22/04/2005

Choque tecnológico

Esta coisa de choque tecnológico é uma conversa com zero de sentido. Uma espécie de masturbação intelectual ... Que coisa mais estúpida. Só falta decretarem que o choque está feito e teve sucesso. Se decretassem que chovesse, teriam talvez mais sucesso.

Suponho que o Blasfémias tenha razão.

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Cultura: O choque teatral - actualização

Este artigo foi actualizado com este link.

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21/04/2005

Kuwait: mulheres vão poder votar e ser eleitas

Mais um facto que não está de cordo com a predições da esquerda em relação às consequências da política de George Bush para o Médio Oriente.

No Público, pode ler-se:
Kuwait: mulheres vão poder votar e ser eleitas (19.04.2005)

Os deputados do Parlamento do Kuweit chegaram a um acordo de princípio para a elaboração de um projecto de lei que dá às mulheres o direito de voto e que as torna elegíveis já a partir das próximas eleições.

A legislação, já aprovada em Outubro de 2003 pelo Governo, passou com os votos favoráveis de 26 deputados. Votaram contra 20 deputados e três abstiveram-se.

Todos os deputados tribais e islamistas, que são contra os direitos políticos das mulheres, votaram contra este projecto de lei.

O Parlamento é composto por 50 deputados eleitos mais 15 membros do Governo, que também têm direito de voto.

A última votação deverá decorrer dentro das duas próximas semanas.

A Constituição do Kuwait garante a igualdade entre os sexos, mas a lei eleitoral só dá direito de voto aos homens.

Em 1999, o emir árabe promulgou um decreto sobre o direito de voto e a elegibilidade das mulheres. O documento foi posteriormente aprovado pelo Governo mas rejeitado pelo Parlamento.
Quem está na origem de mais esta, quem? Será que a esquerda também a vai considerar negativa? Ou negativa por ser insuficiente (não é perfeito - não serve)?

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O espírito do tempo

Em O Acidental, pode ler-se:
"O “espírito do tempo” é, de resto, a coisa mais totalitária que conheço."
Há que ler todo o artigo.

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O voto de George Bush ... - ADENDA



Há uma adenda a este artigo, aqui transcrita:

Adenda
(inserida a 21 de Abril).

Suponho ainda que a administração norte americana se esteja razoavelmente nas tintas para o resultado do referendo francês e para a possibilidade da entrada em vigor, ou não, do Tratado Constitucional.

Se ele for aprovado ficará assistindo ao desenvolvimento das contradições internas da Comunidade Europeia em que cada um dos multilateralistas membros tentará levar de vencida o seu particular multilateralismo.

Se não for aprovado ficarão assistindo, calmamente, à resultante peixeirada. Neste caso ficarão um pouco mais atentos porque a Comunidade estará mais perto da realidade, portanto mais divorciada do planeta dos gambuzinos em que tende a viver, pelo menos no que respeita à política francesa / alemã / espanhola. Evidentemente que os norte americanos terão a vida tanto menos facilitada quanto menos a Europa viver um ambiente de ficção.

Voltando a Mário Soares e George Bush, o que mais interessa saber à administração americana é que figuras de referência da Europa tenham em conta a opinião de George Bush num óbvio assunto interno da Comunidade. George Bush não vota, evidentemente. Mas influencia o voto (muitos votos - vota indirectamente, múltiplas vezes) pela mão de figuras de referência europeias. Antes votasse – seria apenas mais um voto.

Há ainda outra forma de encarar a coisa: será que Mário Soares tenta usar o papão George Bush para influenciar o voto a favor do Tratado? Neste caso além da implícita fraqueza, seria uma reedição da história da deglutição de criancinhas, pelos comunistas, ao pequeno almoço (para os mais novos, há que procurar referências ao assunto na época pós 25 de Abril) – enfim, o problema do sapo (para os mais novos, novamente, trata-se de uma referência à campanha eleitoral presidencial entre Freitas do Amaral e Mário Soares. Já agora, nessa altura, Freitas do Amaral era acusado, por Mário Soares, de “ter acordado tarde para a política” e “ter uma postura pouco claramente anti-totalitária”. Na minha opinião isto era verdade e continua a ser: detecto em Freitas do Amaral uma mistura bizarra de egocentrismo com totalitarismo).

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20/04/2005

Detector pronto para receber feixe de neutrinos


A escada, localizada à direita, dá uma boa noção das dimensões do equipamento.

Sumário – (5 de Março de 2005) Alguns cientistas começaram a disparar um feixe de neutrinos, através da terra, até um alvo localizado a 735Km de distância.

Esta experiência ajudará a equipe a compreender como são os neutrinos capazes de atravessar tremendas quantidades de matéria, raramente interagindo.

Considera-se actualmente que existem pelo menos 3 variedades (ou sabores) de neutrinos, respectivamente associados aos electrões, aos muões e às partículas tau.

Pensa-se que só serão gerados neutrinos da variedade associada ao muão, mas isso será confirmado por detectores colocados junto à origem no e(in)jector, situado no laboratório "Fermilab", perto de Chicago.

Se no alvo, situado no subsolo, na mina Soudan no Norte do estado de Minnesota, se detectar qualquer outra variedade de neutrino, poderá concluir-se então que a variedade original (muão) se terá transformado.

Com sorte, poderão mesmo vir a capturar-se partículas no exacto momento da sua transformação (de uma para outra variedade) podendo então os cientistas vir a compreender melhor o que se terá passado durante o trajecto entre Chicago e o Minnesota.


Desenvolvimento (em inglês).

Link recomendado (em inglês).

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O voto de George Bush no Tratado Constitucional Europeu



No Público de 19 de Abril pode ler-se:
Num debate com o deputado bloquista Fernando Rosas, Mário Soares disse que votar pelo "não" deixará Bush "muito contente".

O simples facto de Mário Soares referir o agrado ou desagrado do presidente dos norte americanos a uma decisão estritamente interna da Comunidade Europeia espelha não só insegurança na justeza das decisões internas dos europeus como uma assumida dependência de decisão em relação ao voto, nesta matéria, face à opinião de George Bush. Mário Soares não é um qualquer cidadão da Europa, ou, pelo menos, não parece querer assumir-se nem ser considerado como tal.

A opinião de Bush nunca deveria ser chamada à discussão nesta matéria. Quanto muito para referir que ela seria, simplesmente, irrelevante (ignorando-a implicitamente).

Chamar sistematicamente George Bush aos assuntos internos da Europa espelha o caminho de irrelevância política que ela tem trilhado, legitimando implicitamente a ingerência dos norte americanos nos assuntos políticos internos da Europa.

Os Estados Unidos da América vão-se afirmando não só como polícias do mundo, mas também como guardiões do mundo, e conseguem-no não só pelo esforço próprio mas também pela demissão de outros eventuais pólos - neste caso a Europa.

Suponho que os chineses não andem distraídos.


Adenda (inserida a 21 de Abril).

Suponho ainda que a administração norte americana se esteja razoavelmente nas tintas para o resultado do referendo francês e para a possibilidade da entrada em vigor, ou não, do Tratado Constitucional.

Se ele for aprovado ficará assistindo ao desenvolvimento das contradições internas da Comunidade Europeia em que cada um dos multilateralistas membros tentará levar de vencida o seu particular multilateralismo.

Se não for aprovado ficarão assistindo, calmamente, à resultante peixeirada. Neste caso ficarão um pouco mais atentos porque a Comunidade estará mais perto da realidade, portanto mais divorciada do planeta dos gambuzinos em que tende a viver, pelo menos no que respeita à política francesa / alemã / espanhola. Evidentemente que os norte americanos terão a vida tanto menos facilitada quanto menos a Europa viver um ambiente de ficção.

Voltando a Mário Soares e George Bush, o que mais interessa saber à administração americana é que figuras de referência da Europa tenham em conta a opinião de George Bush num óbvio assunto interno da Comunidade. George Bush não vota, evidentemente. Mas influencia o voto (muitos votos - vota indirectamente, múltiplas vezes) pela mão de figuras de referência europeias. Antes votasse – seria apenas mais um voto.

Há ainda outra forma de encarar a coisa: será que Mário Soares tenta usar o papão George Bush para influenciar o voto a favor do Tratado? Neste caso além da implícita fraqueza, seria uma reedição da história da deglutição de criancinhas, pelos comunistas, ao pequeno almoço (para os mais novos, há que procurar referências ao assunto na época pós 25 de Abril) – enfim, o problema do sapo (para os mais novos, novamente, trata-se de uma referência à campanha eleitoral presidencial entre Freitas do Amaral e Mário Soares. Já agora, nessa altura, Freitas do Amaral era acusado, por Mário Soares, de “ter acordado tarde para a política” e “ter uma postura pouco claramente anti-totalitária”. Na minha opinião isto era verdade e continua a ser: detecto em Freitas do Amaral uma mistura bizarra de egocentrismo com totalitarismo).

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Pregas no espaço-tempo podem ser a explicação para a energia escura



Sumário – (18 de Março de 2005) Uma equipe internacional de astrofísicos desenvolveu uma nova teoria para explicar a aceleração da expansão do universo, conhecida como “energia escura”.

A equipe supõe que, em vez ser a misteriosa energia a empurrar a matéria a uma taxa de aceleração, o fenómeno poderá ser resultante do aparecimento natural de pregas no espaço e no tempo, criadas durante os momentos iniciais de expansão após o Big Bang.

Estas pregas poderão alargar-se para lá do que se pode observar usando os telescópios actuais, não se podendo fazer mais do que calcular a sua existência.

Desenvolvimento (em inglês).

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19/04/2005

Procura de Energia Negra estudará 300 milhões de galáxias



Sumário – (23 de Março de 2005) Está em preparação um novo levantamento astronómico para ajudar a descobrir a fonte da misteriosa energia escura [negra?] que acelera a expansão do universo.

Planeada para começar em 2009, a Busca de Energia Escura [negra?] recolherá dados em aproximadamente 300 milhões de galáxias, abrangendo os últimos 2/3 da história do universo.

Uma câmara de 520 milhões de pixeis será instalada no telescópio Blanco, de 4 metros, do Observatório Inter-Americano de Cerro Tololo no Chile, esperando os astrónomos pesquisar o céu 10 vezes mais rapidamente que anteriormente.

Desenvolvimento
(em inglês).

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Detritos como balas



Sumário – (22 de Março de 2005) Quando se está for a da atmosfera terrestre, perde-se a sua protecção contra detritos espaciais. Pequenas partículas, mais pequenas que alguns centímetros, movimentam-se a tais velocidades que podem causar tremendos estragos se colidirem com um satélite ou astronauta.

Em 1993, enquanto reparavam o Telescópio Espacial Hubble, os astronautas descobriram, numa antena, um buraco, numerosas pequenas covas e fendas.

Que estratégias podem adoptar os planeadores de missões para proteger, no espaço, pessoas e equipamento?

Desenvolvimento (em inglês).

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Os carvões

Imagine-se que a chaminé do fumo papal apareceria entupida.

Imagine-se que o fumo negro produzido não poderia sair, invadiria as salas cardinalícias e os ditos seriam obrigados a debandar, espavoridos, de cara enfarruscada.

Imagine-se a orgia “informativa” que isso iria gerar. Até os satélites de telecomunicações sairiam de órbita. Alguns chocariam mesmo com o Hubble e com o Chandra.

A esquerda (Kitsch e Cro-magnon), atenta ao atentado ao multi-lateralismo demonstrado recentemente pela Santa Sé, apresar-se-ia a declarar – “só podem ter sido os Bushistas … “

18/04/2005

O cano roto

Parece-me que há uma manobra de diversão neste artigo.

Segundo percebi, veio a averiguar-se que alguém, dentro da ONU, pactuava com “fugas” de petróleo iraquiano, à revelia das resoluções da ONU, lucrando com elas.

Ana Gomes chama a atenção que ingleses e norte americanos sabiam da coisa.

Não nego que assim fosse. Mas, segundo leio no mesmo artigo, Ana Gomes, e outros diplomatas portugueses, sabia do mesmo … O que os põe então ao abrigo das mesmíssimas críticas que parecem fazer a ingleses e americanos?

Provavelmente toda a gente sabia. De facto até eu já tinha ouvido, na comunicação social, nomeadamente a Pacheco Pereira, referências ao assunto.

O que não percebo é porque chama Ana Gomes a atenção para ingleses e norte americanos sem apontar a responsabilidade do ocorrido - sem falar na corrupção propriamente dita, perpetrada, segundo julgo perceber, directamente por funcionários da ONU.

Uma coisa é saber-se que as sanções estão a ser furadas. Outra coisa é saber-se que estão a ser furadas com lucro de funcionários da ONU. Neste caso a dúvida imediata é saber se as furadelas são catalisadas directamente de dentro da ONU para obter proventos directos.

Ana Gomes não refere que ingleses ou norte americanos soubessem da corrupção dentro da ONU (coisa que suspeito saberem porque, naturalmente, no timming apropriado seria – e foi – uma boa arma de arremesso).

Será que Ana Gomes está simplesmente chocada pela mistura de Jack Straw com as virgens?

Ou dar-se-há o caso de ter havido mais gente a saber da corruptiva marosca?

Já agora, toda a gente sabia menos o Kofi? Até a Ana Gomes sabia ... Se calhar é o Kofi a virgem enganada …

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Assim não brinco

Vou descrever um meu dia típico de trabalho no que respeita a pormenores organizativos.

Eu trabalho em função de pedidos – vulgo pedidos remunerados a recibo verde.

Mantenho uma agenda com os trabalhos marcados para não faltar àqueles com que me comprometo.

Comecei hoje a trabalhar às 8 da manhã.

Às 10, telefonam-me de uma empresa para saberem se eu posso ir imediatamente para lá executar um trabalho cuja existência que se tinham esquecido de me comunicar.

Expliquei que nada era possível porque estava, exactamente, executando outro.

Entretanto vão-me telefonando outros colegas tentando saber se eu conhecia alguém que estivesse imediatamente disponível para o mesmo tipo de tarefa. Inquirindo concluo que estão todos de volta do mesmo problema.

Sem que houvesse solução, a empresa combina com o cliente final outras hora, 7 da tarde, e telefona-me para me dizer para estar lá então a essa hora.

Justamente a essa hora tenho outro trabalho, mas sabendo não ter um timmimg crítico, telefono a esse meu cliente para adiar o trabalho para o dia seguinte, coisa que fica assente.

Apresento-me na empresa que me tinha telefonado às 5 horas da tarde, a tempo dos preparativos necessários.

Com tudo preparado, dirijo-me à pessoa responsável para recolher matéria prima que me permita começar a executar o trabalho mal chegue o cliente final.

É-me, nessa altura, dito, que afinal o cliente final já não vinha, e que se tinham esquecido de me dizer …

Isto repete-se vezes sem conta …

… há “por aí” problemas de eficiência no trabalho ???

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O Erro dos Futurólogos

A Biblioteca de Babel tem razão.

Este artigo de Semiramis deve ser lido.

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Manuel Carvalho da Silva



É imperdoável, mas tenho-me esquecido de debitar umas sílabas acerca da entrevista de Manuel Carvalho da Silva, Secretário Geral da CGTP, há umas 3(?) semanas, no programa Diga Lá Excelência.

Sempre me pareceu que o nível intelectual dos representantes das entidades patronais era superior ao dos representantes das centrais sindicais. Com Carvalho da Silva as coisas invertem-se.

Apesar de ser óbvio (e natural) que Carvalho da Silva defende a sua dama, não se pode deixar de perceber que o homem não fala à toa.

Na referida entrevista lembro-me (com algumas falhas de memória, suponho) de duas passagens:

1 – Graça Franco pergunta: “Porque raio não haverão os trabalhadores independentes de negociar independentemente os seus salários? Sendo independentes … “

Carvalho da Silva responde: “Desculpe, mas todos nós somos simultaneamente dependentes e independentes. Isso não faz qualquer sentido”.

2 – Porque não há-de haver uma maior flexibilização dos despedimentos?

Como assim? Porque se fazem então, com os gestores, contractos contendo cláusulas de gorda compensação para o caso de serem despedidos? Esse princípio é só para alguns?

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Descoberta a primeira galáxia em matéria negra



Sumário: - (23 de Fevereiro de 2005) Os astrónomos acreditam que uma parte significativa (mais de 80%) do universo é misteriosamente feita de matéria negra [ou escura]; é invisível a todos os instrumentos, mas pode ser detectada porque os seus efeitos gravíticos afectam a matéria visível. A matéria negra é habitualmente encontrada à volta de galáxias com um enorme auréola, mas astrónomos britânicos pensam ter encontrado uma galáxia completa exactamente constituída por matéria negra. A equipa usando um radiotelescópio para observar o movimento de uma nuvem de átomos hidrogénio, poude perceber que a nuvem estava a rodar muito mais rapidamente do que se fosse unicamente constituída por matéria “normal”. Rodando à velocidade observada, só se poderia manter unida, se fosse maioritariamente constituída por matéria negra.

Desenvolvimento (em inglês).

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Telescópios realmente grandes



Sumário – (8 de Abril de 2005) Se pensa que os telescópios actuais são poderosos, espere para ver. Está a ser preparada uma nova classe de observatórios capazes de suportar espelhos de 100 metros de diâmetro e tendo 40 vezes a potência de observação do Telescópio Espacial Hubble. Um novo estudo, desenvolvido por uma comissão de astrónomos europeus, propõe que instrumentos desta dimensão possam ser construídos por mil milhões de Euros, aproximadamente, e levar 10 a 15 anos a construir.

Desenvolvimento (em inglès).

Os fantoches de verde

Este texto, de Helena Matos publicado no jornal Público, transcrito por Contra a Corrente, não podia fazer mais sentido.

De facto, quem são Os Verdes e que estão a fazer na Assembleia da República e no Parlamento Europeu?

Este é mais um exemplo da duplicidade de critérios de uma parte da esquerda contemporânea.

Porque está esta esquerda tão preocupada com os eventuais desequilíbrios de representatividade no Iraque, se dentro de portas (Nacionais e Europeias) há um partido cuja única razão de ser deriva da possibilidade, deixada pela lei em aberto, de um determinado partido, neste caso p PCP, ocupar o dobro dos recursos do que seria normal, e, paralelamente, conduzir-se tendo como único fito a potenciação da sua estratégia?

Onde estão os fantoches? No Iraque, onde os partidos obtiveram votos directos dos seus votantes, ou nos Verdes que nunca se sujeitaram como partido que dizem ser, ao escrutínio do povo?

Para a dita esquerda (na qual se inclui Os Verdes) e para o PCP em particular, os eleitos no Iraque são lacaios do imperialismo. Que são Os Verdes?

É esta a noção de democracia desta esquerda? Percebe-se porque Bernardino disse: "Tenho dúvidas que a Coreia do Norte não seja uma democracia" …

Por Bernardino Sores, já sabemos o que nos esperaria se chegasse ao poder. E lá continua … no PCP. Se chegasse ao poder só seríamos libertados se os norte americanos se mexessem.


PS.
Quando refiro uma parte da esquerda refiro-me basicamente, a todo o PCP e suas ramificações, todo o Bloco de Esquerda e parte do PS.

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Cultura: O choque teatral

Fernando Mora Ramos, actor e encenador to Teatro da Rainha, Caldas da Rainha, escreve um artigo no Le Monde Diplomatique, edição portuguesa.

O artigo é de muito interesse, pena é que esteja imerso numa floresta de gambuzinos.

Actualização
O artigo pode ler-se aqui.

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17/04/2005

Estatística deste blog - por fusos horários

Crescimento Repentino na Adolescência das Galáxias



No Astronovas, do Observatório Astronómico de Lisboa.

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O sapo libanês (lembra-se Dr. Soares?)



O antigo primeiro ministro libanês, Rafic Hariri, foi assassinado a 14 de Março de 2005. Na sequência deste acontecimento a generalidade da população libanesa levantou-se contra a ocupação síria exigindo a retirada das tropas deste país e criando mais um sapo que, se alguma esquerda europeia não consegue engolir, muito menos digere.

A última teoria dessa esquerda, argumentando que essa decisão, a ter sido tomada pelos sírios, teria sido uma decisão suicidaria - impossível de ter acontecido - pretende que tenha sido Washington a catalisar a operação.

Para não perdermos mais tempo, vamos supor que sim, que os algozes teriam sido, novamente, os americanos.

O que a referida esquerda não consegue engolir é que o povo libanês tenha reagido em sentido contrário ao que a dita esquerda supunha.

O que a esquerda não consegue engolir é que o povo libanês tenha imediatamente apontado o dedo à vizinha Síria e não ao satã americano.

O que a esquerda não consegue engolir é que, mesmo que o povo libanês tivesse suspeitado que tivesse sido George Bush e seus capangas uni-lateralistas e falcões neo-conservadores (blá-blá) a perpetrar o atentado, tivesse, pelo contrário, aproveitado a oportunidade para se livrar de Damasco, em vez de ter ali procurado apoio ao combate aos cruzados de Washington.

O que a esquerda não consegue engolir, é que os libaneses queiram aquilo de que a esquerda europeia desfruta: a liberdade.

O que a esquerda europeia não consegue engolir, é que o as populações muçulmanas do médio oriente não tenha reagido tumultuosamente à intervenção no Iraque (conforme a esquerda garantia - certeza mais que absoluta - vir a acontecer) e, ao contrário, tenha aproveitado para ensaiar, mesmo que timidamente - o que, tendo em atenção a coragem necessária, é uma atitude notável - aproveitando para pôr em causa os regimes instalados reclamando não um afastamento ao modo de vida ocidental mas uma aproximação.

O que a esquerda não consegue engolir é que a realidade não se adapte àquilo que ela reclama ser a realidade. Não se adapta, mas terá que se adaptar, nem que se tenha que implicitamente declarar que os libaneses são todos estúpidos, que confundiram a CIA com a polícia política síria, e por essa razão se tenham, por lapso, rebelado contra a potência errada. Que, por acasos do destino evidentemente torcidos pela CIA de George Bush, os libaneses, devidamente “amestrados” pela comunicação social local ‘a la’ Michael Moore, se tenham distraído e atirado aos gasganetes da Síria, respectivos serviços secretos e polícia política, a quem, aliás, por tamanha consideração, confundiam habitual e recorrentemente com o equivalente muçulmano à Madre Teresa de Calcutá (vejam lá do que os malandros da CIA são capazes).

O que a esquerda não consegue engolir é que, ao contrário do que tinha previsto mas exactamente como George Bush tinha anunciado, a intervenção no Iraque tivesse acabado por retirar força à cáfila fascista, corta-cabeças e pseudo-muçulmana que no Médio Oriente (com o beneplácito da Europa) detinha um poder (informal mas extremamente forte e actuante), vindo a permitir o aparecimento de fenómenos que apontam para uma procura de um modo de vida que, embora ainda muito distante, se aproxima mais do modo de vida ocidental.

Com tanta dificuldade de deglutição, como pode dar-se uma digestão?

A esquerda aziada contra argumenta que “não é bem assim”, que “ainda há muito apoio à Síria”, e que “a verdadeira democracia só poderá implantar-se com o apoio dos xiitas, principal comunidade, maciçamente aliada a Damasco”.

Mais uma demonstração da eterna esperança que esta esquerda mantém na continuação da repressão sobre outros povos só para evitar ter que encarar o seu próprio logro e verificar o sucesso das tesas do presidente Bush.

Não ponho as mãos no fogo por George Bush, pela política americana, ou pela CIA. Mas pela forma como esta esquerda vê o mundo, não coloco, quando as corto, nem as rejeitadas lascas das minhas unhas.

Com tanto autismo, ou incompetência democrática, não é de espantar que os Norte Americanos se vão sedimentando como potência mundial.

Quem sabe … talvez seja Michael Moore um agente da CIA a quem foi dado o ‘job’ de colocar toda a esquerda no logro que permita aos bushistas manobrarem à vontade. Será Freitas do Amaral o correligionário local do realizador americano?

Lá está (tss tss)… a esquerda é uma vítima …

… malandros …

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15/04/2005

Estoiro-brócolo

Estoiro-brócolo: “Porque são semelhantes árvores banzai, brócolos e proeminências solares?” Foi o que John Stetson quis saber depois de tirar esta fotografia ao sol, a 9 de Abril:



Proeminências, são filamentos magnetizados de gás quente salientes de um braço de sol. Aparecem em todas as formas e dimensões. Esta explodiu um dia depois de Stetson a ter localizado. Boas notícias: quase todos os dias aparece uma nova e única. “Que mundo maravilhoso – e para lá dele”, diz Stetson.

Detecção portuguesa de Tsunamis

Já nos anos 90 houve portugueses a trabalhar em detecção de Tsunamis.

Ficou tudo no esquecimento, claro. De tal forma que já nem os autores se lembram bem do que fizeram.



E não se ficou pela teoria. Desenvolveu-se um exemplar funcional.

Em Lasers in the Jungle está tudo explicado.

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Não às patentes de software

Viva a imprensa "livre"

No Esplanar: Assim também eu faço jornais...

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Papáveis

A ler: Papáveis, no Olha que não.

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Entrevista a Fernando Savater

A ler, no Esplanar, entrevista de João Pedro Jorge a Fernando Savater.

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14/04/2005

O Hilariante planeta dos gambuzinos de Ana Gomes

Depois de ler este artigo de Pacheco Pereira, melhor se percebe porque é este outro, de Ana Gomes, tão hilariante.

Só faço uma nota a Ana Gomes: quanto mais multilateral for a política internacional como Ana Gomes a encara, mais podemos ter a certeza que aumenta a probabilidade de haver membros dessa multilateralidade a tentar usá-la em proveito próprio.


Nota: Hei de explicar de onde vem o termo "planeta dos gambozinos", mas não sei onde anda o livro.

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OS "CONSELHOS" EUROPEUS AOS EUA (Novembro 2002)

Há que reler este artigo de Pacheco Pereira

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Inquietações

Em Desesperada Esperança, um artigo a ler.

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Miguel Sousa Tavares - inventor

No Público de hoje (14 de Abril de 2005), encontra-se um exemplo típico (não absoluto, mas quase) do que acontece quando um jornalista se põe a fazer contas. Note-se que não se trata de um jornalista qualquer. É uma figura "de topo"(?) - Miguel Sousa Tavares.

Imagine-se a base a partir da qual se fazem notícias e, como é o caso, o que acontece quando um jornalista, devidamente metamorfoseado em comentador, opina com a mesma base de sustentação.

A verdade é que, em vez de fazer contas, fabrica-as.

Muito bem, José Paulo Viana.




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Abril

Abril é chão que veste um tom garrido
Nos prados que se vestem de bem estar...
Passa o seu passar mais colorido
E canta a pura paz neste versar...

O cante é uma papoila a baloiçar
Num cio animalesco em cada peito...
Abril dá mais razão ao verbo amar
E ama com um ar de um ser perfeito...

Sua face enamorada é como um leito
De fracos corações entre os bichinhos...
Altera o seu pulsar nesse seu jeito
Brotando as crias novas nos seus ninhos...

É o mês onde os afectos são carinhos
No campo em puro traje primaveril...
E diz p´rós namorados de mansinho:
-Como é bom este viver no mês de Abril!...


António Prates

Revolta na Lua



Li estes livros há 35 anos ...

Foram comprados numa livraria da Rua Poço dos Negros, em Lisboa.

Sabe bem lá passar e ver que a livraria ainda existe.

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Um estranho numa terra estranha

Remexendo em livralhada, encontrei:



Li-o há uns 25 anos.

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O irresistível inimigo de estimação

Ter visto parte do programa Clube de Jornalistas de 12 de Abril, deu-me vontade de voltar a cascar na postura, nesta matéria, da generalidade dos jornalistas.

Pela forma como abordam o assunto, percebe-se, mais ou menos facilmente, que têm uma polarização prévia sistemática contra os Estados Unidos da América.

No caso da guerra do Iraque isso tornou-se particularmente patente.

Havia informação disponível de várias formas:
- Directamente das forças americanas (embedded* ou em conferências de imprensa)
- Livremente no terreno
- Junto às forças opositoras aos americanos, difusamente enquadradas numa aparente miríade de organizações.
Junto às forças americanas os jornalistas estão perante o inimigo de estimação a partir de quem, de uma forma ou outra, são obrigados a noticiar (nem que seja com reserva mental) aquilo que lhes é transmitido ou directamente observado caso estejam embedded.

Evidentemente que a informação assim obtida é parcial, e disso eles não se arrogam a chamar a atenção, como se alguma informação fosse absolutamente isenta e como se a primeira parcialidade (de análise) não partisse dos próprios jornalistas.

Não lhes importa que estejam perante uma força militar globalmente respeitadora das regras da guerra, provavelmente a mais respeitadora do mundo (em ambiente de guerra, volto a frisar). Já se sabe que vozes se levantarão acerca da escandaleira nas prisões iraquianas (inaceitável), mas essas vozes esquecem-se as escandaleiras que continuam a assolar as nossas próprias esquadras onde fora de um ambiente de guerra, nos deparamos com inqualificáveis atropelos aos direitos humanos. Nas prisões os suicídios sucedem-se, a droga campeia, e nenhuma daquelas reclamantes almas parece perceber que, tendo em atenção as circunstâncias, o caso é muito mais grave entre nós do que no Iraque. Também não adianta lembrar que há dois anos atrás essas mesmas almas se recatavam de dizer o mesmo e no mesmo tom das atrocidades cometidas por Sadam e seus capangas.

Já agora, e para se ter uma noção das proporções de que falo, chamo a atenção para o facto de morrerem, todos os anos, nas nossas estradas, pertencentes a um país com 10 milhões de habitantes, mais pessoas por ano do que militares americanos no Iraque desde o início da guerra (há mais de 1 ano). No entanto isso não é suficiente para que os jornalistas percebam que não faz qualquer sentido polarizar o verbo de forma a dar a entender que a cada soldado morto corresponde um passo final para a derrota americana e da sua política.

No terreno, livremente, podem também os jornalistas obter informação. Evidentemente que correm riscos mas, caso a coisa corra mal, não se coíbem de culpar os americanos pela protecção que não lhe facultam, nunca se lembrando de reclamar o mesmo da outra parte que, essa sim, considera um jornalista não mais que um saco de dólares (ironias) com pernas.

Junto à população recolhem depoimentos que exibem como sendo verdadeiros, fazendo crer que não sabem que, dizendo o que dizem (o que fica gravado), escondem a verdade por amor à pele. Querem fazer crer que não sabem que cada palavra dita por um iraquiano aos microfones e perante as câmaras pode significar a sua sentença de morte, não à mão dos americanos mas à mão daqueles que os jornalistas tentam subrepticiamente elevar à posição de heróicos resistentes ao porco imperialista.

Cada iraquiano sabe, melhor que ninguém, que uma declaração imprevidente chegada ao conhecimento dos capangas cortadores de cabeças, lhes pode dar, e a toda a família, a suprema graça de uma execução sumária em nome de Alá. Mais. Os jornalistas fazem o favor de se esquecer que para que os iraquianos alcancem os céus por essa via, não basta uma declaração neutral, basta que não seja a favor dos zeladores oficiais do status quo que elevou o Iraque à classificação de estado-pária, estado-personalidade – um estado fora do contexto de convivência internacional, mais parecido com uma coutada privada do seu dirigente máximo e respectiva família do que com um país real.

Em contactos directos com os “heróis” muçulmanos, os jornalistas percebem que estariam em terreno muitíssimo perigoso. Recorrem então a prestadores de serviços de jornalismo, “locais”, que lhes facultam o material que, naturalmente, lhes parece (porque a pele aos próprios pertence) demasiado arriscado obter.

Não lhes interessa que esses “jornalistas” locais sejam um braço armado da respectiva máquina de propaganda. Essa qualidade é convenientemente esquecida, tanto mais que o material é anti-americano. Põem em causa a validade da informação recolhida pelas equipas embedded, mas não têm escrúpulos em aceitar a informação oposta só porque terá sido recolhida por “jornalistas”.

Depois admiram-se que, com o passar do tempo, a realidade se imponha, e se perceba finalmente, que todo este disparate pseudo-jornalístico não passava de uma colecção de cruzadas pessoais anti-americanas. As eleições no Iraque deixaram essa maralha em estado de choque. Não lhes vai servir de emenda - percamos a esperança.

Há ainda a faceta das vítimas da comunicação social.

Em primeiro lugar essas vítimas acontecem por haver, apesar de tudo alguma confiança nas tropas americanas. A generalidade dos jornalistas ocidentais acompanham, de uma forma ou outra, as movimentações das tropas americanas, a quem, volto a lembrar, reclamam responsabilidades quando algo corre mal. Mas nem se atrevem a tentar acompanhar a outra parte. Nesse caso ficam no hotel. Evidentemente que quando a generalidade deles acompanha o lado americano, a haver molho, é do lado americano que morrem.

Qualquer operador de câmara está farto de saber que, à distância, uma objectiva sobressaindo de uma esquina se parece com uma bazuca, e que um cinto de baterias parece um cinto de granadas. No calor da batalha, volta e meia, são atingidos, por uma ou outra parte.

Todos sabem, quando estão em directo, que, estando a revelar posições ou movimentações de tropas, no mínimo se expõem directamente à fúria dos soldados visados, que nesse mesmo momento têm o pescoço no cepo. Admiram-se que os soldados percam a cabeça e lhes dêem canhonadas.

Resumindo, acham a guerra pérfida (como se lhes estivesse reservada a capacidade de percepção de que uma guerra é sempre isso mesmo - pérfida), mas querem trabalhar como se estivessem a recolher material num centro comercial em Paris.

PS.
José Manuel Fernandes tem razão: o Tribunal Internacional para o Iraque não foi mais do que uma variação dos tribunais plenários do regime Salazarista.

José Manuel Fernandes opina normalmente “fora do penico”. Por um lado, como jornalista, devia abster-se do comentário. Por outro, e ainda em relação ao Iraque, coleccionou uma tal quantidade de predições erradas que lhe deviam aconselhar a ausência de voto (idóneo) na matéria. De qualquer forma, no ponto inicial, e em minha opinião, ele tem razão. Juntar, a dedo, numa sala, um molho de pessoas cujas posições prévias são conhecidas e maioritariamente convergentes (no sentido que os proponentes pretendem – só aqui não há parvoíce), e chamar a este grupo um tribunal, não cabe na cabeça de um tinhoso.

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* O termo embedded significa embutido – jornalista que acompanha os combates integrado na força militar em causa.

13/04/2005

Areias Movediças



Inquietações, é comigo.

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Fome e vontade de comer


Kumba Ialá - Nino Vieira

Junta-se a fome à vontade de comer.

Viva o auto-colonialismo.

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12/04/2005

As Voyagers



As Voyagers vão, provavelmente, ser desligadas (em inglês).

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Carlos Fino - Auto-afastado

No programa Clube de Jornalistas (RTP2) de 11 de Abril, Carlos Fino, auto-afastado, aparentemente, da profissão de jornalista, declarou:
“Em Portugal não há carreira de jornalista. O jornalista não tem saída. Cada vez mais o jornalismo é para ser exercido entre os 20 e os 40 anos. A partir dos 20, porque nessa altura ainda é ingénuo suficiente, ambicioso o suficiente para correr sem perguntar para onde nem como. No final, é simplesmente rejeitado borda fora, porque não há lugar para nós, a não ser a cooptação para serviços de controle e de administração. Carreira propriamente jornalística não há. Digam-me quem são os seniores jornalistas que estão hoje no activo em Portugal a exercer efectivamente a profissão...Eu gostaria de continuar. Mas como? A fazer o quê? Não há esse estatuto de jornalista. Isso não é reconhecido. Não há essa carreira. E sem isso, o topo da "carreira" de jornalista hoje em dia, no nosso país pelo menos, é ser conselheiro de imprensa numa embaixada“.
Volto a recordar o artigo de fundo de O Bigode na Sopa sobre este tema. Está lá tudo.

Há que reconhecer a Carlos Fino o exercício da actividade jornalística equilibrado e em dificílimas condições, recordando-se: União Soviética, durante muitos anos (onde levou, da KGB, um enxerto de porrada que o ia matando) e, recentemente, em Bagdad.

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Este post foi revisto a 13 de Abril. Declarações precisas de Carlos fino retiradas do portal do Clube de Jornalistas

Do perfeccionismo legal

Dizia Angelo Correia, dia 12 de Abril, no Prós e Contras (RTP):
“O perfeccionismo legal leva à impossibilidade de se praticar justiça”.
Este perfeccionismo legal é, exactamente, um dos dogmas da esquerda construído sobre um dogma da direita (o da legalidade absoluta).

A direita diz: revoluções são ilegais, a lei tem que ser cumprida. A esquerda abandona o pôr em causa do desafio à lei por razões ponderosas, e cria o dogma: então as leis têm que ser perfeitas.

E a legislação acaba matando a lei.

Começaram a descobrir-se arsenais. Vai legislar-se no sentido de uma restrição legal a toda a prova, à aquisição de armamento. Torna-se muito mais remota a possibilidade de aquisição de armas por meios legais. Aumentará, automaticamente, a procura de armas em circuitos paralelos que, rapidamente, se posicionarão no terreno.

A procura faz a oferta, um anti-dogma da esquerda que continua a achar que unicamente a oferta faz a procura.

Ou me engano muito, ou José Sócrates vai limpar a consciência metendo a pata na poça.

Legislar, para a esquerda. é uma espécie de exercício alternativo à confissão na Igreja. Redime-a dos pecados, perdão, disparates.

O crédito ao descrédito

Vi, parcialmente, o programa Clube de Jornalistas de 11 de Abril.

A determinado momento, alguém chamou a atenção de que, durante as guerra no Iraque, os meios de comunicação social ocidentais divulgaram informação de fontes diversas, mas maioritariamente ocidentais. Que não mais (salvo erro) de 17% das fontes eram árabes e de que, entre as árabes, a Al Jazeera ocupava a parte de leão. O general Loureiro dos Santos chamou então a atenção de que, nos países árabes, esse desequilíbrio era total, porque a informação veiculada pelos meios de comunicação social ocidentais não passava, de todo, nas cadeias de informação locais.

O que podia ter sido salientado pelos jornalistas presentes, supostamente pouco dados a pactuar com propaganda desmascarando-a (parece-me que Loureiro dos Santos o quiz fazer sub-entender), foi que, pelo facto das cadeias árabes ignorarem a informação ocidental se descredibilizavam automaticamente dando razões ao pouco espaço reservado nas cadeias ocidentais à informação por aquelas veiculada.

É difícil não considerar como propaganda a informação proveniente de uma cadeia de informação que ignora por completo, nos territórios onde actua, a informação das cadeias das restantes áreas do globo.

A não ser que se diga que a informação da Al Jazeera era 100% verdadeira. Também a votação iraquiana em Sadam Hussein era de 100% e pelas nossas paragens, aqueles que se incomodaram com os valores de votação no Iraque parecem ter ficado agora mais agastados do que no tempo dos 100%.

Tem uma suprema graça reclamar-se da pouca inclusão nos canais ocidentais de “informação alternativa” proveniente de locais onde não há alternativa à informação aí gerada.

É fundamental que essa “informação alternativa” seja difundida no ocidente, mas há que não esquecer que ela vale o que vale: pouco. Há ainda que não esquecer que a informação, no ocidente, globalmente falando, não vale muito mais, mas, apesar de tudo, vale mais.

11/04/2005

Boletim da APAA, Ano 1, nº 1


As coisas que encontro no meu arquivo ...

Link para a Associação Portuguesa de Astrónimos Amadores.

Pearl


Janis Joplin. Uma das melhores do Sec. XX.

Genesis: Selling England by the Pound


Genesis: Selling England by the Pound: outro, igualmente importante.

Trilogy

Emerson, Lake & Palmer - Trilogy

Talvez o disco mais interessante que ouvi enquanto jovem, e anda oiço.

08/04/2005

O Bigode na Sopa

O Bigode na Sopa - Blog de interesse, com um único e solitário post, mas de interesse.

Um guia de operações sobre a forma de operar da comunicação social portuguesa contemporânea, que culminou no caso Marcelo Rebelo de Sousa.

Até deita fumo.

A orgia de morte que rodeia a paranóia à volta da morte de João Paulo II está de acordo com os cânones do guia de operações.

Aqui fica a lista de capítulos:
Pontos nos is: o antes e o depois
A censura e o PREC
E chega o 25 de Novembro
... E o pós-25 de Novembro
A era das rádios locais
... A seguir, o das "redes" de rádios locais
A "nova onda" jornalística
O novo interesse do povo: o apelativo
Da censura e do lixo
O bolo e os morangos
As televisões privadas
O oficiante jornalista comentador, opinion-maker, vedeta, juiz e o mais
O sussurro das melgas
A "revolta dos morcegos"
O comércio
A dupla metamorfose: de morcego novamente a morango

Aconselhado a estudantes de comunicação social. Basta seguirem o guia e nem precisam do ensino básico - terão sucesso (apesar de tudo convém que saibam ler - escrever não é preciso - se tiverem, nos computadores, software que ponha o computador a falar, já nem é preciso saberem ler).

07/04/2005

Tralha

Suponhamos que antes da queda do muro de Berlim esquerda e direita se digladiavam em defesa dos seus dogmas.

Tenho a impressão que, tendo caído o muro, a direita terá substituído alguns dos seus dogmas, mas mantendo-os ao mesmo nível. Novos dogmas sobre uma hipotética (de intensidades variáveis) realidade.

À esquerda essa substituição não se processou ao mesmo nível. A esquerda construiu novos dogmas sobre os anteriores, dissolvendo-os em parte ou simplesmente sobrepondo-os. Nalguns casos novos dogmas sobre dogmas da direita.

A esquerda, “libertando-se” da realidade ganhou margem de manobra discursiva. Não sendo uma mais valia, torna o diálogo com outras correntes de pensamento “o” quebra-cabeças, e permite-lhe continuar confabulando e admirando, impávida e serenamente, a paisagem do planeta dos gambuzinos – abaixo a ditadura da realidade.

Seria aquilo a que Durão Barroso chamava “tralha esquerdista”?

Nota:
Mantenho a esperança de ir podendo consubstanciar a “excitação”.

Vinícios

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... senão ... é o mesmo que amar uma mulher só linda ...

... que choraste, na flauta, todas a minhas máguas de amor ...

... se todos os tristes quiserem ir juntos, a tristeza vai-se acabar ...

... os cientiastas russos acabaram de descobrir que a burrice não tem transplante ...

(Vinícios)

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Bicharoco

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Bicharoco: dose ambulacrária de proteinas.

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01/04/2005

O Bloco de Esquerda defende despenalização do assassinato

Ouvi, na RTP, o seguinte diálogo (mutatis mutandis) entre António Pires de Lima e Fernando Rosas:

- Você defende o aborto em qualquer altura!
- Não defendo não.
- Então você defende que haja julgamentos e prisões para mulheres que abortem à 20ª semana!
- Não, não defendo.
- Nem à 30ª?
- Não
- Nem à 40ª?
- Não.
- Então você defende que haja despenalização mesmo que pratique o aborto imediatamente antes do parto!
- Sim.



Qual a diferença em matar o feto imediatamente antes ou logo após o parto?

E porque não até 1 semana de vida?

Ou 1 mês … 6 meses … 1 ano …

Talvez até à idade escolar …

Talvez até à idade de ir à tropa …

Talvez até à idade em que alguém se pode candidatar à Presidência da República …

Porque tem andado, o Bloco de Esquerda, a achincalhar os Estados Unidos da América por só recentemente ter abolido a pena de morte para menores? O Bloco de Esquerda defende o mesmo … sem julgamento …

Isto é a total aberração! Lembram-se da outra primorosa tirada “você nunca gerou uma vida”?

Decidir, por livre arbítrio, quem deve viver ou não, numa altura em que ninguém (mesmo o Bloco de Esquerda) recusa que se esteja perante um ser (a partir das 12 semanas), é nazi.

Salvo erro, a constituição proíbe os partidos de pendor nazi.

Sobre o assunto, com esta já são duas. Há que ilegalizar o Bloco de Esquerda.

31/03/2005

Os sangrentos

"Bloody people." … "I hate doing this" - “gente malvada” … “detesto fazer isto”.

O príncipe Carlos de Inglaterra, é de carne e osso como todos nós.

Ele, como nós, tem o direito de estar em casa, apanhar chuva, apanhar sol, caminhar pelo campo ou pela cidade, divertir-se na neve ou onde muito bem entenda.

Ele, como nós, tem direito a dar-se com quem muito bem entenda e tem também o direito a dizer “não me chateiem”.

Ser uma figura pública não o transforma numa figura pública a tempo inteiro.

Ser uma figura pública não o obriga a comportar-se como toupeira para ter vida privada.



O que acabei de expor parece ser muito difícil de perceber aos meios de comunicação social e respectivos jornalistas, incapazes de compreender que, estando o homem, em determinado momento, a dar a cara contra a sua própria vontade, está a ser privado da sua liberdade, ou a ser pressionado a passar aos túneis para a poder gozar(?).

Há, aliás, no meio jornalístico, uma “corrente de opinião” que defende qualquer jornalista está inerentemente empossados de um tal “direito à perseguição”. Para quem se lembra do tempo da outra senhora, algo parecido com aquilo a que a PIDE se arrogava e exercitava (a PIDE matava, os jornalistas ainda não – mas provocam mortes).

Enfim, em boa verdade se pode dizer que talvez não seja humano exigir a jornalistas o supremo esforço de perceber que quando alguém diz “deixem-me em paz”, quer dizer, que essa pessoa, quer ser deixada em paz.

Como carraças, determinadas pessoas acham que têm o direito de se instalarem nas costas de outras pelo simples facto de as segundas terem tido o desplante de sair à rua e gozarem a sombra da árvore em que as primeiras se instalaram.


Nem quando uns dizem "gente malvada" … "detesto fazer isto", os outrs são capazes de perceber que estão a exercer violência. E continuam sem perceber que, o facto de "desmascararem" o que escapou, entredentes, da alma da toupeira, exibindo na TV a respectiva lamúria, estão a elevar essa violência à milésima potência.

… há gente (?) que não há maneira de perceber o que é liberdade.

Convoquem a Alma

Brevemente nas livrarias ...


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30/03/2005

Se eu pudesse fazer o tempo voltar para trás ...

Publicado por Joe N. em 6:21 PM

Hugo Chavez nacionalizará propriedades rurais e redistribui-las-à como fez Mugabe. A queixa do homem a quem a BBC apelida de "guerreiro da liberdade" é a de que 1% da população detém 60% da terra arável.

90% da população é urbana - acrescentando-se que, na melhor hipótese, não mais do que 50% da restante população está envolvida na agricultura. Portanto, pouco mais de 2% da população terá reposto o seu bem estar para benefício dos restantes 3%, juntamente com quem quer que seja que Hugo consiga despachar para o campo na persecução da sua revolução cultural.

Porquê abagunçar tudo? Porque não simplesmente
fazer o povo passar fome em vez de tornar os pobres ainda mais pobres, fazendo com que tenham que pagar mais pela comida?


If I could turn back time...
posted by Joe N. @ 6:21 PM

Hugo Chavez will be nationalizing farms and redistribute the land à la Mugabe. The complaint of the man the BBC refers to as a "warrior for freedom" is that 1% of the population owns 60% of the agracultural land. 90% of the population is urban - it goes to follow that, at best, no more than half the remaining population is involved with agriculture. So the 2+% percent of people will have their wealth reposessed for the benefit of the other 3, along with anyone else Hugo can cart off to the countryside in his cultural revolution.

Why muss around? Why not just
starve people instead of making the poor even poorer by making their food cost them more?

Voyeurismo Papal

“É muito bonito ver Papa tentar falar” diz um devoto, emocionado, após o pontífice ter tentado falar à multidão, por duas vezes, infrutiferamente.

Isto não se está a tornar num caso de puro voyeurismo ao sofrimento humano?

Onde é que isto vai parar?

Suicidas involuntários?

Tradução de um artigo encontrado aqui.

Notas:
1 - O termo “fascistas islamitas”, mais propriamente “islamitas” parece-me excessivo. Muito embora os próprios se reclamem dessa qualidade (islâmitas), duvido que os restantes seguidores do islão os aceitem como tal. No entanto, tentando traduzir tão fielmente quanto possível o documento original (transcrito posteriormente), mantive o termo.

2 - VBIED (Vehicle-Borne Improvised Explosive Device) - Dispositivo Explosivo Improvisado Instalado num Veiculo


O sujo segredinho dos fascistas islamitas é o de que muitos destes carros-bomba não são, como afirmam na sua propaganda de recrutamento, um sacrifício suicida. Demasiado frequentemente, os condutores desses veículos não estão conscientes de que estão a fazer algo mais do que a contrabandear mercadoria através de um posto de controlo ou a colocar um carro bomba para posterior detonação. Aqueles assassinos guiam frequentemente a pouca distância do VBIED levando consigo um dispositivo de detonação por controlo remoto. A bomba é detonada logo que o veiculo chegue suficientemente próximo do alvo, ou, como em muitos casos, num posto de controlo, logo que o dispositivo esteja prestes a ser descoberto e a missão comprometida. O posto de controlo torna-se então um alvo de oportunidade não interessando quantos inocentes lá estejam. Chamamos a isto um Kervorkian, ou um acto de bombardear suicida assistido.


The dirty little secret of the Islamo-fascists is that many of these car bombs are not the suicide sacrifice that they tell of in their recruiting propaganda. All too frequently, the driver of many of these vehicles is unaware that he is doing anything more than smuggling supplies through a checkpoint or planting a car bomb for later detonation. These murderers are often driving not far behind the VBIED with a remote control detonation device. The bomb is detonated as soon as the vehicle gets close enough to the target, or, as in many cases, the device is about to be discovered and the mission compromised at a checkpoint. The checkpoint becomes a target of opportunity, no matter how many innocents are there. We refer to this as a Kervorkian, or an assisted suicide bombing.

29/03/2005

Mais um passo mercantilista

Está a passar mais um período de mini-férias.

Nos programas de informação das TVs voltou a acontecer o habitual. Um abandalhamento geral do conteúdo das emissões.

Os profissionais do quadro impõem a sua autoridade e vão de férias deixando os escravos, estagiários, a tomar conta.

É a altura ideal para que os jovens demonstrem que “estão com o projecto”. Atropelando todos os princípios deontológicos para “provar” que conseguem as mesmas audiências ficam mais ao alcance das boas graças do grupo de comunicação onde se encontram e onde desejam alcançar um vínculo laboral mais firme.

Passadas as mini-férias, os veteranos regressarão e perceberão que a arraia abateu mais umas barreiras. Mas basta aproveitar a brecha, fazendo como eles, para manter as distâncias.

Especulação analítica

Os programas sobre a vida selvagem, chamados de “documentários”, têm passado por várias fazes.

A última fase inclui a dramatização da coisa.

O ruído já raramente é natural. Chegámos ao ponto em que até os peixes fazem “blops” cada vez que abrem a boca, como se, naquelas circunstâncias o ruído existisse.

As imagens são frequentemente conseguidas em estúdio (especialmente para as espécies mais pequenas) sem que isso seja mantido claro.

Pode ser razoável a artificialização do processo, mas deve haver honestidade. De outra forma a fronteira entre o documento e a invenção esbate-se de tal forma que se pode passar a chamar o que se quiser ao que se quiser.

Hoje, 27 de Março, a SIC exibiu um programa sobre vida natural, a que chama, como é da praxe, documentário. Suponho, aliás, que esse termo já lhe é atribuído pela BBC, produtora original do programa.

A determinada altura (parece-me que numa anterior circunstancia já o tinha feito, mas eu não estava muito atento), um babuíno está a preparar-se para deitar a luva a um flamingo, a imagem é parada e é dita a seguinte frase: “Vamos analisar o que poderá ter acontecido para se chegar a esta situação”.

Esta frase é, aliás, muito usada nos nossos meios de comunicação social em programas (supostamente) de informação. De cada vez que algo acontece em que nada se sabe sobre o que tivesse na origem de determinado desfecho, para manter as audiências especula-se a torto e a direito.

Voltando à bicharada, não parece razoável que “se analise o que possa ter acontecido”. Podem analisar-se cenários. Hipóteses. Mas deve ser claro, em cada caso, que se está no campo da mera hipótese.

Pode dizer-se “vamos analisar o que aconteceu” ou “vamos tentar descobrir o que pode ter acontecido”. Declarar-se que se vai analisar o desconhecido parece-me, pura e simplesmente, desonesto.

Não sei se a “bucha” foi impingida na tradução da locução original para português ou se já existia no original. A ser o primeiro caso, não abona a favor da SIC. A ser o segundo, não abona a favor de ambas. Da BBC porque tem responsabilidades, até históricas, na produção de informação isenta (será que se mantém?), da SIC por estar pouco atenta ao que emite.

Febre de Marburg: a invenção da RTP

Na RTP, o Telejornal de 27 de Março de 2005 foi aberto por José Rodrigues dos Santos, anunciando que o virus de Marburg já estava em Portugal.

Hoje, 29 de Março, as autoridades competentes vêm anunciar que, após as análises apropriadas, nenhum dos casos suspeitos se revelou consequência do vírus.

Pode, com legitimidade, concluir-se que, das duas uma:

1 – A RTP tem outras fontes que garantem que o viris está, de facto, no nossos território.

2 – A RTP inventou e mentiu.

No primeiro caso pode suspeitar-se que, tendo outras fontes, a RTP está apostada em que o vírus se dissemine e, não revelando as bases que sustentaram a sua afirmação, está a contribuir que a praga se propague. A lógica que leva a esta hipótese é, aliás, a lógica a que se agarram os órgãos de comunicação social quando suspeitam que alguma informação não lhes está a ser facultada.

No segundo caso, que nem a tranquilidade dos portugueses é respeitada quando se trata de gerar stress, espalhar a confusão, enfim, aumentar as audiências.

Garrafas 5 e 6

Em resposta a esta garrafa do Miguel de Ovar, verti o seguinto comentário:
O cômputo de audiências entre "o desgraçadinho da seca" e "precisamos de chuva para poder facturar culturas queimadas" pende, positivamente, para o primeiro. Portanto, é por aí que a comunicação social vai - na busca do po$$$$itivo".
O Miguel respondeu com esta outra garrafa.

E eu, volto à carga:
Tá bem, mas esse "amor" dos media pela classe política não é altruísta. Esse "amor" é mantido porque eles não a podem (ainda) contornar.

O paradigma do grupo media emergente da uma total deglutição dos restantes grupos, seria passar a chamar-se Diário da República. E porquê? Para arrecadar mais carcanhois sem ter que despender energias: com o governo numa primeira fase, com o estado numa segunda.

Já nessa fase (lagarto-lagarto) continuar-se-ia a fazer de conta que o país continuaria a existir.

Tudo caminha no sentido de criar uma nova era colonialista acionistas-trabalhadores, onde as bolsas seriam então demasiado restritivas. Os pequenos accionistas são, por enquanto, um mal necessário (como os governos).

Neste filme, a tropa de choque são os jornalistas.

26/03/2005

A espiral e o prego.

Nos confins dos Estados Unidos da América, uma sumidade aberrou:

"Aprender pouco interessa, o que interessa é aprender a aprender".

É espantoso como um disparate desta dimensão consegue fazer carreira: o Ministério da Educação está cheio de gente que adora a máxima. Dizem, entre outro desatinos, que “a malta nova, de facto, sabe pouco. Mas sabe outras coisas” … Pode dizer-se, em abono da verdade, que já o diz com pouca convicção, mas não desiste. O prejuízo causado é de tal monta que é mais fácil negá-lo. Nada de novo.

Suponho que a cidade de Boston tem algo a ver com esta ‘corrente de pensamento’ que tem vindo a gerar seguidores por todo o lado.

Ninguém aprende coisa alguma se nada souber. Não basta saber onde fica a livraria para se ficar feliz na sapiência de se saber onde fica o estabelecimento.

Saber, é ter a capacidade de relacionar o que se conhece. Para se conhecer é preciso aprender.

A hecatômbica máxima é tão estúpida quanto esta outra:

Aprender a aprender, pouco interessa. O que interessa é aprender a aprender a aprender.

Ou esta ainda:

Aprender a aprender a aprender, pouco interessa. O que interessa é aprender a aprender a aprender a aprender.

Eis-nos na espiral. Nenhuma das máximas anteriores é mais estúpida do que a outra. São todas uma idiotice pegada. Só o ponto inicial faz sentido. O resto é bebedeira.

Aprendamos e deixemo-nos de disparates. Se aprendermos, aprendemos a aprender. Mas só pela primeira ficamos com a segunda. Adquire-se o ponto que interessa e a espiral é dominada.

Na instrução primária? Tabuada. Cantada e tudo. Não tenhamos medo que os putos confundam a coisa com o hino da mocidade portuguesa.

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O caos rumo à chacha.

Metido à estrada (26 de Março), ouvi na rádio um programa de Carlos Magno e Carlos Amaral Dias.

A conversa era suposto andar à volta do exercício da medicina, mas o Contra-informação faria mais sentido.

Nenhuma ideia conseguia ser exposta. Os convidados eram meras lebres em corrida de galgo que permitiam às sumidades detentoras do programa exercitarem as suas artes de tornar qualquer raciocínio num caos, em que reinavam com delicadeza de tornado gigante em aldeia antiga.

A certa altura, minha mãe, que me acompanhava, disse: "Éh pá, esses gajos transformam o programa em pura conversa de chacha. Irra!".

Nota:
Gotaria de lhes enviar este artigo, mas não consegui encontar o e-mail ou blog de qualquer um deles. Se alguém puder ajudar ... Tks.

24/03/2005

O preço da Bombardier

De cada vez que o poder político (ou mesmo sindical) manifestar o interesse em que a Bombardier seja comprada por organizações ligadas ao estado, o valor da transacção aumenta e é do nosso bolso que esse diferencial vai sair.

Doença: o copioso verbo

Escreve José Manuel Durão Barroso, no jornal Publico:
"Para resumir, temos que melhorar substancialmente as formas de transferência do conhecimento através da educação, a produção de novos conhecimentos através da investigação e a utilização e aplicação desse conhecimento através da inovação."
Esta frase lapidar é um exemplo de uma das insidiosas doenças que afecta o nosso sistema de educação: a produção de novas definições quando nada há de substantivamente novo.

O autor da frase podia ter simplesmente dito: Precisamos de mais investigação e de melhor ensino.

A ler

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Em: Desesperada Esperança
Título: Mundo a Contrário
Título: Palavra a Dizer
Por: Bruno

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Biblioteca de Babel

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Biblioteca de Babel - blog de interesse.

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China e o comércio livre

Escreve João Miranda no Blasfémias
A abertura do mercado europeu aos têxteis chineses foi mais contestada pelos
defensores dos direitos humanos do que o provável levantamento do embargo da
União Europeia à venda de armas à China.

Pois ...

Desmanche sim, aborto não.

Estou de acordo com o que Pedro Marques Lopes escreve no O Acidental, destacando, em particular, este parágrafo:

É uma questão política curiosa (choca-me chamar-lhe isto, mas é, de facto, uma questão política): se o “sim” ganhar, a extrema esquerda vai capitalizar politicamente esta vitória (o que será, no mínimo, indigno), mas se o “sim” perder, esta rapaziada continuará com a sua arma de arremesso político favorita.

Já agora aproveito para deixar duas notas que ouvi durante a discussão do problema por altura do primeiro referendo.

1.
O pessoal (?) quer poder abortar se tal achar conveniente, mas não quer que se saiba que tomou essa decisão. Foge de tudo o que lhe cheira a consultas que impliquem a possibilidade de se saber que o fizeram ou o decidiram.

Portanto, consultas de planeamento familiar, etc, etc, que não possam garantir o anonimato ...

2.
Uma amiga minha referiu ter ouvido esta conversa entre duas senhoras:
- Então, como vais votar?"
- Não sei. Essa coisa do aborto não me agrada. Desmanche, está bem .... mas aborto ...

23/03/2005

Freitas do Amaral e o homem que não tinha ido à tropa

Não foi na altura em que Freitas do Amaral era ministro (anos 80?) que um dirigente de um dos PALOPs, salvo erro também ministro, foi preso no aeroporto da Portela?

Não foi Freitas do Amaral que, nessa altura, justificou que a sua prisão tinha sido resultante de ele ter fugido à tropa?

Freitas do Amaral potencial vítima de intolerância

No Público

Freitas do Amaral considera "injusto" ter sido suspenso do PPE
Helena Pereira

"Mas teria pena se o PPE, numa manifestação de intolerância quisesse controlar e condicionar as opções políticas de cada um" ... [diz Feitas do Amaral]

Se o PPE correr com ele, será que ele carimbará o PPE de partido SS, de Partido Nacional Socialista?

Se ele for expulso, será que poderá ser acusado de falta de percepção política, por não se ter apercebido que pertencia a um partido intolerante? Ou, pior ainda, de saber que pertencia a um partido intolerante?

Mesmo que não venha a ser expulso, será que pode ser acusado de pertencer a um partido capaz de equacionar a expulsão de um militante só por ele ser membro do governo legítimo de um país da Europa?

Freitas do Amaral e o imperialismo interior

No Público

O Governo e os mitos da esquerda
Manuel Queiró


P.S. - Ouvi Freitas do Amaral invocar o exemplo de governos de coligação entre socialistas e democratas-cristãos a propósito da sua presença no Governo. Ver-se-á a si próprio como um dos lados de uma coligação? Se assim é, convirá lembrar-lhe que as coligações sem base parlamentar se rompem com muita facilidade. Desconfio que não hão-de faltar motivos.

Vistas assim as coisas, Freitas do Amaral parece sentir-se com todo o peso de um partido político (egocentrismo à parte). Tem o seu pequeno império interior. Imperialismo interior?

Proteccionismo suicidário :-))

Em Blasfémias, João Miranda diz que:
Proteccionismo a sério

Se o proteccionismo é bom para o desenvolvimento de um país, como diz o Barnabé, então deve ser ainda melhor para o desenvolvimento de uma província, de um distrito, de uma aldeia ou até para o enriquecimento de um indivíduo. Se o comércio externo é mau, então o interno é ainda pior. Acabemos com todo o comércio. Que cada um produza para si próprio. O mercado está garantido e não vai haver desemprego.

Está bem, mas isso lembra-me uma teoria minha (se calhar já alguém, antes de mim, se lembrou desta).

"A globalização está condenada porque no dia em que o planeta estiver completamente globalizado, a impossibilidade em fazer comércio com outros planetas atira-nos para uma situação de proteccionismo suicidário." :-))

Parece-me o proteccionismo razoável quando for, simplesmente, razoável.

Adenda.

Suponho que quando se fala em protecionismo não se fala em boqueamento a todas as trocas comerciais mas somente às importações . Sendo assim não é muito difícil antever toda a espécie de efeitos secundários.

O Far West (www.range-o-dente.com)

Este artigo, pela complexidade do seu formato e por não o ter conseguido compatibilizar com o Blog, encontra-se directamente no site Range-o-Dente, mais propriamente em http://www.range-o-dente.com/20050323/o-far-west.html.

O artigo original está aqui.

22/03/2005

Limitação - Palavra a dizer

O Bruno continua a "dar-lhes" com força.

Freitas do Amaral em novo momento de não dar a cara?

Sobre a sua eventual expulsão do Partido Popular Europeu, Freitas do Amaral argumenta que tal não fará sentido sem que lhe seja dada hipótese de se defender. Estamos de acordo.

Adianta ainda que está convencido que o cenário não se tornará realidade por não ser filiado no Partido Socialista, ser independente.

Mas não nos devemos esquecer que o mesmo Freitas do Amaral declarou recentemente ser "o momento exacto de dar a cara", dando a entender que já anteriormente tripulava o barco onde passava então a assumir a face.

Que garantias pode dar Freitas do Amaral que as suas declarações sobre a sua posição presente não devem ser entendidas à luz das suas (não) posições passadas?

Freitas do Amaral compara Hitler a figuras secundárias.

Freitas do Amaral afirmou na Assembleia da República que nunca tinha comparado o presidente Bush a Hitler, mas, (se a memória me não falha), apenas a algumas figuras da administração Bush (segundo percebi, não especificando).

Esta precisão da posição de Freitas do Amaral não abona em seu favor. De facto, comparar aquele ditador a figuras secundárias da administração americana resulta numa ainda mais marcante tentativa de reabilitação de Hitler.

Uma pergunta ingénua

O Blogue de Esquerda escreve:

Este fim-de-semana, morreram mais dois agentes da PSP no concelho da Amadora, o que está a levantar uma nova e compreensível onda de indignação nas forças policiais (após o assassinato brutal de outro agente, há cerca de um mês). As reportagens sublinham o que já sabíamos: ao actuar em zonas de risco, a polícia apresenta-se quase sempre mal equipada e muitas vezes com elementos inexperientes (um dos polícias mortos entrara na PSP há apenas seis meses). Quanto aos criminosos, não só estão mais bem apetrechados, em termos de viaturas e armas de fogo, como experimentam agora um sentimento de impunidade que os leva a nem pensarem duas vezes quando lhes surge a ocasião de "despachar um bófia".

A minha pergunta ingénua é esta: em vez de sacrificar jovens polícias mal armados na Cova da Moura, por que é que não se envia para essas áreas de elevadíssimo risco as forças do Corpo de Intervenção, que normalmente só vemos a carregar, forte e feio, sobre os estudantes que lutam contra as propinas ou sobre os trabalhadores que se manifestam às portas das fábricas? A esses agentes da autoridade, sabemo-lo bem, não falta nada: nem escudos inquebráveis, nem viseiras, nem coletes à prova de bala, nem metralhadoras, nem gás lacrimogéneo...

Mas então onde está a posição “de esquerda” que remete a resolução destas coisas para as causas e não para a força?

Será esta uma nova posição pragmática, belicista, tão ao gosto de George Bush? Será que o Blogue de Esquerda não vê um paralelismo entre o que acima sugere e o que se passou no Iraque? Ou será que pensa que uma intervenção, nos moldes que sugere (“metralhadoras”) não terá efeitos colaterais?

Não vê aqui o Blogue de Esquerda nenhum paralelismo ao “capricho vingador de George W” (ler abaixo)?

Se calhar ele tem razão no que defende agora. Teria ele razão antes?

BUSH EM BAGDAD

Foi num pé e veio no outro. Às escondidas. Em segredo absoluto. Com um boné de basebol enterrado na cabeça, supostamente para enganar os seus próprios guarda-costas. Metido num avião sem luzes e de vidros fumados, que aterrou durante a noite na capital iraquiana. E lado a lado com Condoleezza Rice, para "parecerem um casal". Depois, num refeitório militar cheio de soldadesca esfomeada, surgiu de surpresa com o peru do Thanksgiving, todo sorrisos, apenas o tempo suficiente para ser filmado e fotografado por repórteres escolhidos a dedo, antes de se enfiar novamente no avião presidencial e regressar ao conforto do seu rancho no Texas. Não acham que tudo isto cheira demasiado a Hollywood?

Eu posso responder: não cheira, tresanda. Mas os efeitos nas sondagens já se fazem sentir, essa é que é essa. E torna-se óbvio que o Iraque, depois de ter sido sujeito ao capricho vingador de George W., vai estar cada vez mais dependente das necessidades de protagonismo dos republicanos, em tempo de pré-campanha eleitoral.

O discurso europeu

Victor Davis Hanson escreve um artigo sobre a dualidade Europa / Estados Unidos. A tradução é minha (ajudem, por favor).

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O presidente Bush, fez supostamente charme aos europeus e, implicitamente, eles agora já não nos odeiam. Mas, apesar da recente viagem, é claro que os americanos ainda esperam, dos europeus e das suas lideranças, duas coisas: anti-americanismo profundamente sedimentado e embaraçosas contradições. Nesse contexto, examinemos todo o recente blá-blá europeu.


Não se atrevam a dividir-nos em novo e velho. Nós falamos a uma só voz, de Varsóvia a Lisboa. Nós aspiramos estar tão unidos quanto os vossos estados na América – MAS ajudem-nos a assegurar que a Europa tem assentos separados de Inglaterra e França nas Nações Unidas e, esperamos, que também da Alemanha.

Parem de usar a força para resolver problemas!. Escutem os nossos diplomatas. Promovam tribunais internacionais. O mundo já não funciona de acordo com as vossas leis absurdas de potência militar de desencorajamento – MAS não se atrevam a retirar, da Alemanha, mais tropas americanas.

Fiquem na NATO. Vocês estão empenhados na defesa colectiva da Europa – MAS vão-se habituando ao facto de que em breve teremos uma nova força, rival e independente dos Estados Unidos.

Tenham atenção ao mundo muçulmano!. Ouçam-nos, que temos mais experiência no Médio Oriente. Tentem incorporar em vez de isolar o "outro". – MAS parem de nos dizer que temos que deixar entrar a Turquia na União Europeia.

Parem de militarizar o globo!. Alternativamente, vejam o mundo como uma família de sociedades liberais interligadas que estão a tentar resolver as suas diferenças pela razão – MAS parem de tentar evitar que vendamos armas de alta tecnologia à grande China comunista para que ela possa ameaçar a pequena e democrática Taiwan (Formosa).

Aprendam com a nossa cultura mais humana. Vejam como a nossa semana de trabalho curta, os nossos direitos vitalícios e bem estar pela promoção do pacifismo – MAS como é que vocês, rica e poderosa América, conseguem fazer tudo o que fazem?

Lembrem-se que nós somos os vossos parceiros críticos na guerra contra o terrorismo! Apreciem o nosso trabalho não proclamado que prossegue por entre as vossas bombas sonantes de americanos desordeiros – MAS o Hezbollah não é uma organização terrorista e como tal não pode ser classificada (e a Hamas também não, e precisa do nossos apoio financeiro).

Assinem Kyoto!. Comecem a comportar-se como bons cidadãos do globo! – MAS parem de sugerir que tínhamos uma mão na bagunça do Ruanda, na bagunça dos Balcãs, na bagunça do programa petróleo por alimentos, na bagunça do reactor de Sadam, na bagunça do Hezbollah/Hamas, na bagunça de Arafat …

Desistam de proceder uni-lateralmente! Atribuam às Nações Unidas casos que afectem o mundo. Não actuem simplesmente por vós próprios como se os vossos actos não afectassem os outros – MAS esqueçam as Falkland, a Costa do Marfim, a unificação da Alemanha ou os acordos petrolíferos com Sadam.

Não interfiram no Médio Oriente! Vocês, cow boys, compreendem a loucura que estão a soltar? Mas se tiverem sucesso nós somos capazes de parar de vos caricaturar – Só SE a democracia tiver lugar e nós pudermos dela tirar crédito e lucro.

21/03/2005

Made in Europe

Será verdade?

Contra a Corrente

Obrigado

Os carimbadores



De cada vez que, nos Estados Unidos, tem lugar um homicídio mais ou menos espampanante, logo a comunicação social lhe aplica a carimbadela de "resultante da disseminação de armamento pela acção de poderosos lobis armamentistas americanos em função dos seus interesses económicos".

Trata-se, evidentemente, de uma das várias carimbadelas típicas de que a maioria dos jornalistas se socorre sempre que acontece algo com características bem definidas.

Neste caso as características são:

1 - assassinato algo bizarro
2 - Estados Unidos

Outro caso típico:

1 – avanço científico
2 – aplicável no campo da medicina
3 – de difícil compreensão por jornalistas (imenso campo)

Neste último caso a carimbadela típica será: "capaz de vir a revelar-se de interesse fulcral na procura da cura do cancro".

Voltando ao caso inicial, é obvio que a disseminação de armamento ligeiro tem um peso irrelevante do orçamento dos fabricantes de armamento. Mais ainda, muito armamento disseminado nos Estados Unidos não é de lá originário.

O que interessa (que tem real peso) aos fabricantes de armamento é a venda de sistemas de armamento sofisticado (carros de combate, sistemas electrónicos de todos os tipos, sistemas de mísseis, de comunicações, aviões, etc). Mas a facilidade com que o carimbo pode ser usado sobrepõe-se aos factos.

Em Portugal tiveram recentemente lugar vários crimes violentos, alguns contra as autoridades policiais, perpetrados por pessoas aparentemente organizadas em gangs, que recorriam a quantidades substanciais de armamento.

Não se tendo verificado a característica 2 do primeiro exemplo dado, não foi declarado que o sucedido foi "resultante da disseminação de armamento pela acção de poderosos lobis armamentistas americanos em função dos seus interesses económicos".

Gerónimo de Sousa e os trabalhadores da Bombardier

Não consigo perceber (na melhor das hipóteses) que lógica orienta Jerónimo de Sousa.
PCP alerta que caso Bombardier pode marcar início do mandato de
Sócrates
Numa reacção a decisão da Bombardier, o secretário-geral do
PCP, Jerónimo de Sousa, alertou que o envio da polícia de intervenção para a
fábrica na Amadora "pode marcar o início do mandato" do Governo de José
Sócrates. "Não é um sinal positivo o que está a acontecer na Bombardier. Assume
um carácter muito grave e que pode marcar o início do mandato deste Governo a
ida da polícia de choque para a empresa", afirmou o líder comunista, no final de
uma reunião do Comité Central do PCP.

"Mais grave seria, se ao que tudo indica, a deslocação da polícia vier a dar cobertura à retirada das máquinas decisivas para que a empresa retome a laboração", criticou Jerónimo de Sousa.

Já hoje, junto à Bombardier, o líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, garantiu que o partido vai questionar o primeiro-ministro, José Sócrates, sobre a retirada de equipamento das instalações da fábrica.

Bernardino Soares sublinha que o PCP vai aproveitar a apresentação do programa do Governo no Parlamento, na segunda-feira, para questionar o executivo sobre a situação.Ontem, o PCP já tinha entregue na Assembleia da República um requerimento a exigir ao Governo a explicação das medidas que vai adoptar para resolver a situação da empresa metalúrgica, cujo futuro estaria dependente de um acordo com a CP.

Vamos aceitar, sem conceder, que é o governo quem destaca a polícia de choque para onde quer que seja. Nessa altura seria de esperar que o PCP protestasse energicamente pela colocação da polícia às ordens directas do governo e não do direito.

Mas o PCP não protesta contra o princípio. Protesta contra este caso.

É portanto de admitir que ao PCP pareça razoável que a polícia de choque seja directamente controlada pelo poder político. Só não concordará com a decisão do governo (implícita) de enviar a polícia de choque para a Bombardier.

Torna-se claro que, se o PCP chegasse ao poder, utilizaria a polícia de choque de acordo com os seus critérios, à revelia do direito e da legalidade. Não faria mais do que fez o poder político salazarista.

Duvido que os trabalhadores da Bombardier possam contar com amigos destes.

18/03/2005

Manobras de reabilitação

O fenómeno Freitas do Amaral continua ...

Aqui como aqui, ... manobras de reabilitação.

E aqui, também. Muito bem Bruno.

Excelentíssimos

... ele continua nadando furiosamente. Muito bem.

Cerume

Tivesse isto acontecido com George Bush, haveria de ser bonito.

17/03/2005

Electrões "empurrados" por netrões

Bem me parecia que o silêncio dos ambientalistas estava relacionado com este atrigo de Vital Moreira.

Mas, como ele diz muito bem, não são aqueles os únicos a adoptar a táctica de silêncio.

Para que não haja dúvida, suponho que não seria boa ideia construir em Portugal centrais nucleares. Mas parece-me aborrecido que o assunto nem seja tocado - se calhar para evitar que se perceba quanto nos vão agora custar os silêncios (antigos e presentes).

16/03/2005

Utilizador - duplo pagador

De vez em quando andamos às voltas com o princípio (?) do utilizador-pagador.

Quando conduzimos nas auto-estradas estamos a pagar gasolina a preço de ouro, e pagando nela impostos para infra-estruturas, etc, etc.

Porque não se usa o imposto incluído na gasolina gasta nas auto-estradas para financiar a construção e manutenção de auto-estradas, e se abulem as portagens? A Brisa ficava a ganhar, e nós também.

Seria um bom exemplo de aplicação do princípio do utilizador-pagador … Neste momento estamos, nesta matéria, abrangidos pelo princípio do "utilizador - duplo pagador".

15/03/2005

Não houve "rei morto rei posto"

Dizia eu aqui, que o primeiro fenómeno português do século 21 estava prestes a ser despachado.

A minha previsão gorou-se ... o fenómeno subsiste. Parece que continua, ao ataque, por aqui.

Ficamos, portanto, com dois fenómenos em actividade simultânea ...

Tirem-me deste filme!

Adenda:

Diz Pacheco Pereira no Abrupto:
FALTA DE …., OLHEM, FALTA DE TUDO

de sentido de estado, de boa educação, de respeito mínimo por todos. É o que significa esta história da Câmara de Lisboa.

Pois.

Jornalismo e margem de erro

Lembrei-me agora de uma reportagem clamorosa, sobre a seca, feita por um canal de televisão nacional há talvez uns 15 dias. Mais pormenorizadamente, sobre a seca e o hipotético alívio provocado por umas pingas que tinham caído, algures, no Alentejo.

Perguntava o jornalista ao agricultor (coloco entre aspas o discurso que a minha memória diz ter tido lugar): "A chuva que caiu não fez grande coisa, pois não? Ter-se-há infiltrado no terreno talvez o quê … um metro?"

Responde o Agricultor: "Qual metro? Nem um milímetro."

É mais um exemplo do paupérrimo nível cultural dos jornalistas, ou, pelo menos, o paupérrimo nível cultural sobre os assuntos em que se metem.

O nível de infiltração no terreno, proposto pelo jornalista, era cerca de 1000 (mil) vezes superior ao real.

É caso para se perguntar se o jornalista saberia o que era chuva e terreno.

14/03/2005

Pirataria de água doce

Na Garrafa 5 de Yumagarrafaderum, o viperino Miguel de Ovar, espeta uma bela ferroada a um "dado adquirido" circulante.

Irrelevâncias

Parece-me que, dada a presente falta de assunto político naciona denso a abordar, a maioria dos bloggers cá do burgo se divertem com irrelevâncias na matéria.

Espero não me deixar descair para lá.

12/03/2005

José Rodrigues dos Santos e a violência nas imagens

José Rodrigues dos Santos participou, dia 11 de Março de 2005, no programa Praça da Alegria, na RTP.

Perguntado sobre o equilíbrio de informação na RTP, nomeadamente sobre a violência das imagens, deu o seguinte exemplo:

Numa universidade inglesa foi feito um estudo sobre o julgamento dos espectadores ao nível de violência exibido nos programas de informação. Foi mostrado inicialmente, a um grupo seleccionado, um conjunto de imagens que a clara maioria classificou como extremamente violentas, portanto inadequadas para exibição. Depois foi-lhes mostrado o conjunto original de imagens de onde as primeiras tinham sido seleccionadas.

Perante o segundo conjunto de imagens tornou-se claro aos espectadores que as imagens inicialmente seleccionadas (menos violentas) tinham sido as melhores, vindo a mudar a sua opinião inicial deles no sentido de acharem que a selecção era correcta.

Aqui está um exemplo do que vai pela cabeça dos profissionais ligados à informação, nomeadamente de José Rodrigues dos Santos, até recentemente Director de Informação da RTP, e que se pode resumir no seguinte: qualquer coisa se pode exibir, desde que haja ainda pior.

Não há na cabeça deles qualquer valor absoluto a ter em atenção, na totalidade ou em parte. Tudo são valores relativos.

Há ainda, nesta lógica empenada, uma mensagem para os que estão dentro do sistema: há que procurar recolher imagens (e depoimentos) não só muito violentas mas outras, ainda mais violentas. As primeiras para exibir, as segundas para justificar a exibição das primeiras.

Havendo uma explosão algures, não interessa os jogos de poder que lhes estiveram na origem. O que interessa é mostrar as vítimas amputadas, os buracos de balas nos respectivos troncos, etc. Este tipo de imagens nunca será excessivamente violento, porque, para evitar violências excessivas, serão também recolhidas imagens, que nunca serão exibidas, das vísceras das vítimas.

Sobre os jogos de forças que levaram ao ataque, os espectadores s nada ficam a saber. Mas melhoram os seus conhecimentos em anatomia.

Chamam eles a esta lógica, que aplicam tudo, “informação credível”.

09/03/2005

Partidos libaneses pró-sírios mostram, na rua, a sua força

...
Os manifestantes gritaram palavras de ordem de apoio e "fidelidade" à Síria e cantaram o hino nacional. Foram ainda entoadas frases contra Israel ou a América e sublinhada a ideia da "independência" do país
...

Não se percebe se o hino cantado foi o sírio (a quem são, segundo o artigo, fieis) ou, como afirmação de independência (que o artigo diz pretenderem sublinhar), o libanês.

A propaganda tem destas coisas.

Redefinição de "estrangeiro"

Ontem o Líbano foi a Praça Riad el-Sulh, pulsando com um mar de gente - entre 400 mil e um milhão de pessoas, segundo diferentes estimativas - cujas reivindicações estavam escritas em duas enormes bandeiras libanesas: "Obrigado Síria" e "Não à ingerência estrangeira".

O saco de Freitas do Amaral

Freitas do Amaral mete e George Bush e Hitler no mesmo saco.



Só pode tratar-se de uma manobra para reabilitar Hitler, bem aos gostos neo-nazi e neo-fascista.

Hans Bethe (1906 - 2005)


Morreu Hans Bethe.

O Público em nova morada

O Jornal Público passou a habitar em http://www.publico.clix.pt/. Deixou de ocupar um domínio e passou a um sub-domínio. Passou, portanto, de cavalo para burro.

Para se conseguir, nesta nova morada, aceder aos artigo do jornal, tem agora que se escavar por entre uma enorme quantidade de agressivo lixo (publicidade).

07/03/2005

Freitas do Amaral - O submarino

Freitas do Amaral declarou que havia chegado o "momento exacto de dar a cara".

Quem é suposto saber de diplomacia, sabe que esta declaração equivale à confissão de que ele (Freitas do Amaral) tinha já estado anteriormente a trabalhar no projecto, mas na qualidade de submarino.

Ou as intenções de Freitas do Amaral são melhores que os seus conhecimentos em diplomacia, ou vice-versa. No primeiro caso há que lembrar que de boas intenções está o inferno cheio. No segundo, que há um problema de competência.

Freitas do Amaral e as boas companhias

Freitas do Amaral declarou que só aceitou fazer parte do governo depois de conhecer o nível da respectiva composição .

Calcula-se que Freitas do Amaral ache razoável que qualquer pessoa deva procurar relacionar-se com quem esteja acima do seu nível no sentido de aprender, ou com pessoas abaixo do seu nível no sentido de ensinar.

Não se percebe qual foi o caso presente. Ou Freitas do Amaral vai para o governo para ensinar a "escumalha", ou vai para ser ensinado.

06/03/2005

Fenómenos



Despachado, que está prestes a ser, o primeiro e gigantesco fenómeno português do século XXI, eis que, do horizonte, novo fenómeno desponta.
... e não menos prometedor .