21/06/2005

Vitória, onde?

Os Sindicatos de Professores tinham anunciado que a greve desta semana resultaria na inviabilização de exames. Aliás, nesse sentido, parecia não verem qualquer inconveniente para os alunos, argumentando que eles poderiam efectuar os exames posteriormente.

Podiam ter simplesmente feito greve às aulas, deixando de for a os exames. Mas não.

Vêm agora cantar vitória por terem uma altíssima taxa de adesões.

A verdade é que a vitória (se vitória) é frouxa.

Em primeiro lugar não estão a conseguir boicotar os exames. Em segundo lugar não conseguiram, em boa verdade, boicotar as aulas, porque o ministério o fez administrativamente.

O Ministério pode cantar de galo porque as medidas de serviços mínimos (ou coisa que o valha) resultaram. Pode cantar de galo porque se pode vangloriar de ter sido pela sua acção que os alunos puderam efectuar exames (contra a vontade dos professores), saindo do filme como defensores dos alunos.

Os sindicatos não se podem queixar de excesso de serviços mínimos porque não podem, simultaneamente, reclamar uma vastíssima maioria de adesões à greve e um número excessivo de professores requisitado para os serviços mínimos. Se o número de adesões foi esmagador, então os serviços mínimos uma ínfima percentagem.

Pode ser, na perspectiva dos professores, uma vitória, mas é uma vitória sobre coisa nenhuma.

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