenta o assunto em artigo na revista "New Statesman" e procura, em vão, uma explicação. A explicação "clássica" liga o aumento das temperaturas ao aumento das emissões de dióxido de carbono. Mas, no período em causa, as emissões de CO2 continuaram a subir (nos dois sentidos) e as temperaturas, repito, não. Na perspectiva científica, é legítimo suspeitar que, afinal, uma coisa não está relacionada com a outra, e que talvez a acção do homem não influencie o clima do modo que se pensava e se obrigava toda a gente a pensar.

O problema é que o conhecimento científico nunca foi exactamente o objectivo desta história. A coisa passou mais por apavorar as massas com visões folclóricas da catástrofe, espatifar fortunas em "investigação" com tese previamente definida, realizar o "Live Earth", dar o Nobel ao sr. Gore, reunir os grandes da Terra (aflitíssimos) nas praias de Bali e aliviar fúrias acerca dos EUA e de Quioto. Feito, feito, feito, feito. Se calhar, é suficiente. Podemos voltar à gripe das aves? Ou, se quiserem um perigo comprovado e realmente assustador, à crendice dos homens.|

Sábado, 22 de Dezembro
Será talvez este o maior logro da história recente, logo depois do logro em que a esquerda alinhou no tempo da cortina de ferro e ainda depois dele. Inclino-me, aliás, a dar razão a quem reclama que a história do aquecimento global não passará de uma espécie de terapêutica ideológica substitutiva que, para não variar, se assume em forma de logro.

O prémio Nobel não terá passado de cereja em bolo-bosta.

Um dia destes ouvi, na RDP, uma entrevista a uma investigadora da Universidade de Aveiro. Logo na primeira pergunta o jornalista abordou a questão em forma de polarização - a desgraça dos ursos afogados. A cientista, sem refutar a paranóia, chamou a atenção de que os pólos estavam a aquecer (o que parece não ser verdade) mas outras zonas estavam a arrefecer. Enfim, respondeu sem tentar desmanchar o logro. Ainda algum tempo há de passar antes de se poder chamar os bois pelos nomes sem se correr o risco de se ser chamado de negacionista.

Não sou católico, mas queira Deus que a temperatura não comece a baixar de imediato. Se ainda por cá andar, terei interesse em ver como se irá defender que a produção maciça de CO2 não possa vir a ser uma ferramenta para evitar o arrefecimento global.

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22/12/2007

Tubinhos inox

Música


Thick as a Brick

Daqui a pouco vou fazer umas pequenas reparações no meu carro: trocar uma lâmpada e substituir a ficha do isqueiro (não fumo mas preciso dela).

Entretanto, façam o favor de ouvir Thick as a Brick. Aqui fica o link para o artigo Wikipedia, onde destaco:
The epic is notable for its numerous time signature and tempo changes (not uncommon to the newly emerging progressive rock subgenre of rock), as well as a large number of themes throughout the piece, resembling a typical classical symphony in this regard, rather than a typical rock song.
Duração: 43:28

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21/12/2007

O fascínio da estupidez galopante

Parece que o estado dá uns cacaus a cada grávida. Bastará que a futura parturiente (estou a falar bem?) prove que está grávida de 13 semanas e cairá o pilim. Desconheço os pormenores miudinhos por manifesto desinteresse: duvido poder vir algum dia a cair na referida categoria.

13. Pois. Hummmmm ...

Os médicos aconselham que seja feita uma ecografia às 11 semanas e, nessa altura, passam um papel qualquer a afiançar das intenções do sistema reprodutivo da cidadã.

A mulher espera 2 semanas e entrega o papel.

Atente-se como o cidadão comum é capaz de pensar que, duas semanas volvidas desde a ecografia, o feto terá 13 semanas.

Mas o 13 não dá descanso. Entregue a papelada ao serviço estatal competente, logo este a devolve dizendo que "não, o papel diz 11 e é suposto dizer 13 semanas".

Não vale a pena argumentar que dirá 11 mas que será referente a um data passada à duas semanas, e que 11+2=13.

Não. Não vale a pena. E em boa verdade, só quem tiver um espírito mesquinho será capaz de tamanha exigência. Fazer tal soma é coisa de comum mortal, os iluminados do tal serviço estatal estão fora desse mundo mesquinho e, tá bem de ver, percebem (olho de lince) que pode estar-se perante um esquema maquiavélico em que se pretende não mais que avacalhar o calendário ...

... e um dos respectivos iluminados encontra uma solução: terá que ser o médico a afiançar que, duas semanas depois, terão decorrido 13 semanas. É por isso que a malta da matemática diz que há falta de trabalho.

...

Atente-se agora este outro fascínio ...

...

E porque carga de água estará o Lince em extinção? Terá alguém trocado as mãos?

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18/12/2007

A linha da REN e a palermice autárquica

Eu compreendo que seja pouco inestético morar junto à passagem de uma linha de alta tensão. Eu compreendo que sempre que se olhe para ela se possa pensar que, mais tarde ou mais cedo ela poderá cair na mona de alguém.

Em relação à estética apenas resta reclamar que é inestético e, eventualmente pretender ser-se compensado por isso. Em relação à queda da linha também se poderá argumentar que se corre um risco (pequeno que seja) do qual se tirará pouco proveito.

Quando se fala dos efeitos à saúde humana incluindo o risco de cancro, entra-se pelo esplendoroso campo da ignorância, cretinice, burrice e oportunismo.

A REN alimentava a zona por duas linhas. No momento em que a soma dos picos de carga de ambas as linhas se aproximaram da capacidade da linha mais fraca houve que providenciar a instalação de uma outra linha, caso contrário uma avaria numa delas provocaria o disparo das protecções da outra. Assim foi feito.

Vem agora o tribunal sentenciar que a terceira linha seja desligada. A REN diz que vai cumprir e que o risco de centenas de milhares de pessoas ficarem sem luz é concreto:
No caso da sub-estação de Trajouce se apagar, de a última linha que ficar a alimentá-la não tiver capacidade de suportar a carga, 700 mil pessoas vão ficar às escuras”.
A presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão vem depois dizer que não, que se tal acontecer se deverá apenas a má vontade da REN.

A não ser que a estupidez seja das poucas coisas sem limite depreende-se que a autarca tenha, com a Santa da Ladeira, um acordo de fornecimento de energia eléctrica.

No fim deste artigo (o bold é meu) pode consultar-se o monumento à estupidez humana. Foi retirado de um cache do Google e é referente a um artigo do site da Junta de Freguesia de Monte Abraão.

Por mim diria ainda que deveria ser obrigatório que os autarcas fizessem uma prova de matemática, ao nível de contas de merceeiro, antes de se poderem candidatar.

Caso as linhas vão mesmo às urtigas, como qualificar, em termos de competência, a autarca e os tribunais em causa? Caso haja corte de energia (muito provavelmente prolongado) e em consequência morram pessoas, de que estirpe de homicídio acusar os tribunais que debitaram as sentenças e a autarca especialista em energia?

Se o frio apertar e as linhas se forem abaixo das canetas em consequência do óbvio aumento de cargas (as pessoas ligam caloríferos), quantas pessoas podem, previsivelmente, morrer de frio? E a Protecção Civil está a dormir? E o nosso engenheiro terá feito, também por fax, as cadeiras relacionadas com a energia?

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PS.
Que tal reclamar que se retirem as instalações eléctricas das habitações? Já alguém mediu a intensidade do campo electromagnético provocado pela instalação eléctrica da própria habitação?

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1- Ponderação, sentidos de bem e interesse público e análise não impressionável pela força dos contendores nas decisões dos Tribunais, nas suas várias instâncias.

2- Total irresponsabilidade e postura "terrorista" da Rede Eléctrica Nacional (REN), que tem o seu expoente máximo no não cumprimento da (s) deliberação (ões) judicial (ais).

3- Confrangedor naufrágio do Presidente da Câmara Municipal de Sintra em todo o processo: ultrapassado pelos acontecimentos e acossado pela sua própria inércia e desinteresse no tratamento desta questão, o Presidente da Câmara enreda-se em justificações pífias, explicações contraditórias e propostas patéticas.

Desde Julho – e da então decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul de ordenar a suspensão da corrente eléctrica da linha de muito alta tensão – que o processo foi objecto de mais duas decisões de Tribunal competente, em resposta aos recursos apresentados pela REN.

E as duas decisões – ambas em sede de Supremo Tribunal Administrativo, uma do Juiz –Relator, outra do colectivo de Juízes (Pleno) – foram no mesmo sentido, favoráveis às posições defendidas pela Junta de Freguesia de Monte Abraão e pela esmagadora maioria das pessoas (munícipes e não munícipes de Sintra): mandar desligar "a corrente" da linha de muito alta tensão, confirmando o seu potencial carácter nocivo.

Deste modo, são três as decisões que dão razão ao nosso ponto de vista. Todas de instâncias sucessivamente superiores, que contrariam e evidenciam a frágil argumentação do indeferimento (por parte do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra) das três providências cautelares por nós interpostas e que desencadearam todo este processo. As duas últimas deliberações (do Supremo Tribunal Administrativo) respondiam já a recursos da REN, que mais pareceram manobras dilatórias para adiar o desligar da linha (isto porque cada recurso implicava efeitos suspensivos sobre a decisão).

A polémica tomou, entretanto, proporções nacionais – felizmente, uma vez que alertou consciências e veio dar força a esta causa e a outras, semelhantes, que pareciam esmagadas pela percepção da desigualdade entre as partes.

Em termos de balanço, no presente, e de concreto, temos uma decisão judicial que não é mais passível de recurso ou, pelo menos, dos instrumentais efeitos suspensivos que este sempre implica; uma opinião pública conhecedora dos argumentos das duas partes e claramente a favor da suspensão da linha aérea de muito alta tensão e, pasme-se, essa mesma linha a continuar a funcionar, como se nada tivesse acontecido.

Este último ponto é gravíssimo. Gravíssimo porque constitui um crime por parte da REN. Um crime - Crime de Desobediência Qualificada, punível com pena de prisão até 2 anos e multa até 240 dias (artigo 348º, nº 2 do Código Penal) - que atenta contra um dos pilares da sociedade democrática (o poder judicial) e contra a vontade da esmagadora maioria das pessoas. E ainda mais grave porque é cometido por uma empresa de capitais públicos (de resto, os recursos foram interpostos em conjunto pela REN e pelo Ministério da Economia), por isso uma empresa com uma responsabilidade social acrescida. A REN comete o crime de desobediência qualificada, por incumprimento da decisão judicial, desde o primeiro dia subsequente à referida decisão, ou seja, desde o dia 2 de Outubro.

Porque é uma empresa que tem tutela do Estado, leia-se Governo;

Porque o Governo de Portugal é liderado pelo secretário-geral do meu partido (PS) e a REN tem na sua composição e matriz programática uma estreita ligação ao PS;

Usarei dos instrumentos legítimos – como cidadã, militante do PS e autarca – ao meu alcance para romper a impunidade, prepotência e desrespeito da REN e fazer cumprir as regras básicas de funcionamento de um Estado de Direito. Saberei questionar quem de direito sobre a tutela e respectiva responsabilidade política deste caso.

A postura terrorista da REN – usando todos os expedientes para suspender qualquer decisão até ao fim do julgamento da primeira acção por nós interposta – terá na Junta de Freguesia de Monte Abraão (e nas instituições/associações/entidades verdadeiramente empenhadas), em todos os munícipes dos concelhos afectados pela linha e nos cidadãos que connosco estão nesta causa a devida resposta, ou seja, a persistência e esclarecimento que esta matéria exige.

Maria de Fátima Campos
Presidente JF Monte Abraão

PS - Na passada sexta-feira, na primeira audiência do julgamento, a REN brindou-nos com mais uma jogada que não poderei apelidar com outro qualificativo que não seja "golpada". Com a linha de muito alta tensão a funcionar a apenas 25 por cento (1/4) da sua potência máxima, resolveu medir os respectivos valores e usá-los como argumento de que a linha não é nociva pois "apresenta emissões electromagnéticas abaixo do valor estipulado por Lei".

Enfim… alguém acredita que um equipamento/linha é construído com uma determinada potência para depois apenas ser utilizado menos de metade da sua capacidade total?

Eu acredito que a REN está de muito má fé neste processo e não "olha a meios" para manter a linha de muito alta tensão ligada.
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17/12/2007

Vómitos



As nossas televisões fazem lembrar a PIDE: antes de ser já o é.

Salta a lebre e logo as televisões exibem a a respectiva cara nos ecrãs.

Prenderam uma data de gajos provavelmente relacionados com os assassinatos do mundo da noite, escondendo-se as caras dos polícias envolvidos mas deixando a descoberto a cara dos detidos.

O código penal prevê sanções para todos os gostos, mas desconheço qualquer castigo relacionado com a exibição pública, em meio de comunicação social, da cara do condenado. Abstraindo a irrelevância informativa, nem há sequer condenado.

E triste é também o conluio das polícias nesta encenação. Nesta, nas encenações da ASAE, etc.

Parece que vivo no mundo das touradas, no mundo do circo romano moderno. Só falta a populaça carregar um botão do tele-comando para que o 'malandro' seja, de imediato, executado e que as televisões gravem em slow motion e que repitam, em muti-câmara, até ao vómito.

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11/12/2007

Prostituiram-se

Picado por este post (As Minhas Leituras), fui desenterrar este texto enviado ao Abrupto em 8 de Agosto de 2006:
A Ministra foi populista e fez eco da crítica comum de que os professores são os responsáveis pela calamidade educativa portuguesa. Não apresenta evidências de que assim seja. Mas por que razão a Ministra da Educação e outros agentes das esferas do poder se dão ao luxo de falar assim desta classe profissional? Na realidade, os professores são responsáveis, não propriamente pelo facto de ensinarem mal ou de serem intrinsecamente maus professores. A responsabilidade é mais funda. É que desde há algumas décadas os professores abdicaram da sua vocação intelectual, ou mantiveram-na só para aquilo que interessa em cada conjuntura ou momento, aceitando em troca incluir-se na bolsa de sustentação do poder político e económico.

O poder, é sabido, precisa destas bolsas de sustentação, e um grupo como os professores é fundamental que seja "capturado" para o pleno exercício do poder actual. Fala-se em "democratização" do ensino, mas isso é um eufemismo. Com certeza algo corresponderá a isso, mas na essência o que se deu foi um fenómeno de "massificação do ensino", o que não é exactamente a mesma coisa. Nesse processo, foi preciso apresentar taxas de sucesso, níveis de ensino em grande escala, impedir o abandono escolar, etc. Ou seja, o aparelho educativo esteve ao serviço de objectivos sociais, económicos e políticos que pouco têm a ver com o verdadeiro ensino. E em troca de favores profissionais e de um certo teor de vida, entre outras vantagens, a "classe profissional" dos profs. alimentou estes objectivos extra-educativos. Numa palavra, vendeu-se ao poder.

Evidentemente, o nível de formação e de conhecimentos dos alunos tem-se ressentido drasticamente. Mas os professores têm estado sempre cegos, surdos e mudos. Sempre muito mais preocupados com os seus interesses profissionais e com a sua carreira, enfim, com a sua vidinha. Não se importaram, portanto, durante estes anos, de se submeterem a um processo de proletarização que lhes retirou muita da credibilidade que possuiam, sendo natural que agora o poder os trate como párias e não nutra por eles o mínimo respeito. E os restantes actores também não, designadamente, os pais dos alunos, que não vêm com bons olhos os resultados obtidos. Que pretendem agora os professores? Já nada podem fazer. Podem fazer greves e manifestações. Mas não têm mais crédito que qualquer outro grupo social. E perderam o apoio da sociedade, e agora falam sozinhos no deserto. Isto é uma análise generalíssima. Não se pretende pôr em causa os muitos professores que ensinam bem e que fazem das tripas coração para que os alunos passem e se formem, etc. Mas isso não pôe em causa a minha tese central: os professores, enquanto classe, prostituiram-se ao poder e agora são tratados como rameiras do sistema. E se querem ter emprego e fruir ainda de algumas migalhas do poder têm que aceitar a "grelha" que lhes é imposta e conformar-se.

O servilismo e a apatia de anos vão sendo agora cada vez mais evidenciados, e pelo próprio poder, o que não é surpreendente. Ainda me recordo quando aqui há uns anos se negociou o Estatuto da Carreira Docente (penso que em 1997), e estava em causa a saída do ensino de centenas de professores provisórios que durante anos foram os colegas de segunda, mas muitos deles com provas de dadas de qualidade e dedicação, que ficavam sempre com as piores turmas e até ganhavam menos. Estava em causa na mesma altura, através da uma reforma do ensino secundário, o desparecimento de disciplinas como Introdução à Antropologia ou Jornalismo. A "classe" dos professores e os sindicatos nada fizeram caso disso, e negociaram o Estatuto e a reforma sem o mínimo de solidariedade por esses colegas, muitos com família, que ficaram sem trabalho, e muitos continuam no desemprego porque estiveram 10, 15, 20 anos nessa situação provisória e agora não têm onde se agarrar... E quando estes fizeram manifs. à porta do Ministério estavam sozinhos, porque a "nobre" classe dos profs. esteve a marimbar-se para estes colegas... E quanto ao desaparecimento das disciplinas? Alguém se interrogou sobre a validade destas matérias, qual o seu papel na formação integral dos jovens? Alguém ainda se lembra de Educação Visual?...

Orlando de Carvalho (...não sou professor)
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10/12/2007

Outra coisa qualquer ...

No Abrupto:

Não sei o que se conseguiu e não se conseguiu. Não sei o que se ganhou ou perdeu. Nem a UE nem África. Mas sei uma coisa: a mim, como português, como europeu crente que um conjunto de países que, apesar das diferenças, compartilha ideiais de pluralismo democrático e respeito pelos direitos humanos, repugna-me ver o primeiro-ministro do meu país alardear os benefícios de um acordo (acordo? declaração de intenções? memorando de entendimento? outra coisa qualquer?...) com a Líbia, essa nação democrática, com um soba que está há décadas no poder, que compra páginas inteiras de anúncios contra o tribunal penal internacional nos principais jornais em circulação, que é suspeito de múltiplos atentados dentro e fora de portas, que se passeia com total descaramento por onde quer que vá, com óculos escuros e ar sinistro dentro dos recintos onde decorrem os "trabalhos", devidamente acompanhado por umas igualmente sinistras mulheres que são quem lhe serve de protecção pessoal. Esse mesmo chefe de estado cujos assessores queriam desgravar uma parte do filme de um repórter da RTP só porque ele perguntou se ele já tinha ou não sido confrontado com algumas questões menos simpáticas. Os mesmos assessores e seguranças que perguntavam ao conjunto de jornalistas que ali estavam, num inglês mal falado e ameaçador «do you have any problem?». Estes chefes de estado, verdadeiros líderes que se impuseram à força em países sem condições para os expulsar definitivamente, vieram cá porque Portugal exerce actualmente a presidência da UE. Nada a apontar. Mas alguns desses vieram cá e passearam a sua arrogância e prepotência, montando tendas em fortes e sendo ofertados com banquetes presidenciais. Para além do mais, ainda são agraciados com declarações únicas do primeiro-ministro, porque existem interesses económicos que, como é óbvio e qualquer um compreende, se sobrepõem claramente a quaisquer questões de princípio. Isto é hoje o meu país. Um país que cada vez tenho mais dificuldade em aceitar.

(Rui Esperança)
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08/12/2007

Mais um periférico

Acabei de ver o programa de António Barreto (sobre TV), que estava gravado na barriga do meu gravador de DVD (com disco).

Uma frase me despertou a atenção: "a mulher, que de fada recatada passou a objecto sexual".

É o progresso.

A televisão conquistou um periférico: o espectador. Nessa qualidade, a mulher, como objecto sexual, tem o seu lugar como opção de periférico de televisor.

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A cimeira da palermice

Na palermice pegada que é a cimeira africana, José Sócrates "exige" ao governo do Sudão a implementação dos acordos de forma que "uma força de paz, robusta" seja colocada no local.

Pacíficas forças guerreiras ou robustas forças de paz só saem das cimeiras pejadas de assassinos que tem lugar na Europa, especialista em multilateralismo.

... o mundo (real, para os distraídos) vai seguindo o seu caminho.

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Riquezas roubadas

Kadhafi pede a europeus devolução das ‘riquezas roubadas’

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07/12/2007

Contadores

A EDP quer trocar os contadores por outros mais práfrentex. Parece que os novos dispensariam leitura.

Entretanto, a operação custaria um barbaridade de massa e os consumidores teriam que a pagar.

Eu sei que se fosse a EDP a pagar o resultado seria o mesmo: o consumidor acabaria por pagar.

Entretanto o governo resolvei fazer abortar a coisa. Mas ...

O que não percebo é a razão pela qual se implementa uma tecnologia que implica mais custo. Se nada se poupa, porque raio não se mantém o que é mais vantajoso? Por masturbação mental da EDP?

Ou dar-se-ia o caso de os novos contadores impossibilitarem a venda de energia à EDP (micro geração)? Seria o caso?

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06/12/2007

Hannah Arendt



Espicaçado por um comentário de José Luís Sarmento (a este artigo), aqui fica um par de links:

Hannah Arendt.

Hannah Arendt - citações.

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05/12/2007

Pergunta de algibeira ou uma escola apalermada

De há um tempo a esta parte tenho vindo a perguntar a várias turmas do 12º qual a temperatura de fusão da água.

Já perguntei a cerca de 100 alunos e nenhum sabia.

Quanto muito, alguns perguntaram: - mas "ó stôr", a água tem temperatura de fusão?

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04/12/2007

Marines

A carnificina que tem tido lugar no Iraque é resultante de uma guerra de vontades e da publicitação dessas vontades.

Os Estados Unidos estão lá para fazer ver ao mundo muçulmano (em particular ao paranóico) que vão onde muito bem entenderem e para mostrar a todos que não devem esticar demasiado a corda ou sujeitam-se a que eles se apresentem na ponta dela. Os paranóicos pretendem mostrar a todos os interessados que, se se atreverem a não rejeitar liminarmente os americanos e se, ainda para cúmulo, tiverem a lata de pôr os pés numa mesa de voto, lhes infernizarão a vida.

Cada macaco no seu galho e, também em Portugal, há uma guerra (pelo menos) de vontades.

Mataram um 'empresário' da noite à bomba. Esse empresário era testemunha num processo qualquer relacionado com a mesma noite e, segundo parece claro, mataram-no porque poderia ser excessivamente "incómodo".

Qual a vontade que ganhou? Não foi a da justiça certamente. A justiça foi incapaz de garantir a sobrevivência de quem com ela aparentemente colaborava.

Há que reclamar a retirada da justiça?

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29/11/2007

Como me chamo?



Que dizer de (e a) um aluno que chega meia hora atrasado a uma aula em que há teste, se senta, escreve o nome no cabeçalho do exame e pergunta "qual é o nome desta disciplina?"

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28/11/2007

Janer Cristaldo

Blog interessante: Janer Cristaldo.

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27/11/2007

Justa Luta



... pois.

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26/11/2007

Partir pedra



Continuo com extrema falta de tempo.

Apesar disso, vou continuando, por aqui, a partir pedra.

Chamo ainda a atenção para este post. Deixei nele este comentário:
"É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender "dói"! "

Aqui, também o Presidente da República falhou. Num discurso recente pediu o esforço de todos os agentes educativos*, mas esqueceu-se dos alunos.

Também já o PR vê os alunos como mercadoria.
Esperemos que o Totalitarismo em Curso não catrafile o seu autor.

Voltando a Cavaco Silva, laia-se (aqui) o seu discurso. Nele, o parágrafo seguinte acentua e resume a faceta 'aluno como produto'.
Por isso, acredito na vontade e no empenho dos poderes públicos, das autarquias, das famílias, dos professores e da sociedade civil. Com o esforço de todos, será possível realizar a ambição de uma escola melhor, em nome de uma melhor República.
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* Eduquês em cientologias da educação

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Cientologia do berlinde



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19/11/2007

Banho romântico.



A propósito.

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A bandalheira

No Público:
Especialista diz que professores são dos profissionais com maiores índices de stress e exposição ao risco
11.11.2007 - 11h11 Lusa

Os professores são dos profissionais com maiores índices de stress e de exposição ao risco, muito devido à indisciplina dos alunos, que tem aumentado bastante nos últimos anos, disse João Amado, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e autor de várias obras sobre indisciplina.

"A indisciplina agravou-se progressivamente. Passou-se de uma infracção simples das regras para um comportamento mais violento e conflituoso", explicou.

Francisco Meireles, professor de Educação Visual e Tecnológica, não tem dúvidas disso. Depois de 14 anos afastado do ensino a trabalhar nos serviços centrais do Ministério da Educação, o docente regressou à escola no passado ano lectivo e garante que "a surpresa não está a ser nada, nada agradável".

"A degradação instalou-se a passos largos. Os insultos generalizaram-se, há agressões e conflitos quase todas as semanas", contou o professor, de 53 anos, que lecciona na escola básica do 2º e 3º ciclos António da Costa, em Almada.

João Amado, investigador do fenómeno da indisciplina desde o início da década de 1980, garante estar disseminada a desmotivação entre os professores, afectados por uma "grande indefinição na comunidade educativa e pela generalização da própria ideia de crise".

O autor de obras como "Indisciplina e Violência na Escola - Compreender para Prevenir" aponta ainda como motivo do aumento do fenómeno "o facilitismo por parte de muitos pais, que se demitiram totalmente da sua função educativa".

"As famílias desresponsabilizaram-se muito e o facto de não existirem regras em casa é altamente perturbador e potenciador de um comportamento de incivilidade por parte de muitas crianças e jovens", explicou.

Confap aponta o dedo aos docentes

Esta ideia não é aceite por Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que garante que "a globalidade das famílias assume as suas responsabilidades ao nível da educação dos filhos".

Ao invés, o responsável da Confap aponta o dedo aos docentes, alegando que muitos se demitem de exercer a sua autoridade junto dos alunos e que agem com grande condescendência relativamente a situações de indisciplina.

Só isso explica, na sua opinião, que uma mesma turma possa ter um comportamento impecável com um professor e ser altamente indisciplinada com outro, o que diz acontecer com frequência.

Governo não tem dados concretos sobre a indisciplina

O Ministério da Educação não dispõe de dados concretos sobre indisciplina, mas apenas sobre violência no espaço escolar, devendo o relatório referente ao passado ano lectivo ser apresentado no final deste mês.

João Sebastião, presidente do Observatório da Segurança Escolar, explicou que não é possível contabilizar os incidentes de indisciplina, não apenas porque o conceito é abrangente e difícil de definir, mas também devido à própria dimensão do problema.

"Há um milhão e 600 mil alunos nas escolas portuguesas. Se um por cento dos alunos fossem indisciplinados, seriam cerca de 16 mil ocorrências por dia. É uma dimensão gigantesca e incontável", explicou o responsável.

Certo é que há uma percepção generalizada na opinião pública sobre o aumento da indisciplina e da violência na escola, fenómenos que, muitas vezes, andam de braços dados. O próprio Procurador-Geral da República considerou recentemente, em entrevista ao semanário “Sol”, que "a situação de impunidade tem de acabar".

Pinto Monteiro vai mesmo emitir uma directiva ao Ministério Público para fazer uma recolha de dados sobre a situação, "começando pela participação de todos os ilícitos que ocorram nas escolas".

Desde o início do ano lectivo, em apenas dois meses, a linha telefónica SOSprofessor recebeu 37 participações de docentes, das quais nove de agressão física por parte de alunos e encarregados de educação e as restantes relativas a situações de indisciplina grave.

"O fenómeno da indisciplina tem tendido, efectivamente, a aumentar. O quadro de valores na relação com o professor, enquanto pessoa mais velha e figura de autoridade, tem vindo a degradar-se progressivamente", disse à Lusa João Grancho, presidente da Associação Nacional dos Professores (ANP), que lançou e gere aquela linha telefónica de apoio.

Para este responsável, o afastamento dos pais relativamente ao acompanhamento escolar dos filhos, a quebra na imagem pública da escola e o agravamento das desigualdades e tensões sociais nos últimos anos são as principais razões na origem do problema.

Para já, o Governo apostou numa alteração do Estatuto do Aluno, em vigor desde 2002, reforçando a autoridade dos docentes para combater o problema da violência e indisciplina na escola, cuja dimensão tendeu a desvalorizar.

O diploma, aprovado esta semana no Parlamento, prevê a distinção entre sanções correctivas e sancionatórias, agiliza os processos disciplinares e reforça a responsabilização dos pais.
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18/11/2007

Back to the Moon



Um dos motores do Ares V.

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17/11/2007

Arauto



Não podemos fazer nada (em O Triunfo dos Porcos).

O artigo acima lembra-me este outro: Deixa lá.

---- Actualização ----

De Olavo de Carvalho (via O Triunfo dos Porcos e respectivo leitor Luís Cardoso):
A Mentalidade Revolucionária

Ainda a Mentalidade Revolucionária

A Inversão Revolucionária
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Arrumações

Devido à falta de tempo, decidi agrupar os links a blogs em duas categorias: Lidos Diariamente e Lidos não Diariamente.

Entretanto foi criada a secção Blogs Noutras Línguas (atenção que não falo Neerlandês).

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16/11/2007

... leva1, leva2, leva 3 ...

Já se percebeu há muito tempo que não houve cão nem gato que não tenha andado a vender o que não só não existia como nem sequer devia ter sido apontado como provável: o aeroporto da OTA.

Perante a hipotética perspectiva da construção do aeroporto naquele local, todos quanto teriam alguma forma de arrecadar algum tipo de benesse trataram de "avançar". Não deve ter havido cão nem gato político que não tenha "vendido" alguma espécie de "jeitinho" na zona da OTA. A habitual iniciativa pacóvia fez o resto: foi tornando o aeroporto numa certeza.

... com a coisa posta em causa, temem a "reclamação" do "comprador" e tratam de tentar avacalhar todas as perspectivas de alternativa.

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11/11/2007

10/11/2007

Do verniz



Eh eh. Na cimeira Ibero-americana saltou o verniz entre Zapatero e Chavez.

Parece que Zapatero se apercebeu, finalmente, que Chavez não é boa companhia.

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O estado das coisas

Chapelada ao Estado das Coisas.

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A propósito ...

... de carniceiros.

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Modelo Nórdico

[Via O Triunfo dos Porcos]
Santarém: Aluno fez explodir bomba para batida às raposas no interior de escola secundária
08.11.2007 - 12h28 Lusa

O rebentamento de uma bomba de arremesso própria para batida às raposas na Escola Secundária Sá da Bandeira, em Santarém, deixou ontem uma funcionária em estado de choque e provocou alarme em todo o estabelecimento, disse a PSP.

Em comunicado, a PSP afirma que uma jovem de 14 anos arremessou a bomba das escadas do primeiro andar para o corredor do piso térreo cerca das 12h50 de ontem, numa altura em que decorriam aulas.

A PSP verificou que três outras bombas do mesmo género explodiram na via pública, nas imediações da escola, durante a manhã de quarta-feira, situação que se verificara igualmente na véspera, sem que ninguém comunicasse a ocorrência.

A polícia identificou três menores, de 14 e 15 anos, referindo que há um quarto menor que "terá adquirido cerca de 100 destas bombas, pelo valor de 7,50 euros, em estabelecimento e data que se desconhecem".

O comunicado acrescenta que a PSP está a realizar diligências com vista à identificação do jovem e do estabelecimento onde terá adquirido os explosivos e a providenciar a sua apreensão.

"A aquisição, posse e uso deste tipo de artefactos pirotécnicos, para fins diferentes dos legalmente consagrados, constitui contra-ordenação punível com coima", frisa o comunicado, acrescentando que a única entidade que pode autorizar a compra e uso destes explosivos é a PSP.

... aposto que foi culpa dos americanos.

Na Escola Sá da Bandeira, onde a coisa se deu, há um Quadro de Honra Quadro de Excelência.

... enfim, vão reaparecendo.

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