12/04/2005

Carlos Fino - Auto-afastado

No programa Clube de Jornalistas (RTP2) de 11 de Abril, Carlos Fino, auto-afastado, aparentemente, da profissão de jornalista, declarou:
“Em Portugal não há carreira de jornalista. O jornalista não tem saída. Cada vez mais o jornalismo é para ser exercido entre os 20 e os 40 anos. A partir dos 20, porque nessa altura ainda é ingénuo suficiente, ambicioso o suficiente para correr sem perguntar para onde nem como. No final, é simplesmente rejeitado borda fora, porque não há lugar para nós, a não ser a cooptação para serviços de controle e de administração. Carreira propriamente jornalística não há. Digam-me quem são os seniores jornalistas que estão hoje no activo em Portugal a exercer efectivamente a profissão...Eu gostaria de continuar. Mas como? A fazer o quê? Não há esse estatuto de jornalista. Isso não é reconhecido. Não há essa carreira. E sem isso, o topo da "carreira" de jornalista hoje em dia, no nosso país pelo menos, é ser conselheiro de imprensa numa embaixada“.
Volto a recordar o artigo de fundo de O Bigode na Sopa sobre este tema. Está lá tudo.

Há que reconhecer a Carlos Fino o exercício da actividade jornalística equilibrado e em dificílimas condições, recordando-se: União Soviética, durante muitos anos (onde levou, da KGB, um enxerto de porrada que o ia matando) e, recentemente, em Bagdad.

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Este post foi revisto a 13 de Abril. Declarações precisas de Carlos fino retiradas do portal do Clube de Jornalistas