14/06/2005
Coerência
A morte de Álvaro Cunhal tem provocado comentários chamando a atenção, salvo raras excepções, para o facto de ter sido um dirigente que teria marcado a segunda metade do século XX.
Parece implícito, pelo menos pela falta de nota contrária, que o facto de ter marcado os tais 50, será, por si próprio, um factor positivo.
A verdade é que uma boa colecção de facínoras, igualmente corentes e teimosos, marcaram o século XX, e, salvo raras excepções (cabeças rapadas, por exemplo, e outros afins), não lhes são feitas homenagens de nota.
Simplificando, coerência - especialmente acompanhada de teimosia - não são, por si só, necessariamente, uma coisa boa. É preciso analisar o sentido e as consequências dessas teimosia e coerência.
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