30/06/2005
Buuuuuum
* Actualizado *
Aconteceu ao Barnabé o mesmo que às fábricas de pirotecnia portuguesas. Digamos que foi atacado por um efeito colateral, ou, melhor dizendo, fogo amigo.
O estudo desta discussão fúnebre revela a fragilidade e contradições deste tipo de "esquerda" que, à mais pequena sombra de contrariedade se esfuma em plasma (imagem ao topo).
Suponho que ignorarem mutuamente os artigos dos colegas (de blog), abstendo-se de os comentar, e revelando-o publicamente, teria evitado o aniquilamento mútuo em violência proporcional ao inverso da soma das contradições.
Aqui está a lista de links que apontam para a discussão final (dos mais antigos aos mais recentes).
Daniel Oliveira - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/116635.html
Bruno Reis - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/116777.html
Daniel Oliveira - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/116986.html
Bruno Reis - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/117128.html
Rui Tavares - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/117148.html
Bruno Reis - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/117241.html
Rui Tavares - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/117787.html
Pedro Oliveira - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/117885.html
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27/06/2005
Morreu Jack Kilby
Jack Kilby
(1923 - 2005)
O inventor do microship.
O primeiro circuito integrado desenvolvido, em 1958, por Jack Kilby.
“Naquela altura não percebemos que o circuito integrado reduziria o custo de funções electrónicas por um factor de um num milhão. Nunca nada antes o tinha feito” - Jack Kilby.
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Memória e Matemática
Sobre Matemática: uma nota que deixei no blog Blasfémias.
Minha nota inicial:
Nota de CA:
Já agora, suponho que a também memória pode ser treinada ( ~ aprendida?).
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Minha nota inicial:
Para se poder ser bom aluno a matemática há que ter memória persistente, e capacidade de trabalho persistente.
Tudo hoje à nossa volta vai ao arrepio dessa forma de estar.
Os professores de matemática estão condenados, os alunos também, estamos todos lixados.
Os putos vivem no mundo virtual da TV, dos jogos de computador, dos chats. Aqui, não é preciso que se tenha memória com duração superior a 1 minuto.
A culpa é nossa, individualmente e como sociedade.
Nota de CA:
"Para se poder ser bom aluno a matemática há que ter memória persistente, e capacidade de trabalho persistente."Minha resposta:
Trabalho sim. Quanto à memória é útil mas está muito longe de ser fulcral em matemática.
"COntas básicas; tabuada decorada;operações de cálculo mental; problemas de aritmética; fracções( o busílis de muitas questões). Se este prgrama fosse cumprido e tivesse êxito em 60 por cento, estaríamos bem melhor de que estamos hoje."
A matemática, mesmo no 1.º ciclo, é muito mais do que isto. Falta a geometria e a capacidade de resolver problemas, mais ou menos complexos.
Isto está animado.----
"Trabalho sim. Quanto à memória é útil mas está muito longe de ser fulcral em matemática."
Reafirmo que a memória persistente é fulcral. O busílis é que tendemos a ligar memória a dados, mais ou menos "crus".
Em matemática é fulcral ter memória persistente em conceitos, formas de encarar a coisa, ideias. Até memória visual.
De outras forma não se explica porque tanta gente tem dificuldade em perceber porque é que um desconto de 20% sobre um desconto de 30% não é o mesmo que um desconto de 50%.
Não é aqui qualquer alta matemática - é um problema comezinho.
Já agora, suponho que a também memória pode ser treinada ( ~ aprendida?).
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23/06/2005
O presidente da Associação Sindical de Juizes espicaça o Presidente da República
Baptista Coelho
Acerca das palavras da ministra da educação sobre decisões aparentemente contraditórias dos tribunais do continente e dos Açores, o presidente da Associação Sindical de Juízes, Alexandre Baptista Coelho, vem pedir que Jorge Sampaio “não fique calado”.
O presidente da Associação Sindical demonstra, desta forma, qual julga ser a posição dele perante a sociedade portuguesa.
1 – Este tipo de comentário não tem cabimento a um sindicalista, mesmo que Baptista Coelho seja juiz. Não foi nessa qualidade que usou da palavra. As magistraturas têm órgãos próprios para este tipo de problema. Em boa verdade, os órgãos de topo das magistraturas deveriam pronunciar-se sobre as comentários de Baptista Coelho, mas isso é outra história (também triste).
2 – O Presidente da República não é surdo, e não consta que precise de ser espicaçado para dizer o que muito bem entenda, muito menos por um sindicalista como milhares de outros. Já que ele fala de “cultura pouco democracia”, convém que não esqueça o nível de relatividade da sua posição.
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Os chavões de Ana Gomes
(desta vez não leva foto)
Ana Gomes publicou mais um artigo no Causa Nostra.
Não vou debruçar-me pormenorizadamente sobre o conteúdo do artigo, mas fazer notar um pormenor de forma: as enfatizações a negro (ou mais negro, ou negrito, como quiserem).
Ana Gomes enfatiza pequenas partes do texto que correspondem, regra geral, a chavões mais ou menos propagandísticos.
Na minha opinião, nestes artigos, há que ler cuidadosamente todo o que não está enfatizado.
De outra forma, pode dizer-se que o texto se destina a fazer passar os chavões enfatizados, alguns deles particularmente absurdos ou vazios. A gravá-los na nossa memória como se eles, tivessem um valor intrínseco.
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Ana Gomes publicou mais um artigo no Causa Nostra.
Não vou debruçar-me pormenorizadamente sobre o conteúdo do artigo, mas fazer notar um pormenor de forma: as enfatizações a negro (ou mais negro, ou negrito, como quiserem).
Ana Gomes enfatiza pequenas partes do texto que correspondem, regra geral, a chavões mais ou menos propagandísticos.
Na minha opinião, nestes artigos, há que ler cuidadosamente todo o que não está enfatizado.
De outra forma, pode dizer-se que o texto se destina a fazer passar os chavões enfatizados, alguns deles particularmente absurdos ou vazios. A gravá-los na nossa memória como se eles, tivessem um valor intrínseco.
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22/06/2005
Rasto de libertação
O pequeno carro (rover) que a NASA colocou em Marte, atolou-se em areia fina, há umas 3 semanas.
A imagem documenta o rasto deixado pelas rodas metálicas durante a manobra de recuo que permitiu libertar o aparelho (que tem por nome Opportunity).
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O presidente do Sindicato dos Enfermeiros e a podridão
Guadalupe Simões, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, declarou à TSF:
«Quando o ministro faz uma afirmação dessas, devia também salientar a carência de profissionais de saúde que existem nos hospitais. Isto obriga a um aumento tão grande do ritmo de trabalho que pode ser descurada, por vezes, a lavagem das mãos»É confrangedora a incompetência que o presidente do Sindicato dos Enfermeiros revela e que projecta irremediavelmente nos associados do sindicato.
Não passa pela cabeça de Guadalupe Simões que o facto de não lavarem as mãos (que não põe em causa) causa o aparecimento de infecções que resulta num significativo acréscimo de trabalho? Ele não percebe que este acréscimo vai, obrigar ao aumento do ritmo de trabalho (já para não falar do sofrimento dos pacientes, que podem até morrer) que ele critica?
A resposta sensata poderia ser:
“De facto, a sobrecarga de trabalho a que estamos sujeitos pode fazer descorar as regras básicas de alguns dos nossos profissionais. Mas estamos, tanto quanto o ministro, interessados em corrigir essas eventuais situações para garantir o mais alto nível de competência da nossa classe profissional. Não queremos entre nós profissionais desleixados”Há muito dirigente sindical que precisa reciclagem.
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Os calos dos lobis
Há lobis cujos calos estão a ser pisados.
Os juizes fazem greve de zelo por se sentirem atingidos em virtude da redução do tempo de férias de 3, para 1 mês (como eu tenho pena … ).
Na TSF declaram que nada farão que os obrigue a ficar depois da hora de saída.
Já agora, que zelem no sentido de entrar à hora suposta e de começarem de imediato a trabalhar.
… 3 meses de férias … que lata.
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Os juizes fazem greve de zelo por se sentirem atingidos em virtude da redução do tempo de férias de 3, para 1 mês (como eu tenho pena … ).
Na TSF declaram que nada farão que os obrigue a ficar depois da hora de saída.
Já agora, que zelem no sentido de entrar à hora suposta e de começarem de imediato a trabalhar.
… 3 meses de férias … que lata.
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Alinhamento de Mercúrio, Vénus e Saturno
O alinhamento pode ser visto a poente, depois do pôr do Sol.
Os três planetas aproximar-se-ão (uns dos outros) nos próximos dias.
O artigo original pode ser visto no site da NASA (em inglês).
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21/06/2005
Contas
Já alguém calculou quantos postos de trabalho podem ser usados em algo de mais produtivo, integrando, num só, todos os sub-sistemas de saúde do estado?
Porque há-de haver diferentes sub-sistemas de saúde? Resquícios de uma sociedade por classes?
A propósito: onde anda a esquerda?
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Porque há-de haver diferentes sub-sistemas de saúde? Resquícios de uma sociedade por classes?
A propósito: onde anda a esquerda?
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Férias
As reacções dos juizes (várias estirpes) à perda de tempo de férias acarreta uma enorme perca de dignidade – a reacção sim, não a perca de tempo de férias.
Às vezes parece estarem a reclamar o direito a manter regalias sobre a outra classe – os escravos. Argumentam do alto da mordomia “órgão de soberania” (agarram-se a ele), como se estivessem acima dos mortais por quem têm a benevolência de lhes aplicar umas chicotadas de vez em quando.
Faz-lhes bem misturarem-se, de vez em quando, com a plebe, para sentirem o que ela sente.
E a propósito: onde anda a esquerda?
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Às vezes parece estarem a reclamar o direito a manter regalias sobre a outra classe – os escravos. Argumentam do alto da mordomia “órgão de soberania” (agarram-se a ele), como se estivessem acima dos mortais por quem têm a benevolência de lhes aplicar umas chicotadas de vez em quando.
Faz-lhes bem misturarem-se, de vez em quando, com a plebe, para sentirem o que ela sente.
E a propósito: onde anda a esquerda?
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Greves e ping-pong.
Tem havido regularmente, em períodos de greves, disputas sobre a legitimidade sobre o decretar de requisições civis ou serviços mínimos.
É triste que em 30 anos de democracia este tipo de coisas acabe sempre em tribunal.
É triste que quem faz greve não possa faze-la sabendo que está dentro da legalidade.
É triste que o governo (este e os anteriores) tenham visto frequentemente declarada em tribunal a ilegitimidade das medidas de requisição civil.
É triste, num palavra, que estas coisas tenham que ser resolvidas em tribunal. Das duas uma, ou as partes (ou, pelo menos, uma delas) estão sistemática e conscientemente (ou por incompetência) violando a lei, ou o sistema democrático não consegue legislar de forma suficientemente clara para que estas coisas não aconteçam. Nada disto é bom sinal – continua a apostar-se no medo.
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É triste que em 30 anos de democracia este tipo de coisas acabe sempre em tribunal.
É triste que quem faz greve não possa faze-la sabendo que está dentro da legalidade.
É triste que o governo (este e os anteriores) tenham visto frequentemente declarada em tribunal a ilegitimidade das medidas de requisição civil.
É triste, num palavra, que estas coisas tenham que ser resolvidas em tribunal. Das duas uma, ou as partes (ou, pelo menos, uma delas) estão sistemática e conscientemente (ou por incompetência) violando a lei, ou o sistema democrático não consegue legislar de forma suficientemente clara para que estas coisas não aconteçam. Nada disto é bom sinal – continua a apostar-se no medo.
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Vitória, onde?
Os Sindicatos de Professores tinham anunciado que a greve desta semana resultaria na inviabilização de exames. Aliás, nesse sentido, parecia não verem qualquer inconveniente para os alunos, argumentando que eles poderiam efectuar os exames posteriormente.
Podiam ter simplesmente feito greve às aulas, deixando de for a os exames. Mas não.
Vêm agora cantar vitória por terem uma altíssima taxa de adesões.
A verdade é que a vitória (se vitória) é frouxa.
Em primeiro lugar não estão a conseguir boicotar os exames. Em segundo lugar não conseguiram, em boa verdade, boicotar as aulas, porque o ministério o fez administrativamente.
O Ministério pode cantar de galo porque as medidas de serviços mínimos (ou coisa que o valha) resultaram. Pode cantar de galo porque se pode vangloriar de ter sido pela sua acção que os alunos puderam efectuar exames (contra a vontade dos professores), saindo do filme como defensores dos alunos.
Os sindicatos não se podem queixar de excesso de serviços mínimos porque não podem, simultaneamente, reclamar uma vastíssima maioria de adesões à greve e um número excessivo de professores requisitado para os serviços mínimos. Se o número de adesões foi esmagador, então os serviços mínimos uma ínfima percentagem.
Pode ser, na perspectiva dos professores, uma vitória, mas é uma vitória sobre coisa nenhuma.
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Podiam ter simplesmente feito greve às aulas, deixando de for a os exames. Mas não.
Vêm agora cantar vitória por terem uma altíssima taxa de adesões.
A verdade é que a vitória (se vitória) é frouxa.
Em primeiro lugar não estão a conseguir boicotar os exames. Em segundo lugar não conseguiram, em boa verdade, boicotar as aulas, porque o ministério o fez administrativamente.
O Ministério pode cantar de galo porque as medidas de serviços mínimos (ou coisa que o valha) resultaram. Pode cantar de galo porque se pode vangloriar de ter sido pela sua acção que os alunos puderam efectuar exames (contra a vontade dos professores), saindo do filme como defensores dos alunos.
Os sindicatos não se podem queixar de excesso de serviços mínimos porque não podem, simultaneamente, reclamar uma vastíssima maioria de adesões à greve e um número excessivo de professores requisitado para os serviços mínimos. Se o número de adesões foi esmagador, então os serviços mínimos uma ínfima percentagem.
Pode ser, na perspectiva dos professores, uma vitória, mas é uma vitória sobre coisa nenhuma.
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Pata na poça.
O Ministério da Educação resolver proibir as aulas durante o período de greve dos professores, suponho que para “libertar” professores suficientes para fosse sempre possível que os exames do 9º e 12º se realizassem.
Já expliquei aqui que greves de professores nunca deveriam afectar exames.
Houve professores do recorrente de estranharam ser também abrangidos pela proibição e resolveram telefonar para o Ministério. No caso do recorrente, a relação entre professores e alunos não é, habitualmente, a mesma, havendo, aparentemente, mais consideração dos professores pelos alunos (aliás dos alunos em relação aos professores passa-se o mesmo).
O que é bizarro é que do Ministério terão respondido; “esquecemo-nos do caso do recorrente, portanto, a proibição é para todos”.
Os alunos do recorrente estão privados de aulas porque o Ministério se esqueceu que eles existiam …
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Já expliquei aqui que greves de professores nunca deveriam afectar exames.
Houve professores do recorrente de estranharam ser também abrangidos pela proibição e resolveram telefonar para o Ministério. No caso do recorrente, a relação entre professores e alunos não é, habitualmente, a mesma, havendo, aparentemente, mais consideração dos professores pelos alunos (aliás dos alunos em relação aos professores passa-se o mesmo).
O que é bizarro é que do Ministério terão respondido; “esquecemo-nos do caso do recorrente, portanto, a proibição é para todos”.
Os alunos do recorrente estão privados de aulas porque o Ministério se esqueceu que eles existiam …
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20/06/2005
O pai do Dinis.
A propósito da nossa sumidade doméstica Manuel Maria Carrilho, pai do Dinis, sugiro a leitura destes três artigos:
No blog Esplanar – Verdade ou Mentira?
No blog O Acidental – O fabuloso destino do marido de Bárbara Guimarães
E, já agora (com falsa modéstia) – Carrilho e Jardim
Divirtam-se.
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No blog Esplanar – Verdade ou Mentira?
No blog O Acidental – O fabuloso destino do marido de Bárbara Guimarães
E, já agora (com falsa modéstia) – Carrilho e Jardim
Divirtam-se.
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19/06/2005
As naves espaciais e as greves dos professores.
Enviar uma nave espacial (vulgarmente denominada sonda) a outro planeta, é uma tarefa complexa.
Há que definir metas a atingir, esboçar o projecto e distribuir, por diversas equipas, o desenvolvimento dos diversos equipamentos (instrumentos, motores, etc). Haverá que estabelecer uma equipa para coordenar as restantes.
Além de planear a parte que lhe compete, cada equipa terá que adjudicar os componentes, montá-los, definir métodos de teste, realizar os testes e definir correcções até que o instrumento ou equipamento a seu cargo funcione, em ambiente de laboratório, na perfeição.
Após tudo estar montado no corpo da sonda, (desenvolvido por uma das equipas) terá lugar um ou múltiplos testes finais.
Dada como pronta, a sonda, que neste caso poderia destinar-se ao planeta Marte, será instalada num foguete lançador que a colocará no espaço.
A determinada altura, esse foguete será lançado.
Suponhamos agora que pela altura do lançamento, as pessoas encarregues de o fazer entram em greve.
Se essa greve tiver uma duração curta, será possível lançá-la nos dias seguintes à mesma hora, mas consumir-se-há bastante mais combustível e, chagada a Marte, restar-lhe-há menos combustível para efectuar manobras, implicando a inutilidade prematura da sonda. Haverá pois, uma penalidade irreversível.
Se a greve durar, suponhamos, 8 dias, não será mais possível efectuar o lançamento porque a sonda nunca chegará a Marte: nessa caso, o melhor percurso possível consumirá mais combustível do a quantidade instalada na sonda. O lançamento terá então que ser adiado por um ano.
Um ano depois, haverá que repetir uma imensidão de testes, substituindo mesmo partes substanciais da sonda porque, entretanto, algumas delas teriam que durar mais do que previsto - nessa nova data de lançamento a sonda já terá, de idade, mais 1 ano que o planeado inicialmente. Pode mesmo acontecer que todo o projecto deixe de fazer sentido e vá por água abaixo.
Vejamos agora o caso das greves dos professores.
Os professores planeiam aulas, dão aulas, fazem regularmente chamadas para aferir resultados, realizam pontos, enfim, tentam, na medida do possível, deixar os alunos em condições para o exame final. É certo que o exame final pode não ser absolutamente decisivo, mas será decisivo para uma parte substancial dos alunos.
Suponhamos agora que no dia do exame os funcionários das portarias das escolas entram em greve e alunos e professores não podendo entrar nas instalações vêem-se na impossibilidade de fazer exames.
É certo que, perante este cenário, uma parte inquietante dos professores se estaria absolutamente nas tintas, mas só assim é porque, obvia e habitualmente, se estão absolutamente nas tintas por ver aferidos os resultados do seu trabalho - por ver, em concreto, preto no branco, o fruto do seu trabalho.
Evidentemente que os exames podem ser realizados posteriormente, mas certamente com penalidades. Se assim não fosse a data inicialmente marcada seria inapropriada, coisa que ninguém parece defender.
Se é claro que a muitos professores é indiferente, ver, ou não, os resultados do seu trabalho, também é óbvio que se estão tão supremamente nas tintas que são, eles próprios, capazes de entrar em greve no período de exames.
Sendo absurdo entrar em greve nesse período, tende a parecer que supõem ser o único apropriado para a realizar.
Há outros casos idênticos, como o caso dos trabalhadores do serviço de estrangeiros e fronteiras que ameaçaram greve pelo Euro 2004.
Não é admissível que em períodos corolário de projectos complexos se entre em greve comprometendo substancialmente e irreversivelmente o resultado do trabalho e vida de pessoas.
Não é razoável que médicos entrem em greve suspendendo trabalhos em blocos operatórios e consultas há meses ou anos esperadas, remetendo-as para meses ou anos depois. Sendo difícil contabilizar, isto resulta numa diminuição da esperança de vida – não sendo o adiamento uma vantagem, só poderá ser uma desvantagem que se traduzirá em mortes precoces a curto ou longo prazo.
Imagine-se que em terra os controladores de uma missão espacial tripulada entravam em greve, provocando a morte dos tripulantes de uma nave. Cairia e Carmo e a Trindade. Pois é isso que os médicos fazem regularmente.
Não é, já agora, razoável que se entre em greve às 6as ou às 2as feiras, parecendo que se está a “comprar” um fim de semana prolongado.
Não é razoável que grupos profissionais cuja entrada em greve afecta directa e substancialmente centenas de milhar de pessoas (transportes) entrem em greve de forma repetida e sistemática por terem a capacidade, pela sua própria natureza, de provocar monstruosos estragos. Aliás, do ponto de vista sindical é contraproducente porque leva à percepção dos restantes trabalhadores, da inviabilidade das suas próprias greves por não terem possibilidade de produzir idênticos estragos. Daí ao desinteresse à sindicalização, vai um passo.
Parece cada vez mais que os sindicatos estão a perder o pé e que cada vez mais delineiam estratégias de defesa das regalias de determinadas profissões em detrimento das outras. Conviria talvez que os sindicatos avaliassem estratégias comuns e defensoras da globalidade dos trabalhadores e não só de alguns, de outra forma o movimento sindical no âmbito da generalidade da sociedade está condenado.
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Ana Gomes - Conselho de Segurança III e referendo francês: «Ignore Germany. Affirm EU»
Diz Ana Gomes (a azul):
Se os actuais líderes políticos europeus ainda liderassem alguma coisa, deveriam, face à adversidade dos resultados do referendo francês (e possivelmente do holandês), estar agora a esforçar as meninges congeminando medidas que transmitissem rapidamente ao resto do mundo e a todos os cidadãos europeus (franceses incluídos) sinais políticos claros de que há Europa para além do referendo em França (e Holanda)Pois podia. Mas como se conseguiria isso se se andou a dizer (Ana Gomes inclusive) que sem o avanço rumo a uma Europa política (sim ao referendo) não poderia haver Europa?
Deviam estar a preparar-se para fazer a UE avançar, mesmo sem a Constituição ratificada pelos restantes países (mas no sentido que a Constituição prevê). Para fazer a Europa intervir mais decisivamente no controlo da globalização.O que Ana Gomes defende, é que nas próximas legislativas, caso os resultados iniciais indiquem uma derrota do partido no governo, se suspenda a contagem da votação, se queimem os votos e se permita que o governo continue em exercício prosseguindo a política que vinha exercendo. Mais salazarista não pode ser.
A Ana Gomes está obcecada pelo controlo da globalização. Suponho que ande a ler demasiada ficção científica e se passou para aquelas paragens.
No final de contas, não foi essa a poderosíssima mensagem que os eleitores franceses quiseram passar à liderança política europeia? que a Europa não pode continuar a ver passar os tsunamis das deslocalizações selvagens, sem mexer um dedo para regular a globalização?… e ela a dar-lhe …
Não se trata de enfrentar a globalização numa perspectiva defensiva, nacionalista e proteccionista, como sugeriu a propaganda xenófoba e amedrontante dos defensores do NÃO em Franca. Mas de agir no quadro da Estratégia de Lisboa, apostando na competitividade e crescimento da economia europeia e na projecção mundial de uma Política Externa e de Segurança Comum (política comercial e política de ajuda ao desenvolvimento incluídas) realmente coerente e eficaz, todos os azimutes.Gambuzinos, gambuzinos, gambuzinos …
Isso deveria traduzir-se em decisões ousadas no próximo Conselho Europeu de Junho. Por exemplo,Numa palavra, constituir uma Europa à medida de Ana Gomes. Ela só não explica se seria, ou não, anunciado, que essa Europa teria ainda um problemazito a resolver: estar cheia de europeus (?) que nada teriam a ver com o assunto. O que Ana Gomes quer é arrastar a Europa para a sua (de Ana Gomes) guerra à globalização, nos moldes de Oliveira Salazar: à revelia dos europeus e “rapidamente e em força”.
1- antecipar a entrada em vigor da previsão do Tratado Constitucional de conferir personalidade jurídica à União Europeia;
2- acelerar a constituição do Serviço de Acção Externa ? o serviço diplomático comum que deverá apoiar o MNE europeu previsto na Constituição;
3- anunciar a entrada em campo antecipada do MNE europeu;
4- anunciar a decisão de pedir um lugar, com todos os atributos inerentes, de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU para a União Europeia. (o que implicaria a desistência de qualquer candidatura nacional; mas não, nesta fase, o afastamento dos membros da UE que já lá estão como P5, França e Reino Unido; nem o abandono de candidaturas nacionais a lugares não-permanentes).
Viva o planeta dos gambozinos.
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Ana Gomes - Conselho de Segurança II: «Ignore Europe»
A azul o texto original de Ana Gomes.
Comiserável é a reacção alemã a esta posição americana.O Conselho de Segurança tem dois membros permanentes europeus: a França e a Inglaterra. Se a Europa (?) se quer apresentar como uma entidade política coerente (integrando França e Inglaterra), que sentido faria que França e Inglaterra continuassem a ser membros?
O Embaixador da Alemanha em Washington, Wolfgang Ischinger, veio dizer, segundo a mesma notícia do «Washington Post», que a proposta que a Alemanha apresenta nas NU para reforma do Conselho de Segurança ?reduz substancialmente a representação da Europa no CS, de 33% para 20%?. "O ponto é que a nossa proposta de reforma não aumentará, mas diminuirá o peso relativo da Europa", disse Ischinger.
Uma reforma que não contempla um lugar de membro permanente para a UE e que reduz o peso relativo da Europa no Conselho de Segurança?
Então porque razão haveremos nós, europeus, de querer a reforma proposta pelos alemães?
Com parceiros desta massa, quem precisa da Sra. Arroz?
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Ana Gomes - Conselho de Segurança I : "Ignore Germany"
Mais uma tirada divinal de Ana Gomes. A azul, o seu texto original.
Ora aí está! A retaliação pelo não apoio à guerra do Iraque.Faz sentido que haja retaliação. Basta perceber isto.
Em 1993, quando o Tratado de Maastricht introduziu a noção de Política Externa Comum da UE, os EUA apressaram-se a dar o seu apoio, velado embora, à entrada da Alemanha como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Dividir para reinar. Quanto mais dividida a Europa, melhor.Que há de especial nisso? Não é que faz qualquer governo do mundo em circunstâncias idênticas? A única excepção que me ocorre é o caso da Europa, que quer reinar dividindo-se a ela própria, e depois amua porque a coisa não surte efeito.
A repartição de custos de funcionamento das NU também aconselhava tal apoio, pois a Alemanha estava disposta a pagar mais e os EUA tinham então uma dívida considerável às NU.Registe-se que Ana Gomes concorda que deve poder aceder-se ao poder desde que se possa pagar. Tráfico de influências?
Mas em 2000, a Administração Clinton conseguiu resolver o problema da dívida às Naçoes Unidas.
Depois veio a guerra do Iraque em 2003. A Alemanha não apoiou a Admnistração Bush na guerra. E os EUA fizeram finalmente saber, segundo o «Washington Post» de 19/5/05, que afinal já não apoiam a pretensão da Alemanha a membro permanente do CS. Justificação da Sra. Rice: ?Em muitos aspectos a UE tem agora uma política externa comum. Facto que precisa de ser levado em conta no Conselho de Segurança?. ?Por isso há poucos motivos para dar a um outro membro da UE um lugar de membro permanente?.A Ana Gomes parece razoável que a Europa (?) anuncie ao mundo que vai a caminho de ter uma política externa comum e que os Estados Unidos façam de conta que não se apercebem disso.
A consequência a tirar seria os EUA passarem a apoiar um lugar de membro permanente para a UE.Apoiar mesmo antes dela existir enquanto entidade política? Ana Gomes queria um cheque em branco? Ana Gomes não percebe que os Estados Unidos querem primeiro perceber em que moldes se fará a entidade política?
Mas a Srª Arroz não vai tão longe. A sua intenção parece ser mais a de ignorar a pretensão alemã, do que reconhecer a necessidade de um lugar para a UE no Conselho de Segurança.Eu diria que o anúncio de que a Europa vai a caminho de se transformar numa entidade política mata, por si só e pela sua (da Europa) própria mão, as pretensões da Alemanha.
Afinal, foi à Sra. Arroz que se atribuiu a máxima, depois da intervenção unilateral no Iraque:«Forgive Russia, ignore Germany, punish France».Parece ser uma consequência lógica do comportamento recente desses três países. Se fosse ao contrário, seria exactamente isso que a Europa (?) faria.
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Ana Gomes - Europa a menos: o remédio é mais Europa
Este irado desabafo de Ana Gomes é um exemplo daquilo que suponho fundamentar o NÃO ao tratado.
O título é sugestivo: “Europa a menos: o remédio é mais Europa”. Resolver o problema com a técnica do salto em frente. Está a morrer? Dá-lhe mais.
A azul, a excitação original.
Mais uma vez, constato que são os optimistas como eu que levam com baldes de água fria... Andei por França, nos debates pelo OUI de 23 a 26 deste mês. E quis convencer-me que a inteligência, o bom-senso, o pragmatismo, o europeismo, o sentido da História dos franceses acabariam por vencer.Pois é por causa dos optimismos que as coisas rebentam com uma frequência preocupante. Optimismo, ao estilo Ana Gomes, significa fazer de conta que os problemas não existem, que uma fé baseada sabe-se-lá-em-quê garantirá o sucesso da coisa. Optimismo ao estilo Ana Gomes, significa simplesmente ficar ao alcance do coice, que aliás se deu, alto e bom som.
Enganei-me: levaram a melhor a vingança primária, o soberanismo barato, a xenofobia e o medo, instilados pela propaganda demagógica e populista de uma sórdida aliança entre a extrema-direita anti-europeista de Le Pen/de Villiers e de dirigentes que se dizem de esquerda e «pró-europeus».
A Ana Gomes andou por França, supõe-se que a espalhar optimismo. Pois claro.
Vejamos, em pormenor, do que ela se convenceu e andou por lá andou a “debater”:
- Inteligência - todos os que votassem não, eram estúpidos
- Bom senso - todos os que votassem não, eram irresponsáveis
- Pragmatismo - dir-se-ia, coisa de Bush. Supunha que a Ana Gomes daria mais atenção à moral que ao pragmatismo (se calhar já encetou o caminho de conversão)
- Europeismo - percebe-se que os europeus que votassem não, eram não-europeus. Talvez Ana Gomes esteja a pensar utilizar as “técnicas” de Mao Tse-tung, mandando-os fuzilar.
- Sentido da História - dir-se-ia que a votação apontou o sentido para onde a História terá que apontar: história nada tem a ver com o que vai na cabeça de Ana Gomes.
Vejamos o que ela pensa do resultado:
- Vingança primária - os franceses quiseram vingar-se, primariamente, de alguém – não se percebe de quem – talvez de George Bush.
- Soberanismo barato - muito embora o mais provável é que qualquer deles se trate, simplesmente, de um conceito gambuzino, o soberanismo caro, sofisticado, é aquele que Ana Gomes defende.
- Xenofobia - aquilo em que os europeus, mesmo nos seus mais multilateralistas unilateralismos não se distinguem dos outros povos, incluindo o Norte Americano. Ana Gomes parece ter agora descoberto isso (se calhar é pedir muito).
- Medo - papão.
Depois, Ana Gomes fala em propaganda demagógica (agitprop?), populista, sórdidas alianças, etc, etc, coisas que já não me apetece comentar porque estou a ficar enjoado. De qualquer forma, se o SIM tivesse ganho, seria pelas razões contrárias às que ela invoca.
A maioria dos franceses não conseguiu ver a floresta, encalhou na árvore - seja ela a raiva a Chirac e o seu rafareiro governo (por quem essa mesma maioria antes havia votado e por isso agora paga a factura, como a gente está a pagar pelo que o Barroso nos deixou em herança...); ou o emprego perdido ou em risco de ser levado pelas vagas das deslocalizações selvagens.A derrota tem destas coisas, às vezes bate-se com os chifres onde não se quer. Raiva a Chirac (como é possível, um insigne multilateralista?), ao seu rafareiro governo (como os trocadalhos de Ana Gomes são viris!) e pelo emprego perdido à custa das deslocalizações selvagens (não foram selvagens quando se deslocalizaram para França deixando no desemprego os trabalhadores dos locais de onde nessa altura saíram, ou para onde nunca chegaram a ir).
Só que, tragicamente, com o NON, os franceses nem varrem Chirac, nem amainam a ondulação alterosa da globalização. Nos próximos anos, espera-os mais do mesmo... ou pior...Os franceses são o eixo do mal.
Veja-se que passa pela cabeça de Ana Gomes que a suprema missão da Europa no sistema Solar é a de amainar a globalização. Como se a globalização não fosse um processo de cariz caótico, sem centros de decisão, e da qual o país mais populoso do planeta, a China, manobra magistralmente.
A estas pertenças intenções bonançosas, os chineses não têm perdido mais do que o tempo suficiente para dizer “Up yours”.
Com um SIM à Constituição, seguir-se-ia derrotar a direita em 2007 e mandatar quem ganhasse para trabalhar por uma Europa mais integrada, mais forte e mais eficaz a contribuir para regular a globalização.IoooooI. Isto parece um discurso do Averel (Lucky Luke) ou do Obelix (talvez mais este último, porque o outro é bushista).
Regular a globalização … e ela a dar-lhe. Se os franceses tiverem dois dedos de testa (o que parece confirmar-se) perceberão que Ana Gomes os alicia para a cura do cancro através de extracto de sumo de teia-de-aranha.
Era uma avenida que se lhes abria - poderia percorrer-se com os vagares e labores necessários para arranjar os canteiros e até retemperar numa esplanada.... Com um NÃO - ficam com um beco em Nice... e provavelmente ver-se-ão obrigados a reduzir a horta lá instalada (pois poderá lá perder-se a oportunidade de dar a machadada que há muito se impunha na iníqua PAC?).Aqui entramos no discurso ao sabor de Sharon … terra prometida, paraíso … A referência a “beco” deve ter a ver com a Faixa de Gaza.
Levei o murro do resultado há uma hora e meia, acabada de aterrar em Bruxelas de uma Assembleia Parlamentar da NATO em Liubliana, onde integrei a delegação do PE. Durante os últimos dois dias, inúmeras foram as referências «esperançosas» nos resultados do referendo em França que ouvi a «atlanticistas» de diferentes matizes e níveis de sofisticação.Pois claro. Ana Gomes e o seu clube de iluminados, Com aqueles que acham que o mundo está em suspenso até que a Europa se lhe apresente, com a constituição aprovada, debaixo do braço, para lhe dizer como finalmente se vai domesticar a globalização. Já agora, se Ana Gomes quer saber como consegue um país relativamente pequeno enfrentar a globalização e dela tirar partido, sem constituição europeia e não pertencendo ao clube dos iluminados, pergunte a Tatcher e Blair. Eles explicam.
Escrevo a quente e provavelmente não devia. Mas, confesso, o que mais me enoja é a rapaziada fabiusista, que seguiu carneiramente o chefe esfomeado de projecção presidenciável e para isso violou as mais elementares regras do jogo democrático, ao ir contra o resultado do referendo interno do PSF. Alguns deles/delas, meus colegas no Grupo socialista no PE, que até votaram a favor da Constituição na Convenção! Qual será a cara dessa gente, quando os/as encontrar depois de amanhã em Tallin, onde o Grupo vai reunir ? É que eles sabem bem que o resultado para que contribuiram arreganha sorrisos escarninhos em Washington e Pequim e suspiros de alivio e desforço em Londres.Será que nem assim Ana Gomes percebe que os europeus se estão absolutamente nas tintas para a Europa? Que esta coisa de “europeus” não passa da forma de designar os mânfios que habitam a zona geográfica a que se chama Europa? Será que Ana Gomes não percebe que qualquer assunto do país de origem de um qualquer europeu, por mais comezinho que seja, é mais importante do que os planos da pólvora que um grupo de iluminados andam a parir?
Valha-me o meu habitual optimismo - descarregar isto, já mo começa a devolver! De qualquer mal se pode extrair algum bem.... Ele há Europa para além do referendo em França. Venha o nosso! Só o prazer de discutir a UE com os portugueses, como apesar de tudo os franceses discutiram, já faz o exercício valer a pena. É que não pode mesmo haver mais Europa sem ganhar para ela os europeus!Que descarregue, e que não se esqueça de puxar o autoclismo. Quanto ao sucesso (na óptica dela) do referendo em Portugal, talvez resulte se Ana Gomes for vender a pescada dela, para os polos, aos pinguins.
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17/06/2005
Suborno multilateralista
Não posso deixar passar em claro mais um exemplo da dualidade de critérios da esquerda portuguesa (pelo menos).
Ficou-se a saber que membros do gabinete de Lula da Silva subornam deputados do Congresso brasileiro.
Se o caso se tivesse dado com a administração norte americana não faltaria. E quer a esquerda que o Brasil passe a ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU …
Também ali, usando palavras da esquerda, “é tudo uma questão de dinheiro”.
A propósito: ainda alguém se lembra deste outro muro?
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Missão a Plutão chega, para testes, à NASA
Sumário – (13 de Junho de 2005).
À excepção de Plutão, todos os planetas do nosso sistema solar foram já visitados.
A sonda que completará o conjunto de visitas, New Horizons (Novos Horizontes), chegou ao Centro Espacial Goddard, da NASA, para testes pré-voo.
Se tudo correr bem, a New Horizons será lançada por um foguetão Atlas 5, da Lockheed Martin, em Janeiro de 2006, e chegará a Plutão e à sua lua Charon em 2015.
A sonda ficará no centro Goddard durante três meses para que os técnicos a possam fazer passar por uma série de testes de forma a certificarem-se de que está em condições de viajar num foguetão.
Artigo completo (em inglês) aqui.
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16/06/2005
Noites +
Mais uma vigarice das almas da PT.
A PT enviou-me esta bela prosa:
Por ela fiquei a saber que os querubins da PT me estava a impingir um serviço que não tinha contratado (venda forçada).
Ligando para lá, fui informado de que aquilo era tudo para meu bem, que se no fim não quisesse a “oferecida” felicidade podia desistir. Mas sou também informado de que teria que ser eu a dar esse passo, pelo que só pude concluir que me estavam, de facto, a impingir qualquer coisa.
Perante a minha fúria, a alma esclarece (ou inventa), que afinal haveria um contacto final: alguém daquele paraíso me telefonaria para obter uma confirmação final de adesão ao serviço. Perante a minha insistência em saber o que aconteceria nos vários cenários possíveis, sou informado que, se não conseguissem falar comigo (dando de barato que alguma vez tentariam), me viriam a debitar aquilo que nunca teria encomendado.
Estava eu a trepar pelas paredes quando a alminha com quem falava se voluntaria para me retirar a “oferta”. Concordei.
Passados uns dias recebo esta outra missiva:
O problema é então do computador … e demoraram 15 dias a perceber isso. Claro que nunca recebi qualquer postal.
Diz então a PT que a carta inicial pretendia relembrar a oferta, mas … dando simultaneamente conta de que a PT tinha registado a activação. Se tinham registado a activação (pressupondo-se que o cliente a tinha aceite na sequência do envio do postal) não podia deixar de ser absurdo relembrar a oferta, porque teria já implicitamente sido aceite.
Entretanto, enquanto telefonicamente lhes cascava, nunca me falaram do famigerado postal – pois claro.
Tudo não passou de mais uma aldrabice semelhante à da taxa de activação, seguida de uma tosca tentativa de encapotamento.
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A PT enviou-me esta bela prosa:
Por ela fiquei a saber que os querubins da PT me estava a impingir um serviço que não tinha contratado (venda forçada).
Ligando para lá, fui informado de que aquilo era tudo para meu bem, que se no fim não quisesse a “oferecida” felicidade podia desistir. Mas sou também informado de que teria que ser eu a dar esse passo, pelo que só pude concluir que me estavam, de facto, a impingir qualquer coisa.
Perante a minha fúria, a alma esclarece (ou inventa), que afinal haveria um contacto final: alguém daquele paraíso me telefonaria para obter uma confirmação final de adesão ao serviço. Perante a minha insistência em saber o que aconteceria nos vários cenários possíveis, sou informado que, se não conseguissem falar comigo (dando de barato que alguma vez tentariam), me viriam a debitar aquilo que nunca teria encomendado.
Estava eu a trepar pelas paredes quando a alminha com quem falava se voluntaria para me retirar a “oferta”. Concordei.
Passados uns dias recebo esta outra missiva:
O problema é então do computador … e demoraram 15 dias a perceber isso. Claro que nunca recebi qualquer postal.
Diz então a PT que a carta inicial pretendia relembrar a oferta, mas … dando simultaneamente conta de que a PT tinha registado a activação. Se tinham registado a activação (pressupondo-se que o cliente a tinha aceite na sequência do envio do postal) não podia deixar de ser absurdo relembrar a oferta, porque teria já implicitamente sido aceite.
Entretanto, enquanto telefonicamente lhes cascava, nunca me falaram do famigerado postal – pois claro.
Tudo não passou de mais uma aldrabice semelhante à da taxa de activação, seguida de uma tosca tentativa de encapotamento.
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Ode à Lazeira
O Chico Malhado e o Baltazar Pintado
De corpinho estiraçado
debaixo de uma figueira
Estava o Chico Malhado
mais o Baltazar Pintado
dois campeões da lazeira
O Malhado a bocejar
passando a mão pelo rosto
perguntou, Ó Baltazar
quem gosta de trabalhar
não achas que tem mau gosto??
Camarada mandrião
diz o outro com ripanço
Tens muita muita razão
Sou da tua opinião
Bendito seja o descanso!!...
Trago um projecto na mente
um engenho mui perfeito
carrega-se unicamente
num botão e de repente,
aparece tudo feito
Diz o Malhado, isso amigo
é uma grande invenção
mas escuta bem o que te digo
não deves contar comigo
para carregar no botão!!
Autor desconhecido
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15/06/2005
Pausas … à Oliveira Salazar
Em relação à realização do referendo sobre a Constituição Europeia, o Governo, pela boca de Freitas do Amaral (que acusa a administração norte americana de estar cheia de trastes de pendor nazi), admite fazer uma “pausa para reflexão”.
Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, admite que, perante a “propagação*” das votações a favor do não (França e Holanda), se suspendam, até melhores dias, os restantes referendos.
Fica-se a saber que na Europa só se fazem referendos quando os resultados sejam favoráveis às visões das classes dirigentes. Vão-se fazendo sondagens, e quando previrem a vitória aos pontos de vista dos iluminados, … vota-se.
Porque não se simplificam as coisas imprimindo nos votos referendários exclusivamente os “sins” ou os nãos” que as luminárias achem ser as escolhas correctas?
Oliveira Salazar era mestre em criar as condições necessárias a que as votações resultassem no que muito bem entendesse …
Nota: Suponho que ele tenha dito “contaminação” (ouvi na rádio enquanto conduzia), mas só encontro referências a “propagação” – talvez a memória me esteja a trair. Esta correcção foi feita posteriormente à publicação deste artigo.
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A Supernova que não deixou qualquer núcleo
Sumário – (6 de Junho de 2005) Quando a supernova 1987A estoirou na Grande Nuvem de Magalhães, era a mais próxima supernova em mais de 300 anos, e era uma boa oportunidade de estudar de perto uma destas raras ocorrências.
No centro do anel de detritos em expansão devia ter-se formado uma estrela de neutrões ou um buraco negro, mas até agora ninguém os conseguiu encontrar.
Pode lá estar uma estrela de neutrões, mas nesse caso nem emite qualquer radiação nem suga, dos seus arredores, qualquer material, não podendo, portanto, ser vista ou detectada. Se a estrela de neutrões tivesse, por ano, pelo menos, uma taxa de acreção de 1/5 da massa lunar, deveria ser possível detectá-la.
Desenvolvimento, (em inglês) aqui.
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14/06/2005
Coerência
A morte de Álvaro Cunhal tem provocado comentários chamando a atenção, salvo raras excepções, para o facto de ter sido um dirigente que teria marcado a segunda metade do século XX.
Parece implícito, pelo menos pela falta de nota contrária, que o facto de ter marcado os tais 50, será, por si próprio, um factor positivo.
A verdade é que uma boa colecção de facínoras, igualmente corentes e teimosos, marcaram o século XX, e, salvo raras excepções (cabeças rapadas, por exemplo, e outros afins), não lhes são feitas homenagens de nota.
Simplificando, coerência - especialmente acompanhada de teimosia - não são, por si só, necessariamente, uma coisa boa. É preciso analisar o sentido e as consequências dessas teimosia e coerência.
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Já saíram todos
António Perez Metelo escreve no DN de 16 de Junho:
Mau começo.
"Vão-se embora, já saíram todos!"
O conflito sino-soviético motivou confrontos políticos e ideológicos tremendos entre comunistas e maoístas dentro do campo antifascista.
Um ódio intenso foi cavando uma rivalidade belicosa entre essas duas correntes políticas. Para os "marxistas-leninistas", os militantes do PCP eram "cunhalistas" ou "revisionistas". Aos olhos destes, os membros dos grupos "m-l" não passavam de "esquerdistas, provocadores".
No Forte de Peniche chegou mesmo a passar-se do insulto verbal a confrontos físicos no início dos anos setenta. Quando lá entrei, em Março de 1974, já os dois colectivos estavam separados em pisos incomunicáveis entre si. Chegada a hora da libertação, os presos do colectivo maoísta recusaram-se a ir saindo sem os camaradas que o general Spínola queria manter encarcerados por terem cometido delitos de sangue. Enquanto decorriam as negociações com advogados para resolver o impasse, os presos do PCP foram saindo ao longo da tarde e da noite de 26 de Abril.
Quando, finalmente, todos os presos maoístas passaram o portão exterior do Forte às três da manhã de dia 27, qual não foi o espanto quando ouvimos da boca das nossas famílias o que se passara horas antes. Ao completar a libertação dos seus presos, quadros do PCP disseram aos populares de Peniche, concentrados à saída da prisão, para irem para casa, pois lá dentro já não estava mais ninguém.
O sectarismo cego e obtuso tomou o freio nos dentes ao longo dos meses seguintes, mas veio logo ao de cima quando a liberdade dava os primeiros passos.
António Perez Metelo
08/06/2005
Carrilho e Jardim
Em campanha eleitorais, Alberto João Jardim expõe-se em preparos bizarros de cantorias de Bailinho da Madeira.
Manuel Maria Carrilho explora esposa e filho, exibindo-os.
Só o embrulho parece diferente – a autenticidade só a Jardim pertence.
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O fenómeno Freitas do Amaral continua …
Freitas do Amaral opinou duplamente. Ficámos a saber que, enquanto membro do governo, tem determinada posição sobre o referendo ao tratado. Que pessoalmente tem (em simultâneo) a posição contrária em relação ao mesmo assunto.
Parece que Freitas do Amaral supõe que nos interessa saber o que ele pensa enquanto cidadão. É curioso que ele não opine, sobre o mesmo assunto, enquanto professor universitário, assessor jurídico, ex funcionário da ONU, ex dirigente político, etc, etc. Seria interessante saber de que lado ele estaria em cada uma dessas qualidades. Será que assumiria posições incompatíveis umas com as outras, com toda a naturalidade?
Ou será que ele não destingue, de todo, entre a sua pessoa e o lugar que ocupa?
Já agora lembram-se de quando ele de altercou com o PSD (ou vice-versa) por causa de ter congeminado um parecer jurídico contrário aos interesses de quem o nomeou para a Caixa Geral de Depósitos (o governo)? A mania de defender, em simultâneo, algo, e o seu contrario, já vem de longe.
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Parece que Freitas do Amaral supõe que nos interessa saber o que ele pensa enquanto cidadão. É curioso que ele não opine, sobre o mesmo assunto, enquanto professor universitário, assessor jurídico, ex funcionário da ONU, ex dirigente político, etc, etc. Seria interessante saber de que lado ele estaria em cada uma dessas qualidades. Será que assumiria posições incompatíveis umas com as outras, com toda a naturalidade?
Ou será que ele não destingue, de todo, entre a sua pessoa e o lugar que ocupa?
Já agora lembram-se de quando ele de altercou com o PSD (ou vice-versa) por causa de ter congeminado um parecer jurídico contrário aos interesses de quem o nomeou para a Caixa Geral de Depósitos (o governo)? A mania de defender, em simultâneo, algo, e o seu contrario, já vem de longe.
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01/06/2005
Gato Fedorento
A quem possa interessar, declaro que não tenho, por três razões, pachorra para aturar o Gato Fedorento:
1 - É chato como a potassa (nome dado comercialmente a todas as variedades de carbonatos de potássio impuros)
2 - Porque me parece ser politicamente correcto gostar dele
3 - A maioria das pessoas que encontro, e gostam dele, gostam também de Fahrenheit 9/11
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1 - É chato como a potassa (nome dado comercialmente a todas as variedades de carbonatos de potássio impuros)
2 - Porque me parece ser politicamente correcto gostar dele
3 - A maioria das pessoas que encontro, e gostam dele, gostam também de Fahrenheit 9/11
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A derrocada da Europa
A ler, no Público de hoje (Quarta-feira, 1 de Junh de 2005), o artigo do General Loureiro dos Santos sobre o cenário em que a Europa se encontra (e como lá foi parar, e por quem) face aos chumbos da famigerada "constituição".
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