29/01/2007

Vida / não vida

Enquanto a malta do SIM não pegar de frente a história de se saber se até às 10 semanas se trata, ou não, de uma vida, qualquer argumento soará sempre como uma fuga para a frente, e a malta do NÃO saberá muito bem pegar por aí.

Aliás, este meu outro post, antigo, espelha bem a coisa.

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Despenalização / liberalização

Chamar à proposta sobre a história do referendo ao aborto de despenalização do aborto é um eufemismo.

Trata-se, evidentemente de liberalização.

É uma liberalização, e onde está o problema?

Porque tem a malta do SIM (esquerda, regra geral) tanta dificuldade em admitir tal?

É um liberalização que se propõe ... ponto final.

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Debates sobre o aborto

Tenho visto ou ouvido poucos debates sobre a história do aborto. Já aqui escrevi que a generalidade doa argumentos explicitados são de cariz de caceteiro.

Muito embora já tivesse manifestado que, a esse respeito, faço minhas as palavras de Pacheco Pereira, não posso deixar de conceder que a malta do SIM é, regra geral, mais caceteira, labrega, bronca, idiota, etc, no tratamento da coisa que a malta do não.

Digo mesmo: neste, como no anterior referendo, se o não ganhar dever-se-á exclusivamente ao facto do SIM ter tão execráveis excelentes figuras de proa.

A malta do NÃO está sem vergonha e de monas cheias de vácuo. Fazem lembras a velha máxima dos anarcas em relação a Cunhal: têm a tripa cagueira ligada ao cérebro, quando pensam só pensam merda, quando cagam, só cagam sentenças.

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Jornalismo de vazio

A generalidade dos jornalistas, especialmente os de biberão, têm defendido que será irrelevante terem conhecimentos, que a pesquisa resolverá esse problema.

Agora andam queixosos. Parece que não há tempo para pesquisa.

Pois.

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O Estado Sanguessuga

O "aquecimento global" como alavanca para subida de impostos. Não se tratasse de tal, a medida seria acompanhada, noutros campos, por descidas complementares compensatórias.

Outro belo exemplo de Estado Sanguessuga. Subidas de taxas em mais de 10x.

Eles andam aí, e procuram sugar por onde podem. Nem que o alvo já esteja morto.

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Jornalismo de calçadeira

Volta a notar-se a utilização de uma terceira figura, um comentador, como alavanca para que jornalistas abordem determinados assuntos em moldes que, de outra forma, não seriam correctos.

As opiniões de Marcelo Rebelo de Sousa volta a ser usadas por jornalistas para interpelar políticos. Trata-se de uma técnica já usada antes da bronca de Marcelo na TVI.

Uma pergunta que seria inaceitável pela parte de um jornalista, tona-se exequível invocando a opinião de terceiros.

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Ferroadas



Aquecimento Global - ferroada.

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Arauto



A Propósito [Helena Matos no A Blasfémia].

Então, não há marchas pela paz? [no Triunfo dos Porcos].

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28/01/2007

Demasiada falta de dúvidas

[Transcrevo, na totalidade, esta excelente posta de A Destreza das Dúvidas].

Na entrada anterior, disse que gostávamos de ter opiniões antes de informações. Uma vez formada a opinião, toda a informação é lida a essa luz. É particularmente triste que os nossos jornalistas e opinion makers assim o sejam também.

O Sargento e esposa receberam de uma desconhecida, em situação ilegal, uma menina com 3 meses de idade (anexada vinha uma doação notarial). Questionamos a seriedade do casal que fez isto? Questionamos a seriedade de quem adopta uma criança desta forma? Analisamos sequer as consequências (tráfico de crianças) de se generalizarem tais processos? Não, não e não. A todas as perguntas a resposta é só uma: o Sargento é um Pai com P grande.

Confrontado com o nascimento, Baltazar não acredita que a filha seja sua. É normal que alguém que teve uma relação ocasional com uma imigrante ilegal brasileira (que já reconheceu que em tempos se prostituiu) tenha bons motivos para duvidar da paternidade? Não, claro que não. O Baltazar teve dúvidas… é um patife.

O Baltazar disse, desde o início, que se os testes de paternidade o confirmassem, que educaria a sua filha. Elogiamos a sua hombridade? Destacamos a sua vontade de assumir as suas responsabilidades? Não! Acusamo-lo de fazer depender a paternidade de um teste. Indignamo-nos, é perfeitamente comum os homens perfilharem filhos que não sabem se são seus. Aliás, sempre que uma prostituta engravida todos os clientes fazem bicha exigindo a paternidade da criança.

Passam uns inusitados 7 meses desde que Baltazar se disponibiliza para os testes até que os resultados são conhecidos. Podíamos, claro, criticar o Sargento e a esposa por não terem apressado os testes. Afinal, depois da forma como receberam a criança, com uma declaração notarial assinada por uma mulher que não conheciam de lado nenhum, deviam estar ansiosos por regularizar a situação. Mas não, criticamos o Baltazar por não ter apressado os testes. Ficamos indignados por não ter recorrido ao IPATIMUP. Será sequer crível que Baltazar, carpinteiro de profissão, nunca tenha ouvido falar no IPATIMUP? Será admissível que Baltazar tenha confiado nos tribunais e presumido que o processo estava a decorrer com a celeridade normal? Não, claro que não, é um patife que não quer saber da filha para nada.

O Sargento e a esposa têm a Esmeralda há um mês quando sabem que o provável pai quererá a filha. Sete meses depois, ainda Esmeralda não tem um ano de idade, confirma-se. Dada a forma absoluta e obviamente ilegal como receberam uma criança, prontificam-se a entregá-la ao pai? Não. Afinal de contas são uns Pais maravilhosos.

Estivesse eu na pele do Baltazar e contrataria uns marmanjos para assaltar a casa do Sargento e recuperar a filha. Tivesse ele feito isso e teria todos os jornais, jornalistas e opinion makers a seu lado. Mas não, como não disparatou, como não se pôs aos tiros, como (provavelmente) acreditou no sistema judicial, esperou por uma decisão de um Juiz. É um patife, portanto, se fosse um bom pai teria sido pró-activo, em vez de se sentar passivamente à espera de uma decisão do tribunal.

Decisão que chegaria, tinha Esmeralda 2 anos. O Juiz deu-lhe razão. E o Sargento, como bom Pai que é, Pai afectivo e do coração, recusou-se a entregá-la. Não deixa a Esmeralda ver o pai. Não se sabe o seu paradeiro. Não se sabe como será em Setembro quando começar a Escola Primária. Esconde a Esmeralda há três anos. Ninguém se indigna com o Sargento. Afinal, Pai é quem cria (nem que para isso tenha de roubar uma criança com poucos meses de idade). Quem, como o Baltazar, actua sempre dentro da legalidade, sempre recorrendo às instâncias competentes, não merece a filha que fez.

Qualquer facto relatado é interpretado à luz das primeiras impressões: o Sargento é um Pai extremoso e protector, o Baltazar abandonou a filha. Penso que foi a Mafaldinha que afirmou que metade do que os jornais dizem é falso e que metade do que devem dizer não dizem pelo que, na verdade, nem sequer existem. É pena.
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Terroristas: insurgentes, rebeldes, etc.

De notar a forma paulatina como a comunicação social tem deixado de chamar insurgentes aos terroristas que no Iraque assassinam a torto e a direito para lhes passar a chamar rebeldes.

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Arrefecimento global


Aí está o arrefecimento global. Irrefutável.

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Da ciência



[Via Bandeira ao Vento]

Isto é extremamente preocupante ...

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27/01/2007

Arauto



TLEBS: Morreu? YES!

[Via A Blasfémia]

Da estirpe do argumento e do argumentista



Não encontro outra forma de classificar esta declaração de Pinto Monteiro, Procurador Geral da República: disparate total. E ainda por cima demonstrando um enfado pesporrento assinalável. O homem supõe que esse enfado vai moldar o mundo. Coisas.

Então o Procurador não gosta de escrita electrónica. Se calhar a escrita em papel também é pare ele uma modernice abjecta. Deve ter, no gabinete, dúzias de marteladores de pedra. Essa sim, terão classe.

A não ser que ele se refira ao facto de teimar querer ignorar os argumentos dos bloggers por não saber, exactamente, de quem se trata. Então ainda é pior: só lhe interessa verbo vindo de quem ele conheça. Não lhe interessará, portanto, a qualidade do argumento, mas apenas a do argumentista (de acordo com o seu douto critério, evidentemente).

Na melhor das hipóteses, lá terá o Procurador que ver o mundo dele moldado à existência de blogs. Pois é. Vai ficar debaixo de olho e acabará por ser forçado a dar atenção aos argumentos que insiste em ignorar. É o que acontece a que insiste recusar a realidade.

... ou voltaremos à idade média.

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26/01/2007

Caso Esmeralda, tal como a lei a vê

[Via In Verbis.]


Resenha cronológica

Esmeralda Porto nasceu no dia 12 de Fevereiro de 2002 tendo sido registada como filha de pai incógnito.

Em Maio de 2002 a mãe Aidida Porto, através de terceira pessoa (não conhecia o casal) entregou a menor ao casal acompanhada de um declaração "Entrego-a ao Sr. Luís Manuel e Sra. D. Maria Adelina ...., casados um com o outro, para que seja adoptada plenamente pelos mesmos, integrando-se na sua família, extinguindo-se desta forma as relações familiares existentes entre mim Aidida Porto .... e Esmeralda Porto. Desde já dou autorização aos referidos Sr. Luís Manuel Matos Gomes e Sra. D. Maria Adelina ... para a abertura do respectivo processo de adopção e para todos os actos que levem ao bom termo do mesmo" (foi considerado provado nos autos de regulação do poder paternal).

Em 11 de Julho de 2002 o pai biológico é ouvido pela 1º vez no âmbito do processo de averiguação oficiosa da paternidade (nº209/02) no T.J. da Sertã disponibilizando-se a fazer exames (a mãe teria tido várias relações sexuais com outros indivíduos).

A criança é levada pela mãe a fim de fazer os exames hematológicos em Outubro de 2002 (estando nessa altura com o casal há cerca de cinco meses).

Em Janeiro de 2003 é remetido ao tribunal judicial da Sertã (processo de averiguação oficiosa da paternidade (nº209/02)) o resultado do exame concluindo-se pela paternidade do assistente Baltazar.

Em 20 de Janeiro de 2003 e à margem da do C.R.SS, invocando terem sido juridicamente mal patrocinados o casal intenta no Tribunal judicial da Sertã processo de adopção.(tinham consigo a criança desde Maio, não se inscreveram, nem estavam inscritos anteriormente, no CRSS como casal candidato a adopção.)

Baltazar é notificado, nos autos de averiguação da paternidade comparecendo no tribunal (Sertã) perfilhando de imediato a menor no dia 24 de Fevereiro de 2003. (fols 15 e 16 do processo crime).

No dia 27 de Fevereiro de 2003 o pai biológico vai aos serviços do MºPº da Sertã dizendo que quer regular o poder paternal da filha, esclarecendo que desconhece o seu paradeiro mas que a irá procurar. (ficha de atendimento de fols 21 do processo crime).

"Nesta altura" - não tenho presente a data - é instaurado processo administrativo para regulação do exercício do poder paternal. (fols 28 do processo crime)

É feito o averbamento da paternidade na respectiva certidão com data de 09 de Maio de 2003.

Dia 12 de Junho de 2003 volta a insistir junto do MºPº dando indicações do eventual paradeiro da filha (ficha de atendimento de fols 21 do processo crime).

No âmbito do processo administrativo é ouvida a mãe a 26 de Junho e o pai a 8 de Julho de 2003. (fols 29 e 32 do processo crime).

Tendo sido remetido (processo administrativo) para o MºPº de Torres Novas.

Em Setembro de 2003 (pela 1º vez) o casal apresenta-se no CRSS de Santarém como candidato à adopção.

O processo de regulação do poder paternal dá entrada no Tribunal judicial de Torres Novas no dia 16 de Outubro de 2003.

A fosl. 17 da RPP na data de 17 de Novembro de 2003 foi feita a conferência de pais , não havendo acordo e tendo sido indicada a morada do casal que estava com a menor, foi designada para o dia 27 de Novembro de 2003 a audição do casal. (não comparecerem dado a notificação ter ocorrido próximo da data designada - fols 47 e 48).

Com data de 25 de Novembro de 2003 a mãe da menor apresenta as suas alegações, requerendo a atribuição do exercício do poder paternal, e referido nos art.ºs 26º e SS. que tem procurado a menor, que o casal se recusa a recebê-la e até a atender os seus telefonemas, tendo recebido ameaças de que seria denunciada aos serviços de Estrangeiros e Fronteiras, que ficasse de bico calado , temendo assim pela sua situação, mas que queria a menor consigo, tendo até já recorrido a serviços de detective particular (fols.20).

No dia 15 de Dezembro de 2003 é ouvido o casal, que nesse acto, juntou procuração a favor do Dr. José Vasconcelos Abreu (acta de fols 86.).

No dia 11 de Janeiro de 2004 o CRSS de Santarém intenta processo de confiança judicial da menor, a favor do casal alegando que o pai a abandonou.

Na sequência foi solicitado ao IRS de Tomar que elaborasse inquérito para averiguar tais factos. (concluindo ser o pai uma pessoa capaz trabalhador e com condições morais e económicas para ter consigo a filha ).

A sentença de regulação do exercício do poder paternal é datada de 13 de Julho de 2004.

O casal apesar de não serem parte é notificado de tal decisão.

Interpõem recurso que não é admitido por se entender não terem legitimidade mas, no despacho , é referido que mesmo a admitir-se tal recurso sempre teria efeito devolutivo.

Deste despacho foi interposto recurso paro o Tribunal da Relação de Coimbra que manteve a decisão de não admissibilidade;

Na sequência é interposto recurso para o Tribunal Constitucional (da decisão de não admissibilidade , por ilegitimidade dos recorrentes para impugnarem a decisão sobre a regulação do poder paternal). Este recurso estará pendente no Tribunal Constitucional. Há cerca de dois anos.

Quanto ao restante - tentativas de entrega da menor, com equipa de pedopsiquiatras e IRS de prevenção para se proceder à entrega da menor .- com algum período de transição; que até á data de hoje não se concretizarem apesar das inúmeras diligências junto da PSP do Entroncamento, de Torres Novas, da PJ- constam do acórdão aqui disponibilizado em texto integral.

"3- Nos autos do Processo de Regulação do Poder Paternal nº 1.1A9/03.3TBTNV, do 2° Juízo do Tribunal Judicial da comarca de Torres Novas, foi proferida sentença, datada de 13 de Julho de 2004, que determinou, a atribuição ao assistente Baltazar ..., pai da menor Esmeralda Porto, o desempenho do poder paternal. Doc. de fols. 46 cuja certidão se encontra junta a fols. 507 a 529.

4- Desde essa data, é o assistente Baltazar .... que detém o exercício da autoridade paternal sobre a menor Esmeralda, a qual ficou confiada à sua guarda e cuidados. ( Matéria de direito)

5- Tendo sido devidamente notificados da sentença que regulou o poder paternal da menor Esmeralda, referida em 3), o arguido e sua esposa Maria Adelina interpuseram recurso de tal, decisão. (doc. fols. 531)

6- No entanto, foi proferido despacho no processo referido em 3) que decidiu não admitir tal recurso, porquanto se considerou que o arguido e Maria Adelina e Luís Gomes não tinham legitimidade para impugnarem a decisão, que regulou o exercício do poder paternal. (doc. de fols. 532)

7 - Actualmente e contra a vontade do pai da menor Esmeralda, o assistente Baltazar Nunes, aquela vive com a arguida Maria Adelina, em parte incerta. (despacho de fols. 1124 e Doc. 384, 409, 420, 1315, 1320 e 1321, despacho de fols. 1386)

8- Sendo certo que o arguido Luís conhece o lugar onde a menor, Esmeralda se encontra. ( informação da PJ de fols. 1533)

9- Desconhecendo-se se o arguido e Maria Adelina continuam a morar juntos com carácter de habitualidade, bem como se o arguido Luís vive diariamente com a menor Esmeralda. (confrontar os doc. de fols. 352 a 359, 364 a 372, 384 e 632, 633 (diligências efectuadas nos autos de regulação do poder paternal)-fols. 487--fols.494 - fols.409, despacho de fols. 420

10- Por outro lado, o arguido e esposa alteraram, em termos práticos de tratamento, o nome de Esmeralda para Ana Filipa, como lhe chamam e intitulam-se de seus pais. (certidão da sentença de regulação do Poder paternal; consta ainda da ficha clínica da menor de fols. 1520, 1522 e 1523).

11- O arguido Luís Gomes e Maria Adelina, recusam-se a entregar a menor Esmeralda ao assistente Baltazar Nunes.

12- Tal sucedeu, nomeadamente, em de Julho de 2004, junto às instalações militares onde o arguido Luís Gomes trabalha, no Entroncamento, altura em que o assistente Baltazar .... solicitou arguido Luís que lhe entregasse a menor Esmeralda.

13- Tendo-lhe este dito que a menor estava de férias com a arguida Maria Adelina não revelando o local.

14-E não obstante as diversas tentativas encetadas pelo assistente Baltazar ....., este, mercê da actuação conjugada do arguido Luís Gomes e Maria Adelina, nunca logrou que lhe fosse entregue a menor Esmeralda.

15- Ora porque o arguido mudava regularmente de residência, entre o Entroncamento, Torres Novas, quer porque quando o assistente Baltazar .... tocava à campainha da porta onde estavam a residir o arguido Luís e a esposa não obstante existir ruído e luz no interior da residência, ninguém abria a porta.

16- O arguido também não permitiu que a mãe da menor Esmeralda, Aidida Porto, a visitasse. ( Doc. de fols. 30 e decisão da regulação do poder paternal de fols. 51).

17-Foi expedida carta precatória para o Tribunal do Entroncamento, para se proceder à entrega da menor Esmeralda, porquanto o arguido Luís Gomes e Maria Adelina estariam a viver naquela localidade. (doc. de fols. 563 a 470 )

18- Após terem sido contactados pelo Instituto de Reinserção Social, a fim de serem esclarecidos da entrega da menor Esmeralda ao assistente Baltazar ...., o arguido Luís Gomes e Maria Adelina, em circunstâncias não concretamente apuradas, mudaram a sua residência para Torres Novas. (doc. de fols. 572 a 577)

19- Frustrada aquela entrega, foi designado o dia 10 de Fevereiro de 2005, pelas 14 horas, no Tribunal de Torres Novas para o arguido e Maria Adelina comparecerem acompanhados da menor Esmeralda, a fim de se proceder à entregada mesma.(doc. de fols. 582 )

20- O arguido e Maria Adelina não compareceram porquanto não foi possível notificá-los porque os mesmos tinham mudado novamente de residência, para o Entroncamento, e estariam no Alentejo, naquele dia. (doc. de fols. 587, 592 e 593)

21- Foi designado o dia 25 de Fevereiro de 2005, pelas 11 horas, no Tribunal de Torres Novas, para o arguido e Maria Adelina Gomes comparecerem acompanhados da menor Esmeralda a fim de se proceder à entrega da mesma. (doc. de fols. 110 a111.)

22- Da marcação desta data para a entrega da menor foi o arguido Luís Gomes notificado pessoalmente, não tendo sido possível notificar pessoalmente a Maria Adelina. (doc. de fols.609 e 610 e 617 ).

23- O arguido e a esposa Maria Adelina não compareceram nesse dia.(doc. de fols. 618 e 619)

24- Foi designado o dia 09 de Março de 2005, pelas 14 horas, no Tribunal de Torres Novas, para o arguido e Maria Adelina comparecerem acompanhados de Esmeralda, a fim de se proceder à entrega da mesma. (doc. de fols. 618 )

25-No dia 9 de Marco de 2005 apenas compareceu o arguido Luís Gomes, não trazendo consigo a menor nem prestando informações sobre o paradeiro da mesma ou da esposa Maria Adelina. (doc. de fols. 628 )

26-Quanto à arguida Maria Adelina, desconhece-se o paradeiro da mesma, sendo certo que o arguido vem mudando de residência para, sucessivos locais, entre Torres Novas e o Entroncamento.

27 - Nomeadamente já foi indicada como residência do arguido a Rua da Barbias, Rua da Várzea e a Urbanização Cancelado Leão, todas em Torres Novas, e a Rua ......, no Entroncamento. (doc. de fols. 681 a 690 meramente exemplificativos de todo o processado.)

28- Pelo que o assistente Baltazar Nunes desconhece o paradeiro da menor Esmeralda, não sabendo onde a mesma mora, não podendo educá-la, proteger a mesma e tê-la consigo, na sua casa.

29-Os esforços já desenvolvidos para que a menor Esmeralda seja entre à guarda e aos cuidados do assistente Baltazar, Nunes foram sempre obviados pela actuação do arguido e Maria Adelina, quer com a denegação expressa da tradição da menor para o assistente, quer com o ocultamento do local onde a mesma se encontra, mudando por diversas vezes de residência. "

O turco e a filha.



Cultura alternativa: o turco e a filha.

Entretanto...

Por outro lado, ainda por ali há adultério.



Tudo pessoal pacífico.

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Arauto



Sobre o Aborto, de Pacheco Pereira, (no Abrupto), assino por baixo.

Directamente sobre o assunto, nada mais direi.

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23/01/2007

Aborto de argumento



Nesta história do referendo ao aborto, a que alguns tautólogos insistem chamar de IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez (à bica também se pode chamar de infusão hidrocompressa de café), desfilam, dos dois lados, argumentos geralmente caceteiros.

De entre a serradura argumentativa, ressalta um: o de Marcelo Rebelo de Sousa.

Este argumento, o mais espantoso de todos eles, é ridículo, disparatado, absurdo. Tão absurdo que podia ser usado para ambos os lados.

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19/01/2007

O relógio de ponto



Então parece que o ministro da Saúde, Correia de Campos, vai legislar no sentido de autorizar médicos que trabalhem apenas 4 horas (controladas, pois claro) a manterem lugares de chefia no sector de medicina privada.

Será que tem a ver com esta outra história? Será que a rapaziada estava a trabalhar apenas 4 horas (com boa vontade) recebendo 8?

Será que o relógio de ponto tornou claro que arrecadavam ao bolso, sem contrapartida em trabalho, 50% daquilo que o estado lhes pagava?

As negociações prevêem-se "demoradas" diz o ministro. Pois é: a vingança serve-se fria. Não há problema. Demorem o tempo que quiserem, porque o relógio de ponto só conta quando deve.

Viva o relógio de ponto POR IMPRESSÃO DIGITAL.

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Ciência: Efeito Al Gore



O mundo tem destas coisas ...

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Venezuela: buraco negro ataca



A Venezuela está a ser atacada por um buraco negro.

Pouco a pouco, aquele povo vai entrando na espiral de onde, após emissão de maciças quantidades de radiação mortal, não sairá tão cedo.

Talvez venha ainda a ser salvo por um golpe militar qualquer que, com um pouco de sorte, fará o que fez Pinochet. Dificilmente fará melhor que Pinochet, provavelmente fará pior, mas fará certamente melhor que o cancro que agora por ali rasteja.

Leia-se isto [via O Insurgente].

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18/01/2007

Aborto

Nesta história do aborto, é difícil encontrar um argumento que faça algum sentido, seja de que lado for.

Quanto tiver tempo, escreverei algo sobre a tricotomia esquerda/despenalização/liberalização.

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17/01/2007

Arauto



Grande Homem [via Kontratempos].

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Mesquitas do Reino Unido

Documentário do Canal 4, inglês, Dispatches: Undercover Mosque
Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6
Não é tudo rapaziada bacana?

[Via American Congress for Truth]

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14/01/2007

Aristides de Sousa Mendes



Fiquei espantado por ver Aristides de Sousa Mendes nos 10+ da RTP.

Curioso. Muito curioso.

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Israel na CE



O golpe de mestre:
I have recently suggested that it is in Israel's national interest to join the European Union and the North Atlantic Treaty Organization (NATO).

Sugeri recentemente que é do interese nacional de Israel aderir à união europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN / NATO).
Afirmou o Ministro dos Assuntos Estratégicos israelita Avigdor Lieberman [via Relações Internacionais].

Quero ver que razões encontrará a União Europeia para encarar a entrada da Turquia e recusar a de Israel.

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500



500 posts ... and counting.

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"... o aluno tira o chapéu"

Apanhei hoje, de raspão, na Euronews, uma frase de Sarkozy:
Numa república, quando o professor entra na aula o aluno tira o chapéu.
Pelo que há hoje necessidade de se falar, percebe-se a que ponto chegou a França ...

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Arauto



Ana Gomes e os voos da CIA pelas Lajes [via Bloguítica]

Há Muros e Muros [no Relações Internacionais]

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13/01/2007

11/01/2007

09/01/2007

Bugs

No Observatório da Jihad, pode ler-se:
"[...] o Ocidente é como um computador cujo hardware tem uma grande potência, mas o software apresente bugs virtualmente fatais. Desses bugs, três são dignos de nota — o pacifismo, o ódio de si mesmo e a presunção
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05/01/2007

"A maluquinha dos OVNIS"



Não resisto a transcrever esta posta do Lidador (via Blasfémias).
Ana Gomes insiste em servir-nos peixe.

Há 30 anos, peixeirava na esquerda tonta, convencida, como ainda está, que engoliu o garfo da inteligência e que é a fina-flor do entulho.

A mulher, além de grosseira, feia e inconveniente, é de uma estupidez que raia o inacreditável.

As peixeiradas sucedem-se a um ritmo alucinante e nem vale a pena escavar muito na memória:

Há menos de 2 anos, a sua obsessão contra as eleições na Etiópia causou grandes danos à imagem da Europa, tendo acabado por ser ostracizada por toda a gente, quando resolveu, à revelia do mais elementar bom-senso, apoiar os comunistas herdeiros do sangrento regime de Mengistu.

Há dias, a propósito da morte de Pinochet, escreveu um odioso texto, que revela bem o primarismo burgesso que (mal) se esconde por detrás do seu facies. Que ia abrir uma garrafa de champanhe, zurrava!

Perguntada que champanhe abriria quando morresse Fidel Castro, disse que "Não o ponho no mesmo plano que um Pinochet"

Porquê?, perguntou-lhe a jornalista Helena Pereira.

"Porque há em Cuba "aspectos extremamente positivos", respondeu a alarve.

Ou seja na inacreditável abóbora de Ana Gomes, basta que haja "aspectos positivos" (ou que ela considere como tal), para que se justifique a fome, a miséria, a repressão, o totalitarismo, a chacina de mais de 30000 pessoas, a deportação de centenas de milhar, a falta de liberdade, etc.

Mas o pior é a obsessão antiamericana de Ana Gomes.

A mulher está possessa e embarcou numa viagem paranóica onde já não consegue distinguir a verdade da especulação, a realidade da ideologia, as provas das convicções. Nesta história dos "voos da CIA", parece uma daquelas maluquinha dos OVNI. Só acredita naquilo em que já acreditava e nenhuma prova, estudo, ou comissão, pode concluir o contrário daquilo em que ela acredita.

Provas? Não são necessárias. Ana Gomes, como todas as peixeiras, sabe que o seu peixe é o mais fresco do mundo e aposta nisso todo o pelo rijo que lhe aflora a venta.

Já ninguém a pode ver à frente e é hoje ostracizada por toda a gente sensata e racional.

Como pode uma pessoa destas ser eurodeputada por Portugal ? Porque razão elegemos a estupidez em forma de gente, para nos representar? Que andava na cabeça de Ferro Rodrigues quando resolveu torpedear o seu próprio partido com tal cromo.

Acabará por se auto-destruir e despejar os seus ossos no Bloco de Esquerda, como é evidente, mas entristece-me que a sua desbragada ânsia de protagonismo antiamericano esteja a dar uma péssima imagem das mulheres portuguesas.

Temos muitas, muitíssimas senhoras. Porque raio fomos escolher uma peixeira de mão na anca?
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03/01/2007

Médicos ...

Os médicos que "apresentaram"a sua demissão do Pedro Hispano não parecem estar bons da cabeça.

Apresentaram a demissão porque não queriam que lhes controlassem as horas de entrada e saída.

Afinal apresentaram a demissão de forma ilegal, porque, afinal, não queriam apresentar a demissão.

Depois vêm dizer que ainda vão ver, até Fevereiro, em que consiste esse controlo horário. Não se percebe porquê se, pelo seu ponto de vista, apresentaram a demissão.

Se o sistema não lhes interessar, entregarão então a demissão individualmente.

...


Porque é que os médicos em causa não apresentaram a demissão dos locais onde estão habitualmente a trabalhar, em sobreposição ao horário que deveriam cumprir no Pedro Hispano? Se calhar porque seriam imediatamente corridos.

As posições do sindicato que os representa e da Ordem dos Médicos só merecem uma classificação: abjectas.

Tenham vergonha.

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Actualização
[via Blasfémias].

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Com a qualidade DN

O DN e as suas "fontes"(?).

Via Bloguítica.

Um dos jornalistas, respondeu a coice.

Via Hoje Há Conquilhas.

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29/12/2006

Clone de Allende

Hugo Chávez, ditador de meia tigela, prossegue, em postura labrega, rumo à meta de futuro Allende da Venezuela.

[via Reuters]
El presidente Hugo Chávez, que ha prometido profundizar su revolución socialista, advirtió en la víspera a los accionistas de la empresa que "prepararan sus maletas," porque no se renovaría la concesión por considerar que RCTV "favorece al golpismo y actúa contra el pueblo."

...

Granier declaró el jueves a medios locales que la concesión de su canal, que según la ley debe extenderse por 20 años, fue renovada en el 2001. Sin embargo, Lara afirmó que en esa fecha sólo se levantó un registro de operadores y no una renovación.
Pelo andar da carruagem só um golpe limpará o poder da cancerígena presença de Chavez, mas anos terão que decorrer até que o país volta à estaca de onde se tem vindo a afundar.

Quando finalmente (e a que preço?), a Venezuela de lá conseguir sair, a culpa recairá exclusivamente no ditador que se lhe seguir, simplesmente porque este sabujo tem 'pinta' de ser de esquerda (é pela generalidade dela como tal reconhecido).

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26/12/2006

Nova fixação

Esta fixação da comunicação social na história de Rui Rio não ter dado tolerância de ponto é inqualificável.

22/12/2006

Causa

Combata o spam! Carregue aqui!

Liberdade de opinião

No passado dia 12, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irão, foi apupado por alunos da Universidade de Amir Kabir, em Teerão.

Aqui está o resultado.

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21/12/2006

Arauto



Carta de Donald Knuth ao Departamento de Patentes dos EUA.

Via Lasers in the Jungle.

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20/12/2006

Cuba: amanhã cantante

Via Kontratempos:

No Pública:
«"Em Cuba vive-se mal e é preciso estar sempre a inventar para no final do dia ter o que comer", diz Luís, 46 anos, vendedor de frutas no Mercado de Quatro Caminhos em Havana. "Não sei o que vai acontecer aqui, ninguém sabe, mas tenho um filho com 20 anos e só queria que ele fosse para outro país, onde tivesse mais possibilidades." (...)»

«"Os que mais se devem preocupar são os altos dirigentes que vivem nas mansões mais luxuosas de Cuba arrebatadas às classes altas. Só Fidel Castro tem 57 residências espalhadas por todo o país. Fizeram de tudo nestes anos. Repartiram entre si o pouco que ia restando com entusiasmo de piratas." É no Vedado, parte nobre de Havana, que vivem os altos funcionários do Estado e se situam as embaixadas. Uma zona que contrasta com os edifícios velhos e degradados do resto da cidade, onde numa só casa chegam a viver quatro gerações de uma família. "Não penso que os cubanos do exílio estejam dispostos a entrar em conflito com os seus compatriotas por uns metros de barracas. Muita gente sabe já que as casas são tumbas provisórias." (...)»

«Com um ordenado mínimo que não chega aos dez euros, a "luta é grande", assegura Pedro, 53 anos, distribuidor dos correios. "Entre a compra de alguns alimentos e o pagamento da luz, pouco resta ao final de uma semana." As mercearias estão sempre cheias. De caderneta de racionamento na mão, os cubanos enfileiram-se à espera de adquirir os produtos subsidiados pelo Estado: arroz, feijão, açúcar, sal, ovos, azeite, café, carne e peixe. "Isto é uma ajuda, mas não chega. A verdade é que os salários são baixos e os produtos caros." Pedro vive com a mulher, educadora de infância, e as duas filhas numa casa muito degradada. As paredes têm rachas profundas e o tecto ameaça cair. Depois de sair do trabalho, Pedro arranja frigoríficos para "tentar ganhar mais algum" e "não passar fome". Uma actividade que "é ilegal", diz com um sorriso irónico. (...)»

«(...) Devido às restrições impostas pelas autoridades, hoje são poucos os que trabalham - de forma legal - por conta própria. À margem da lei, a realidade é outra. "Não há um cubano que não tenha o seu negócio. O Governo quer o quê? É a única maneira de sobreviver." A opinião de Pedro é partilhada por Raúl Rivero, para quem a solução é "liberalizar a economia". Ou seja: "Abandonar os mecanismos de controlo do Estado e retirar as mãos sujas das pandilhas de lerdos com cartão do partido que tudo dirigem com uma ineficácia que conseguiu manter a caderneta de racionamento desde 1964 até aos dias de hoje. Uma gestão de energúmenos que, em meio século, não conseguiu fazer com que o povo almoce com decência."»

«Com um apertado sistema de vigilância, o Governo de Fidel tenta evitar o contacto entre cubanos e estrangeiros. (...) Apesar do controlo, não raras vezes, há quem peça "uma ajuda". Qualquer coisa serve: sabonetes, pasta de dentes, roupa, comida ou um dólar "para comprar leite para os filhos". (...)»

«"O Governo de Fidel não quer admitir, mas o problema é que hoje há tanta ou mais prostituição e corrupção do que durante a ditadura de Batista", assegura Pedro. É ao final do dia, junto ao Malecón, que jovens de mini-saia e pronunciados decotes metem conversa com os estrangeiros. Convidam-nos para dançar e algumas, mais atrevidas, perguntam se não têm curiosidade em saber "como é que uma cubana faz amor". "No final", garante Pedro, "querem sempre o mesmo: dinheiro ou um convite para sair do país". Por ter a pele muito clara e o cabelo todo branco, Pedro já foi confundido com um europeu: "Se soubesse falar duas ou três palavras de inglês, até com uma menina de 12 anos ia para a cama." (...)»

«O carácter gratuito do sistema de saúde e educação tem sido uma das conquistas mais emblemáticas da revolução. O exemplo dos EUA - onde a medicina tem um preço elevado - é, aliás, sempre mencionado pelo regime. "O Estado diz-nos que somos os únicos no mundo a ter estes privilégios, mas esquece-se que sabemos pelos turistas que, em muitos países da Europa, a medicina e a educação também não são assim tão caras", afirma Rafael.»

«(...) "Se não há acesso nem a informação, nem a novas tecnologias, como podemos dizer que temos um dos melhores sistemas de saúde e educação do mundo?", questiona Carlos, 69 anos, antigo médico veterinário.»

«(...) Quase todos os cubanos participam em actividades de carácter político, como os Comités de Defesa da Revolução (CDR), as associações ou marchas. "Pode parecer que somos a favor do sistema, mas não temos outra alternativa", diz Carlos. "Por exemplo, se não se aparece para votar, no dia a seguir vêm perguntar-te por que não foste. As eleições são de mentira. Em nenhum lugar do mundo vota 98 por cento da população. Aqui não há liberdade."

O "Granma" e o "Juventud Rebelde" são alguns dos poucos jornais que circulam em Cuba. Cada um não tem mais de oito páginas e as manchetes exaltam os feitos do regime: a saúde, a educação, o desporto e a cultura. Os EUA são o alvo das críticas. Na televisão, há quatro canais oficiais, todos do Governo. A Internet só existe nos hotéis e está proibida aos cubanos. O acesso a livros também é limitado. O falecido Guillermo Cabrera Infante, escritor cubano exilado e Prémio Cervantes 1997, é praticamente desconhecido. Ou, então, lido às escondidas, como tantos outros.

Do mundo, na verdade, pouco se escreve ou fala. O que os cubanos conhecem é através do que lhes contam os turistas ou os emigrados quando visitam o país. "É difícil ter acesso a informação", confirma Rafael. "Há coisas que precisamos saber não só como cubanos, mas também como seres humanos. Os noticiários aqui só passam o que de pior acontece no mundo... É o que eles [os dirigentes do regime] querem que nós vejamos, o que lhes convém." "É um Estado que generaliza o temor e a desconfiança", explica Rivero. "Tem, além disso, a cumplicidade da maioria dos governos do continente que, para manterem calmas as suas esquerdas, tornam-se cúmplices de um ditador."

Durante cerca de duas décadas o jornalista exerceu a sua profissão em Cuba. Descreve assim a experiência: "É quase não viver. É sobreviver. Os jornais diários, a rádio e a televisão reproduzem máximas políticas desacreditadas. Alguns artistas, escritores oficiais e científicos têm correio electrónico através de um servidor do Governo vigiado pela polícia. Há carros russos ou chineses que patrulham as ruas com antenas para detectar sinais de televisão estrangeiros. Só os que servem o Governo é que têm acesso (também limitado) à Internet." (...)»

«Rafael e Javier, ambos músicos, são amigos. Fazem parte dos cerca de 70 por cento de cubanos que nasceram já depois de Fidel estar no Governo. Para eles, a revolução é "algo distante". Querem poder ter um telemóvel, aceder à Internet, comprar um carro ou viajar. E não entendem por que não podem visitar os "cayos" em Cuba (ilhas paradisíacas reservadas aos turistas) ou por que necessitam de uma "carta de invitación" de um estrangeiro (que tem de ser autorizada pelo Governo cubano) para conhecer o mundo. "Há coisas que nunca vamos aceitar", garante Rafael. "Aqui tentam pôr-te palas nos olhos como fazem com os cavalos", acrescenta Javier. "Conformados? Não. Estamos habituados, mas não conformados. Ainda temos esperança."»

Debatamos

15/12/2006

Nem um único soviético

Um interessante pedaço de prosa que encontrei no Da Rússia, de Jozé Milhazes, retirada do livro "Tropas especiais russas em África", do veterano de guerra Serguei Kolomnin.
Quando, em Fevereiro de 1990, as tropas governamentais angolanas, com a participação dos nossos conselheiros, realizaram uma operação para derrotar o agrupamento da UNITA e tomar a sua praça força: Mavinga, a Luanda chegou uma comissão da ONU para realizar uma inspecção. Na véspera, todos os nossos conselheiros e tradutores militares [da União Soviética] que se encontravam em Quito-Quanavale foram urgentemente evacuados, no avião do general P. Gussev, conselheiro militar principal em Angola, para Menong e a nossa missão militar foi encerrada. Quando o comissão terminou o seu trabalho, convencida de que não havia um soviético na região dos combates, todos os militares soviéticos, por ordem do conselheiro militar principal, voltaram para lá... para o lugar onde eles oficialmente não deviam encontrar-se".
Já nessa altura a ONU estava à altura dos acontecimentos.

14/12/2006

A caução

Não resisti a comentar, nestes moldes, este post do Arrastão:

A lógica deste post é surrealista. Então, ir-se a um local para contradizer a teoria reinante, é um acto de dar caução?

E evitar lá ir para a contradizer, não é dar caução por omissão?

...

Nota: onde se lê 'dar caução' lia-se 'caucionamento'. Soava tão mal que substituí.

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Leitura recomendada



Artigo de Cândido Mendes Prudes sobre o falecimento do General Pinochet

Cómo Allende destruyó la democracia en Chile


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Contribuinte duplo pagador

A Comunidade Europeia anuncia uma resolução no sentido de passarem a ser as empresas a demonstrar que as substancias químicas por elas utilizadas não terão impacto à saúde humana. Até agora essa verificação seria feita por organismos estatais.

Não fica claro se as despesas geradas pelos organismos estatais que supervisionavam essas substancias eram pagas pelo erário público dos respectivos países (incluindo Portugal?) ou pelas empresas que recorriam a esses serviços (ou por ambos e em que medida).

Se se tratava do primeiro caso, é de esperar subidas de preço dos produtos gerados pelas empresas fazendo repercutir neles os custos de investigação que ora terão que realizar.

Nesse sentido, e no caso presente, o estado deixaria de ter gastos com essa investigação mas o consumidor final (pagante de impostos) continuará a pagar indirectamente esses custos por via do seu encarecimento.

Mas a directiva não parece esclarecer se convida também os estados a fazerem repercutir em baixa de impostos a despesa que a partir de agora deixarão de realizar ou se se tratará apenas de mais uma manobra de subida de impostos.

Se for o caso, o estado evitará uma despesa cuja verba será proveniente de impostos enquanto o pagador dos mesmos passará a pagar os mesmos serviços também por via do aumento de custo das substancias químicas.

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11/12/2006

"Clamam por vingança, por revanche."

Cláudio Téllez, sobre Allende e Pinochet:
Deve ser dito ainda que, dos aproximadamente 3.000 mortos deixados pelos militares, muitos não eram inocentes. Muitos morreram em confronto direto com as Forças Armadas, outros tantos estavam envolvidos em atividades paramilitares e de terrorismo. Os militares realizaram prisões arbitrárias, o que devemos lamentar. Houve torturas, o que também deve ser lamentado. Houve violações aos direitos humanos, sem dúvida. Porém, durante o governo de Allende, conforme está devidamente evidenciado inclusive em documentos oficiais, também houve prisões arbitrárias, torturas, assassinatos políticos e violações aos direitos humanos. As vozes que, hoje, levantam-se contra Pinochet, não clamam por justiça. Clamam por vingança, por revanche. Se a motivação fosse o desejo de justiça, essas pessoas não se esqueceriam deliberadamente dos inúmeros abusos e das hediondas violações aos direitos humanos perpetradas durante o governo de Allende e sob responsabilidade direta do Poder Executivo, que se encontrava tomado pela Unidade Popular.
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08/12/2006

Três 'herois'



Olhem que três mânfios.

Imagem (foto) tirada dentro de uma das tendas pertencente aos sitiantes (Hezbollah) ao parlamento libanês.

Tom G. Palmer opina (nos comentários):
I seriously doubt that Chavez is involved. (The other person, Nasser, is dead, so he's not involved, either.) Charles is right, that Chavez is taken as a symbol of standing up to the U.S., the West, Israel, etc. He's also been quite cozy with Iran (weapons sales, public embraces, etc.), which funds Hezbollah. In the case of the Communist flag, however, there is a Lebanese Communist Party and they are actively supporting Hezbollah's bid for power. Speakers at the rallies have, I am told, regularly mentioned them, as well as Michel Aoun's party and various odd fascist-oriented splinter parties. Lebanese politics is remarkably complicated.
Suponho que o que escreve faz sentido.

Via Tom Palmer.

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07/12/2006

Coisas alternativas

Queixa-se, Daniel Oliveira, de ter tido, no seu blog, comentários insultuosos em seu nome.

Como medida para tentar controlar a coisa, Daniel Oliveira optou por moderar, temporariamente, os comentários. Eu faria o mesmo.

A questão que se levanta é a de que Daniel Oliveira optou pela "repressão", pela "censura", para atacar a anomalia.

Seria de esperar que atacasse as causas, que tentasse compreender a visão alheia do mundo. Tratar-se-á, eventualmente, de alguém cuja educação (dever-se-á chamar cultura?) lhe permita optar por uma forma alternativa de comentar. Pós moderna? Radical?

Talvez seja proveniente de algum bairro degradado. Porquê fechar-lhe a porta? Há que integrar (?) para que se possa compreender a diferença.

... quando nos toca a nós ... ou ... para tudo há limites: o problema é saber em que ponto devem ser colocados.

Nota: tentei comentar o artigo, mas, o servidor deu erros consecutivos. Vou tentar mais tarde.


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06/12/2006

TLEBS, 6 de Dezembro

Vasco Graça Moura, novamente, acerca da TLEBS.

Via A Blasfémia.

Word Zero-Day, So Sayeth Microsoft (NEW)

Word Zero-Day, So Sayeth Microsoft (NEW)

Published: 2006-12-05,
Last Updated: 2006-12-05 23:05:27 UTC by Ed Skoudis (Version: 1)

Microsoft released an announcement of a zero-day vulnerability in Microsoft Word. Read about it here.

Of particular interest, they say:

"Microsoft is investigating new public reports of limited 'zero-day' attacks using a vulnerability in Microsoft Word 2000, Microsoft Word 2002, Microsoft Office Word 2003, Microsoft Word Viewer 2003, Microsoft Word 2004 for Mac, and Microsoft Word 2004 v. X for Mac, as well as Microsoft Works 2004, 2005, and 2006. In order for this attack to be carried out, a user must first open a malicious Word file attached to an e-mail or otherwise provided to them by an attacker."

Microsoft's advice? They say, "Do not open or save Word files that you receive from un-trusted sources or that you receive unexpectedly from trusted sources. This vulnerability could be exploited when a user opens a specially crafted Word file."

Ok... sure. Thanks.

--Ed Skoudis
Intelguardians.

03/12/2006

Foram-se os Anéis

Chapelada a Foram-se os Anéis.

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Browser share

Prós e Contras



No Kontratempos, Prós e Contras.

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Líbano



A ler, no Kontratempos, Líbano.

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Absurdo jornalístico à volta do Polónio



Na revista Domingo, do Correio da manhã de hoje, no artigo sobre o Polónio da página 31 "Secretas Ruassa não Brincam em Serviço", pode ler-se a seguinte absurda e enigmática frase:
"Muito difícil de manejar, é empregue em quantidades reduzidas em cigarros e técnicas de fotografia."
Na Wikipedia, encontra-se esta outra:
"Polonium has been found in tobacco smoke from tobacco leaves grown with phosphate fertilizers."
Ter-se há dado o caso de alguém ter confundido "é empregue" por "foi encontrado", e "fotografia" por "fosfato"?

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02/12/2006

Zereguiduns

Desculpem lá alguns hieróglifos, aqui e ali, mas estou a transplantar a coisa para o Blogger Beta.

Logo que tenha tempo, procurarei resolver o imbróglio.

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Boa lata

Coisas do mundo paralelo.

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Venezuela e corrupção

Corruption, Mismanagement, and Abuse of Power in Hugo Chávez’s Venezuela, por Gustavo Coronel.

Via O Insurgente.

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Polónio

Imagine-se o banzé que se teria levantado se o caso tivesse ocorrido em relação aos Estados Unidos.

Duvidam? Lembrem-se das cuecas da Mónica.

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30/11/2006

Trafulhice insistente

Continuam a querer defender o indefensável.

Um arredondamento é uma operação matemática que funciona para os dois lados. Não há arredondamentos "negociáveis", como não há operações de soma, multiplicação, raízes quadradas, etc, negociáveis. A matemática é aquilo que é e é isso que se espera dela. Ginga-la só pode ser uma coisa: trafulhice.

Faz muito bem o governo em pôr os pontos nos ii.

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29/11/2006

Paranoias velhas ...

... relembram velhas paranóias.

No Da Rússia, e à sombra de milhões de mortos,
Quanto aos culpados de uma das maiores calamidades do séc. XX, as autoridades comunistas não tinham dúvidas: “Não duvidamos que a saída de camponeses “à procura de pão” para as regiões centrais da Rússia, do Volga, para o distrito de Moscovo, para a Ucrânia Ocidental e a Bielorrússia... foi organizada pelos inimigos do Poder Soviético, pelos socialistas revolucionários e por agentes da Polónia com o objectivo de agitação contra os kolkhozes (unidades colectivas de produção) e contra o Poder Soviético em geral”. .
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24/11/2006

O VÉU!

Muito bem, Tomas Vasques.

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21/11/2006

Robert Bernard Altman - (1925-2006)

Robert Bernard Altman (born February 20, 1925, died November 21, 2006[1]) was an American film director known for making films that are highly naturalistic, but with a stylized perspective. In 2006, the Academy of Motion Picture Arts and Sciences recognized his work with an Academy Honorary Award.

His films MASH and Nashville have been selected for preservation in the United States National Film Registry.

[Wikipedia].
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Alta Matemática

António Peres Metello acaba de dizer na RTP, programa Prós e Contras, que o total de dinheiro movimentado nas off-shores mundiais é de 5 triliões de dólares.

Mais, Peres Metello clarificou tratar-se de algo traduzido num 5 com 12 zeros [5.000.000.000.000].

Há que clarificar que tal numero constitui 5 biliões, não 5 triliões.

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20/11/2006

Carta aberta ao Diário de Notícias de Lisboa

Carta aberta ao Diário de Notícias de Lisboa e aos leitores portugueses em geral.

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Alta matemática

A RTP1, logo de manhã, anunciou ter sido batido um record de derrube de dominós.

Mais, informou que a respectiva montagem tinha sido conseguida por 90 pessoas de 143 nacionalidades ...

... ou me engano muito ou haveria demasiadas pessoas de dupla nacionalidade.

14/11/2006

TLEBS: Tlebem-no daqui para fora

No Blasfémias, Helena Matos, sobre o assunto.
Tendo em conta o que sei até agora sobre a TLEBS é natural que registe com agrado o facto de algumas escolas terem encerrado graças à greve dos trabalhadores da função pública. Pior do que uma aula não dada é uma aula onde se ensine isto.
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11/11/2006

Colonialismo em greve

[Pensei inicialmente comentar o texto abaixo após a sua integral transcrição. Mas a densidade de disparate é tal que não o consegui. Vou comentar por blocos. A integralidade do texto, mantém-se.]

No Abrupto, pode ler-se:


O que me choca mais neste momento de contestação, é a reacção de uma parte significativa da população que tem sido ouvida nos órgãos de comunicação. Para lá de qualquer possível estratégia de apoio ou contestação à greve, é inegável que cada vez mais pessoas são contra as greves.

O autor começa por confundir a greve em causa com [todas] as greves. Dar-se há o caso de supor gozar do monopólio ao exercício desse direito?

Uma das razões mais apontadas para esta posição é a ideia de que os funcionários públicos são privilegiados, têm emprego garantido, salários altos, e reformas boas. Bem, a questão das reformas, agora que são aos 65 anos e foram reduzidas em valor, já não se ouve tanto. Mas a ideia de que há funcionários a mais, de que estes não trabalham, ou que trabalham mal, e que ganham de mais, é muito generalizada.

Ainda bem que o autor percebe que a questão da idade da reforma tem vindo a atenuar a contestação. Mas aproveita para não se manifestar em relação à justeza de igualdade de direitos entre uns e outros.

Porque me chocam estas opiniões? Porque revelam um desconhecimento enorme da realidade. Da realidade dos funcionários públicos, dos serviços públicos e da sua organização, e dos direitos dos trabalhadores. Essas pessoas que acusam, a meu ver injustamente, os trabalhadores da administração públicos de tudo o que consideram mau, são em muitos casos, as mesmas que aceitam trabalhar em más condições, com salários muito baixos, e com poucas ou nenhumas regalias sociais. Desta forma, tendem a conceber os direitos sociais como privilégios. Isto é muito preocupante...

Não será o autor quem está desajustado da realidade?

Tem ainda a lata de acusar as tais pessoas de aceitarem trabalhar em más condições? E o autor estará à espera de compreensão pela parte por quem ele tem em tão pouca consideração? E não suporá ele que esses tais inimigos sentirão que as regalias que ele reclama estar a perder já há muito (se alguma vez as teve) as perdeu?

... "e com salários muito baixos" ...!!! Então, e parece-lhe de esperar o apoio de quem tem salários muito baixos a quem os tem substancialmente mais altos (a premissa é dele)?

... "e com muito poucas regalias sociais" ... !!! E já passou pela cabeça do autor que isto soa ao seu inimigo como um acerto de contas (finalmente)? E porque haveria quem tem poucas regalias de defender quem tem muitas (a premissa é dele)?

Na medida em que revelam um pessimismo generalizado, uma inveja latente, uma noção de que os direitos são privilégios e não direitos, de que todos devem sofrer como eles sofrem, estas opiniões são perigosas.

Na medida em que o autor revela não ter percebido que às suas regalias corresponde a nossa miséria, que os seus direitos são simples privilégios e que estes não devem ser conseguidos à custa do trabalho de outros, que a forma de encarar o mundo defendido pelo autor do texto bem podia ter sido desenterrada do feudalismo.

Não para os funcionários públicos, que parecem estar condenados a continuar a perder poder de compra e direitos, mas para a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem. Isto revela uma submissão e uma subserviência ao poder económico, que acaba por se generalizar e diminuir, se não extinguir, direitos que eram considerados, até há pouco tempo, fundamentais.

E agora o autor confunde a generalidade dos trabalhadores com a generalidade dos trabalhadores!. Queixa-se que a forma como a generalidade dos trabalhadores (pressupondo-se que em oposição aos funcionários públicos) encara a coisa, vai de encontro ao interesse da generalidade dos trabalhadores ... ou então à generalidade de trabalhadores deveria corresponder uma generalidade de direitos e deveres, coisa que ele não dá de barato.

E depois a história da submissão ... como se a generalidade dos trabalhadores não aparentasse estar cansada de demonstrar subserviência e submissão aos interesses e direitos que ele supõe serem fundamentais, mas que eles percebem serem apenas apanágio da classe dele.

Não me parece ser este um bom caminho. Puxando os funcionários públicos para baixo, toda a sociedade portuguesa vai ser puxada para baixo, e vamos assistir, já estamos a assistir, a um aumento da diferença entre ricos e pobres, ou seja, ao enfraquecimento das classes médias. Isto é mau para o colectivo, por bom que seja para os empresários, proprietários de riqueza e de bens de produção.

Já percebemos. Há uns, malandros, muito ricos, e a quem ninguém consegue beliscar. Mas nós, imbuídos de um inoxidável espírito altruísta, queremos atenuar essa desigualdade tornando-nos mais ricos à custa das classes mais pobres a quem, por estratégia momentânea, metemos no mesmo caldeirão e chamamos agora de "classe média", esquecendo-nos que os tínhamos à pouco acusado de serem uma espécie de bandalhos incapazes de reclamar direitos.

Será que vamos ser todos empresários? Será que vamos todos ter empregados a trabalhar para nós, e a quem vamos pagar o mínimo possível?

Mais uma vez a hipocrisia leva a melhor. O mesmo povo que tem um dos índices mais altos de posse e utilização de telemóveis, e de outros bens não essenciais, reclama agora uma justiça social nivelada por baixo, como se isso fosse bom para todos. Hiprcrisia perigosa, digo eu, porque vai calcar ainda mais o nível de vida dos portugueses, de todos, incluindo os funcionários públicos. Será que os não-funcionários públicos ganham alguma coisa com isso? Tenho a convicção que não, mas ficam felizes com esta vingaçazinha, do português "toma lá que é para não pensares que és melhor que eu...eu estou mal mas tu também ficas."

(Fernando Reis)

Que pena que o autor se tenha esquecido de declarar solidariedade para com os que além de terem menos direitos contribuem para os direitos que ele quer manter.

Direi: toma lá que é para deixares de pensar que és melhor que eu... que eu estou mal mas apenas por ser bandalho. Eu, que te pago metade dos proventos do meu trabalho e que ainda por cima sou visto como um inimigo a abater.

Há muito que não via tamanha manifestação de espírito colonialista. Pessoas capazes de supor que o funcionário não público é uma espécie de escravo e a quem, perante valores superiores, até a posse de telemóvel poderá ser posta em causa para permitir que mordomias coloniais sejam mantidas. Só Salazar era capaz de o defender: pobrezinhos, mas limpinhos.

Quantos funcionários públicos se reverão nas palavras dele? E, onde estão os repúdios?

Irra, que é bruto.

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Greve, mas não ao absurdo

No Abrupto, pode ler-se:
O secretário de estado, João Figueiredo, faz lembrar o ministro da informação iraquiano, Mohammed Saeed Al-Sahhaf. Os seus 11,7% de adesão à greve da função pública hoje (9.11.2006), por exemplo, na educação, querem dizer que a escola está aberta, apenas com um ou dois funcionários. Um deles na portaria. Os professores entram, estão nas escolas, não podem ir às salas de aula porque os pavilhões estão fechados. Ficam confinados à sala de professores e ao café em frente da escola. Os alunos não podem entrar no recinto escolar por falta de pessoal. Mas a escola funcionou e não houve greve! Pelo que se passou hoje, amanhã os alunos nem se preocuparão em levantar-se a horas. Não quer dizer que tomo como líquidos os 80% de adesão referidos pelos sindicatos. Mas...

(Gabriel Mithá Ribeiro)
Por mais voltas que dê ao miolo, não consigo perceber o texto acima.

Que será que o autor considera "adesão à greve"? Se num escola houver impossibilidade de haver aulas porque o porteiro entrou em greve (não havendo chave para entrar), e os professores ficarem à porta, estarão também automaticamente em greve?

Se: "
Os professores entram, estão nas escolas, não podem ir às salas de aula porque os pavilhões estão fechados", depreende-se que a generalidade dos trabalhadores da escola (os professores) não estarão em greve. Quer o autor que sejam considerados grevistas as pessoas que não conseguem trabalhar porque outros trabalhadores, em greve, não permitem condições para que os alunos possam entrar na escola?

... "
Mas a escola funcionou e não houve greve!" ... A escola não funcionou porque houve greve de uma pequena parte do pessoal da escola, e, incontornavelmente, a adesão à greve terá sido baixa.

Nesta perspectiva o secretário de estado João Figueiredo tem razão e, pode contrapor-se, parecer razoável estabelecer um paralelismo entre
Mohammed Saeed Al-Sahhaf e o autor do texto.

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Se há alturas em que me apetece verter umas brejeirices, esta é uma delas.

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06/11/2006

Nova aberração: TLEBS

Uma nova aberração tenta estabelecer território e vítimas.

Este artigo dá uma boa ideia da coisa.

Via Blasfémias.

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02/11/2006

Imagens de Maomé



Com o beneplácito dos respectivos poderes, têm sido feitas, ao longo dos tempos, imagens de Maomé - as tais que alguns islamitas reclamam não poderem ser feitas por se cometer heresia.

Aqui está uma colecção delas.

Via O Insurgente.

01/11/2006

Outra vez?



Estamos lixados.

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Multiculturalismo

Mais uma prova da nossa (do ocidente) falta de sensibilidade multiculturalista.

Via O Insurgente.

Mais uma prova de concenso científico.



O "consenso" à volta das origens do aquecimento global.

Via Blasfémias.

30/10/2006

Arauto



No Grande Loja do Queijo Limiano, sobre um artigo de Miguel Sousa Tavares.

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Coices ...

Por ocasião das inundaçõezitas (ver comparação) verificadas entre nós, relembro a quantidade de disparates que se disseram por altura da catástrofe provocada pelo furacão Katrina.

Basicamente que ...
... os americanos tinham sido incompetentes (em especial o Presidente George Bush) ...

Caiem umas pinguitas (comparadas com as que o Katrina vomitou) e eis a nossa protecção civil de calças na mão. Parece que só e Tomar a coisa funcionou ...

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Sobre "consensos" ...

... teve aqui lugar uma discussão para a qual terei dado alguma contribuição.

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26/10/2006

Jack Straw seu opressor!



(Via O Insurgente)

Tomo a liberdade de para aqui transcrever um comentário de Elizabete Dias a uma observação minha (que pode ser procurada aqui):

Sim, Range o Dente. Por baixo do chador, as mulheres vestem-se à ocidental, usam lingerie, etc, etc.

Mas cito exemplos que já deves conhecer: na Arábia Saudita, nas famílias mais ricas, há o hábito de afogar a jovem ou a mulher desonrada na piscina da família.
Na Palestina as jovens sofrem acidentes estranhos, que envolvem queimaduras fatais de 3º grau ou envenenamentos. Na Turquia rural, as jovens são fechadas num quarto durante dias a fio, com uma arma ou um copo com veneno - o suicídio não vai levantar suspeitas na polícia.

E estas mulheres que vemos na foto e que vivem no Ocidente , protegidas pelas nossas leis, recusam-se a discutir ou a denunciar seja o que for…

Mas nós não nos calamos!

Chapéu tirado!

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16/10/2006

Alta matemática



Como se explica que, num curso de Excel para principiantes, um par de alunos de 25 anos não saibam que operação “de matemática” fazer, para encontrarem o valor que efectivamente receberiam se, ganhamdo 100€, tivessem que descontar 20€?

Será que o ensino é um bluff?

A que matemática recorrer para deslindar a coisa?

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Estação Oriente



Cada vez me parece mais que esta "beleza" arquitetónica é um aborto.

Esta imagem é uma excelente prova do que lá se não se passa. A verdade é que quem tiver que apanhar o comboio para o Porto em dia de vento e chuva apanha uma molha todo o tamanho.

A "maravilha" de arquitectura não serve para o fim a que se devia destinar.

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aqui uma bela discussão sobre a história do aquecimento(?) global.

Quanto mais leio sobre o assunto, mas me parece que o aquecimento global de origem humana é uma fé. Como fé, são apelidados de heréticos todos os que o poem em causa.

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10/10/2006

França: jovem apedrejada

Em Lyon, França, uma jovem foi apedrejada por ter comido durante o Ramadão.

Se isto se tivesse passado nos Estados Unidos, os pacóvios das TVs nacionais já estariam histéricos.

Via No Pasarán.
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09/10/2006

Mais uma polémica com os do costume

No Correio da Manhã, Via O Insurgente.

Um deputado inglês quis falar normalmente, cara a cara. Abriu mais uma polémica com os do costume.

Jack Straw foi ministro do Interior de Tony Blair e é deputado por Blackburn, uma cidade do noroeste de Inglaterra com quase um terço de população muçulmana. Straw, como é hábito nos deputados britânicos, recebe regularmente os seus eleitores numa espécie de consultório de cidadania. Ouve as queixas, dá sugestões.

Esta semana, ele escreveu um texto no jornal local ‘Lancashire Telegraph’ sobre uma das coisas que lhe sucedem no consultório. Tudo começou, conta ele, quando uma mulher muçulmana, acompanhada do marido, lhe disse: “Tenho muito prazer em falar consigo face a face.” A frase ficou a roer-lhe lá dentro por causa da carga irónica. A mulher usava o ‘nicab’, o mais rigoroso dos lenços islâmicos. Não só todo o corpo estava coberto, como os cabelos, o pescoço e a cara – com a excepção de um fio fino que deixava adivinhar os olhos –, tudo era pano. Um face a face demasiado relativo, pois.

Então, de cada vez que passou a receber outra mulher de ‘nicab’, Jack Straw armava-se de uma prudência e de uma ousadia. A prudência era pedir a uma colega do gabinete do seu partido para assistir à conversa. A ousadia era pedir à eleitora para tirar o muro, a fronteira, o lenço que estava entre eles, para poderem falar face a face. Mas nunca pedia sem antes sublinhar que se ela quisesse ficar com o lenço, assim seria.

Straw servia-se de uma imagem para justificar o seu pedido. Ele estava ali no seu gabinete, ela tinha ido ter com ele, para uma conversa pessoal, directa, frente-a-frente. Numa conversa não só as palavras dizem, mas a boca, o sorriso ou a angústia que marca a cara, os olhos que brilham ou não. Enfim, para falar só com palavras, tinha-se inventado o telefone. Para conversar, essa invenção era muito mais antiga, acontecera quando dois seres humanos confiaram um no outro. “Numa conversa pode ver-se o que outro quer dizer e não só ouvir o que diz”, palavras de Straw, no artigo do ‘Lancashire Telegraph’.

Desde há um ano, o deputado fez sempre esse pedido e de todas as vezes nenhuma muçulmana – nenhuma! – recusou. Por isso ele decidiu dar outro passo, o artigo no jornal. Uma opinião calma a pedir um debate sobre um assunto, o ‘nicab’, que Straw considera “uma declaração visível de separação e de diferença”. Não são os políticos para isso, para discutir com a intenção de resolver, os problemas públicos?

Pois saiu mais uma polémica para a mesa do canto onde estão os mesmos de sempre. Se ele não são os desenhos de Maomé é o discurso do Papa, agora é Jack Straw: “As mulheres têm o direito de usar o lenço e estas afirmações [de Straw] constituem um novo exemplo de insulto aos muçulmanos”, disse Reefat Bravu, do Conselho Britânico Muçulmano. Insulto? É estranho que esse insulto tenha sido tornado público pelo próprio ‘insultador’ e as ‘insultadas’ – no entanto, tão ciosas de mostrar os seus direitos – nunca tenham dito nada.

Isso não impediu que alguns colegas de partido de Jack Straw se tivessem distanciado da sua corajosa posição. Estes, politicamente correctos, são adeptos da delicadinha maneira de tratar os muçulmanos: ‘Não digam nada sobre o Islão! Eles zangam-se...’ Como se isso não fosse o maior do insultos.

Ferreira Fernandes, Jornalista

20/09/2006

18/09/2006

Uma certa falta de cultura

Acerca desta posta no Corta Fitas, resolvi verter este comentário:
"uma certa falta de cultura" ...

Esta é que me mata.

Há cultura certa (a "nossa"?)? Ou uma determinada a que só iluminados (será de escrever eluminados?) têm acesso?

Cheira-me a ... esturro? Ou será apenas aroma a sangue azul?
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14/09/2006

A via directa

Não percebo porque se acha estúpida a resposta de George Bush a um emissário do Vaticano, quando ele o informou que falava directamente com Deus.

Aparentemente George Bush pertence à Igreja Evangélica. Nessa igreja supõe-se que a “comunicação” entre cada crente e Deus é feita de forma directa: entre o crente e Deus, sem entreposta pessoa ou estrutura. Pela Igreja Católica, tenta-se que essa comunicação seja feito através da estrutura eclesial.

Quando uma pessoa, bispo que seja, se apresenta a George Bush com a missão de lhe apresentar uma missiva da Igreja Católica mas implicitamente em nome de Deus, que espera ouvir? A resposta mais inteligente parece-me ser “desculpe lá, mas eu falo directamente com Deus”.

Se George Bush fosse bruto como eu, responderia: não me venha com as politiquices do Vaticano como se fossem de proveniência divina porque esse barrete só os católicos enfiam.

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11/09/2006

5 anos



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10/09/2006

Opportunity: quase em Victoria



A sonda Opportunity está quase a chegar à cratera marciana Vitória. Viajou 7.2Km.

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Comentários? Talvez.

Estou a tentar implementar () comentários no blog.

Gostaria de conseguir definir que artigos poderão ser comentados ... vamos ver.

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08/09/2006

O PCP e os terroristas bons

Sobre a presença de elementos das FARC na Festa do Avante, pode ler-se no Jornal de Notícias:

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, aclarou o mistério sobre a presença de elementos das FARC, oganização comunista colombiana, na Festa do Avante:

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu hoje a presença na edição deste ano da festa do Avante de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), mas garantiu que "todas as entradas" no recinto "foram legais".

"Naturalmente convidámos o partido comunista colombiano e a revista ´Resistência´", afirmou o líder comunista, após uma visita a um lar para reformados em Alhandra, afirmando a solidariedade do PCP com o ideário aquele movimento.

Apesar dos métodos utilizados pelas FARC, "que o PCP não usaria", existe uma "grande solidariedade" com o movimento porque "a maior violação dos direitos humanos é impedir que um povo tenha direito à sua soberania, à sua liberdade" afirmou.

[...]

Para o secretário-geral do PCP, a "questão central" é que o PCP tem "uma concepção diferente de terrorismo" comparativamente à UE e Estados Unidos, criticando também o Governo a este respeito."
Troquemos por miúdos: o terrorismo dos amigos do PCP é bom, o dos outros é mau.

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05/09/2006

A Clix viola a correspondência dos seus clientes

A Clix passou a violar o e-mail dos seus clientes, adicionando publicidade.

Assim vai o respeito pela privacidade e inviolabilidade do e-mail das pessoas.

Aqui vai um exemplo, recebido dentro da zona de texto de um e-mail que recebi.
O Clix quebrou mais uma barreira!
ADSL até 20 Mb + Telefone livre de assinatura por apenas € 34,9/mês
Acabe de vez com os € 15 da assinatura telefónica!
Saiba mais em http://acesso.clix.pt

Aconselha-se a todos os que receberem mail nestas condições a reportarem cada caso a http://www.spamcop.net/, instituiução apropriada para 'tratar' a esperteza (SPAM ).

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Rock

Resposta a Combustões:

(Gravação a solo)





ARTIST: Emerson, Lake and Palmer
TITLE: From the Beginning
ALBUM: Trilogy (1972)
Lyrics and Chords

There might have been things I missed
But don't be unkind
It don't mean I'm blind
Perhaps there's a thing or two
I think of lying in bed
I shouldn't have said, but there it is

{Refrain}
You see, it's all clear
You were meant to be here
From the beginning

Maybe I might have changed
And not been so cruel
Not been such a fool
Whatever was done is done
I just can't recall
It doesn't matter at all

{Refrain}
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Informação livre


Mullah Dadullah
"From today, I want to tell journalists that if in future they use wrong information from coalition forces or NATO we will target those journalists and media," Dadullah said. "We have the Islamic right to kill these journalists and media."
A Reuters resolverá isso. Contratará "jornalistas" locais e estará o caso arrumado: teremos "informação" ... e as TVs encher-se-ão dela, para gáudio do PC, do Bloco de Esquerda e dos europeus em geral.

Tudo o que correr mal será culpa dos americanos, de Bush em particular, e dos israelitas.


Via O Insurgente

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03/09/2006

02/09/2006

Propaganda na SIC - A "ladainha do costume"

No Telejornal da SIC de hoje, 2 de Setembro, um jornalista da SIC anuncia um discurso do Presidente do Irão como “a ladainha do costume”.

Que é ladainha, todos nós percebemos, mas está absolutamente vedada a qualquer jornalista, no exercício da actividade de jornalista, a utilização dos referidos termos.

Na SIC, o desrespeito pela ética profissional e o mau jornalismo.

“Jornalismo de causas” (sejam elas quais forem), chamam-lhe alguns. Pura propaganda, quanto a mim (que posso opinar porque não sou jornalista).

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01/09/2006

Crianças mártir



É com os que foram assim educados que a Europa diz que é possível dialogar?

Depois digam que é em Israel que está o fulcro do terrorismo.

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