18/04/2005

O cano roto

Parece-me que há uma manobra de diversão neste artigo.

Segundo percebi, veio a averiguar-se que alguém, dentro da ONU, pactuava com “fugas” de petróleo iraquiano, à revelia das resoluções da ONU, lucrando com elas.

Ana Gomes chama a atenção que ingleses e norte americanos sabiam da coisa.

Não nego que assim fosse. Mas, segundo leio no mesmo artigo, Ana Gomes, e outros diplomatas portugueses, sabia do mesmo … O que os põe então ao abrigo das mesmíssimas críticas que parecem fazer a ingleses e americanos?

Provavelmente toda a gente sabia. De facto até eu já tinha ouvido, na comunicação social, nomeadamente a Pacheco Pereira, referências ao assunto.

O que não percebo é porque chama Ana Gomes a atenção para ingleses e norte americanos sem apontar a responsabilidade do ocorrido - sem falar na corrupção propriamente dita, perpetrada, segundo julgo perceber, directamente por funcionários da ONU.

Uma coisa é saber-se que as sanções estão a ser furadas. Outra coisa é saber-se que estão a ser furadas com lucro de funcionários da ONU. Neste caso a dúvida imediata é saber se as furadelas são catalisadas directamente de dentro da ONU para obter proventos directos.

Ana Gomes não refere que ingleses ou norte americanos soubessem da corrupção dentro da ONU (coisa que suspeito saberem porque, naturalmente, no timming apropriado seria – e foi – uma boa arma de arremesso).

Será que Ana Gomes está simplesmente chocada pela mistura de Jack Straw com as virgens?

Ou dar-se-há o caso de ter havido mais gente a saber da corruptiva marosca?

Já agora, toda a gente sabia menos o Kofi? Até a Ana Gomes sabia ... Se calhar é o Kofi a virgem enganada …

.